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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 960 DE 01 DE OUTUBRO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 960 | 01 de outubro de 2025

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL 

 

Boi gordo: Scot aponta quedas em SP e Agrifatto apurou altas em AL, GO, MG, PA e TO 

Com as escalas tranquilas e um fraco escoamento de carne bovina no mercado doméstico, alguns frigoríficos de São Paulo aproveitaram a boa oferta de animais da terça-feira (30/9) para negociar valores do boi gordo abaixo das referências de segunda-feira (29/9) — com exceção da vaca, cuja cotação não mudou, informou a Scot Consultoria. No PARANÁ: Boi: R$315,00 por arroba. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de seis dias.

 

Com isso, pelos números apurados pela Scot, o boi gordo sem padrão-exportação perdeu R$ 3/@ nesta terça, no mercado paulista, e agora vale R$ 302/@. Por sua vez, o “boi-China” registrou desvalorização diária de R$ 1/@, fechando o dia em R$ 307/@ — R$5/@ de ágio sobre a cotação do animal direcionado ao mercado interno paulista. A maior baixa ficou para a novilha gorda, que recuou R$ 5/@ em São Paulo, para R$ 290/@. Segundo levantamento da Scot, as escalas de abate das indústrias paulistas atendem, em média, 11 dias. Dados coletados pela Agrifatto indicaram aumento nos preços do boi gordo em 5 das 17 praças monitoradas nesta terça-feira: AL, GO, MG, PA e TO. Nas demais regiões, os preços da arroba permaneceram estáveis, acrescenta a consultoria. Segundo o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, a oferta de animais terminados está confortável ao comprador e a demanda por carne bovina segue morosa no mercado interno, refletindo a menor capitalização da população. Enquanto isso, diz Fabbri, a taxa de ocupação dos confinamentos em 2025 superou o índice do ano anterior em todos os meses, elevando a oferta de bovinos oriunda de parceiros. Enquanto a demanda interna promete recuperação lenta, as vendas externas assumem um papel central na manutenção das atividades e no equilíbrio do mercado pecuário, destacam os analistas da Agrifatto. Os embarques brasileiros de setembro/25 podem superar 300 mil toneladas de carne bovina fresca, congelada e resfriada, o que seria um novo recorde mensal para o setor, antecipa a consultoria. Segundo Fabbri, a virada de mês, período de pagamento dos salários, poderá dar tração ao consumo interno e a maior necessidade de reabastecimento das gôndolas no varejo. O analista da Scot cita um outro fundamento de alta esperado para o curto prazo: a época sazonal de preparo da estação de monta nas propriedades do Brasil-Central e, consequentemente, a menor oferta de fêmeas aos frigoríficos – principalmente os menores. Na segunda-feira (29/9), os contratos do boi gordo encerraram o pregão da B3 em alta. O papel com vencimento em dezembro/25 encerrou o o primeiro dia da semana cotado a R$ 324,45/@, com ligeira alta de 0,43% em comparação ao fechamento da sexta-feira (26/9). Cotações do boi gordo desta terça-feira (30/9), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$315,00. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$290,00. Novilha R$300,00. Escalas de seis dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de nove e oito dias, respectivamente. GOIÁS: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China/Europa: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$275,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$285,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias. 

Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO

 

Arroba paulista valoriza e amplia diferença de preço com Mato Grosso em setembro

Preço da arroba do boi gordo em Mato Grosso registrou uma leve queda de 0,31%

 

O preço da arroba do boi gordo em Mato Grosso registrou uma leve queda de 0,31%, com a média de R$ 295,98. De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), essa disparidade elevou o diferencial de base (MT-SP) para -5,13%, uma redução de 0,66 ponto percentual em comparação com agosto. A principal causa para essa diferença é o aumento da oferta de bovinos terminados. Esse movimento tem pressionado os preços do boi gordo, principalmente em Mato Grosso, enquanto a demanda em São Paulo se mantém mais aquecida, garantindo a valorização local. A expectativa do mercado é que esse cenário possa mudar no final do ano, com a tendência de recuperação dos preços do boi gordo, o que poderia encurtar a diferença de base entre os dois estados. O futuro desse diferencial dependerá da dinâmica entre oferta e demanda nas próximas semanas, período crucial para a pecuária brasileira. Na semana anterior, o preço do boi magro de 12@ no estado do Mato Grosso recuou 2,89% entre as semanas, sendo cotado em média a R$ 342,60/@, devido à menor procura pela categoria. O Instituto mato-grossense ainda destacou que as indústrias seguem com suas escalas de abate confortáveis, em média a 13,50 dias úteis, alta de 0,19% no comparativo semanal. O Imea reportou também que devido ao alongamento das escalas pelos frigoríficos, o preço da arroba do boi gordo a prazo caiu 1,09% na semana passada, sendo cotado em média a R$ 295,00/@. 

IMEA

 

FRANGOS

 

Normalizadas, exportações de carne de frango mostram ter superado o efeito IAAP

Mesmo continuando com seu principal mercado fechado, as exportações de carne de frango in natura dão claras mostras de superação e de retorno à normalidade: nos cinco dias úteis da quarta semana de setembro somaram 113.500 toneladas, desempenho que não era observado desde a 1ª semana de maio passado, ou seja, antes que ocorresse o episódio de IAAP na avicultura comercial

 

Com este resultado, a média diária embarcada nos primeiros 20 dias de úteis de setembro se encontra na casa das 22.025 toneladas, volume cerca de 2,5% superior ao alcançado há um ano e quase 24% acima do registrado em agosto passado. É, também, o quarto melhor resultado dos últimos 12 meses. Assim, antes de completado o mês, chegam às 440,5 mil toneladas, volume que supera o que foi exportado, mês a mês, entre maio e agosto, e que, na prática, se iguala às 440,6 mil toneladas de abril, maior volume dos últimos 12 meses. Mantida a mesma média nestes dois últimos dias de setembro, o total exportado no mês irá superar as 480 mil toneladas, aumentando pouco mais de 7% em relação a setembro de 2024. Já o total acumulado em nove meses irá ultrapassar os 3,640 milhões de toneladas, ficando em torno de meio por cento aquém do registrado nos mesmos nove meses do ano passado. Por ora, porém, os 3,605 milhões de toneladas acumulados permanecem negativos em 1,68%. No entanto, até aqui, os ganhos em volume não se estendem ao preço. Pouco superior a US$1.764,00/tonelada, ele se encontra 8% aquém dos US$1.918,74/tonelada alcançados há um ano. Como resultado, a receita decorrente, da ordem de US$777 milhões, permanece quase 6% aquém da obtida em setembro de 2024. Porém, mantidos os atuais parâmetros de volume e preço, pode aproximar-se dos U$855 milhões, resultado apenas 1% menor que o de um ano atrás.

AVESITE

 

EMPRESAS

 

Minerva quer reduzir endividamento usando dinheiro que compraria plantas da Marfrig no Uruguai

Empresa alcançou 100% de sinergias nas unidades adquiridas. Minerva espera ter crescimento orgânico de 10% em 2026

 

O montante de, aproximadamente, R$ 750 milhões que seria utilizado pela Minerva para a compra de três unidades da Marfrig - atual MBRF - no Uruguai terá outro destino após o negócio ter sido barrado pela Comisión de Promócion y Defensa de la Competencia (Coprtodec) , autoridade antitruste uruguaia. "Vamos usar o recurso para fazer redução de dívida, ajudar no processo de desalavancagem da companhia", disse Edison Ticle, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Minerva, na terça-feira (30/9) durante o Minerva Day. A expectativa do executivo é fechar o ano de 2025 com a relação entre dívida líquida e Ebitda (alavancagem) abaixo de 2,8 vezes. Com o processo de redução de endividamento, e o retorno da geração de caixa positivo, a Minerva pretende voltar a pagar dividendos em 2026. A compra das unidades uruguaias de San José, Salto e Colônia fazia parte de uma transação em que a Minerva comprou 13 plantas da Marfrig localizadas no Brasil, Argentina e Chile. As plantas já adquiridas estão sob o controle da Minerva desde outubro de 2024, quando esta etapa da transação foi concluída. Depois de ter barrado algumas vezes o negócio no Uruguai, a Coprodec deu mais uma negativa na semana passada. O CEO da Minerva, Fernando Queiroz, disse que é possível recorrer sobre a decisão, mas a companhia ainda está avaliando se tomará alguma medida. As 13 unidades da Minerva que foram adquiridas da Marfrig - atual MBRF - no Brasil, Argentina e Chile alcançaram 100% das sinergias esperadas no final de setembro, um trimestre mais cedo do que o esperado, afirmou Ticle. As novas plantas passaram a ser operadas pela compradora em outubro do ano passado. "Isso vai nos permitir rodar o quarto trimestre com utilização de capacidade acima de 75%", ressaltou o executivo durante o Minerva Day. Ticle calcula que as unidades estão entregando entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) por trimestre. Isso significa que o Ebitda anual das novas unidades pode se aproximar de R$ 1,5 bilhão por ano, mesmo sem as três plantas localizadas no Uruguai que estavam previstas no contrato de compra, mas tiveram o negócio barrado pela autoridade antitruste do país Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Coprodec). "Os números das performances das plantas adquiridas são sensivelmente superiores ao que anunciamos na aquisição. Provavelmente, no ano que vem a gente vai revisitar estes números", disse. Diante deste desempenho operacional e com um cenário internacional de demanda firme pela carne produzida na América do Sul, sem dar um novo guidance, Ticle acredita que o Ebitda de 2025 pode ficar ao redor de R$ 4,75 bilhões a 5,2 bilhões para a companhia como um todo. A receita líquida do ano tende a alcançar um montante entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões. "A gente deve ficar muito perto do topo do range", afirmou. A geração de fluxo de caixa livre caminha para terminar 2025 positiva entre R$ 500 milhões e R$ 1,5 bilhão e, nesta conjuntura, a alavancagem - relação entre dívida líquida e Ebitda - está estimada entre 2,5 vezes e 2,8 vezes. "A gente fecha o ano certamente com uma alavancagem abaixo de 2,8 vezes", enfatizou Ticle. Segundo ele, um fator que contribuiu para este processo foi o aumento de capital realizado pela companhia, que pode chegar a R$ 3 bilhões até 2028. A otimização de processos com o uso de inteligência artificial nas operações da Minerva tem potencial para gerar uma captura de valor da ordem de R$ 288 milhões por ano. Atualmente, a companhia estima que tem conseguido R$ 40 milhões em ganhos, mas é possível avançar, disse o vice-presidente de tecnologia, Roberto Stern. As otimizações estão, por exemplo, nas áreas de logística, arbitragem na compra de gado, orçamento e precificação. Enquanto dá sequência a um processo de redução de endividamento, que limita novas aquisições, a Minerva pretende crescer 10% organicamente em 2026. "O crescimento vai ser orgânico, que vem das eficiências das operações", disse Ticle. O executivo destacou que a empresa também pretende obter cerca de R$ 2 bilhões com a alienação de imóveis considerados não essenciais para a Minerva. Um dos ativos que estão em análise para possível alienação é uma planta de biodiesel localizada em Palmeiras de Goiás (GO). Estes recursos da alienação de imóveis devem ajudar na meta de diminuição de endividamento da companhia. O CEO da empresa, Fernando Queiroz, acrescentou que onde há espaço para a Minerva expandir no médio e longo prazo é na categoria de produtos de valor agregado, lembrando que a companhia é a que mais tem atuação em áreas de gado no bioma dos pampas, onde há raças europeias. As perspectivas para curto e longo prazo vêm em um cenário de demanda firme por carne no mercado internacional e a percepção de que houve uma mudança no patamar de preços do produto.

Globo Rural

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Brasil pode aprovar maior carga tributária do mundo com isenção do IRPF, alertam empresas

Brasil pode aprovar maior carga tributária do mundo para empresas junto a isenção do IRPF. 

 

O Congresso Nacional pode aprovar nesta semana a maior carga tributária do mundo para empresas. O alerta é de entidades empresariais, que chegaram a essa conclusão por meio de um estudo que investigou os impactos do Projeto de Lei (PL) 1.087/2025. O PL tem como objetivo ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil.

Segundo estudo encomendado pela Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (Abrasca), caso o PL seja aprovado como está, o país pode atingir um patamar de mais de 40% de tributação sobre o lucro empresarial. Uma alíquota que desalinharia o Brasil em relação à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fórum internacional que reúne 38 países para promover o desenvolvimento econômico e social. O estudo foca nas empresas sujeitas ao regime do Lucro Real, nas Companhias Abertas e no Investimento Estrangeiro Direto (IED), setores que seriam desproporcionalmente afetados pela mudança. A principal conclusão do relatório é a projeção de um aumento significativo nas alíquotas. No caso de instituições financeiras o imposto sobre o lucro poderia chegar até a 48%. Para as pessoas jurídicas brasileiras não-financeiras que apuram pelo Lucro Real, a alíquota efetiva média de tributação (IRPJ/CSLL + Novo IRRF) saltaria para mais de 30,77%. Este percentual efetivo equivaleria a uma alíquota nominal de 40,6%, superando os atuais 34% e se tornando o maior índice global, segundo o estudo. Em contraste, a média dos países da OCDE é de uma tarifa de cerca de 23% sobre os lucros. Para a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), um aumento tão grande da tributação resulta no comprometimento da iniciativa privada e do investimento produtivo. Embora apoie uma revisão na faixa, alerta para riscos de prejudicar o ambiente de negócios e os investimentos. “A Fiep reconhece a importância de ampliar a faixa de isenção do IRPF, (...) No entanto, a entidade alerta para os riscos de compensar essa medida com o aumento da carga sobre a renda corporativa, (...) prejudicar o ambiente de negócios e afastar investimentos”, escreveu a entidade. Como forma de compensação para a perda de arrecadação, a sugestão da Fiep é de taxar 15% sobre a receita bruta das apostas virtuais de cota fixa, conhecidas como bets.

Gazeta do Povo

 

85% das cidades paranaenses registram saldo positivo de empregos em 2025

A campeã de vagas é Curitiba, que empregou 22.989 pessoas no acumulado do ano. Na sequência aparecem Londrina, São José dos Pinhais, Cascavel, Maringá, Toledo, Colombo, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Arapongas.

 

Com o terceiro maior saldo de empregos formais do País entre janeiro e agosto de 2025, o Paraná tem 339 dos seus 399 municípios com índice positivo na geração de postos de trabalho, o equivalente a 85% do Estado. É o que mostra o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apenas as cidades de Diamante do Sul, no Centro-Sul, e Peabiru, no Centro-Oeste, registraram o mesmo número de contratações e demissões nos primeiros oito meses do ano, com 32 e 510 vagas, respectivamente. Outras 58 cidades tiveram saldo negativo de vagas, apenas 14,5% do Estado. A campeã de vagas é Curitiba, que empregou 22.989 pessoas no acumulado do ano, resultado das 402.125 admissões e 379.136 demissões. O setor de serviços é o que mais contratou na cidade, com 15.708 vagas, seguido do comércio, com 3.464; construção, com 2.180; indústria, com 1.546; e agropecuária, com 91 empregos criados. O estoque de empregos da Capital é de 830.753. Na sequência aparece a segunda cidade mais populosa do Estado. Londrina teve 7.920 empregos formais gerados de janeiro a agosto deste ano, com os serviços liderando a oferta de vagas, com 5.267. Foram 81.826 contratações, contra 73.906 desligamentos, com um estoque de 180.781 postos de trabalho. São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vem em terceiro lugar, com saldo positivo de 5.105 vagas e um estoque de 126.075. Serviços, com 2.830 vagas, e indústria, com 1.231, foram os principais setores responsáveis pelas contratações. Completam a lista de 10 municípios com mais vagas criadas em números absolutos Cascavel (4.756), Maringá (4.493), Toledo (3.747), Colombo (2.327), Foz do Iguaçu (2.251), Ponta Grossa (2.223) e Arapongas (2.001). Outras três cidades da RMC aparecem em sequência na criação de postos de trabalho: Fazenda Rio Grande, com 1.775 vagas; Araucária, com 1.758; e Pinhais, com 1.564 oportunidades. Fecham a lista de municípios com mais de mil vagas criadas de janeiro a agosto de 2025 Dois Vizinhos (1.528), Paranaguá (1.255), Apucarana (1.160), Pato Branco (1.072), Almirante Tamandaré (1.034) e Umuarama (1.007). O Paraná é o terceiro estado com maior volume de novas vagas com carteira assinada geradas entre janeiro e agosto de 2025. Nos oito primeiros meses deste ano, o saldo de empregos formais no Estado foi de 108.778 – resultado de 1,43 milhão de admissões e 1,32 milhão de desligamentos no período. O saldo de empregos do Estado foi o melhor da região Sul, superando Santa Catarina (83,8 mil) e Rio Grande do Sul (74,5 mil). Em nível nacional, ficou atrás apenas de São Paulo (436,7 mil) e Minas Gerais (152,9 mil), estados mais populosos. Com as novas contratações, o Paraná conta atualmente com um estoque de 3,3 milhões de empregos.

Agência Estadual de Notícias

 

Governo encaminha LOA de R$ 81,6 bilhões à Assembleia

O destaque para o ano que vem é justamente o maior valor da peça orçamentária de toda a história do Paraná, superando em 4% o orçamento de 2025 – o maior até então. Dentro desse valor está incluso também os R$ 7,1 bilhões destinados apenas para investimentos, outro recorde da peça orçamentária.

 

Com orçamento recorde de R$ 81,6 bilhões, o Governo do Estado enviou na terça-feira (30) o Anteprojeto de Lei Orçamentária (PLOA), referente ao ano de 2026 à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Ele estabelece a estimativa de receita e fixa as despesas do Orçamento Geral do Estado. O texto prevê um total de R$ 78,9 bilhões de receitas totais destinadas ao Orçamento Fiscal e ao Orçamento do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Isso inclui o pagamento de pessoal e encargos sociais, juros e outras despesas correntes. Além disso, outros R$ 2,7 bilhões são destinados ao Orçamento de Investimento das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista. Já para as diferentes áreas do governo, como Saúde, Educação e Segurança Pública, o PLOA prevê um crescimento médio de 4%. Segundo o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, isso é reflexo de uma mudança de metodologia que tornou as projeções orçamentárias para os vários setores mais factíveis com a capacidade de execução de cada pasta. “Essa medida torna o orçamento do Paraná ainda mais eficiente, o que faz com que o valor recorde seja tão emblemático. São mais de R$ 81 bilhões que chegarão de fato ao dia a dia do paranaense”. Ortigara destaca o total destinado para investimentos, o maior já planejado pelo Estado. “São 11% a mais do que previsto no orçamento de 2025 (R$ 6,3 bilhões). E esses R$ 7,1 bilhões vão se converter em obras e entregas em todas as regiões do Paraná, levando desenvolvimento e melhorias para o cidadão na forma de estradas, de escolas, hospitais e serviços de qualidade. Somando com os investimentos destinados às nossas empresas, como Sanepar e Portos do Paraná, o total ultrapassa os R$ 9,8 bilhões”, afirma. Na LOA 2025, o total para investimentos foi de R$ 9,4 bilhões. O Paraná projeta uma receita corrente de R$ 75,1 bilhões para 2026. Essas receitas referem-se à entrada de recursos financeiros que sustentam as operações regulares do governo. O valor é 5% maior em relação à LOA de 2025, que foi de R$ 71,3 bilhões. O aumento é puxado principalmente pela perspectiva de um acréscimo de 7% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A prospecção da Secretaria de Estado da Fazenda é que o valor salte dos atuais R$ 31,1 bilhões para R$ 33,3 bilhões. Há ainda mais R$ 1,7 bilhão de receitas de capital — recursos destinados a financiar investimentos e projetos de longo prazo, como operações de crédito e alienação de bens — e outros R$ 4,7 bilhões de receitas intraorçamentárias, totalizando os R$ 81,6 bilhões previstos pela secretaria. Já as despesas correntes representam uma parte significativa do orçamento, e somam R$ 68,5 bilhões. Estas despesas englobam os custos operacionais do governo, como pagamento de salários de servidores públicos, manutenção de instalações, aquisição de materiais, entre outros. Despesas de capital estão previstas em R$ 8,8 bilhões, além de cerca de R$ 1,8 bilhão destinados a reservas de contingência. As despesas de capital são direcionadas para investimentos em infraestrutura, aquisição de ativos fixos, e outros gastos que visam melhorar a capacidade produtiva e o crescimento de longo prazo. Outro ponto importante do PLOA 2026 encaminhado à Assembleia Legislativa diz respeito aos valores destinados à Saúde e Educação, que também aumentaram. A LOA traz um total de R$ 18,9 bilhões para a Educação, o que representa um aumento de 2% em comparação ao valor presente no orçamento de 2025 (R$ 18,6 bilhões). Já na Saúde, o crescimento é de 7% em relação à peça orçamentária anterior, chegando aos R$ 10 bilhões. Nas despesas referentes a Transporte e Urbanismo, o salto é ainda maior. O orçamento de 2026 prevê mais de R$ 4,1 bilhões apenas para obras e melhorias em estradas e urbanização. O valor é 34% superior ao presente na LOA 2025, que foi de R$ 3,1 bilhões. Quanto aos poderes, os orçamentos do Legislativo, Judiciário e Ministério Público obedecerão aos limites percentuais da Receita Geral do Tesouro Estadual estabelecidos na LDO 2026: Legislativo, 5% (dos quais 1,9% para o Tribunal de Contas); Judiciário, 9,5%; e Ministério Público, 4,2%. A Defensoria Pública receberá R$ 260 milhões.

Agência Estadual de Notícias

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar fecha estável em dia de Ptax e temor de paralisação nos EUA

Em um dia de oscilações estreitas, o dólar fechou a terça-feira praticamente estável no Brasil, influenciado por um lado pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês e por outro pelo recuo da moeda norte-americana no exterior, em meio ao temor de paralisação parcial do governo dos EUA.

 

O dólar à vista encerrou a sessão em leve alta de 0,06%, aos R$5,3228. No ano, a divisa acumula queda de 13,86%. Às 17h03 na B3 o dólar para novembro -- que nesta terça-feira passou a ser o mais líquido no Brasil -- subia 0,06%, aos R$5,3650. Na primeira metade do dia o dólar sofreu a influência da disputa pela Ptax -- taxa calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). “O dólar andou de lado durante a disputa da Ptax. Os vendidos conseguiram conquistar algum espaço na primeira e na segunda janela de coleta, mas depois os comprados deram uma forçada nas cotações na terceira e na quarta”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. As janelas de coleta do BC são próximas de 10h, 11h, 12h e 13h. Definida a Ptax (R$5,3186) no início da tarde, o dólar à vista ficou livre para oscilar conforme o noticiário, mas ainda assim as cotações se mantiveram travadas, próximas da estabilidade. “Estão todos em compasso de espera pela negociação sobre o Orçamento dos Estados Unidos”, disse Rugik. Desde o início do dia investidores acompanhavam os desdobramentos das negociações entre republicanos e democratas, nos Estados Unidos, em torno de uma proposta orçamentária para evitar o “shutdown” (paralisação) do governo a partir de quarta-feira. A falta de acordo conduzia a busca pela segurança dos Treasuries, pesando sobre os rendimentos dos títulos, e a queda do dólar ante a maior parte das demais divisas globais. Ainda assim, no Brasil o dólar se manteve perto da estabilidade ante o real. À tarde, em uma indicação de que o acordo sobre o Orçamento não parece próximo, o presidente dos EUA, Donald Trump, advertiu os democratas que permitir a paralisação do governo federal à meia-noite daria a sua administração a oportunidade de tomar medidas "irreversíveis", incluindo o encerramento de programas importantes para eles.

Reuters

 

Ibovespa fecha quase estável no último dia de mês positivo, marcado por recordes

O Ibovespa assegurou nova máxima intradia no último pregão de setembro, antes de fechar a terça-feira quase estável, reflexo de realização de lucros e com as ações da Petrobras entre as maiores pressões em meio à queda do petróleo no exterior.

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,07%, a 146.237,02 pontos, após marcar 147.578,39 pontos no melhor momento -- novo topo intradia -- e 145.774,24 pontos na mínima do pregão. O volume financeiro somou R$23,02 bilhões. Em setembro, o Ibovespa acumulou uma valorização de 3,4%, em performance apoiada pelo fluxo de capital externo, com entrada de líquida de R$4,79 bilhões no mês até o dia 26. Tal movimento tem sido endossado pela perspectiva de novos cortes de juros dos Estados Unidos ainda neste ano, bem como expectativas de que o Banco Central do Brasil também começará a promover um afrouxamento monetária no começo de 2026. "Tivemos um cenário de otimismo global, puxado pela expectativa de cortes de juros nos EUA ainda este ano", afirmou o especialista em investimentos Leonardo Santana, sócio da casa de análise Top Gain. Ele acrescentou que o mercado já precifica mais dois cortes pelo Federal Reserve, o que pode mudar o fluxo internacional de capitais, acrescentando que há trilhões de dólares parados em renda fixa americana. "Parte desse dinheiro começa a migrar em busca de mais retorno em mercados emergentes. Nesse contexto, o Brasil se torna particularmente atraente, pois temos uma das maiores taxas de juros reais do mundo e uma bolsa que ainda apresenta potencial de valorização", disse.

Reuters 

 

Desemprego no Brasil fica estável em 5,6% no tri até agosto e repete menor nível da série histórica

A taxa de desemprego no Brasil ficou estável no trimestre até agosto frente aos três meses encerrados em julho e interrompeu série de quatro quedas seguidas nesse tipo de comparação, mas permaneceu no nível mais baixo da série histórica do IBGE com o menor contingente de pessoas desocupadas, mostrando que o mercado de trabalho segue aquecido e resiliente.

 

Nos três meses até agosto, a taxa de desemprego permaneceu em 5,6%, repetindo a taxa de julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O resultado mostra queda na comparação com os três meses imediatamente anteriores, até maio, quando foi de 6,2%. No mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego havia sido de 6,6%. A taxa, que segue no patamar mais baixo desde 2012, início da série histórica, ainda ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. O mercado de trabalho vem mostrando força e resiliência neste ano mesmo diante de uma desaceleração gradual da atividade econômica, o que mantém o Banco Central em alerta. Neste mês, o BC decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15%, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta. Se por um lado o mercado de trabalho forte com renda elevada ajuda a sustentar a economia, especialmente através do consumo das famílias, por outro dificulta o controle da inflação, com atenção especial à de serviços. Nos três meses até agosto, o número de desempregados caiu 9,0% ante o trimestre até maio e atingiu 6,084 milhões de pessoas, o menor contingente da série, o que representa ainda queda de 14,6% sobre o mesmo período de 2024. Já o total de ocupados aumentou 0,5% na comparação trimestral, com 102,418 milhões de empregados, uma alta de 1,8% em relação ao ano anterior. Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado registraram aumento de 0,4% nos três meses até agosto sobre o trimestre imediatamente anterior, atingindo um recorde de 39,118 milhões de pessoas. Os que não tinham carteira subiram 0,5%. "O mercado de trabalho aquecido proporciona uma alteração do perfil das contratações, pois com menor disponibilidade relativa de mão de obra, as contratações somente acontecem com mais benefícios para os trabalhadores, como a carteira assinada por exemplo”, explicou o analista da pesquisa, William Kratochwill. Segundo ele, a queda na desocupação passa pelo setor de educação pública. "A educação pré-escolar e fundamental faz contratações ao longo do primeiro semestre. São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários", explicou ele. Esse grupo faz parte dos trabalhadores sem carteira do setor público, que cresceu 5,5% em relação ao trimestre até maio e aumentou 0,8% frente ao trimestre até agosto de 2024. No período, a renda média real chegou a R$3.488, de R$3.457 no trimestre até maio, uma alta de 0,9%.

Reuters

 

Dívida pública bruta do Brasil fica estável em 77,5% do PIB em agosto, mostra BC

A dívida bruta do Brasil ficou estável em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que o esperado, de acordo com dados divulgados na terça-feira pelo Banco Central.

 

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou agosto em 77,5%, mesmo nível do mês anterior e abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 78,0%. Já a dívida líquida do setor público foi a 64,2%, de 63,6% em julho e expectativa de 64,1%. Em agosto, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$17,255 bilhões, menor do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de R$21,0 bilhões. O desempenho mostra que o governo central teve déficit de R$15,934 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram rombo primário de R$1,314 bilhão e as estatais tiveram saldo negativo de R$6 milhões, mostraram os dados do Banco Central.

Reuters

 

Dívida pública federal sobe 2,59% em agosto e Tesouro eleva projeção para estoque em 2025

A dívida pública federal subiu 2,59% em agosto ante julho, para R$8,145 trilhões, informou na terça-feira o Tesouro Nacional, que também elevou seu parâmetro para o estoque total da dívida no encerramento de 2025 citando um ambiente de maior demanda por títulos públicos federais.

 

Em agosto, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$7,845 trilhões, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu R$300,23 bilhões. Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de agosto, 20,95% correspondiam a títulos prefixados, 26,10% a títulos vinculados a índices de preços, 49,29% a papeis atrelados à Selic e 3,67% a papeis cambiais. No mês passado, o crescimento da dívida deveu-se, conforme o Tesouro, à emissão líquida no valor de R$136,64 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$69,33 bilhões. O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública -- uma espécie de "colchão" para o pagamento dos compromissos -- subiu 14,78% em termos nominais em agosto, para R$1,134 trilhão, o que garante o pagamento dos próximos 7,78 meses de vencimentos. Na comparação com agosto de 2024, a reserva de liquidez aumentou 23,73%. O Tesouro também promoveu um ajuste em seu Plano Anual de Financiamento (PAF) do ano. A meta para o estoque da dívida pública federal (DPF) no final deste ano foi para a faixa de R$8,500 trilhões a R$8,800 trilhões no PAF 2025, ante intervalo de R$8,100 trilhões a R$8,500 trilhões previsto anteriormente. "Diante de queda nas taxas futuras nas partes intermediária e longa da curva de juros e de um ambiente de menor volatilidade em relação ao último trimestre de 2024, o Tesouro Nacional identificou uma janela de oportunidade para aumentar o volume de emissões a partir do início do ano", afirmou o Tesouro em nota, ao justificar o fato de o estoque da dívida ter crescido acima do previsto inicialmente. "A estratégia foi executada de forma compatível com a demanda de mercado, sem exercer pressões significativas sobre os preços." Durante entrevista coletiva em Brasília, o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Leal, afirmou que, ainda que o parâmetro máximo para o estoque no ano seja de R$8,800 trilhões, isso não significa que o Tesouro esteja buscando este número ou que o limite vá, de fato, ser alcançado. "Estabelecemos parâmetros confortáveis para a dívida", comentou Leal, acrescentando que em semanas recentes o Tesouro adotou um ritmo "mais moderado" de emissões, na comparação com o início do ano. Durante a coletiva, Leal reconheceu que períodos eleitorais podem "carregar um pouco mais de volatilidade no ano que em outros períodos", mas ressaltou que o Tesouro nunca encontrou dificuldades no financiamento da dívida. Segundo ele, como a janela de oportunidade em 2025 estava positiva, o Tesouro atuou para que possa entrar no próximo ano em situação mais confortável. "Não há uma expectativa específica de que este ano eleitoral será mais volátil ou não", afirmou Leal, acrescentando que o Tesouro também não está mirando um nível específico para o colchão de liquidez, hoje suficiente para cobrir os vencimentos dos próximos 7,78 meses. "A gente evita chegar ao nível prudencial, que é de 3 meses", ressaltou. Apesar de ter alterado o parâmetro para o estoque da DPF em 2025, o Tesouro manteve o prazo médio da dívida pública em 2025 no intervalo de 3,8 a 4,2 anos. O órgão também manteve no PAF as metas atuais de participação dos diferentes títulos na dívida: 19% a 23% para prefixados; 24% a 28% para papeis indexados a índices de preços; 48% a 52% para títulos vinculados à Selic e 3% a 7% para títulos cambiais. Na entrevista coletiva, Leal reforçou ainda que o Tesouro será proativo nas emissões externas. Segundo ele, há espaço para nova emissão externa ainda em 2025, mas isso dependerá das condições do mercado e não será uma obrigação. Uma emissão de título sustentável no exterior, conforme Leal, está sendo considerada, podendo ser feita neste ou no próximo ano.

Reuters

 

Ipea reduz projeção do IPCA em 2025 de 5,2% para 4,8%

A valorização do real frente ao dólar – de cerca de 5% no último trimestre – foi apontada por pesquisadoras do órgão como a principal influência para a redução de 0,4 ponto percentual na projeção 

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a estimativa da inflação oficial brasileira em 2025 de 5,2% para 4,8%. A valorização do real frente ao dólar – de cerca de 5% no último trimestre – foi apontada por pesquisadoras do órgão como a principal influência para a redução de 0,4 ponto percentual na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas a safra recorde de grãos também teve impacto. Ambos os fatores contribuíram para o recuo das estimativas de alta dos preços de alimentos, bens industriais e combustíveis. A taxa estimada em 4,8% para o IPCA como um todo acompanha as projeções mais recentes dos economistas do mercado pelo relatório Focus do Banco Central (BC) da segunda-feira (29), de 4,81%. A expectativa do Ipea para a alta de preços administrados este ano acelerou de 4,4% para 4,7%, para refletir os reajustes das tarifas de transporte público. Por outro lado, houve recuo das previsões para a inflação dos alimentos no domicílio – de 6,7% para 4,4% - e dos bens industriais – de 3,6% para 3,1%. Responsáveis pelas estimativas, Maria Andréia Parente Lameiras e Tarsylla da Silva de Godoy Oliveira acreditam em altas menos intensas dos preços de carnes, aves, ovos e café, que refletiriam “cenário mais benigno para a inflação de alimentos”. “O processo de desinflação na economia brasileira avança, mas ainda de maneira bem gradual e com custo elevado em termos de política monetária”, afirmam as autoras do estudo “Análise e Projeções de Inflação”. Elas alertam, no entanto, que o cenário inflacionário ainda exige cautela, especialmente diante de pressões persistentes: “O principal ponto de atenção atual não está mais nos preços voláteis das commodities, que explicaram grande parte da inflação no período pós-pandemia, mas no comportamento dos serviços”. A estimativa para a inflação de serviços em 2025 foi mantida em 6,2%, diante de um cenário em que o mercado de trabalho segue aquecido apesar da desaceleração da atividade econômica. Os preços de serviços, lembram as autoras, é pressionado pela massa de rendimentos de toda a economia, pelo lado de demanda, e pelo custo da mão de obra, pelo lado da oferta. Na terça-feira (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, repetindo o menor nível da série histórica, iniciada em 2012. No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo médio de vida das famílias com renda de um a cinco salários-mínimos, a estimativa para a alta em 2025 recuou de 4,9% para 4,5%. Segundo o estudo, a queda é explicada por um aumento menos intenso na inflação de alimentos – cuja projeção caiu de 6,4% para 4,2% – e de bens industriais – de 3,2% para 2,9%. Apesar da revisão para baixo do IPCA, as pesquisadoras destacaram o grau de incerteza das projeções: “Nas condições internas, a sustentabilidade do controle inflacionário depende de política monetária vigilante e de ancoragem fiscal. Externamente, tensões geopolíticas e comerciais podem reverter o comportamento benigno de commodities e câmbio”, afirmam Lameiras e Oliveira na nota.

Valor Econômico 

 

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