CLIPPING DO SINDICARNE Nº 989 DE 11 DE NOVEMBRO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 989 | 11 de novembro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: semana abre com estabilidade
Os preços físicos do boi gordo abriram a semana com estabilidade, mas o viés de alta ainda permanece ativo, refletindo a menor oferta de animais terminados e o aquecimento da demanda pela carne bovina, sobretudo a externa. NO PARANÁ: Boi: R$330,00 por arroba. Vaca: R$295,00. Novilha: R$310,00. Escalas de abate de seis dias. Boi china: PARANÁ: R$ 323,00/@ (à vista) e R$ 327,00/@ (prazo)
Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi sem padrão-exportação segue valendo R$ 320/@, enquanto o “boi-China”, a vaca gorda e a novilha terminada são negociados por R$ 325/@, R$ 298/@ e R$ 312/@, respectivamente (todos os preços são brutos e com prazo). As exportações brasileiras de carne bovina in natura iniciaram novembro/25 atingindo o maior volume diário desde a primeira semana de março/25, destaca a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na primeira semana de novembro foram enviadas 100,54 mil toneladas, com média diária de 20,11 mil toneladas, um avanço de 82,52% em relação ao volume médio obtido na semana anterior e um recorde para um 11º mês do ano em volume semanal e diário. Por sua vez, a receita acumulada na primeira semana de novembro/25 somou US$ 554,03 milhões, com média diária de US$ 110,81 milhões, um crescimento de 80,44% frente ao mesmo período do ano anterior.
Após duas semanas consecutivas de ajustes positivos, o preço médio da tonelada embarcada fechou a semana com recuo de 0,51%, atingindo US$ 5,51 mil. A primeira semana de novembro foi marcada pela forte pressão de baixa nos contratos futuros de boi gordo, enquanto o mercado físico manteve o ritmo de aumento gradual registrado no mês anterior.
Segundo levantamento da Agrifatto, o Indicador Datagro (praça paulista) registrou valorização de 1,11% na comparação entre as últimas duas sextas-feiras, cotado a R$ 322,96/@.
Considerando a mesma base de comparação, no mercado futuro, a semana consolidou uma tendência de baixa generalizada, com recuos em todos os vencimentos: novembro/25 encerrou a R$ 320,80/@ (-2,49%), dezembro/25 a R$ 324,00/@ (- 3,07%), janeiro/26 a R$ 329,50/@ (-1,69%) e fevereiro/26 a R$ 330,00/@ (-1,76%). Na última semana, considerando a média da semana, o indicador Datagro registrou uma valorização de 1,48% sobre o valor médio da semana anterior, encerrando o período cotado a R$ 322,13/@. Por sua vez, o indicador Agrifatto apresentou uma média semanal de R$ 324,66/@, com aumento de 2,24%. Já o indicador Cepea fechou a última semana com uma média de R$ 322,71/@, acumulando avanço de 1,89%. Na última semana, a carcaça casada do boi gordo continuou avançando pela sexta semana consecutiva, com elevação de 1,80% no comparativo semanal, atingindo R$ 21,70/kg, em média, o maior patamar das últimas 27 semanas, de acordo com os dados da Agrifatto. O traseiro bovino se destacou entre as valorizações, com avanço de 1,87%, ficando cotado a R$ 25,25/kg. A ponta de agulha seguiu o mesmo ritmo do traseiro, valorizando 1,87%, para R$ 18,06/kg, enquanto o dianteiro bovino registrou incremento semanal de 1,79%, finalizando cotado em R$ 18,97/kg. SÃO PAULO: Boi comum: R$330,00 a arroba. Boi China: R$330,00. Média: R$330,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$310,00. Escalas de abates de sete dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de sete dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$330,00. Boi China: R$330,00. Média: R$330,00. Vaca: R$295,00. Novilha R$310,00. Escalas de seis dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. PARÁ: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. GOIÁS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China/Europa: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de seis dias. RONDÔNIA: Boi: R$290,00 a arroba. Vaca: R$265,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de nove dias. MARANHÃO: Boi: R$290,00 por arroba. Vaca: R$265,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de nove dias. Preços brutos do “boi-China” de acordo com levantamento diário da Scot Consultoria: SÃO PAULO: R$ 321,00/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). MINAS GERAIS (Exceto região Sul): R$ 308,00/@ (à vista) e R$ 312,00/@ (prazo). MATO GROSSO: R$ 306,00/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). MATO GROSSO DO SUL: R$ 321,00/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). GOIÁS: R$ 306,00/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). PARÁ/PARAGOMINAS: R$ 304,00/@ (à vista) R$ 308,00/@ e (prazo). PARÁ/REDENÇÃO E MARABÁ: R$ 304,00/@ (à vista) e R$ 308,00/@ (prazo). RONDÔNIA: R$ 291,00/@ (à vista) e R$ 295,00/@ (prazo). ESPÍRITO SANTO: R$ 296,00/@ (à vista) e R$ 300,00/@ (prazo). TOCANTINS: R$ 301,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo).
AGRIFATTO/PORTAL DBO/SCOT CONSULTORIA
Embarques de carne bovina in NATURA SOMAM 100,8 mil toneladas na primeira semana de novembro/25
Média diária exportada teve um avanço de 67,5% nos primeiros cincos dias úteis de novembro/25
Os embarques de carne bovina in natura mantêm bom desempenho na primeira semana de novembro de 2025, com volume exportado de 100,8 mil toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em novembro do ano passado, o volume total exportado foi de 228,1 mil toneladas em 19 dias úteis. A média diária exportada nos cinco primeiros dias úteis ficou em 20,1 mil toneladas, avanço de 67,5% frente a média diária do ano anterior, que ficou em 12 mil toneladas. O faturamento com as exportações de carne bovina in natura na primeira semana de novembro de 2025 alcançou US$ 554 milhões, enquanto no mesmo mês do ano anterior foi US$ 1,111 bilhão. A média diária da receita até a primeira semana de novembro ficou em US$ 110,8 milhões, ganho de 89,4%, frente ao observado no mês de novembro do ano passado, com US$ 58,4 milhões. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram próximos de US$ 5.510 por tonelada e isso representa um ganho anual de 13,1%, sobre o valor médio de 2024 que estava em US$ 4.871 por tonelada.
SECEX/MDIC
SUÍNOS
Embarques de carne suína crescem 10,1% em outubro e registra segundo melhor resultado da história
Alta acumulada no ano chega a 12,9% e projeta crescimento para 2025; Receita obtida entre janeiro e outubro de 2025 supera total de 12 meses de 2024
As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 144 mil toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é o segundo maior resultado mensal da história do setor, e supera em 10,1% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 130,9 mil toneladas. Em receita, as exportações de carne suína totalizaram US$ 343,6 milhões em outubro - também segundo melhor desempenho em receitas de exportação do histórico setorial - saldo 9,7% maior em relação ao obtido no ano anterior, com US$ 313,3 milhões.
No acumulado do ano até aqui (janeiro a outubro), as exportações brasileiras de carne suína totalizaram 1,266 milhão de toneladas, saldo 12,9% maior em relação ao obtido no mesmo período do ano passado, com 1,121 milhão de toneladas. Em receita, a alta acumulada chega a 22,7%, com US$ 3,046 bilhões registrados entre janeiro e outubro deste ano, contra US$ 2,482 bilhões no mesmo período de 2024. A receita registrada nos dez primeiros meses de 2025 já supera o total obtido com as exportações de 2024, de US$ 3,033 bilhões (ou seja, a receita de 2025 já é recorde histórico para o setor). Principal destino das exportações do setor, as Filipinas importaram 46,3 mil toneladas de carne suína em outubro, volume 21% maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Em seguida está o Japão, com 10,7 mil toneladas (+5,9%), México, com 10,05 mil toneladas (+27,1%), China, com 10,03 mil toneladas (-47,6%), Hong Kong, com 8,4 mil toneladas (-1,3%), Chile, com 7,8 mil toneladas (-17,8%), Vietnam, com 7 mil toneladas (+21,4%), Singapura, 5,4 mil toneladas (+19,6%), Costa do Marfim, com 4,1 mil toneladas (+266,7%) e Uruguai, com 4 mil toneladas (+10,8%). Principal estado exportador, Santa Catarina embarcou 69 mil toneladas de carne suína em outubro (+0,6%) em relação ao mesmo período do ano passado, seguida pelo Rio Grande do Sul, com 36,5 mil toneladas (+32%), Paraná, com 22,2 mil toneladas (+7,6%), Minas Gerais, com 3,7 mil toneladas (+13,9%) e Mato Grosso, com 3,5 mil toneladas (+14,2%).
ABPA
Exportações de carne suína recuam 3,8% na primeira semana de novembro/25, com leve queda nos preços
Na segunda-feira (10), as exportações de carne suína in natura atingiram 27,2 mil toneladas até a primeira semana de novembro/25.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado de carne suína em novembro do ano anterior chegou a 107,6 mil toneladas, em 19 dias úteis. A média diária exportada até a primeira semana de novembro ficou em 5,4 mil toneladas, recuo de 3,8%, frente ao observado em novembro do ano passado, com 5,6 mil toneladas. Com relação ao preço médio, o valor ficou em US$ 2.438 por tonelada, leve queda de 4% frente ao valor negociado no ano anterior, com US$ 2.540 por tonelada. Com relação ao valor negociado para o produto até a primeira semana de novembro/25 ele ficou em US$ 66,4 milhões, sendo que no ano anterior a receita total em novembro foi de US$ 273,4 milhões. A média diária ficou em US$ 13,2 milhões, baixa de 7,7%, frente ao observado no mês de novembro do ano passado, com US$ 14.390,7 milhões.
SECEX/MDIC
FRANGOS
Média diária exportada de carne de frango avança 17,6%, mas preços recuam na primeira semana de novembro/25
Na segunda-feira (10), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) reportou que o volume exportado de carne de aves in natura ficou em 135,1 mil toneladas até a primeira semana de novembro/25.
No ano passado, o volume total exportado foi de 436,5 mil toneladas em 19 dias úteis de novembro. A média diária até a primeira semana de novembro/25 ficou em 27 mil toneladas, sendo que isso representa um avanço de 17,6% frente à média diária exportada do ano anterior, que ficou em 22,9 mil toneladas. O preço pago pelo produto ficou em US$ 1.811 por tonelada, e isso representa uma queda de 3,5% se comparado com os valores praticados em novembro do ano anterior, com US$ 1.877 por tonelada. A receita obtida até a primeira semana de novembro ficou em US$ 244,7 milhões, enquanto em novembro do ano anterior o valor ficou em US$ 819,5 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 48,9 milhões, avanço de 13,5% frente a média diária observada em novembro do ano anterior, que ficou em US$ 43,1 milhões.
SECEX/Mdic
EMPRESAS
Em seu primeiro balanço, MBRF registra lucro de R$ 94 milhões
No terceiro trimestre do ano, resultado líquido da empresa formada por Marfrig e BRF caiu 62% em relação igual período de 2024. Embargo ao frango brasileiro afetou desempenho da MBRF, segundo Miguel Gularte
A MBRF, empresa resultante da fusão entre Marfrig e BRF, registrou um lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre de 2025, uma queda de 62% em relação aos R$ 248 milhões do mesmo período de 2024. Este é o primeiro balanço divulgado desde a fusão que deu origem à nova companhia, anunciada em maio. A receita líquida da MBRF totalizou R$ 41,8 bilhões, aumento de 9,2% sobre o terceiro trimestre do ano anterior, impulsionada pelo crescimento de 3,7% no volume total de vendas, que atingiu 2,1 milhões de toneladas, um recorde histórico. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 3,5 bilhões, recuo de 8,6% na comparação anual, e a margem Ebitda ajustada ficou em 8,4%, ante 10% no mesmo período de 2024. Já o lucro bruto somou R$ 5,1 bilhões, redução de 3% na mesma base de comparação, com margem bruta de 12,3%, inferior aos 13,9% de um ano antes. Segundo a empresa, os números de MBRF foram comparados com Marfrig, que como controladora já consolidava os dados de BRF desde 2022. A Marfrig apurava o lucro líquido atribuído ao controlador considerando o percentual de posição acionária que detinha em BRF. Com a incorporação das ações, em 22 de setembro, a empresa fundada por Marcos Molina passou a incorporar 100% do lucro líquido da BRF. Como a fusão entre as empresas ocorreu no fim do terceiro trimestre, esse efeito não esteve presente em todo o período. Caso estivesse, o lucro líquido de MBRF seria próximo R$ 200 milhões entre julho e setembro deste ano, apurou a reportagem. O balanço divulgado na segunda-feira (10) mostrou ainda que a alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, da MBRF ficou em 3,09 vezes, praticamente estável em comparação com as 3,07 vezes registradas no terceiro trimestre de 2024. O resultado consolidado reflete o desempenho das três frentes de negócio da empresa. A BRF respondeu por 39% do faturamento, com alta de 5,4% na receita líquida e queda de 14,9% no Ebitda. Já a operação na América do Sul representou 14% da receita e teve crescimento de 31,8% no Ebitda. A América do Norte foi responsável por 47% da receita, com avanço de 12,2%. Segundo José Ignácio, vice-presidente de finanças e relações com investidores da MBRF, o resultado reflete um movimento pontual. “O principal ‘driver’ dessa queda de lucro líquido foi a performance operacional da BRF, que mesmo em patamares extremamente altos e saudáveis, teve uma leve retração na comparação anual”, afirmou em entrevista. Dentre os fatores que prejudicaram o desempenho da BRF, ele destacou o fechamento de mercados importantes para frango brasileiro, entre eles a China, após a confirmação de caso de gripe aviária em granja comercial em Montenegro (RS), em maio. Com a reabertura das exportações para o país asiático, anunciada na última sexta-feira, a expectativa da MBRF é de avanço nos resultados da operação da BRF nos próximos meses. O CEO da MBRF Miguel Gularte afirmou na entrevista que o trimestre foi marcado por forte desempenho comercial, com volume de vendas e receita recorde após crescimento de 3,7% e 9,2%, respectivamente. “Os resultados trimestrais reforçam o potencial da MBRF”, acrescentou. No Brasil, o avanço foi puxado pelos produtos processados, cujo volume vendido cresceu 7%. Na América do Sul, o aumento nas vendas da companhia foi de quase 18% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos EUA, o desempenho se manteve positivo apesar do cenário restritivo, segundo José Ignácio. “Mantivemos um desempenho sólido na América do Norte, com gestão eficiente do ciclo pecuário e estabilidade das margens, mesmo em um ambiente de menor oferta de gado”. De acordo com a empresa, do total de R$ 1 bilhão em sinergias mapeadas no início do processo de fusão, 60% já devem ser alcançados no primeiro ano de operação. Do montante esperado, R$ 231 milhões devem vir de otimização das estruturas corporativas, R$ 470 milhões em ganhos na cadeia de suprimentos, R$ 230 milhões em áreas comerciais e logísticas e R$ 73 milhões de outras iniciativas.
VALOR ECONÔMICO
Marfrig amplia programa de recompra de ações
A Marfrig comunicou ao mercado, em Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na segunda-feira, a aprovação, pelo seu Conselho de Administração, de um aditamento ao programa de aquisição de ações de sua própria emissão. A alteração autoriza a compra de um adicional de até 64.606.165 ações ordinárias.
Com esse acréscimo, o novo limite total do Programa de Recompra passa a ser de até 104.593.595 ações ordinárias. Esse montante total de ações autorizado, somado às 1.906.405 ações já detidas em tesouraria pela companhia, representa 15,22% do total das ações ordinárias emitidas pela Marfrig. O programa, em sua nova forma, terá prazo máximo de 18 meses, iniciando em 11 de novembro de 2025 e com término previsto para 11 de maio de 2027. A aquisição dos papéis será realizada a preços de mercado por meio da B3, com a intermediação do Itaú Corretora, BTG Pactual Corretora e Santander Corretora. A Marfrig informou que os recursos para as recompras virão do total das reservas de lucros e de capital, além do resultado efetivo do exercício corrente. O Conselho de Administração garantiu que a operação não irá prejudicar o cumprimento das obrigações da companhia nem comprometerá o pagamento de dividendos obrigatórios, citando a sólida situação de liquidez e geração de caixa da Marfrig como justificativa.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Como a ciência busca reduzir emissões de metano na pecuária sem perda de produtividade
Avanços em combinação genética, nutrição animal e manejo de pastagens serão apresentados na COP30
Apontada por muito tempo como uma das vilãs do aquecimento global, a pecuária deve ocupar um papel central nas discussões da COP30, que começa esta semana no Brasil — país que lidera as exportações mundiais de carne bovina. Em meio à crescente pressão por uma produção mais sustentável, instituições de pesquisa vêm acumulando evidências de que é possível reduzir as emissões de metano sem comprometer a produtividade. Os avanços, que combinam genética, nutrição animal e manejo de pastagens, serão apresentados na Conferência das Partes como parte do entendimento de que a pecuária pode ser uma aliada no enfrentamento da crise climática. Produzido no processo de fermentação entérica (o popular "arroto" do boi), que ocorre no sistema digestivo dos ruminantes, o metano (CH4) é um gás de efeito estufa com alto potencial de aquecimento global — cerca de 28 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2) ao longo de 100 anos. Apesar de permanecer menos tempo na atmosfera do que o CO2, tem impacto climático mais intenso no curto prazo, o que torna sua redução uma prioridade nas estratégias de mitigação das mudanças climáticas. Em 2021, durante a COP26, na Escócia, o Brasil se comprometeu a reduzir a emissão desse gás.
Em Bagé (RS), na região do bioma Pampa, a Embrapa Pecuária Sul realiza provas de emissão de gases, que buscam apontar os animais que emitem menos metano. Em três anos, já foram testados 420 exemplares das raças hereford, braford, angus, brangus e charolês - raças populares no Rio Grande do Sul, e são usadas em cruzamentos industriais em outras regiões do país. O trabalho tem permitido identificar os reprodutores com menor emissão de gases e maior eficiência na conversão alimentar. Além disso, estão em andamento ensaios metabólicos com diferentes dietas, estudos sobre subprodutos regionais e novas parcerias com instituições de pesquisa. O próximo passo é levar esse monitoramento também para propriedades rurais privadas. "O grande objetivo deste projeto é coletar dados de situações reais para auxiliar a Secretaria do Meio Ambiente [do Rio Grande do Sul] nos inventários de gases do Estado", explica a pesquisadora Cristina Genro, que acredita que a COP30 pode representar um novo marco para a pecuária sustentável. A medição das emissões é feita por meio de um regulador de ingresso de ar, posicionado acima do focinho do animal, que capta o metano que ficará reservado no coletor, localizado nas suas costas. Em um dos experimentos, o touro menos eficiente emitiu 532,5 gramas de metano por dia, enquanto o mais eficiente emitiu 128 gramas - ambos tratados nas mesmas condições alimentares. Isso significa que, se o touro mais eficiente gerar 200 milhões de filhos (por meio de inseminação artificial) e transmitir essas características aos seus descendentes, o total de metano emitido na atmosfera terá sido de 9,4 milhões de toneladas por ano - uma diferença de 240% em relação à prole do touro menos eficiente. O desempenho de cada animal é determinado pela genética, segundo a pesquisadora. O banco de dados genéticos em construção permitirá incluir o atributo “menor emissão de metano” nos programas de melhoramento, por meio das DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie, indicador usado na avaliação genética que permite estimar o quanto a descendência de um reprodutor irá se diferenciar da média de outros animais). A estimativa da Embrapa é de que o melhoramento genético tenha potencial de redução de 30% a 40% das emissões de metano. Já o manejo de pastagens e a nutrição poderiam reduzir, juntos, em outros 30%. A pesquisa ainda não observou, porém, se esses quesitos poderão ser cumulativos, uma vez que não foram analisados os filhos dos animais avaliados. Leia Mais em: https://globorural.globo.com/pecuaria/noticia/2025/11/pesquisas-buscam-reduzir-emissoes-na-pecuaria-sem-perda-de-produtividade.ghtml?feedvaloragro&interno_origem=valoragro
GLOBO RURAL
INTERNACIONAL
Trump anuncia investigação sobre JBS, Cargill, Tyson Foods e National Beef
Segundo o governo norte-americano, essas quatro indústrias controlam 85% do mercado de processamento de carne bovina nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou planos para investigar os quatro maiores frigoríficos – JBS, Cargill, Tyson Foods e National Beef –, sob alegação de que eles estão “aumentando o preço da carne bovina por meio de conluio ilícito, fixação de preços e manipulação de preços”. Segundo o governo norte-americano, essas quatro indústrias controlam 85% do mercado de processamento de carne bovina nos EUA. No último fim de semana, em declarações pelas redes sociais, Trump instruiu o Departamento de Justiça a iniciar imediatamente a investigação. “Por muito tempo, um punhado de gigantescos frigoríficos pressionou os produtores de gado dos Estados Unidos, reduziu os rebanhos e aumentou os preços da carne bovina nos supermercados”, afirmou um comunicado da Casa Branca, que continuou: “Ao examinar se essas empresas violaram as leis antitruste por meio de preços coordenados ou restrições de capacidade, esta investigação irá erradicar qualquer conluio ilegal, restaurar a concorrência justa e proteger nossa segurança alimentar.” O canal australiano de notícias Beef Central afirmou em seu portal que o anúncio de Trump “claramente ignorou o fato de que o rebanho bovino dos EUA está em seu nível mais baixo em 70 anos devido ao impacto da seca, o que forçou os preços da carne bovina a atingirem recordes históricos este ano”. Complementa o portal: “Os frigoríficos norte-americanos registraram grandes prejuízos durante a maior parte deste ano, com a disparada dos preços do gado. Dificilmente isso indica conluio”. A Beef Central lembra que Trump tem sofrido pressão da indústria pecuária dos EUA nos últimos tempos, após anunciar planos para importar carne bovina da Argentina a fim de reduzir os preços internos da proteína. O principal grupo de lobby do setor, a Associação Nacional de Pecuaristas (National Cattlemen’s Beef Association), afirmou na época que ele estava prejudicando os pecuaristas. Ainda segundo texto da Beef Central, em comunicado, o Instituto Americano da Carne salientou que a maioria dos processadores estão perdendo dinheiro. “Apesar dos altos preços da carne bovina para o consumidor, os frigoríficos têm perdido dinheiro porque o preço do gado está em níveis recordes”, disse a presidente e CEO Julie Anna Potts, que acrescentou: “Há mais de um ano, os frigoríficos vêm operando com prejuízo devido à oferta restrita de gado e à forte demanda”. Porém, de acordo com a reportagem da Beef Central, o grupo de produtores R-Calf, com sede em Montana, recebeu bem o anúncio de Trump. “Há muito tempo existe uma desconexão entre os preços do gado e os preços da carne bovina, e acreditamos que isso seja uma evidência de falha de mercado”, disse o CEO do grupo. “Apoiamos esta investigação para garantir que os produtores de gado recebam preços competitivos pelo seu gado e que os consumidores paguem preços definidos por um mercado competitivo, em vez de um mercado monopolista”.
BEEF CENTRAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Adapar promove atualização técnica para veterinários em diversas regiões do Paraná
Com o objetivo de atualizar os médicos veterinários sobre a evolução da situação epidemiológica da brucelose e da tuberculose bovina no Paraná, as palestras também foram palco para a apresentação das novas portarias publicadas pela Adapar.
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), promoveu uma série de ações de atualização técnica voltadas aos médicos veterinários habilitados e cadastrados no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT). Até o momento, mais de 300 profissionais passaram pela atualização, e a estimativa é que o número ultrapasse os 400 até o final do ano. Estão previstas mais palestras sobre o programa e sobre o bem-estar dos animais de produção em dezembro, nas regiões do Sudoeste e Centro-Oeste paranaense. Com o objetivo de atualizar os médicos veterinários sobre a evolução da situação epidemiológica da brucelose e da tuberculose bovina no Paraná, as palestras também foram palco para a apresentação das novas portarias publicadas pela Adapar, como é o caso da que regulamenta o uso do teste complementar para diagnóstico da tuberculose bovina (Teste Elisa). A regulamentação foi um dos temas discutidos, sendo um dos destaques das palestras por ser um relevante método complementar ao saneamento de focos de tuberculose, e que amplia as ferramentas disponíveis para o diagnóstico e controle da doença. A iniciativa é do Departamento de Saúde Animal (Desa) da Agência e contribui para as ações continuadas de prevenção contra as doenças. Os eventos foram promovidos nos municípios de Cascavel e Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Estado; em Cornélio Procópio, na região Norte; em Irati, no Centro-Sul; e em Maringá e Umuarama, no Noroeste do Estado. Os participantes das reuniões tiraram suas dúvidas e contribuíram com sugestões acerca da situação epidemiológica da brucelose e tuberculose bovina e as novas regulamentações sanitárias.
Para a chefe da Divisão de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose da Adapar, Marta Freitas, a atualização contínua dos profissionais habilitados é essencial para o fortalecimento das ações de defesa sanitária animal e para a proteção da saúde humana. “O trabalho dos médicos veterinários habilitados é fundamental para garantir a sanidade do rebanho paranaense e a segurança dos alimentos de origem animal. A atualização técnica é uma forma de assegurar que todos estejam alinhados com as normas vigentes e com os avanços científicos disponíveis”, afirma. Os médicos veterinários habilitados no PNCEBT são os responsáveis pela execução dos testes diagnósticos de brucelose e tuberculose. A atualização contínua destes profissionais em relação aos conhecimentos, boas práticas e novas metodologias é um passo importante para o controle das doenças, e para o bom andamento do programa sanitário.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai para perto dos R$5,30 com otimismo sobre fim da paralisação nos EUA
O dólar emplacou na segunda-feira a quarta queda consecutiva no Brasil e se reaproximou dos R$5,30, acompanhando o otimismo dos investidores ao redor do mundo após avanço no Senado dos EUA de iniciativa para pôr fim à paralisação do governo norte-americano.
Em uma sessão de ganhos para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou em baixa de 0,51%, aos R$5,3076 na venda -- menor cotação desde os R$5,2787 de 23 de setembro deste ano. Em 2025, a divisa acumula queda de 14,10%. Às 17h18, o contrato de dólar futuro para dezembro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- cedia 0,55% na B3, aos R$5,3265. No domingo, o Senado dos EUA avançou com uma medida que busca encerrar a paralisação do governo federal, que já dura 40 dias, congelando a divulgação de indicadores econômicos e dificultando o funcionamento de diversos serviços. Em uma votação sobre procedimentos, os senadores deram andamento a um projeto aprovado pela Câmara, que será emendado para financiar o governo até 30 de janeiro e incluir um pacote com três propostas de dotações orçamentárias para todo o ano. Se o Senado aprovar a versão emendada, ela ainda precisará passar pela Câmara e ser enviada ao presidente Donald Trump para assinatura, processo que pode levar vários dias. A possibilidade de a paralisação ser encerrada direcionou a demanda dos investidores para ativos de risco, como ações, títulos de países emergentes e moedas ligadas a commodities. No Brasil, o boletim Focus mostrou que a mediana das projeções dos economistas do mercado para o dólar no fim deste ano seguiu em R$5,41 e no final de 2026 em R$5,50. Já a Selic projetada para o fim de 2025 seguiu em 15,00% e para o encerramento do próximo ano, em 12,25%. Pela manhã, o BC anunciou um conjunto de regras para regulamentar o mercado de ativos virtuais no país, incluindo normas para autorização e prestação de serviços. De acordo com o BC, transferências internacionais usando ativos virtuais serão consideradas operações no mercado de câmbio. Além disso, a regulamentação cria as Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (SPSVAs), além de atualizar normas para outras instituições que atuam no mercado de ativos virtuais, como corretoras de câmbio, corretoras de títulos e valores mobiliários e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
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Ibovespa ultrapassa 155 mil pontos pela 1ª vez com embalo externo
Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, ultrapassando os 155 mil pontos pela primeira vez no melhor momento, embalado pelo viés positivo de praças acionárias no exterior em meio a expectativas sobre o fim do "shutdown" nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,69%, a 155.132,32 pontos, novo topo de fechamento, de acordo com dados preliminares. No melhor momento, alcançou 155.601,15 pontos. Na mínima, 154.058,43 pontos. Com tal desempenho, o Ibovespa confirmou a 14ª sessão seguida no azul, a maior desde a série de 15 altas entre maio e junho de 1994. O volume financeiro no pregão desta segunda-feira somava R$19,9 bilhões antes dos ajustes finais.
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Mercado mantém expectativas para Selic no Focus após Copom em 15% até o fim de 2025
Economistas do mercado financeiro mantiveram inalteradas suas expectativas para a taxa básica de juros Selic ao fim de 2025 e dos próximos três anos após reunião da semana passada em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu manter a Selic em 15,00% e disse que manterá os juros neste patamar por período bastante elevado, sem dar sinalizações sobre possíveis cortes à frente, mostrou pesquisa Focus do BC
Os cerca de 100 economistas consultados pela autoridade monetária mantiveram suas estimativas para os principais indicadores da economia brasileira em relação ao levantamento passado. Para a Selic, as projeções permanecem em 15,00% ao final de 2025, 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% ao término de 2028. Foi a vigésima semana seguida em que os analistas consultados mantiveram a estimativa para a Selic terminal deste ano. Já em relação à inflação medida pelo IPCA, referência para o regime de metas, os analistas consultados mantiveram seus cálculos em 4,55% para 2025, 4,20% para 2026, 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028. A meta para a inflação é de 3,00% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Os cálculos para o crescimento do Produto Interno Bruto -- 2,16% em 2025 e 1,78% para 2026 -- e para o câmbio -- R$5,41 por dólar em 2025 e R$5,50 em 2026 -- também foram mantidos em relação à semana anterior.
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ICVA mostra declínio de 1,1% nas vendas do varejo brasileiro em outubro descontada a inflação
O faturamento do varejo brasileiro encolheu 1,1% em outubro ante o mesmo período do ano passado, descontada a inflação, de acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA), calculado pela empresa de pagamentos controlada por Banco do Brasil e Bradesco.
Foi o quinto mês seguido de queda em termos reais. Em termos nominais, ICVA de outubro subiu 3,8%, com crescimento de 6,8% no comércio eletrônico e de 2,8% nas vendas físicas, mostraram os números divulgados pela Cielo na segunda-feira. Entre os macrossetores analisados pelo indicador, os de serviços e bens duráveis registraram quedas de 3,2% cada, enquanto o de bens não duráveis apurou aumento de 0,4%. No caso do setor de serviços, a Cielo afirmou que a queda mais significativa ocorreu em Bares e Restaurantes, segmento afetado principalmente pelas notícias de contaminação de bebidas por metanol, a partir do final de setembro, principalmente no estado de São Paulo. Entre as regiões, segundo dados deflacionados, o Centro-Oeste registrou retração de 2,5% no faturamento do varejo no mês passado, seguido por Norte, com queda de 2,1%; Sudeste, com declínio de 1,5%; Nordeste, com baixa de 0,8%; e Sul, com recuo de 0,7% no período. "Outubro mostra um cenário de atenção, mas também de oportunidade", avaliou o vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, Carlos Alves, no relatório com os dados. "Segmentos de Serviços tiveram um desafio extra devido a fatores mais pontuais, como a crise do metanol, enquanto setores como Farmácias e Móveis começam a dar sinais de recuperação e trazer fôlego ao varejo", afirmou.
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