CLIPPING DO SINDICARNE NÂș 999 DE 26 DE NOVEMBRO DE 2025
- prcarne
- hĂĄ 11 minutos
- 17 min de leitura

Sindicato da IndĂșstria de Carnes e Derivados no Estado do ParanĂĄ
Ano 5Â |Â nÂș 999 | 26 de novembro de 2025
Â
NOTĂCIAS SETORIAIS â BRASILÂ
Â
Boi Gordo: exportação de carne bovina pode acelerar
A exclusĂŁo do tarifaço norte-americano e a postergação da investigação de salvaguarda do governo chinĂȘs para 26 de janeiro do prĂłximo ano (inicialmente prevista para ser concluĂda em 26 de novembro/25) podem acelerar ainda mais o ritmo de exportação de carne bovina brasileira, criando um ambiente favorĂĄvel nesta reta final de 2025, apostam os analistas do setor pecuĂĄrio.
Â
Na terça-feira (25/11), o mercado do boi gordo manteve o comportamento dos dias anteriores, com estabilidade nos preços da arroba nas principais praças brasileiras. Segundo os dados da Scot Consultoria, o boi gordo sem padrĂŁo-exportação segue valendo R$ 320/@ no mercado paulista, o âboi-Chinaâ estĂĄ cotado em R$ 325/@, a vaca gorda Ă© vendida pelos pecuaristas por R$ 302/@ e a novilha terminada Ă© negociada por R$ 312/@ (todos os preços sĂŁo brutos, no prazo). Pelo levantamento da Agrifatto, em SP, o boi gordo permaneceu em R$ 322,50/@ (mĂ©dia entre o animal âcomumâ e o âboi-China), enquanto o valor mĂ©dio da arroba nas 16 outras regiĂ”es monitoradas diariamente pela consultoria seguiu em R$ 306,10. Na avaliação dos analistas da Agrifatto, a continuidade das exportaçÔes de carne bovina in natura para os EUA tende a reforçar as vendas externas brasileiras, sustentando os preços da arroba do boi gordo nesta Ășltima semana de novembro e ao longo de dezembro/25. AlĂ©m disso, no mercado interno, espera-se um aumento no consumo da proteĂna com a entrada do 13Âș salĂĄrio e o pagamento da folha de novembro/25, alĂ©m do aumento sazonal da demanda de fim de ano e a geração de empregos temporĂĄrios.
AGRIFATTO/PORTAL DBO/SCOT CONSULTORIA
Â
Carne bovina do Brasil recupera vantagens no mercado dos EUA sobre a proteĂna australiana
Com a eliminação do tarifaço de Trump, a proteĂna brasileira voltou a ser altamente competitiva no mercado norte-americano
Â
Ao longo do tempo de duração do tarifaço (40%, alĂ©m dos 10% e 26,4% anteriores, total de 76,4%) aplicado pelos EUA Ă carne bovina brasileira, a AustrĂĄlia reinou absoluta no mercado norte-americano, com uma taxação de apenas 10%. A partir de agora, segundo o portal australiano Beef Central, sĂŁo os exportadores do Brasil que irĂŁo colher os melhores frutos da decisĂŁo recente de Washington. Embora o Brasil ainda tenha que conviver com uma tarifa extracota de 26,4%, com a eliminação das taxas adicionais, a carne brasileira voltou a ser altamente competitiva no mercado norte-americano, superando de longe a australiana, mais cara. âA redução imediata das tarifas por Trump significa que grandes quantidades de carne bovina congelada brasileira, atualmente armazenadas em regime aduaneiro nos EUA atĂ© 1Âș de janeiro (quando o nĂvel tarifĂĄrio do programa de salvaguardas para o novo ano Ă© zerado, eliminando a segunda tarifa onerosa de 26,4% sobre o Brasil), podem agora ser antecipadas e vendidas entre agora e o Ano Novoâ, relatou o Beef Central, citando previsĂ”es de fontes locais.
Na prĂĄtica, lembra o portal australiano, neste final de 2025, o Brasil pagarĂĄ uma tarifa de 26,4% sobre as exportaçÔes de carne bovina para os EUA. PorĂ©m, a partir de 2026, essa tarifa serĂĄ eliminada, com o inĂcio do novo ano de cotas. A partir de 1Âș de janeiro, o Brasil poderĂĄ acessar o mercado dos EUA sem tarifas, por meio da cota de 66.000 toneladas destinada a âOutros PaĂsesâ. Para a Beef Central, a julgar pelo que ocorreu em 2025, o Brasil vai preencher em velocidade relĂąmpago a sua cota. Em 2025, os exportadores brasileiros preencheram toda a sua cota de âOutros PaĂsesâ jĂĄ em 17 de janeiro, recebendo a tarifa de 26,4% desde entĂŁo.
Uma fonte da Beef Central disse que o setor estĂĄ interpretando a mais recente alteração tarifĂĄria como um fator ânegativo no curto prazoâ para as exportaçÔes australianas. âIsso porque jĂĄ existe um grande estoque de carne brasileira armazenada em cĂąmaras frigorĂficas alfandegadas nos EUA â prĂ©-carregado para o ano de cotas de 2026â, ressaltou a fonte, acrescentando: âEm circunstĂąncias normais, isso nĂŁo teria surgido atĂ© janeiro, visando minimizar a exposição Ă s tarifas, mas com a redução da tarifa de 40%, Ă© muito provĂĄvel que a carga chegue diretamente ao mercadoâ, disse. âPoderia facilmente haver importadores que decidissem desembaraçar a mercadoria agora e simplesmente pagar a tarifa de 26,4%â, completou. Para o portal australiano, isso pode exercer alguma pressĂŁo negativa sobre a demanda por carne bovina australiana de todos os tipos â pelo menos no curto prazo (atĂ© que o mercado volte ao normal).
BEEF CENTRAL
Â
CARNES
Â
Desempenho das carnes em exportaçÔes nas trĂȘs primeiras semanas de novembro 25Â
Completadas as trĂȘs primeiras semanas de novembro â ou 14 dos 19 dias Ășteis do mĂȘs â apenas a carne bovina continua apresentando evolução positiva nos trĂȘs quesitos â volume, preço mĂ©dio e receita cambial.
Â
Com resultados que surpreendem. Um exemplo estĂĄ no volume embarcado de carne bovina que, pela mĂ©dia diĂĄria, aumentou nada menos que 41,72% em relação Ă mĂ©dia diĂĄria de um ano atrĂĄs. Com isso, o acumulado no mĂȘs, embora parcial, jĂĄ supera em quase 4,5% o total registrado em novembro de 2024. Mas nĂŁo sĂł, pois o preço mĂ©dio da carne bovina tambĂ©m continua em evolução. Por ora, alcança valor anual perto de 13% superior. Como efeito, a receita â ainda pela mĂ©dia diĂĄria â apresenta valorização anual de, quase, 60%. E, assim, o valor acumulado nos primeiros 14 dias Ășteis do mĂȘs â da ordem US$1,308 bilhĂŁo â estĂĄ cerca de 18% acima do valor auferido em novembro/24 â pouco mais de US$1,111 bilhĂŁo. A carne de frango, por seu turno, apresenta expansĂŁo (mĂnima, de 0,63%) somente no volume embarcado. E como seu preço mĂ©dio registra queda anual prĂłxima de 13%, a receita cambial decorrente permanece 13,24% aquĂ©m da obtida hĂĄ um ano. JĂĄ a carne suĂna acumula resultados negativos nos trĂȘs quesitos. Pela mĂ©dia diĂĄria, o volume acumulado se encontra mais de 5% abaixo do registrado hĂĄ um ano, enquanto seu preço mĂ©dio sofre retração anual de 1,34%. Disso resulta uma receita que, pela mĂ©dia diĂĄria, vem sendo 6,5% inferior Ă de novembro de 2024.
AVESITE / SUISITE
Â
EMPRESAS
Â
MBRF eleva em 8% produção de kits natalinos em 2025
A MBRF, companhia de alimentos criada a partir da incorporação da BRF pela Marfrig, elevou em 8% a produção de kits comemorativos em 2025 em relação ao ano passado, e pretende expandir vendas no que chamou de "maior operação de Natal do mundo", disse o vice-presidente de Mercado Brasil e de Marketing da MBRF, Manoel Martins, na terça-feira.
Â
Durante encontro com jornalistas, ele afirmou que nĂŁo poderia revelar qual a expectativa de crescimento de vendas para o perĂodo de festas de final do ano. "A nossa estratĂ©gia Ă© de expansionismo, nĂŁo sĂł nos comemorativos, mas tambĂ©m nos itens regulares", afirmou. Os kits natalinos, distribuĂdos por empresas a funcionĂĄrios, por exemplo, respondem por um terço das vendas da campanha de festas da MBRF, enquanto dois terços sĂŁo negĂłcios concentrados no varejo, segundo ele. Na primeira campanha natalina da nova empresa, que reuniu a carne bovina da Marfrig com as proteĂnas de aves e suĂnos da BRF, Martins disse que a MBRF terĂĄ maior eficiĂȘncia na entrega de pedidos. Ele destacou ainda que a MBRF conseguiu reduzir em quase 20% o chamado indicador de "ruptura" nas entregas dos itens solicitados pelos clientes.
Se na campanha do ano passado, a empresa conseguia entregar 78 de 100 itens solicitados, em 2025 registra entregas de 92 a 93 itens. Ele citou as sinergias da fusĂŁo para explicar a melhora no indicador, ressaltando que a empresa estĂĄ "totalmente interdependente". A campanha de vendas de produtos comemorativos de final de ano Ă© bastante particular da operação brasileira. ApĂłs a operação natalina no Brasil, a MBRF deverĂĄ focar no RamadĂŁ, o perĂodo sagrado para os muçulmanos, entre fevereiro e março do prĂłximo ano, quando as vendas de proteĂnas de aves e bovinos em paĂses do Oriente MĂ©dio aumentam normalmente 15%, disse o vice-presidente da companhia para o Mercado Halal e CEO da Sadia Halal, FĂĄbio Mariano.
REUTERS
Â
Frigoestrela celebra resultados sĂłlidos apĂłs nova gestĂŁo
Em seus primeiros seis meses à frente da empresa, Pedro Bordon elevou os abates, em 30%, puxados principalmente pelas exportaçÔes. Pedro Bordon, CEO do Frigoestrela: equipe boa e profissional da empresa ajuda muito nos momentos de expansão
Â
HĂĄ seis meses no comando do Frigoestrela, Pedro Bordon ainda ouve comentĂĄrios comparando o trabalho que ele estĂĄ realizando na companhia atualmente, que jĂĄ resultou em ganhos de mercado, ao que ele jĂĄ realizou em outros frigorĂficos. Com 43 anos de experiĂȘncia no setor, ele carrega no DNA essa trajetĂłria. Sua famĂlia foi dona do frigorĂfico Bordon, aquirido no inĂcio dos anos 2000 pela Friboi, antes da empresa se tornar a gigante JBS. âĂ inevitĂĄvel isso, todo mundo associa muito ao trabalho que fiz na Frigol. NĂŁo Ă© proposital, mas na prĂĄtica Ă©â, reconhece o executivo. Ă frente do Frigol de 2022 a 2023, ele foi responsĂĄvel por aumentar a governança e alavancar as vendas externas. No currĂculo, tambĂ©m estĂŁo passagens pelo Minerva, onde foi CEO na Argentina entre 2017 e 2020, e pela prĂłpria JBS, por onde passou mais de uma vez, de 2000 a 2004 e de 2011 a 2016. No Frigoestrela, os primeiros resultados jĂĄ começam a aparecer. Os abates, afirma, jĂĄ aumentaram 30%, de 900 cabeças dia para cerca de 1,3 mil cabeças, puxados principalmente pelas exportaçÔes. Desde junho, foram quatro novos mercados abertos: IndonĂ©sia, Chile, ArgĂ©lia e Egito. O principal destino, contudo, ainda Ă© a China, paĂs com o qual Bordon tem certa intimidade. Nos Ășltimos dois anos, esteve Ă frente de uma importadora chinesa. âQuando vocĂȘ trabalha com uma empresa chinesa, vocĂȘ absorve mais dos costumes, dos hĂĄbitos e da cultura. A cada dois meses e meio eu estava na China, passava um bom perĂodo, entĂŁo Ă© inevitĂĄvel estar mais prĂłximo da rotina das pessoasâ, afirma. Nesse perĂodo, ele presenciou mudanças importantes no modo de consumo de carne da China. A mais importante delas, destaca, estĂĄ nos cortes, com uma demanda crescente por bifes popularizado em churrascarias chinesas, japonesas e coreanas. âEssa Ă© uma Ă© uma tendĂȘncia de crescimento lĂĄ na China, principalmente para o pĂșblico mais jovem.â Outra transformação no comĂ©rcio com a China estĂĄ na geografia deste mercado. âAntigamente, as cidades e regiĂ”es onde se consumia a carne brasileira na China eram muito especĂficas. Hoje em dia isso estĂĄ mais pulverizado, entrando em mais cidades. Isso tudo tem ajudado a aumentar o nĂșmero de clientes e o conhecimento sobre o nosso produtoâ, explica. Para isso, o Frigoestrela estĂĄ investindo em sua estrutura operacional. Sem revelar valores, ele informa que os investimentos incluem automação, expansĂŁo e modernização de plantas, alĂ©m de certificaçÔes, auditorias e logĂstica de exportação. A previsĂŁo Ă© faturar R$ 4,8 bilhĂ”es em 2025 e R$ 5,1 bilhĂ”es no prĂłximo ano.
GLOBO RURAL
Â
De olho no Oriente Médio, MBRF se prepara para o primeiro Ramadã após fusão
Historicamente, a companhia tem um aumento de 15% em vendas em função do perĂodo sagrado para os muçulmanos
Â
Expectativa da MBRF é positiva para as exportaçÔes de carnes ao Oriente Médio
Paralelo aos esforços para crescer em vendas de aves natalinas no Brasil, a MBRF faz outro movimento, com a intenção de ganhar participação de mercado no Oriente MĂ©dio, atenta ao perĂodo de comĂ©rcio mais intenso de carne na regiĂŁo com os preparativos para o RamadĂŁ, o mĂȘs sagrado para os muçulmanos. Apesar do foco principal ser o segmento de aves, este serĂĄ o primeiro RamadĂŁ apĂłs a fusĂŁo entre Marfrig e BRF, que deu origem Ă MBRF e colocou a carne bovina no portfĂłlio da marca Sadia, jĂĄ consolidada no mercado ĂĄrabe. âA gente passa a contar com a Sadia Beef. No mercado de carne bovina, os consumidores ĂĄrabes estĂŁo acostumados a procurar a carne por (paĂs de) origem, o desafio Ă© fazer com que o consumidor procure a carne da marca (Sadia) e nĂŁo somente pelo paĂsâ, disse o CEO da Sadia Halal, Fabio Mariano, hoje (25/11) nos bastidores de um evento da MBRF para comentar as estratĂ©gias de vendas de fim de ano. O executivo contou que, historicamente, a companhia tem um aumento de 15% em vendas em função do RamadĂŁ. Os negĂłcios começam a acelerar em meados de dezembro e se intensificam em janeiro, uma vez que o perĂodo considerado sagrado para os muçulmanos acontece entre fevereiro e março. Sem detalhar em nĂșmeros, Mariano comentou que a MBRF espera ter âparticipação maior que a dos concorrentesâ no prĂłximo RamadĂŁ. A companhia estĂĄ com uma planta de processados em construção em Jeddah, na ArĂĄbia Saudita, onde serĂŁo investidos US$ 160 milhĂ”es em parceria com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiĂĄria integral do fundo soberano saudita Public Investment Fund (PIF). A nova planta serĂĄ a terceira da BRF na regiĂŁo, e a escolha de Jeddah foi outro ponto considerado relevante para a empresa. A cidade Ă© a segunda maior do paĂs, fica prĂłxima a projetos sauditas de expansĂŁo populacional e tem acesso considerado eficaz Ă s rotas de importação de insumos vindos do Brasil. Mariano explicou que, atualmente, expandir no Oriente MĂ©dio tem se mostrado mais atrativo do que em outras regiĂ”es do globo, dadas as projeçÔes de crescimento da população muçulmana e o potencial para os avanços no consumo. Segundo ele, a mĂ©dia de consumo per capita de frango da regiĂŁo gira em torno de 40 quilos por pessoa ao ano, o que Ă© um patamar elevado, prĂłximo do que existe no Brasil. Entretanto, hĂĄ paĂses, como a ArĂĄbia Saudita, onde este patamar de consumo chega a 50 quilos per capita. JĂĄ na Turquia, o consumo de frango ainda estĂĄ em 20 quilos per capita, o que indica que hĂĄ como esta indĂșstria crescer nos paĂses do Golfo.
VALOR ECONĂMICO
Â
NOTĂCIAS SETORIAIS â PARANĂ
Â
ExportaçÔes paranaenses de milho crescem 179% e receitas triplicam em 2025, DIZ DERAL
Salto ocorreu pelo grande volume embarcado em decorrĂȘncia da safra recorde do ciclo anterior e da estratĂ©gia adotada pelos produtores de escoarem o milho primeiro, jĂĄ que Ă© menos atrativo comercialmente do que a soja. Dados sĂŁo do Boletim Conjuntural do Deral, que aborda, tambĂ©m, soja, mandioca e proteĂna animal.
Â
O milho aparece como o grande protagonista das exportaçÔes paranaenses, registrando uma alta de 179% no volume enviado ao mercado externo de janeiro a outubro de 2025, em relação ao mesmo perĂodo de 2024. Neste ano, o ParanĂĄ embarcou nos primeiros dez meses 3,55 milhĂ”es de toneladas do cereal, enquanto em 2024 foram 1,27 milhĂŁo de toneladas.
A receita gerada em 2025 foi de US$ 757,7 milhĂ”es â quase trĂȘs vezes mais que em 2024, quando esse valor foi de US$ 268,2 milhĂ”es. A receita expressiva foi favorecida, tambĂ©m, por um leve incremento no preço internacional, que passou de US$ 210,58 para US$ 213,43 por tonelada. O Boletim do Deral tambĂ©m aborda a diversidade produtiva do ParanĂĄ e o desempenho robusto de setores como suĂnos, carne bovina e mel, que reforçam a resiliĂȘncia do campo diante de oscilaçÔes climĂĄticas, tarifĂĄrias e de demanda mundial. Enquanto o milho sustenta o crescimento das exportaçÔes, a soja enfrenta um perĂodo de ajuste, com redução de 10% nos embarques do complexo (farelo, Ăłleo e grĂŁos). Foram exportados nos primeiros 10 meses do ano 13,56 milhĂ”es de toneladas resultando em uma receita financeira de U$ 5,53 bilhĂ”es de dĂłlares. Mesmo assim, alguns segmentos registraram evolução positiva: o Ăłleo de soja â com maior valor agregado â teve aumento de 18% nas exportaçÔes, e o farelo cresceu 2%. A queda se concentra na soja em grĂŁo, com retração de 15%. Somando as exportaçÔes de soja e milho, o ParanĂĄ exportou 17,1 milhĂ”es de toneladas entre janeiro e outubro de 2025, representando uma alta de 4,1%. Para os tĂ©cnicos do Deral, isso evidencia que, mesmo com a queda no volume de soja, o embarque de granĂ©is aumentou pela priorização do milho. A expectativa Ă© que nos prĂłximos trĂȘs meses haja um embarque maior de soja para liberação dos armazĂ©ns pois em janeiro jĂĄ começa a colheita da nova safra. Entre as proteĂnas animais, o frango apresenta alĂvio parcial nos custos. Em outubro, o custo de produção no ParanĂĄ caiu para R$ 4,55/kg, redução de 1,7% frente ao mĂȘs anterior e 2,8% em relação a outubro de 2024. Isso foi influenciado principalmente pela queda nos gastos com ração â que representa 63% dos gastos com produção. O Ăndice de Custos de Produção de Frango tambĂ©m mostra retração acumulada de 4,9% no ano, ajudando a equilibrar a atividade em meio Ă oscilação dos preços pagos ao produtor. Na bovinocultura, o cenĂĄrio externo segue determinante. As exportaçÔes brasileiras de carne bovina jĂĄ alcançam 96% do total embarcado em 2024, ritmo que mantĂ©m o mercado domĂ©stico com oferta ajustada e preços firmes, apesar de sinais de resistĂȘncia por parte dos compradores. O envio de animais vivos ao exterior tambĂ©m cresceu, somando 842 mil toneladas no ano, alta de 12,4% sobre 2024. A suinocultura, por sua vez, vive um ciclo histĂłrico. No terceiro trimestre, o paĂs registrou recordes simultĂąneos de produção, exportação, importação e disponibilidade interna. Foram produzidas 1,49 milhĂŁo de toneladas de carne suĂna, incremento de 6,1% comparado a 2024. As exportaçÔes somaram 391,97 mil toneladas, representando 26,3% da produção nacional, e alcançaram volume
AGĂNCIA ESTADUAL DE NOTĂCIAS
Â
C. Vale: eficiĂȘncia ambiental guia expansĂŁo da produção de aves e suĂnosÂ
O Ășltimo dia de atividades do cooperativismo na COP30 teve como um de seus focos a sustentabilidade na produção de aves e suĂnos.
Â
 O painel A sustentabilidade da produção de aves e suĂnos no Brasil: respeito ao meio ambiente e o compromisso em atender Ă s demandas globais por alimentos seguros, saudĂĄveis e sustentĂĄveis, promovido pela Confederação da Agricultura e PecuĂĄria do Brasil (CNA), nessa quinta (20/11), na Agri Zone, contou com a participação da C. Vale, representada por Fernando Varollo, coordenador de produção da cooperativa. EficiĂȘncia ambiental guia expansĂŁo da produção de aves e suĂnos. Fernando apresentou dados, cases e prĂĄticas que mostram como as cooperativas vĂȘm contribuindo de forma estruturada para uma produção mais eficiente e responsĂĄvel. Segundo ele, metade da produção de suĂnos do ParanĂĄ, e mais da metade do volume de aves, estĂŁo nas mĂŁos de cooperativas. âIsso revela a relevĂąncia do movimento no Brasil, que cresce ano apĂłs ano e ainda tem enorme potencial de expansĂŁoâ, afirmou. Entre os exemplos apresentados, o coordenador destacou a implantação de uma estação de tratamento de ĂĄgua para reuso, que permite Ă C. Vale reaproveitar cerca de 60 milhĂ”es de litros por mĂȘs em atividades operacionais. O processo reduz a captação de novas fontes e garante retorno de ĂĄgua tratada ao meio ambiente em padrĂ”es de alta qualidade. âInserir sustentabilidade na tomada de decisĂŁo deixou de ser opcional. A gente percebe o impacto direto disso no territĂłrio, na operação e na eficiĂȘnciaâ, acrescentou. Fernando tambĂ©m apresentou resultados de projetos de geração de energia a partir do biogĂĄs das granjas, iniciativa que permite injetar eletricidade na rede em horĂĄrios estratĂ©gicos, reduz emissĂ”es e custos operacionais. Outro ponto mencionado foi o aproveitamento integral dos dejetos da produção: mais de 97% do material Ă© destinado Ă adubação de ĂĄreas, o que contribui para fechar ciclos produtivos e fortalecer a economia circular. âPara muitos produtores, o adubo gerado vale mais aplicado na lavoura do que vendidoâ, explicou. O nĂvel de integração das etapas produtivas da C. Vale tambĂ©m chamou atenção. Desde a semente que origina a soja, passando pela armazenagem, esmagamento, fabricação de ração, matrizeiros, terminação e abate, atĂ© chegar Ă logĂstica e ao varejo, todas as etapas sĂŁo controladas pela cooperativa. O resultado Ă© um dos sistemas de rastreabilidade mais completos do paĂs, garantindo segurança alimentar e acesso a mercados exigentes no mundo todo. âQuando a gente fala de rastreabilidade Ă© saber exatamente onde, como e por quem cada lote foi produzidoâ, completou.
Sistema Ocepar
Â
ECONOMIA/INDICADORES
Â
DĂłlar segue exterior e termina sessĂŁo em baixa ante o real
O dólar voltou a recuar no Brasil nesta terça-feira, acompanhando a baixa da moeda norte-americana ante quase todas as demais divisas no exterior, em mais um dia de aumento das apostas de corte de juros nos Estados Unidos em dezembro.
O dĂłlar Ă vista encerrou em baixa de 0,35%, aos R$5,3761 na venda. No ano, a divisa acumula perdas de 12,99%. Ăs 17h03, o contrato de dĂłlar futuro para dezembro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- cedia 0,28% na B3, aos R$5,3790. A moeda norte-americana iniciou o dia em baixa ante o real, em sintonia com o exterior, onde os agentes elevavam as apostas no corte de juros pelo Federal Reserve. No fim da tarde o mercado de tĂtulos norte-americano precificava em 84,7% de chances de redução de 25 pontos-base dos juros nos EUA, contra 15,3% de probabilidade de manutenção, conforme a Ferramenta FedWatch da CME. Durante a tarde, com a moeda norte-americana em baixa ante a maior parte das divisas no exterior, o dĂłlar se firmou novamente em queda no Brasil. O fortalecimento do dĂłlar ante o real no fim da manhĂŁ -- que nĂŁo se sustentou -- ocorreu em paralelo Ă audiĂȘncia com o presidente do Banco Central, Gabriel GalĂpolo, na ComissĂŁo de Assuntos EconĂŽmicos (CAE) do Senado. Nela, GalĂpolo afirmou que a instituição nĂŁo pode perseguir a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro do objetivo, de 3%. "A meta nĂŁo Ă© a banda superior. A banda foi feita para que, dado que (a inflação) oferece flutuaçÔes... criou-se um 'buffer' para amortecer eventuais flutuaçÔes. Mas de maneira nenhuma a meta Ă© de 4,5%", disse. "Tenho que perseguir uma meta de inflação de 3%." TambĂ©m pela manhĂŁ, pesquisa CNT/MDA apontou que o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva lidera todos os cenĂĄrios para a eleição presidencial de outubro do ano que vem. AlĂ©m disso, houve aumento na avaliação positiva do governo federal e na aprovação pessoal do presidente. No exterior, Ă s 17h06 o Ăndice do dĂłlar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caĂa 0,51%, a 99,693.
REUTERS
Â
Ibovespa fecha em alta com aval de Vale, mas Petrobras pesa
O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, ultrapassando os 156 mil pontos na måxima, com apoio principalmente dos papéis da Vale em dia de avanço do minério de ferro na China, mas o fÎlego não se manteve com Petrobras pressionando negativamente, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior.
Â
Ăndice de referĂȘncia do mercado acionĂĄrio brasileiro, o Ibovespa subiu 0,4%, a 155.902,59 pontos, de acordo com dados preliminares, apĂłs marcar 154.821,35 pontos na mĂnima e 156.373,21 pontos na mĂĄxima do dia. O volume financeiro do pregĂŁo somava R$18,48 bilhĂ”es antes dos ajustes finais.
REUTERS
Â
Agricultura eleva projeção do valor bruto da produção para R$ 1,412 trilhão
O maior crescimento do VBP agrĂcola em 2025 serĂĄ para cafĂ©, com alta de 46,2%, chegando a R$ 114,859 bilhĂ”es. Na pecuĂĄria, o maior crescimento deve ser observado na cadeia de bovinos, com aumento estimado de 20,8%, para um VBP projetado em R$ 205,384 bilhĂ”es. A produção bovina continua liderando o faturamento bruto da pecuĂĄria
Â
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuĂĄria em 2025 deve atingir R$ 1,412 trilhĂŁo, prevĂȘ o MinistĂ©rio da Agricultura. O nĂșmero fica acima dos R$ 1,409 trilhĂŁo estimados pela pasta no mĂȘs passado. Em relação a 2024, hĂĄ crescimento de 11,4%. Para 2024, o ministĂ©rio tambĂ©m revisou sua projeção de R$ 1,268 trilhĂŁo para R$ 1,267 trilhĂŁo. JĂĄ para 2026, o ministĂ©rio apresentou suas primeiras estimativas com previsĂŁo de queda de 3,3% no valor bruto da produção agropecuĂĄria, para R$ 1,366 trilhĂŁo. As projeçÔes constam de boletim mensal da Secretaria de PolĂtica AgrĂcola do MinistĂ©rio. Os dados foram compilados pelo Broadcast Agro. O VBP Ă© o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais, considerando a produção agrĂcola e pecuĂĄria e a mĂ©dia de preços recebidos pelos produtores rurais de todo o PaĂs. Do total previsto para 2025, R$ 932,604 bilhĂ”es devem vir das lavouras, equivalente a 66% do total e incremento estimado de 11% ante 2024. Outros R$ 479,599 bilhĂ”es estĂŁo relacionados Ă produção pecuĂĄria, correspondente a 34% do total e alta de 12,3% em comparação com o ano passado. Para 2026, o ministĂ©rio prevĂȘ queda de 5,1% no valor bruto da produção da agricultura, para R$ 885,482 bilhĂ”es, e alta de 0,2% no faturamento da pecuĂĄria, para R$ 480,591 bilhĂ”es. Na agricultura, o maior crescimento de VBP neste ano, de 46,2%, Ă© projetado para as lavouras de cafĂ©, somando R$ 114,859 bilhĂ”es neste ano. Entre as principais culturas com participação no VBP, as lavouras de soja devem apresentar faturamento bruto 9,8% maior, para R$ 325,996 bilhĂ”es, enquanto o VBP do milho Ă© estimado em R$ 167,485 bilhĂ”es, incremento anual de 34,2%. A receita bruta obtida com a produção de trigo deve somar R$ 10,808 bilhĂ”es, alta anual de 3,2%. O faturamento das lavouras de cana-de-açĂșcar, por sua vez, deve cair 1,9%, estima o ministĂ©rio, para R$ 117,575 bilhĂ”es, enquanto o faturamento bruto das lavouras de laranja deve recuar 18,4%, para R$ 23,004 bilhĂ”es. O VBP das lavouras de algodĂŁo Ă© estimado em R$ 36,266 bilhĂ”es, alta anual de 7%. As previsĂ”es apontam para crescimento de 12% do VBP do cacau, para R$ 12,348 bilhĂ”es. JĂĄ o VBP das lavouras de arroz e feijĂŁo deve recuar, respectivamente, 13% e 18,67%. O faturamento bruto da produção de arroz deste ano Ă© estimado em R$ 21,597 bilhĂ”es. A receita bruta do cultivo de feijĂŁo Ă© projetada em R$ 12,014 bilhĂ”es. Na pecuĂĄria, o maior crescimento deve ser observado na cadeia de bovinos, com aumento estimado de 20,8%, para um VBP projetado em R$ 205,384 bilhĂ”es. A produção bovina continua liderando o faturamento bruto da pecuĂĄria. O valor bruto da cadeia de suĂnos deve avançar 10,7%, para R$ 61,730 bilhĂ”es, enquanto o faturamento bruto da produção de frangos Ă© projetado 4,4% acima do ano anterior, para R$ 111,215 bilhĂ”es. A receita bruta obtida com a produção de leite deve aumentar 4,9%, para R$ 71,533 bilhĂ”es. A produção de ovos deve apresentar VBP 11,3% maior, para R$ 29,738 bilhĂ”es. O VBP Ă© projetado mensalmente pelo ministĂ©rio. O nĂșmero Ă© calculado pelo cruzamento das informaçÔes de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE) e dos preços coletados nas principais fontes oficiais. O estudo da pasta abrange 19 cadeias da agricultura e cinco atividades pecuĂĄrias.
O ESTADO DE SĂO PAULO/AGRO
Â
POWERED BY
EDITORA NORBERTO STAVISKI LTDA
041 99697 8868 (whatsapp)
Â
