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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 990 DE 12 DE NOVEMBRO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 990 | 12 de novembro de 2025

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL 

 

Boi gordo: estabilidade continua

Cotações da arroba seguem estáveis na maioria das praças pecuárias nacionais, com aumentos pontuais em algumas regiões. No PARANÁ: Boi: R$330,00 por arroba. Vaca: R$300,00. Novilha: R$315,00. Escalas de abate de seis dias. Boi China: PARANÁ: R$ 326,00/@ (à vista) e R$ 330,00/@ (prazo)

 

Os preços do boi gordo seguem firmes nas praças brasileiras, sustentados pela boa demanda de carne bovina no mercado interno e pelos embarques em ritmo recorde, além da menor participação de fêmeas nas escalas de abate dos frigoríficos, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Porém, observa a Agrifatto no curto prazo, uma possível redução dos embarques brasileiros da proteína para a China – para evitar a chegada da mercadoria durante o Ano Novo Lunar – pode elevar a oferta interna e exercer alguma influência sobre as cotações do boi gordo.  Porém, no curtíssimo prazo, dizem os analistas da Agrifatto, os frigoríficos brasileiros terão dificuldade no mercado do boi gordo para vencer a batalha pelos melhores preços, pois hoje eles operam com escalas de abate bastante encurtadas – de apenas 7 dias úteis, na média nacional. “É uma tarefa árdua”, ressaltam os analistas da consultoria, que na terça-feira (11/11) apurou um leve aumento nos preços físicos do boi gordo em duas praças das 17 acompanhadas diariamente: Maranhão e Rio de Janeiro. 

Nas demais regiões monitoradas pela Agrifatto, a arroba ficou estável, repetindo o movimento de segunda-feira (10/11). Pelos dados levantados pela Scot Consultoria, o boi gordo segue cotado em R$ 320/@ em São Paulo, enquanto o “boi-China”, a vaca gorda e a novilha terminada são negociadas por R$ 325/@, R$ 298/@ e R$ 312/@, respectivamente (preços brutos, no prazo). No mercado futuro, os contratos do boi gordo operaram em leve queda na sessão de segunda-feira da B3 operou em queda. O contrato com vencimento em dezembro/25 encerrou o pregão negociado a R$ 321,15/@, com baixa de 0,82% no comparativo diário. Cotações do boi gordo desta terça-feira (11/11), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$330,00 a arroba. Boi China: R$330,00. Média: R$330,00. Vaca: R$300,00. Novilha: R$315,00. Escalas de abates de sete dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de sete dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$330,00. Boi China: R$330,00. Média: R$330,00. Vaca: R$300,00. Novilha R$315,00. Escalas de seis dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$285,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. PARÁ: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$285,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. 

GOIÁS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China/Europa: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de sete dias. RONDÔNIA: Boi: R$290,00 a arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$295,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias

Preços brutos do “boi-China” nesta terça-feira (11/11), de acordo com levantamento diário da Scot Consultoria: SÃO PAULO: R$ 321,00/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). MINAS GERAIS (Exceto região Sul): R$ 311,00/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo). MATO GROSSO: R$ 306,00/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). MATO GROSSO DO SUL: R$ 321,00/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). GOIÁS: R$ 311,00/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). PARÁ/PARAGOMINAS: R$ 304,00/@ (à vista) R$ 315,00/@ e (prazo). PARÁ/REDENÇÃO E MARABÁ:  R$ 306,00/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). RONDÔNIA: R$ 291,00/@ (à vista) e R$ 295,00/@ (prazo). ESPÍRITO SANTO: R$ 296,00/@ (à vista) e R$ 300,00/@ (prazo). TOCANTINS: R$ 304,00/@ (à vista) e R$ 308,00/@ (prazo).

AGRIFATTO/PORTAL DBO/SCOT CONSULTORIA

 

Governo autoriza inspeção por agentes privados em frigoríficos

O governo federal autorizou a contratação, por frigoríficos, de agentes privados para inspeção ante mortem e post mortem de animais destinados ao abate. A liberação faz parte da regulamentação da Lei do Autocontrole (14.515/2022).

 

O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e está em vigor desde a última sexta-feira. O decreto estabelece que a inspeção de animais destinados a abate poderá ser realizada por cessão de servidor ou de empregado público ou de acordos de cooperação técnica com os entes federativos, por meio de contratos celebrados com serviço social autônomo ou por pessoas jurídicas credenciadas contratadas, sem ônus para a União, pelos agentes controladores de estabelecimentos que realizam o abate de animais. Estes agentes do setor privado poderão ser contratados para prestação de serviços técnicos ou operacionais de apoio à inspeção ante mortem e post mortem de animais destinados ao abate. Atualmente, a inspeção dos animais antes e depois do abate é realizada por uma equipe do serviço de inspeção federal presente em cada frigorífico do País. A liberação para inspeção por agentes privados era uma demanda antiga da indústria das carnes que citam necessidade de contratação de servidores extras para atender demandas adicionais como turnos extras de trabalho. Em contrapartida, a medida desperta a contrariedade dos auditores fiscais federais agropecuários, que alegam riscos de precarização à defesa agropecuária.

ESTADÃO/AGRO

 

Oferta não acompanha demanda por carne premium, dizem especialistas

Especialistas apontam que a estrutura produtiva e a falta de padronização nacional limitam o ritmo de expansão do segmento. Selos como Prime e Choice, do USDA, garantem ao consumidor cortes de carne de qualidade comprovada.

 

O consumo de carne bovina de alta qualidade tem crescido de forma consistente entre os consumidores brasileiros. De acordo com especialistas, esse movimento ganhou tração pela melhora do poder aquisitivo da classe média e pelo avanço do varejo especializado. No entanto, a oferta não acompanhou o movimento, o que tem limitado o ritmo de expansão do mercado premium do segmento. Para Lygia Pimentel, CEO e fundadora da Agrifatto, houve a criação da demanda por carne bovina de alta qualidade, porém, a oferta não cresceu no mesmo ritmo. “A demanda é um caminho sem volta, o paladar não desaprende. Uma vez que você provou, você não desaprova. Como que a gente está resolvendo esse problema, se é que estamos?”, questionou na terça-feira, 11, durante painel no VI Fórum Internacional On-line de Empreendedorismo e Inovação no Agro (Finovagro 2025). O agrônomo Roberto Barcellos, especialista em programas de carne de qualidade, participou do debate. Ele avalia que o setor ainda trata o segmento premium como um nicho comercial, sem estrutura de base para sustentação de longo prazo. “Faltou comprometimento real entre os elos da cadeia. O consumidor aprendeu a identificar qualidade, mas o sistema produtivo não evoluiu na mesma velocidade”, avaliou. Segundo ele, a redução recente na produção de sêmen Angus — base genética dos principais programas de carne de qualidade — é um dos sinais de enfraquecimento da oferta. “Há um esforço de reorganização, mas com defasagem. É preciso reforçar a base genética e a regularidade de produção”, apontou. Além da questão produtiva, de acordo com Barcellos, a ausência de um sistema nacional de certificação padronizado compromete a percepção de valor por parte do consumidor. “Hoje, um contrafilé pode custar R$ 90 em uma marca e R$ 150 em outra, e o cliente não entende a diferença. Falta uma certificação equivalente às categorias Choice e Prime dos Estados Unidos, que assegure consistência e transparência”, afirmou Barcellos. As certificações citadas pelo especialista referem-se ao sistema nacional de classificação de carnes mantido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que define, entre outros, os selos Prime e Choice. Esses selos identificam cortes com alto grau de marmoreio e qualidade superior de textura e sabor, sendo auditados oficialmente para garantir padronização e confiança ao consumidor. A consultora Lygia Pimentel observa que, embora o aumento de renda da população em geral seja limitado, o consumo de carne de alta qualidade tende a se concentrar em faixas médias e altas, sustentando o crescimento do segmento. “O apetite por produtos premium segue firme, mas o país precisa estruturar melhor a cadeia para capturar valor. O mercado está pronto, já o sistema produtivo, nem tanto”, observa. Observa-se, entretanto, que a lacuna entre oferta e demanda abre espaço para novos modelos de negócio, como a integração entre pequenos produtores e frigoríficos regionais — fenômeno comparável ao das microcervejarias no setor de bebidas. “Eu vejo que a carne de qualidade, talvez, fique na mão das pequenas indústrias frigoríficas, e as grandes indústrias vão focar nos volumes grandes para exportação”, disse Barcellos. O especialista destaca, no entanto, que apesar das oportunidades de demanda para o setor premium, o setor parece não as perceber o que, para ele, é resultado de “um mau trabalho que todos nós cometemos dentro da cadeia de produção.”

ESTADÃO/AGRO

 

FRANGOS

 

Reabertura da China para frango do Brasil abre oportunidades para MBRF, dizem executivos

A MBRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, avalia que a retomada das compras de carne de frango do Brasil pela China, anunciada neste mês, abre oportunidades para reverter uma queda nos preços dos produtos in natura e deverá permitir exportações de produtos para processamento na unidade chinesa da companhia, disseram executivos na terça-feira.

 

Uma queda no preço médio da carne de frango no terceiro trimestre no Brasil ocorreu por pressão do produto in natura que deixou de ser embarcado para a China pelo caso de gripe aviária em maio, no Rio Grande do Sul. A China, maior importadora da carne de frango brasileira em 2024, foi um dos últimos importantes mercados a anunciar a suspensão de embargo à carne de frango do Brasil, à medida que o país conseguiu controlar o foco da doença. Durante teleconferência para comentar os resultados trimestrais, o diretor presidente da MBRF, Miguel Gularte, disse que a reabertura do mercado da China dá oportunidade para a companhia exportar o produto in natura ao país asiático e processar na sua operação chinesa.

"Somos a única empresa brasileira com operação de frango com produção na China, isso nos anima bastante", afirmou Gularte. Para o vice-presidente de Finanças, Relação com Investidores, Gestão e Tecnologia da MBRF, José Ignácio Scoseria Rey, a companhia tem condição de reverter a situação de queda de preço do frango in natura no Brasil após o anúncio de retomada de compras da China.

REUTERS

 

MBRF espera retomar exportações de frango para Europa “nas próximas semanas”

Segundo diretor da companhia, Migue Gularte, há expectativa de retomada do sistema pré-listing, permitindo embarques sem necessidade de inspeções prévias. Exportações para a Europa foram suspensas temporariamente após caso de gripe aviária

 

O CEO da MBRF, Miguel Gularte, afirmou durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2025 que há uma expectativa de retomada do sistema de “pré-listing” para as exportações brasileiras de frango à Europa, suspensas desde os episódios de gripe aviária registrados no início do ano, nas próximas semanas. “Há muito boa perspectiva de que nas próximas semanas seja anunciado o retorno do pré-listing para o Brasil, o que traria oportunidade de, no nosso caso, voltar a exportar para a Europa”, afirmou Gularte. O executivo destacou que a companhia está preparada para aproveitar a reabertura, com uma plataforma de produção diversificada e forte presença em produtos processados. “Temos hoje uma empresa globalmente trabalhando com 40% de processados, o que garante resiliência frente a qualquer situação sanitária”, acrescentou. Segundo Gularte, a atuação coordenada do setor e do Ministério da Agricultura tem sido decisiva para a rápida reabilitação dos mercados internacionais, após o fechamento temporário das exportações brasileiras. Ele lembrou que a aplicação dos conceitos de regionalização e municipalização sanitária permitiu reaberturas mais ágeis. Com a volta do pré-listing, o Brasil voltaria a habilitar diretamente suas plantas exportadoras para o mercado europeu, sem necessidade de inspeções prévias da União Europeia. O movimento deve ampliar as oportunidades comerciais da MBRF e de todo o setor avícola nacional, num cenário global de oferta restrita e demanda crescente por proteína animal.

VALOR ECONÔMICO

 

GOVERNO

 

Secretaria da Agricultura lança formulário de rastreabilidade para pecuaristas gaúchos

A rastreabilidade individual amplia a segurança e a confiabilidade das informações sanitárias, além de funcionar como ferramenta de gestão

 

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) já iniciou a implantação do projeto piloto de Rastreabilidade Individual de Bovinos e Bubalinos no Rio Grande do Sul. A iniciativa, inédita no Estado, busca modernizar o controle sanitário e ampliar o acesso dos produtores gaúchos a mercados nacionais e internacionais mais exigentes.

Na terça-feira (11/11), foi finalizado e disponibilizado o formulário de adesão para os produtores rurais interessados em participar voluntariamente do projeto. O programa tem como objetivo testar e aperfeiçoar o sistema de identificação individual de animais, que servirá de base para a futura implantação do modelo em todo o território gaúcho. A rastreabilidade individual amplia a segurança e a confiabilidade das informações sanitárias, melhora a capacidade de resposta em emergências e fortalece a competitividade da pecuária gaúcha.

O sistema também funcionará como ferramenta de gestão para os produtores, oferecendo dados estratégicos sobre o rebanho. “Esta é uma iniciativa que qualifica a produção e eleva a qualidade dos nossos produtos, tanto para o consumo interno quanto para os mercados internacionais. É uma chancela de origem e confiabilidade que o produto gaúcho passa a oferecer ao aderir à rastreabilidade”, destaca, em nota, a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares. Durante o projeto piloto, a Seapi fornecerá dispositivos oficiais de identificação individual (brincos e botons eletrônicos), além de orientação técnica e acompanhamento para aplicação, registro e uso dos dispositivos. Também será disponibilizado o acesso ao sistema informatizado de rastreabilidade. A previsão é de que as atividades sejam concluídas até maio de 2026, com acompanhamento técnico permanente das equipes regionais da Seapi durante todo o processo.

Ascom Seapi / Governo do RS 

 

INTERNACIONAL

 

Argentina continua abatendo fortemente os estoques de novilhas

Envios da categoria de fêmeas jovens podem atingir 3,68 milhões de cabeças em 2025, um aumento de 3% em comparação com 2024, destaca o jornal Clarín 

 

Em 2025, os abates totais de bovinos na Argentina podem atingir 13,8 milhões de cabeças, um recuo de 1,5% sobre o resultado de 2024, informa o jornal Clarín, com base em estimativa do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). Os abates de vacas estão projetados em 2,7 milhões de cabeças, 7% a menos que no ano passado. Por sua vez, diz o Clarín, a previsão é de que os abates de novilhas totalizem 3,68 milhões de cabeças este ano na Argentina, um aumento de 3% em comparação com 2024. “Vale ressaltar que o rebanho de novilhas diminuiu em 475.000 cabeças no ano passado, indicando um declínio contínuo no tamanho do rebanho”, relata a reportagem do Clarín. Em relação aos machos, espera-se que os abates de novilhos atinjam 3,35 milhões de cabeças em 2025, praticamente inalterado (-0,5%) em relação ao ano passado, enquanto os envios aos ganchos de novilhos ainda mais jovens deverão crescer 1,2%, chegando a 3,2 milhões de cabeças. “O abate de vacas está diminuindo, mas o abate de novilhas ainda é preocupante, enquanto não há mudanças significativas no abate de machos”, ressalta o texto do Clarín. No ano passado, com o abate de 14 milhões de cabeças, o rebanho, em 31 de dezembro, diminuiu em 1,16 milhão de cabeças, acrescenta.

PORTAL DBO

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

IPCA: inflação de alimentos e bebidas teve estabilidade em outubro

Alta do segmento foi de apenas 0,01%, interrompendo série de quedas que vinham desde outubro. Arroz teve a maior queda no mês (-2,49%), seguido do leite longa vida (-1,88%); entre as altas, destaca-se a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%)

 

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,09% em outubro, após alta de 0,48% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a menor alta para o mês de outubro desde 1998, quando tinha sido de 0,02%. É o segundo aumento menos intenso da série histórica desde o Plano Real. A taxa, no entanto, também ficou próxima a outubro de 2019, quando subiu 0,10%. Em 2025, quando se considera os dados até outubro, o IPCA acumula alta de 3,73%. Na composição do IPCA de outubro, interrompendo uma sequência de quedas, o grupo alimentação e bebidas, que possui o maior peso na estrutura do indicador, apresentou praticamente estabilidade na média de preços, variando 0,01%. Essa foi a primeira alta para o segmento desde maio. O índice não exerceu pressão no resultado geral da inflação e é o menor resultado para um mês de outubro desde 2017, quando foi de -0,05%.

A alimentação no domicílio caiu 0,16%, com destaque para as quedas do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Dentre as altas, destaca-se a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%). “Isso, aliado à queda no grupo Habitação, contribuiu para a desaceleração observada. A título de ilustração, o resultado do índice de outubro sem considerar o grupo dos alimentos e a energia elétrica ficaria em 0,25%”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.

Já a alimentação fora do domicílio acelerou na passagem de setembro (0,11%) para outubro (0,46%). Em igual período, o subitem lanche saiu de 0,53% para 0,75%, e a refeição foi de -0,16% para 0,38%. A deflação de alimentos foi destaque positivo em outubro ao contrariar a sazonalidade de fim de ano, e foi a maior surpresa do IPCA de outubro, diz o banco Daycoval.

“Esperava que a alimentação no domicílio voltasse ao campo positivo. Em geral, o último trimestre do ano é de sazonalidade altista. Só que acabou acontecendo o contrário”, diz Júlio Cesar de Mello Barros, economista do Daycoval. “Mesmo os preços das carnes seguiram acomodados, contrariando a nossa expectativa de alta mais forte.”

GLOBO RURAL

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar cai ao menor valor desde junho de 2024 a R$5,27

O dólar fechou em baixa pela quinta sessão consecutiva no Brasil, no menor valor desde junho do ano passado, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, depois de o Senado dos Estados Unidos aprovar uma proposta para encerrar a paralisação do governo norte-americano.

 

A busca por ativos brasileiros na terça-feira, como ações e títulos, também afetou positivamente o mercado de câmbio, após a inflação de outubro no Brasil ficar abaixo do esperado e a ata do Copom abrandar o discurso sobre a inflação. O dólar à vista fechou em baixa de 0,62%, aos R$5,2746 na venda -- menor cotação desde os R$5,2493 de 6 de junho de 2024. No ano, a divisa acumula queda de 14,64%. Às 17h37, o contrato de dólar futuro para dezembro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- cedia 0,34% na B3, aos R$5,2950. Na segunda-feira, o Senado dos EUA aprovou uma proposta que restaura o financiamento de agências federais e paralisa a campanha do presidente Donald Trump para reduzir a força de trabalho federal, impedindo qualquer demissão até 30 de janeiro. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. Na sequência o texto irá para a sanção de Trump. Além do exterior, uma avaliação geral mais positiva sobre os ativos brasileiros -- como as ações -- favoreceu a baixa do dólar ante o real, na esteira da divulgação do IPCA e da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “O investidor estrangeiro está louco para ver o Banco Central cortar juros”, pontuou Laís Costa, analista da Empiricus Research, lembrando que o Brasil segue bastante atrativo para o capital estrangeiro, o que impacta no câmbio. Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA -- o índice oficial de inflação -- subiu 0,09% em outubro, abaixo da taxa de 0,48% de setembro e da projeção de 0,16% dos analistas ouvidos pela Reuters. Em 12 meses até outubro a inflação foi de 4,68%, ante expectativa de 4,75%.

Já a ata da última reunião do Copom trouxe detalhes sobre a visão do BC a respeito do atual processo de desinflação. A instituição reconheceu "algum arrefecimento" da inflação de serviços e incorporou em suas projeções uma estimativa preliminar do impacto da medida de ampliação da isenção do Imposto de Renda, aprovada recentemente no Congresso. Além disso, citou um movimento "agora mais nítido" de queda das expectativas de inflação em horizontes mais longos. As mudanças na ata foram bem recebidas pelo mercado. No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em queda ante a maior parte das demais divisas. Às 17h33, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- caía 0,20%, a 99,439.

REUTERS

 

Ibovespa de ontem crava 15ª alta consecutiva e iguala série de ganhos de 1994

Índice da B3 retomou otimismo com dados de inflação e ata do Copom. Veja como a Bolsa reagiu ontem. Ibovespa bateu recorde atrás de recorde.

 

O Ibovespa ontem fechou em alta pela 15ª sessão consecutiva. Com a sequência, alcançou a série de ganhos observada entre maio e junho de 1994, durante a implementação do Plano Real. Na época, o índice rondava os 2,9 mil pontos, segundo dados da Elos Ayta Consultoria. Na terça-feira (11), terminou o dia aos 157.748,6 pontos, em alta de 1,6%, renovando o 12º recorde seguido de encerramento. O sinal menos conservador na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e a desaceleração no ritmo de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro estimularam a valorização da principal referência da B3.

O IPCA de outubro foi de 0,09%, 0,39 ponto percentual abaixo da taxa de 0,48% registrada em setembro. O resultado veio um pouco acima do piso das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, que era de alta de 0,08%. com mediana de 0,14% e teto de 0,21%. Para Rodrigo Marques, gestor de fundos e economista-chefe da Nest Asset Management, esse cenário reforça a expectativa de cortes na taxa de juros a partir do próximo ano, especialmente porque a inflação se aproxima da meta estabelecida pelo Banco Central. Já o Copom enfatizou, em sua ata, que considera a taxa Selic atual, de 15% ao ano, suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, desde que os juros sejam mantidos nesse nível por um período “bastante prolongado”. A avaliação marca uma mudança em relação à comunicação de reuniões anteriores. Até o encontro de setembro, o colegiado dizia que ainda analisava se essa manutenção seria suficiente para garantir a convergência. O comitê, no entanto, manteve a ponderação de que segue vigilante e que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados. “O Copom não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, disse.

Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos, explica que a alta do índice faz parte de um movimento global de rebalanceamento de ativos. Os investidores têm migrado dos Estados Unidos para outros mercados. “Os investidores começaram a ponderar se as big techs americanas vão conseguir entregar os resultados esperados. O fato é que a expectativa está muito alta em relação aos preços em que elas estão operando. Temos visto uma rotação de saída, com investidores colocando lucro no bolso e espalhando esse capital em outros países”, destaca Calestine. Embora tenha batido recorde nominal, o Ibovespa ainda opera abaixo do pico histórico no ajuste em dólar, que foi alcançado em 18 de maio de 2008, quando atingiu 44.616 pontos, segundo dados da Elos Ayta Consultoria. Hoje, está em 29,3 mil pontos. Essa diferença indica que, em termos reais para o investidor estrangeiro, ainda há espaço relevante para valorização. As projeções do mercado para o Ibovespa em 2026 seguem otimistas.

O ESTADO DE SÃO PAULO

 

BC diz ter maior convicção de que manutenção da Selic em 15% levará inflação à meta

O Banco Central afirmou que já tem maior convicção de que uma manutenção da taxa Selic em 15% ao ano por período bastante prolongado fará com que a autoridade monetária cumpra o objetivo de levar a inflação à meta de 3%, mostrou na terça-feira a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

 

“Na medida em que o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê dá prosseguimento ao estágio em que opta por manter a taxa inalterada por período bastante prolongado, mas já com maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o BC no documento. Na semana passada, o BC manteve a Selic em 15% ao ano e pregou a manutenção desse nível por período longo para atingir a meta sem apresentar sinalização sobre cortes à frente, contrariando pressões vindas de autoridades do governo, que têm criticado o patamar dos juros. Na ata, o BC disse que dados de inflação seguem indicando uma dinâmica mais benigna que o esperado, passando a ver também alguma melhor na inflação de serviços -- que é observada com atenção por seu comportamento inercial mais forte. "A inflação de serviços também apresentou algum arrefecimento, mas ainda se mostra mais resiliente, respondendo a um mercado de trabalho que segue dinâmico e a uma atividade que tem apresentado moderação gradual", afirmou.

A autarquia ainda removeu o trecho da ata da reunião do Copom de setembro que dizia que os núcleos de inflação se mantinham acima do valor compatível com a meta. O documento apontou que as expectativas de mercado para os preços seguiram em trajetória de declínio, mas ainda mais concentradas em horizontes curtos, apesar de movimento "agora mais nítido" em prazos para além do horizonte relevante para a política monetária. "O Comitê avalia que perseverança, firmeza e serenidade na condução da política monetária favorecerão a continuidade desse movimento, importante para a convergência da inflação à meta com menor custo", disse. Para o BC, a atividade econômica manteve trajetória de moderação do crescimento, reforçando que o cenário esperado está se concretizando. Na ata, a autarquia ainda apontou que optou por já incorporar em suas projeções de inflação uma estimativa preliminar do impacto do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, aprovado pelo Congresso Nacional e que deve entrar em vigor em 2026. O BC ponderou que a estimativa é "bastante incerta". "Esta opção por uma postura conservadora e dependente de dados é reforçada por exemplos recentes de medidas, fiscais e creditícias, que se conjecturava que poderiam levar a uma discrepância em relação ao cenário delineado, mas não provocaram divergências relevantes em relação ao que se esperava", afirmou.

REUTERS

 

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