CLIPPING DO SINDICARNE Nº 958 DE 29 DE SETEMBRO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 958 | 29 de setembro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi gordo fecha a semana em clima de calmaria, sem tendência definida
O mercado brasileiro do boi gordo encerrou a semana sem novidades: o ritmo de negócios segue lento e os preços do boi continuam lateralizados nas principais praças do País. No Paraná: Boi a R$315,00 por arroba.
Analistas que acompanham de perto o setor não arriscam em prever para onde vai o preço do boi no curtíssimo prazo, ou seja, não há tendência definida para a arroba para a última semana de setembro. Segundo a consultoria Agrifatto, nos Estados de Minas Gerais e de Goiás, os pecuaristas optaram por fracionar os lotes disponíveis e restringir a oferta, obtendo negociações em valores ligeiramente superiores ao longo da quinta-feira (25/9), embora em volumes reduzidos. Por outro lado, continua a Agrifatto, grandes frigoríficos, respaldados por contratos a termo com produtores e pelo uso de animais confinados próprios, mantêm os abates em patamares satisfatórios. “Apesar do avanço das escalas já sobre outubro, o volume comercializado mostrou-se apenas suficiente para garantir, na média nacional, 8 dias de abate, mantendo atendimento regular, mas sem excedentes significativos”, observa a Agrifatto.
Nesta sexta-feira (25/9), em SP, a arroba permaneceu cotada a R$ 310, de acordo com levantamento da Agrifatto, que não apurou ágio para o animal-China. Nas 16 outras regiões monitoradas diariamente pela consultoria, a média para arroba do boi gordo fechou a semana em R$ 292,65. Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo “comum” segue negociado em R$ 305/@, a vaca gorda em R$ 280/@, a novilha terminada em R$ 295/@ e o “boi-China” em R$ 308/@ (todos os preços são brutos e com prazo). Cotações: São Paulo: Boi comum a R$310,00 a arroba, Boi China a R$310,00 e média de R$310,00. Minas Gerais: Minas Gerais: Boi comum a R$285,00/@, Boi China a R$295,00/@ e média de R$290,00. Mato Grosso do Sul: Boi Comum e Boi China a R$315,00/@, com média de R$315,00. Mato Grosso: Boi comum a R$290,00/@, Boi China a R$300,00/@ e média de R$295,00. Tocantins: Boi comum a R$285,00 a arroba, Boi China/Europa a R$295,00 e média de R$290,00.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Escalas de abate dos frigoríficos brasileiros recuam para oito dias úteis, em média
Os frigoríficos paranaenses registraram a menor escala entre os Estados acompanhados pela Agrifatto, fechando a semana em 7 dias úteis
As escalas de abate das indústrias frigoríficas brasileiras recuaram em 1 dia útil, quebrando uma sequência de três semanas de estabilidade. Segundo dados computados pela Agrifatto, na semana encerrada nesta sexta-feira (26/9), a média nacional das programações das indústrias ficou em 8 dias úteis, ante 9 dias computados na sexta-feira anterior (19/9). Três praças pecuárias monitoradas pela consultoria registraram retração de 2 dias nas escalas de abate, em relação ao quadro observado em 19/9: Paraná, São Paulo e Rondônia. Os frigoríficos paranaenses registraram a menor escala entre os Estados acompanhados pela Agrifatto, fechando a semana em 7 dias úteis. Por sua vez, as praças paulista e rondoniense, cujas escalas também recuaram em 2 dias, agora trabalham com 8 e 10 dias de programação, respectivamente. Os frigoríficos de Mato Grosso computaram, na média, redução semanal de 1 dia útil nas programações de abate, fechando a sexta-feira (26/9) com 8 dias úteis. As praças mineira e goiana também recuaram em 1 dia útil e ambas encerraram a semana com 9 dias úteis de escalas. Nas demais praças monitoradas, as escalas de abate ficaram estáveis em relação à semana anterior, segundo a Agrifatto.
Portal DBO
SUÍNOS
Preços da suinocultura atingem máxima do ano, aponta Itaú BBA
Os dados estão disponíveis no Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA
Os preços do suíno vivo em São Paulo alcançaram a máxima do ano na primeira semana de setembro, superando o patamar registrado no fim de fevereiro, de R$ 9,40/kg. Após estabilidade em julho, as cotações subiram de forma consistente em agosto, quando a média mensal foi de R$ 8,75/kg, alta de 3,3% em relação a julho e de 3,6% frente ao mesmo mês de 2024. No atacado paulista, a meia carcaça suína encerrou agosto a R$ 13/kg, avanço de 6,9% em relação ao mês anterior. Os custos de produção permaneceram estáveis em agosto, em torno de R$ 6/kg na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Com a elevação dos preços do animal terminado, o spread estimado da atividade chegou a 28%. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne suína devem crescer até 7,2% em 2025, alcançando 1,45 milhão de toneladas, enquanto a produção está projetada em 5,42 milhões de toneladas (+2,2%). O consumo doméstico deve permanecer estável, com consumo per capita estimado em 18,5 kg/ano. Para 2026, a expectativa é de novos recordes, com exportações em 1,55 milhão de toneladas (+7%) e produção de até 5,55 milhões de toneladas (+2,4%).
Itaú BBA
FRANGOS
Após retomada dos embarques para UE, mercado do frango mostra recuperação dos preços em setembro
Preços médios da carne de frango avançaram 6,3% no comparativo mensal
Apesar do final do mês, as cotações do frango registraram movimentações pontuais positivas nesta semana impulsionadas pelo reaquecimento das exportações brasileiras, com destaque para o retorno das vendas à União Europeia e a expectativa de retomada dos embarques para a China. Com base no levantamento realizado pela Scot Consultoria, o preço do frango no atacado permaneceu estável e está cotado em R$ 7,55/kg nos últimos sete dias. Nas granjas, os preços permaneceram estáveis. Em São Paulo, a ave terminada segue negociada, em média, em R$ 6,40/kg. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou alta de 0,60%, em que passou de R$ 4,97/kg na sexta-feira passada para R$ 5,00/kg registrado nesta sexta-feira (26). A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também seguiu estável e está sendo negociada em R$ 4,75/kg. Com base no levantamento do Cepea, o indicador do frango resfriado registrou ganho de 2,13% em que saiu de R$ 7,98/kg na sexta-feira anterior e agora está cotado em R$ 8,15/kg. Já o frango congelado também registrou um avanço de 0,60% no comparativo semanal, em que saiu de R$ 7,96/kg para R$ 7,99/kg.
Pela primeira vez desde o episódio da gripe aviária em uma granja comercial do Brasil, em maio, os preços médios da carne de frango avançam frente aos do mês anterior. Segundo o Centro de Pesquisas, na parcial de setembro (até o dia 24), o frango congelado é negociado no atacado da Grande São Paulo à média de R$ 7,40/kg, 6,3% acima da de agosto, mas ainda abaixo dos R$ 8,60/kg de maio/25. Pesquisadores explicam que a recuperação dos valores está atrelada sobretudo ao reaquecimento das exportações brasileiras de carne avícola ao longo deste mês, que vem ajudando a enxugar a oferta doméstica. “O retorno das vendas à União Europeia nesta segunda quinzena – os envios ao bloco estavam suspensos desde maio –, bem como a expectativa de retomada dos embarques à China reforçam o otimismo do setor nacional”, informou. De acordo com as informações da Safras & Mercado, na semana o Brasil recebeu uma delegação chinesa para avaliar a possível retomada das exportações, o que tem gerado expectativas positivas entre os participantes do setor.
Safras/Scot Consultoria
CARNES
Carne bovina ganha espaço frente a frango e suíno em setembro, mas segue menos competitiva na comparação anual
A expectativa é que segundo semestre tenha uma melhora no poder de compra da população, o que pode favorecer o consumo de carnes de maior valor agregado, como a bovina.
O mercado atacadista de proteínas em São Paulo registrou movimentações distintas em setembro, segundo dados do Cepea. No caso da carne bovina, os preços do dianteiro ficaram praticamente estáveis na parcial do mês, com alta de 0,3% frente a agosto e de expressivos 26% em relação a setembro do ano passado. A primeira quinzena foi marcada por melhora nas vendas internas e externas, com exportações em bom ritmo, o que impulsionou os preços. No entanto, na segunda metade do mês, o consumo doméstico perdeu força e aumentaram as ofertas com valores mais baixos, mesmo com a continuidade das exportações. Já no mercado de frango, setembro trouxe estabilidade após quatro meses de queda. O frango congelado subiu 2,7% em relação a agosto e 2,5% na comparação anual, enquanto a carcaça de frango manteve preços firmes após a retração provocada pela gripe aviária registrada em maio. Já para a carne suína, a boa demanda diante da oferta colaborou para alta de 5,8% frente a agosto e de 4,1% no comparativo anual. De acordo com as informações da zootecnista e analista da HN Agro, Isabella Camargo, 1 kg de dianteiro bovino equivale a 2,6 kg de frango congelado em setembro. A relação ficou 2,3% menor do que em agosto, sinalizando ganho de competitividade para a carne bovina frente ao frango no curto prazo. Porém, em relação ao ano passado, a diferença ainda é 22,9% maior, mostrando perda no longo prazo. Quando comparado à carcaça suína, 1 kg de dianteiro equivale a 1,43 kg de suíno, sendo o menor patamar de 2025 até agora, com queda de 5,1% frente a agosto, mas ainda 21% acima do visto em 2024. Assim, no balanço do mês, a carne bovina ganhou espaço frente às concorrentes, mas segue menos competitiva em relação ao ano anterior. Embora o ritmo das exportações siga firme em 2025, a maior parte da produção permanece no mercado interno. O segundo semestre costuma trazer melhora no poder de compra da população, o que pode favorecer o consumo de carnes de maior valor agregado, como a bovina. Por outro lado, a alta inadimplência das famílias, mesmo diante da queda no desemprego, pode estimular a procura por alternativas mais baratas, como a carne suína e de frango, que também vêm apresentando maior competitividade frente à bovina no comparativo anual.
HN Agro
Brasil recebe autorização para exportar produtos cárneos para o Azerbaijão
Em 2024, as importações de carne de frango do país cresceram 46% na comparação com 2023
Consumo per capita de carne de frango no Azerbaijão gira em torno de 15 quilos por habitante O Ministério da Agricultura, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, anunciou ontem que o Brasil recebeu autorização para exportar produtos cárneos para o Azerbaijão. Localizado na região do Cáucaso e com cerca de 10,2 milhões de habitantes, o país tem ampliado suas relações comerciais com o Brasil nos últimos anos, segundo o governo brasileiro. Em 2024, o Brasil exportou US$ 21 milhões para Azerbaijão, com destaque para carnes, produtos florestais e outros produtos de origem animal. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lembra que o Brasil já registrou fluxos significativos de exportação de carne de frango ao Azerbaijão, interrompidas em 2019 e retomada de forma pontual em 2024. No último ano, as importações do país chegaram a 41,9 mil toneladas, crescimento de 46% na comparação com 2023. Segundo a ABPA, o consumo per capita de carne de frango no Azerbaijão gira em torno de 15 quilos por habitante, com 141 mil toneladas consumidas internamente e projeção de alcançar até 152 mil toneladas em 2026. Para a associação, a abertura reforça a posição do Brasil como parceiro estratégico do Azerbaijão, em um momento de crescimento consistente da demanda local.
Valor Econômico
GOVERNO
Brasil lidera exportação mundial em nove setores do agro
Para especialista, o Brasil tem condições de ter 40% do mercado mundial de carne de frango, 30% do mercado mundial de carne bovina e 20% de carne suína
Principal exportador mundial, Brasil responde por 31% dos embarques globais de café
O Brasil lidera as exportações mundiais em pelo menos nove cadeias produtivas do agronegócio. A informação está em levantamento da Harven Business School. Café, suco de laranja, soja e açúcar são alguns exemplos. Segundo Marcos Fava Neves, fundador da Harven, essa relevância traz ao Brasil não apenas ganhos econômicos, mas também grandes desafios em relação à sustentabilidade, inovação e formação de líderes preparados para manter a competitividade no mercado internacional. “O Brasil é uma potência mundial do agronegócio. Até o final dessa década, o Brasil tem condições de ter 40% do mercado mundial de carne de frango, 30% do mercado mundial de carne bovina e 20% de carne suína, se consolidando como principal fornecedor de alimentos do mundo”, diz Fava Neves. A porcentagem de participação do Brasil nas exportações mundiais, é bem ampla. O país participa de 74% das exportações de suco de laranja, 59% de soja, 56% de açúcar e 36% de carne de frango. Para carne bovina, café e fumo, o Brasil exporta 31%. Por fim, celulose (29%) e algodão (28%) fecham as 9 cadeias em que o Brasil lidera as exportações mundiais. No restante das cadeias, o Brasil tem participação em: milho (24%), etanol (23%), carne suína (15%), arroz (1%) e trigo (1%).
Globo Rural
INTERNACIONAL
Argentina retoma aplicação de retenciones sobre grãos e carnes após atingir cota
A Argentina retomará a aplicação do imposto sobre exportações (retenciones) sobre grãos e seus subprodutos e carnes, após atingir a cota de US$ 7 bilhões, segundo a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca, na sigla em espanhol).
Com isso, as exportações serão retomadas ao nível anterior, de 26% para a soja, 24,5% para farelo e óleo, 9,5% para o milho e 5% para a carne bovina. O governo argentino anunciou a suspensão na segunda-feira, 22, com validade até 31 de outubro ou até que fossem registradas exportações equivalentes a US$ 7 bilhões, de acordo com o comunicado no Diário Oficial. Nas redes sociais, a Arca publicou que a cota havia sido atingida e, com isso, “foi desativada a opção de registro das Declarações Juradas de Venda ao Exterior (DJVE) que estejam amparadas pelo benefício do referido decreto”. “A partir de agora, somente poderão ser registradas DJVE sob o esquema vigente anterior ao decreto 682/2025”, escreveu.
Agência Arca
Paraguai e Argentina vendem mais carne aos EUA e recorrem ao Brasil para não faltar no mercado interno
De acordo com o levantamento feito pela HN Agro, o Paraguai comprou do Brasil até a terceira semana de setembro/25 1.482 toneladas de carne bovina, isso representa um avanço de 327% frente ao embarcado em setembro/24, que tinha comprado apenas 347 toneladas.
Já os Estados Unidos importaram 4.575 mil toneladas do Brasil até a terceira semana de setembro/25, isso significa uma queda de 78% no comparativo anual, em que os americanos compraram 20.869 mil toneladas de carne bovina brasileira em setembro do ano anterior.
Em paralelo, as exportações paraguaias para os EUA cresceram 40% no mesmo período, evidenciando o papel do país como um hub de redistribuição regional. Analistas reforçam que, oficialmente, a triangulação direta da carne brasileira para os EUA não é permitida. O que ocorre, na prática, é a substituição: os vizinhos vendem sua própria carne aos americanos e importam do Brasil para manter o abastecimento interno. O impacto desse rearranjo já aparece nas cotações. O boi gordo no Paraguai atingiu, na última semana, máxima histórica de US$ 71,70/@, acumulando 12 semanas consecutivas de alta, segundo a Scot Consultoria. O valor está US$ 14,64 acima da arroba brasileira, que segue como a mais barata entre os grandes players internacionais (US$ 57,43/@ na referência paulista). Na Argentina, o boi gordo é negociado a US$ 62,5/@, também acima do nível brasileiro. Isso reforça a tese de que, mesmo penalizado pela tarifa, o Brasil permanece como fornecedor mais competitivo, servindo como “reserva de mercado” para os países vizinhos que precisam atender ao consumidor interno sem pressionar a inflação doméstica. Segundo as informações da Agrifatto, o Brasil continua com a arroba de boi gordo mais barata entre os principais fornecedores do mercado internacional de carne bovina, chegando na semana passada a um valor médio de US$ 57,1/@. Apesar do tarifaço, estimativas apontam que as exportações brasileiras de carne bovina podem crescer 10% em 2025, apoiadas justamente na demanda dos parceiros regionais. “Não é que a carne brasileira esteja chegando aos EUA via triangulação. O que acontece é que Argentina e Paraguai vendem sua produção e, para recompor estoques internos, recorrem ao Brasil, que é a origem mais competitiva do mundo”, explica Rodrigo Costa, Analista da PINE Agronegócios e Contribuidor no TC Investimentos. Para Isabella Camargo, zootecnista e analista da HN Agro, esse efeito dominó mostra a importância estratégica do Brasil: “O mundo depende da gente para comer. Mesmo diante de adversidades, o agro brasileiro encontra novos caminhos.” A medida de Donald Trump, ao invés de enfraquecer os embarques de carne bovina do Brasil, acabou fortalecendo as exportações brasileiras. Para o mês de setembro, as expectativas são que as exportações alcancem um novo recorde no volume e no faturamento.
Notícias Agrícolas
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Boletim do Deral prevê recorde de 46,3 milhões de toneladas na safra de grãos 24/25
Previsão do Departamento de Economia Rural é de que a safra fique em 46,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025, um recorde para o Estado. Volume previsto é bem acima da safra de grãos de 23/24 (38,48 milhões de toneladas) e supera o recorde da safra 22/23 (45,48 milhões de toneladas).
O Paraná deve colher 46,3 milhões de toneladas de grãos ao final da safra 2024/2025, um recorde para o Estado. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento informou que esse número ainda depende da conclusão da colheita das culturas de inverno. A previsão do Departamento fica bem acima da safra de grãos de 23/24 (38,48 milhões de toneladas) e supera o recorde da safra 22/23 (45,48 milhões de toneladas). De acordo com o Deral, o Paraná colheu 21 milhões de toneladas de soja no último ciclo. A produção recorde de milho (20,4 milhões toneladas) e feijão (841 mil toneladas) também colaborou para o patamar histórico desta safra. O estado ainda colheu 136 mil toneladas de arroz e 44,9 mil toneladas de café na safra 24/25. A esses números soma-se a produção das culturas de inverno que está em andamento. Por enquanto os produtores só colheram 41% da área de trigo, com um rendimento médio de 3.258 quilos por hectare (kg/ha), contra 2.139 na safra anterior. A produtividade também aumentou nas lavouras de cevada. No ciclo anterior o rendimento chegou a 3.841 kg/ha e este ano passou para 4.333 kg/ha, o que representou um salto significativo para a produção do Estado. “As últimas chuvas colaboraram para que essas produtividades pudessem ser alcançadas, ainda que tenham vindo com ventos fortes que acabaram causando acamamento em algumas lavouras”, informou Hugo Godinho, chefe da Divisão de Conjuntura do Deral. A previsão é que o Paraná colha 449 mil toneladas de cevada, nos 103 mil hectares cultivados. Esta área é bem superior aos 82.2 mil hectares da safra anterior. A colheita só atingiu 12% da área cultivada, mas os técnicos afirmam que, se as condições favoráveis persistirem, a safra recorde está assegurada. E as previsões continuam positivas. A safra de verão 25/26 está apenas iniciando. As mesmas chuvas que favoreceram a safra de inverno foram suficientes para umedecer o solo e o trabalho de plantio deve se intensificar a partir dos próximos dias. Até o início desta semana as culturas com melhor evolução de plantio eram o milho (64%), a batata (60%) e o feijão da primeira safra (28%) que são produções mais concentradas no Sul do Estado. A expectativa inicial é que o Estado produza 25,7 milhões de toneladas na próxima safra de verão. A soja é a principal cultura, com uma produção estimada de 21,9 milhões de toneladas. “A soja estava com 13% da área plantada e como o plantio começou na região onde havia déficit hídrico, os trabalhos devem ganhar força a partir de agora. Além disso, o vazio sanitário da soja só permite o plantio da cultura mais tardiamente em algumas regiões”, explicou Edmar Gervásio, do Deral. Na comparação nacional, o Paraná segue como o segundo principal produtor de grãos do Brasil, com 13,3% do mercado, atrás apenas do Mato Grosso (32,4%). Segundo o IBGE, que a estimativa da produção do Paraná cresceu 317.500 toneladas no último mês, segunda maior variação do Brasil.
SEAB-pr/DERAL
PR: Deral projeta aumento de 19% na área plantada com milho
Projeções ainda apontam para área estável da soja, mas com maior produtividade e volume
Produtores paranaenses devem semear uma área 19% maior de milho 1ª safra, segundo novas projeções do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), referentes ao dia 22 de setembro. Para a soja, no entanto, a área semeada deve ficar praticamente estável, com uma ligeira redução, de 5,771 milhões de hectares no ciclo 2024/25 para 5,770 milhões na temporada vigente. Para a safra de verão do milho, 333,8 mil hectares serão dedicados à cultura. O volume de produção deve ser de 3,40 milhões de toneladas, 11% acima de 2024/25. A produtividade média esperada é de 10.2078 kg/ha, ante 10.875 kg/ha no ciclo anterior. Conforme o Deral, os paranaenses devem colher, em condições normais, 21,9 milhões de toneladas de soja, 4% mais em relação ao ciclo anterior, que foi de 21,1 milhões de toneladas. A produtividade média é estimada em 3.802 quilos por hectare, ante 3.672 kg/ha.
Quanto ao trigo 2024/25, em fase de colheita, o Deral reduziu a estimativa de área, de 1,106 milhão de hectares na safra 2023/24 para 824,9 mil hectares em 2024/25, uma queda de 25%. A produção esperada é de 2,678,9 milhões de toneladas, ante 2,324 milhões de toneladas na temporada anterior, alta de 15%. A produtividade média estimada é de 3.2584 kg/ha.
Estadão Agro
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar acompanha exterior e cai ante o real após dado de inflação dos EUA
Após dois dias de alta firme, o dólar fechou a sexta-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após o índice de inflação PCE, indicador bastante observado pelo banco central norte-americano, ficar em linha com o esperado pelo mercado.
O dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, aos R$5,3386. Na semana a divisa acumulou alta de 0,34% e, no ano, queda de 13,60%. Às 17h03 na B3 o dólar para outubro -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,55%, aos R$5,3405. O Departamento do Comércio dos EUA informou pela manhã que o índice de preços PCE subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o indicador avançou 2,7%, depois de ter subido 2,6% em julho. O núcleo do índice, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, teve alta de 0,2% no mês passado, mesma taxa de julho. Nos 12 meses até agosto, houve alta de 2,9% no núcleo, igual a julho. Os resultados do PCE ficaram em linha com todas as medianas das projeções dos economistas ouvidos pela Reuters, reforçando a perspectiva de novo corte de juros pelo Fed no fim de outubro –- o que, em tese, torna o Brasil ainda mais atrativo ao capital internacional. Após a divulgação do PCE, o dólar se firmou no território negativo ante o real e, às 15h48, atingiu a cotação mínima de R$5,3362 (-0,54%), alinhado ao recuo da moeda norte-americana também no exterior. Às 17h05 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,36%, a 98,140. Pela manhã, o Banco Central informou que o Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$4,669 bilhões em agosto. Em 12 meses, o déficit acumulado totalizou o equivalente a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado foi melhor que o esperado por economistas ouvidos pela Reuters, que projetavam déficit de US$5,5 bilhões em agosto. O rombo do mês passado foi mais do que compensado pelo saldo de investimentos diretos no país (IDP), de US$7,989 bilhões.
Reuters
Ibovespa fecha quase estável com Vale ofuscando setor financeiro
O Ibovespa fechou com uma alta discreta na sexta-feira, sustentada principalmente pelo setor financeiro, com destaque para B3, que avançou 2%, em pregão enfraquecido pela Vale com a queda do minério e pelo tombo de Braskem, que está avaliando opções para sua estrutura de capital.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,1%, a 145.446,66 pontos, tendo marcado 145.145,81 pontos na mínima e 146.234,55 pontos na máxima do dia. Na semana, perdeu 0,29%. O volume financeiro somou apenas R$15,96 bilhões, bem abaixo da média diária do mês de R$22,6 bilhões, que é menor do que a média do ano, de R$23,8 bilhões. De acordo com o analista de investimentos Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, a fraqueza de Vale e Petrobras acabou debilitando o Ibovespa, dado o peso relevante que têm no índice, mas o pregão também refletiu um pouco de "compasso de espera" para um possível encontro entre os presidentes dos EUA e Brasil. Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu ao afirmar, durante seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, que havia se encontrado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brevemente nos bastidores e que havia gostado do brasileiro, acrescentando que eles conversariam na próxima semana. Dizendo-se "satisfeito" com a rápida conversa que teve com Trump na terça-feira após fazer seu discurso de abertura na ONU em Nova York, Lula confirmou na quarta-feira a possibilidade de uma reunião entre os dois nos próximos dias.
"Lula e Trump devem se encontrar para discutir sobre as tarifas (comerciais) e isso pode influenciar bastante o comportamento da bolsa", afirmou Mollo. Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam em alta, após dados de inflação dentro do esperado alimentarem as perspectivas de queda de juros nos Estados Unidos neste ano. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, registrou acréscimo de 0,59%. Nos EUA, o índice de preços PCE, medida de inflação preferida do Fed, subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o PCE avançou 2,7%, depois de ter subido 2,6% em julho.
Reuters
Exportações do agronegócio brasileiro crescem 1,5% em agosto apesar das tarifas americanas
Valor embarcado para os Estados Unidos teve queda de 17,6% em comparação com igual período de 2024, mas demanda crescente em outros mercados compensou a baixa
Em 6 de agosto, entrou em vigor a tarifa americana adicional de 50% anunciada por Donald Trump em julho deste ano sobre produtos importados do Brasil. Entre julho e agosto, foi observada uma diminuição de 27,7% das exportações do agro para os EUA, enquanto na base de comparação anual (entre agosto de 2025 e de 2024) houve uma queda de 17,6%. A redução ficou concentrada em produtos como carne bovina, café, madeira, açúcar e pescados. Contudo, o recuo das vendas ao mercado americano não foi suficiente para derrubar as exportações totais do setor. Na mesma comparação anual, as vendas externas do agronegócio aumentaram 1,5%, apesar de uma queda entre os meses de julho e agosto de 7,8% — variação considerada normal para o período. O baixo efeito sobre o montante total exportado deve-se à parcela relativamente pequena de produtos que o agronegócio brasileiro exporta aos EUA. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 164,3 bilhões em produtos do agro para o mundo, sendo que o mercado americano respondeu por 7% desse montante. Com isso, o país foi o terceiro maior destino dos embarques do agronegócio, atrás da União Europeia (15% das exportações totais) e da China (31%). Entre os principais produtos de agro exportados aos EUA estão produtos florestais (US$ 3,7 bilhões, em 2024), café (US$ 2,1 bilhões), carne bovina (US$ 1,4 bilhão), suco de laranja (US$ 1,05 bilhão), e açúcar e etanol (US$ 871 milhões). Entre esses produtos, a carne bovina foi uma das mais afetadas pelo “tarifaço”, já que a tarifa enfrentada pela proteína, que era de 26,4% fora da cota, subiu para 76,4%. Entre julho e agosto, as exportações desse produto aos EUA caíram 48,7%, o que normalmente não é esperado, dado a forte demanda sazonal do verão americano. Além disso, na comparação anual, a queda do volume exportado foi de 51,2%, algo não observado para o mês desde 2022, quando também houve uma redução expressiva dos embarques brasileiros aos EUA. Contudo, isso não foi suficiente para estragar o bom ano para as exportações totais da carne bovina brasileira, que teve recorde de exportações em agosto e já registra um volume exportado acumulado 14,4% superior ao de 2024 no mesmo período. Embarques expandiram significativamente para países como México, Paraguai, Argentina — o que pode indicar um movimento de reorganização das grandes indústrias de carne brasileiras — e a Rússia. Neste ano, a expectativa é que o ritmo continue aquecido, devido à grande demanda global combinada a uma oferta mais restrita.
Com isso, o impacto das tarifas americanas ao agronegócio brasileiro é heterogêneo. Se de uma forma macro — isto é, na visão global do setor — não foram observados grandes prejuízos nas exportações agro no mês de agosto, de uma forma micro — focada em segmentos e atividades dependentes do mercado americano —, o cenário é distinto. As tarifas não alteraram significativamente a trajetória dos embarques do agronegócio brasileiro, que entre janeiro e agosto de 2025 acumularam US$ 111,7 bilhões, 0,02% a mais do que no mesmo período de 2024. Entretanto, para empresas exportadoras do agro que atendem majoritariamente clientes nos EUA, as tarifas representaram um choque financeiro.
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