CLIPPING DO SINDICARNE Nº 917 DE 01 DE AGOSTO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 917 | 01 de agosto de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Cotação do boi gordo reage nas praças paulistas
Indústrias se lançam ao mercado para alongar as escalas de abate e atender maior demanda doméstica pela carne bovina
De quarta-feira para hoje, alguns fatores influenciaram positivamente os preços do boi gordo negociado em São Paulo, informa a Scot Consultaria. O primeiro deles, relatam os analistas da Scot, é a necessidade das indústrias em alongar rapidamente as escalas de abate, que estão muito curtas, um reflexo da paralisação dos negócios após as turbulências ocasionadas pela imposição de nova tarifa (de +50% sobre a carme bovina exportada aos EUA) imposta pelo governo Trump. O segundo motivo, que está diretamente ligado ao primeiro fator, é a aproximação das datas de pagamento dos salários, o que teoricamente estimula uma maior procura dos consumidores pela carne bovina. A terceira razão é a diminuição, em relação aos últimos dias, da oferta de boiadas pelos vendedores. Com isso, depois de período de baixas, o boi gordo paulista “comum” subiu R$ 3@ nesta quinta-feira, para R$ 295/@, e o “boi-China” teve acréscimo de R$ 2/@, atingindo R$ 300/@, respectivamente, segundo apuração da Scot Consultoria. No entanto, para as fêmeas abatidas em São Paulo, não houve alteração nos preços, fechando o dia valendo R$ 270/@ (vaca gorda) e R$ 278/@ (novilha). As escalas de abate dos frigoríficos paulistas estão, em média, para oito dias, apurou a Scot.
Scot Consultoria
Preço do boi gordo reage e passa a subir em algumas regiões do país
Um dos fatores para a alta está relacionado com a venda de carnes no mercado interno. Combinação de fatores motivou alta nos preços do boi gordo
O mercado físico do boi gordo teve uma reação nas cotações da arroba em algumas regiões de produção pecuária do Brasil, dentre elas São Paulo, Estado que mantém as principais referências de preço do setor. O avanço veio por uma combinação de fatores. "O primeiro (motivo) foi que as indústrias paulistas com escalas mais curtas para o mês que se inicia ofertaram mais para colocarem boiadas e alongá-las", disse a Scot Consultoria em relatório. O segundo fator que impulsionou os valores da arroba está relacionado à venda de carnes no mercado interno, que apresentou sinais de melhora de olho no abastecimento do varejo para a primeira quinzena de agosto. "E o terceiro foi uma diminuição, em relação aos últimos dias, da oferta de boiadas pelos vendedores", acrescentou a consultoria. Com isso, a cotação do boi gordo subiu R$3 por arroba em São Paulo, nesta quinta-feira (31/7) para R$295 por arroba. O “boi China” avançou R$2, para R$ 300 por arroba. Para as fêmeas, no entanto, não houve alteração no preço. A vaca segue cotada em R$270 e a novilha em R$278 por arroba. Além da praça paulista, o valor da arroba bovina também aumentou em Belo Horizonte (MG), Dourados (MS), Goiânia (GO), no oeste da Bahia, norte de Mato Grosso, norte e sul de Tocantins, Redenção (PA) e no Rio de Janeiro. A carne bovina comercializada no atacado começou a ter alguma recuperação de preço após fortes quedas desde o final de junho, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Mas, mesmo após recuo de cerca de 8% em julho, ainda está “cara” no comparativo com o frango. "Com o valor de 1 kg de dianteiro (cortes mais baratos) é possível comprar 2,6 kg de frango inteiro resfriado no atacado da Grande SP", comparou o Cepea. Isso porque, apesar da queda recente no valor da carne bovina, o patamar de julho ficou 11% acima da média dos meses de julho dos últimos seis anos. "Na prática, ao chegar no balcão do supermercado, o consumidor pode se sentir mais atraído pelo volume de frango que consegue levar para casa, em detrimento da carne bovina", informou o Cepea.
Globo Rural
Couro: China lidera compras do Brasil em 2025
Brasil exporta 305 mil toneladas de couro no 1º semestre
Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado na quinta-feira (31) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab-Pr), o Brasil exportou 305 mil toneladas de couro no primeiro semestre de 2025. As vendas externas geraram US$ 559 milhões em receita, com preço médio de US$ 1,83 por quilo. De acordo com o Deral, a China foi o principal destino do couro brasileiro, respondendo por aproximadamente 30% do total exportado. Os Estados Unidos aparecem na sequência, com 14% das compras. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve aumento de 3% no volume exportado, mas a receita caiu 14,5%. O Paraná, conforme dados do boletim, exportou 54,2 mil toneladas entre janeiro e junho de 2025, resultado inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando o estado embarcou 58,8 mil toneladas.
SEAB-PR/DERAL
CARNES
Importadores dos EUA querem isenção de tarifas para carne brasileira
No Brasil, frigoríficos avaliam que há espaço para negociações, e indústria de aves e suínos pede pragmatismo na discussão sobre o tarifaço
Importadores dos Estados Unidos pretendem pedir para o governo Donald Trump a inclusão da carne bovina entre as exceções da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Eles disseram a industriais brasileiros que estão conversando com o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), e com comissões do Congresso americano. As empresas também estão se utilizando da mídia local para explicar a relevância dos negócios com o Brasil ante o baixo ciclo pecuário americano. Mesmo assim, admitem que os “pontos de influência” são reduzidos, pois a decisão final caberá à Casa Branca. Os exportadores brasileiros usam a mesma estratégia. A avaliação dos frigoríficos é a de que ainda há espaço para negociar e recuperar o fluxo normal de comércio. Os Estados Unidos são vistos como um “bom cliente” e de difícil substituição, por conta das especificidades dos cortes enviados para lá (recortes magros do dianteiro para fabricação de hambúrgueres) e o preço pago pelo produto. A carne bovina foi um dos produtos que ficou fora da lista de exceções dos EUA. Somadas às alíquotas atuais, a tarifa chegará a 76,4% e vai inviabilizar novos negócios. Café, cacau, óleos vegetais e animais (como sebo bovino), produtos florestais, pescados e açúcar também serão sobretaxados. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que, em linhas gerais, “a maior parte das exportações brasileiras (64,1%) segue concorrendo com produtos de outras origens no mercado americano em condições semelhantes”. A análise foi feita a partir da lista de isenções, para 694 itens, e dos produtos sujeitos a tarifas específicas, aplicadas a todos os países (Seção 232). Neste caso, aplicam-se as tarifas de 25% para autopeças, automóveis e de 50% para aço, alumínio e cobre. “A tarifa adicional de 50% anunciada incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, o que correspondeu a US$ 14,5 bilhões em 2024”, informou a Pasta comandada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. Mais de 37% do valor diretamente afetado pela sobretaxa vem de exportações de produtos do agronegócio, de acordo com dados do MDIC sobre os 30 principais produtos brasileiros exportados para os EUA. Cerca de US$ 5,4 bilhões são de itens agropecuários ou da indústria alimentícia. US$ 1,9 bilhão de café, chá, mate e especiarias; US$ 418,8 milhões de preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas; US$ 1 bilhão de carnes e miudezas; US$ 678 milhões de açúcares; US$ 397,2 milhões de preparações de carne, de peixes ou de crustáceos, de moluscos ou de outros invertebrados aquáticos; US$ 386,2 milhões de gorduras e óleos animais ou vegetais; US$ 329 milhões de preparações alimentícias diversas; e US$ 255 milhões de tabaco. O governo questiona a decisão da Casa Branca de aplicar a sobretaxa. O próprio USTR admite que os EUA têm superávit na relação com o Brasil. No site do órgão, há um resumo do comércio entre os dois países apontando que a venda de bens americanos ao Brasil alcançou US$ 92 bilhões em 2024 contra importação de US$ 42,3 bilhões. “O superávit comercial de bens dos EUA com o Brasil foi de US$ 7,4 bilhões em 2024, um aumento de 31,9% (US$ 1,8 bilhão) em relação a 2023”, disse o USTR. A exemplo dos exportadores de carne bovina, a indústria de carne suína e de aves também avalia que há espaço para negociar a aplicação das tarifas com o governo americano. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse, em nota, esperar uma postura pragmática nas conversas entre as autoridades dos dois países. Em 2025, o Brasil exportou 14,9 mil toneladas de carne suína, 15,2 mil toneladas de ovos e 6,6 mil toneladas de tilápia para os Estados Unidos. Somadas, as proteínas geraram mais de US$ 90 milhões em receitas de exportação aos empresários brasileiros. “As relações entre Brasil e Estados Unidos sempre foram pautadas pela diplomacia, em linha com os propósitos de duas nações voltadas para o desenvolvimento e o comércio próspero. Exatamente por isso, os produtores esperam e acreditam no total empenho do governo brasileiro pela continuidade das negociações”, disse a ABPA.
Globo Rural
SUÍNOS
Preço do suíno sobe, mas margem recua no Paraná
Ração mais cara reduz lucro do suíno no Paraná
O preço médio pago ao produtor pelo quilograma do suíno vivo no Paraná foi de R$ 6,96 no primeiro semestre de 2025, conforme dados divulgados no Boletim de Conjuntura Agropecuária da última quinta-feira (31), elaborado pelos analistas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). “Esse valor representa uma alta de 15,5% em relação ao mesmo período de 2024 e uma variação positiva de 0,3% na comparação com o segundo semestre do ano passado”, informou o Deral. Durante o semestre, os preços variaram entre R$ 6,76 em janeiro e R$ 7,02 em junho. Apesar do aumento, a rentabilidade do produtor apresentou retração quando comparada aos seis meses anteriores. O Deral destacou que “a diferença entre o valor recebido e o custo de produção foi de R$ 0,78 por quilograma no primeiro semestre de 2025”, valor inferior aos R$ 1,05 registrados no segundo semestre de 2024. Segundo a análise, a redução da margem ocorreu porque o custo de produção estimado pela Embrapa Suínos e Aves teve crescimento maior do que o preço pago ao produtor. “Enquanto o custo por quilograma aumentou 4,8%, impulsionado principalmente pelo encarecimento da ração, o preço recebido subiu apenas 0,3%”, detalhou o boletim. A diferença entre receita e custo também foi maior em relação ao primeiro semestre de 2024, quando o ganho foi de R$ 0,41 por quilograma. Ainda assim, o desempenho recente indica um cenário de pressão sobre a rentabilidade da suinocultura paranaense, devido à elevação dos insumos.
SEAB-PR/DERAL
Suínos/Cepea: Carne suína perde competitividade frente às concorrentes
Quedas foram menos intensas para a carcaça suína em relação às concorrentes
A carne suína perdeu competitividade frente às principais substitutas (bovina e de frango) em julho, apontam levantamentos do Cepea. Pesquisadores explicam que isso se deve às quedas menos intensas do preço médio da carcaça especial suína em relação às baixas verificadas para a carcaça casada bovina e o frango resfriado – todos no atacado da Grande São Paulo, no comparativo com as médias de junho. No mercado doméstico de carne suína, ainda conforme o Centro de Pesquisas, os recuos nas cotações do animal vivo não têm sido suficientes para impulsionar a demanda pelos cortes. Além disso, com o período de final de mês e o menor poder de compra da população, o ritmo dos negócios permanece lento.
Cepea
Após quatro semanas de queda, preço do suíno independente reage na maioria das regiões
Mercado independente registra alta em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, impulsionado por expectativas de início de mês e redução de estoques
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo teve avanço de 1,33% e está em R$ 8,37/kg, sendo que na semana passada estava em R$ 08,26/kg vivo. No mercado mineiro, o valor do animal também apresentou valorização de 3,85% em que passou de R$ 07,80/kg vivo visto na semana anterior para R$ 8,10/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). "As tarifas de Trump abalaram as expectativas e produziram seus efeitos. Ao destruir expectativas, reduziram também os estoques no atacado e no varejo e abriram caminho para nova trajetória de alta", disse o consultor de mercado da Associação, Alvimar Jalles. Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal também registrou alta de 0,78% nesta semana, em que os preços passaram de R$ 7,70/kg para R$ 7,76/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS
GOVERNO
China habilita 51 plantas do setor de reciclagem animal brasileiro
Medida abre caminho para expansão das exportações brasileiras de ingredientes para nutrição animal
A China autorizou a habilitação de 51 estabelecimentos brasileiros para exportação de proteína processada de aves e suínos, farinha e óleo de pescado, além de outras proteínas e gorduras de origem aquática. A decisão abre novas oportunidades para a indústria nacional de reciclagem animal no maior mercado global de nutrição animal. O anúncio foi publicado na terça-feira (29) no site da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC). A conquista é resultado do trabalho conjunto entre o setor privado e o governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio dos adidos agrícolas em Pequim. Segundo o MAPA, além do impacto comercial, a habilitação também reforça o papel do Brasil em práticas sustentáveis na agropecuária. De acordo com os certificados sanitários CSI 221/2023 e CSI 62/2025, as indústrias poderão exportar uma variedade de ingredientes usados na formulação de rações e pet food, como farinha e óleo de pescado (inclusive de camarão, salmão e atum), farinhas de vísceras de aves e suínos, farinha de penas, sangue e penas com sangue, proteínas hidrolisadas, plasma e células vermelhas de suínos, misturas de origem animal e palatabilizantes para pet food. Em 2024, o Brasil produziu cerca de 3,7 milhões de toneladas de farinhas de origem animal (todas as espécies), mas exportou apenas 9% desse total — o equivalente a 342 mil toneladas, movimentando US$ 211 milhões. Isso revela uma margem significativa para expansão das exportações, sem comprometer o abastecimento do mercado interno. A China é líder em consumo e produção animal. O país deve atingir 427 milhões de suínos em 2025, tem a maior população de aves do mundo, com 5,3 bilhões de cabeças em 2023, e deve produzir 52,9 milhões de toneladas de pescado em 2025. Essa escala de produção gera forte demanda por ingredientes para ração e pet food. O Brasil agora entra de forma mais estruturada nesse mercado, ao lado de países como Estados Unidos, Chile e Tailândia. Em 2024, os Estados Unidos lideraram as exportações de farinhas para a China, com 407 mil toneladas e US$ 443,7 milhões em receita. Na sequência, aparecem Chile (143 mil t), Tailândia (135 mil t), Índia, México e Equador.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná eleva previsão da 2ª safra de milho a recorde de 17 mi t; geada impacta trigo
A estimativa da segunda safra de milho do Paraná em 2024/25, com a colheita atingindo quase dois terços das áreas, foi revisada para um recorde de 17 milhões de toneladas na quinta-feira, apesar de intempéries como geadas que atingiram o norte do Estado, afetando também o trigo, apontou o Departamento de Economia Rural (Deral).
Em relação à previsão do mês passado, o órgão do governo do Estado, segundo produtor nacional de milho, aumentou a safra em cerca de 500 mil toneladas. Com isso, a produção do cereal no inverno crescerá 31% em relação à colheita do ano anterior. As produtividades foram o destaque da temporada, superando 6 toneladas por hectare em média, com o clima favorável na maior parte das regiões, já que a área plantada cresceu 9% na comparação anual, para 2,77 milhões de hectares. "Com o avanço dos trabalhos (de colheita), os dados revisados de produção... surpreenderam positivamente. Apesar dos impactos causados pela estiagem, geadas, ondas de calor e, em menor escala, por pragas como percevejos e cigarrinhas, observou-se que as áreas em boas condições apresentaram produtividade acima do esperado, compensando as perdas nas regiões mais afetadas", disse o especialista Edmar Gervásio, do Deral. O volume previsto supera a estimativa inicial de 16,8 milhões de toneladas. "Já é possível afirmar, com certo grau de segurança, que esta é a maior safra da história tanto em volume quanto em área cultivada, mesmo com a perspectiva de que as lavouras remanescentes na região norte apresentem produtividade abaixo do previsto", completou Gervásio. A safra de milho do Paraná, que só perde para o Mato Grosso em termos produtivos, ajudou a impulsionar a produção total do país, estimada no início do mês em recorde de 131,97 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O trigo do Paraná, também o segundo produtor nacional do cereal, atrás do Rio Grande do Sul, foi atingido por geadas recentes, o que gerou uma nova redução na expectativa de produção, agora vista em 2,6 milhões de toneladas. O frio intenso, que afetou principalmente lavouras no norte, reduziu o potencial produtivo do Estado em cerca de 70 mil toneladas na comparação com a projeção de junho. A situação só não foi pior porque outras áreas estão em melhores condições, notou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral. "Ainda é bastante cedo para precisar os danos, só quando começar a colheita em meados de agosto, aí devemos ter clareza maior sobre os números", disse Godinho. Esse cereal do Paraná já enfrentava um ano difícil em 2025, com produtores reduzindo a área plantada em 27% na comparação com a temporada passada, para 832,8 mil hectares, por desestímulo após intempéries em safras anteriores. Mantida a previsão atual, a produção paranaense ainda cresceria 13% na comparação com 2024, quando o clima cortou uma safra que tinha uma área plantada acima de 1,13 milhão de hectares no Estado. O número atual da safra de trigo é 3% inferior à expectativa, disse Godinho, com a região norte registrando os problemas maiores.
Reuters
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 0,21%, a R$5,6004 na venda
O dólar fechou a quinta-feira em alta ante o real, novamente na faixa dos R$5,60, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante parte das demais divisas no exterior, um dia após os EUA confirmarem uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros, mas com uma série de exceções.
A primeira metade do dia foi marcada ainda pela disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, que trouxe volatilidade às cotações. O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,21%, aos R$5,6004. No mês, a divisa acumulou elevação de 3,04%. No ano, porém, a moeda norte-americana acumula queda de 9,36%. Às 17h08, na B3 o dólar para setembro -- que se tornou o mais líquido nesta quinta -- subia 0,23%, aos R$5,6390. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Reuters
Ibovespa fecha em queda com Ambev entre maiores pressões após balanço
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com as ações da Ambev entre as maiores pressões, após resultado trimestral, enquanto Embraer destoou do viés negativo na bolsa e avançou forte, ainda sob efeito de desfecho envolvendo as tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,89%, a 132.798,25 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 132.096,29 pontos na mínima e 133.987,26 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava R$17,4 bilhões antes dos ajustes finais.
Reuters
Taxa de desemprego do Brasil cai a 5,8% no 2º tri e vai ao menor nível da série; renda é recorde
A taxa de desemprego brasileira recuou mais do que o esperado e foi a 5,8% no segundo trimestre, marcando o resultado mais baixo na série histórica iniciada em 2012 e mantendo o cenário de um mercado de trabalho aquecido no país, com novo recorde de renda.
Com a leitura divulgada na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa mostrou forte redução em relação aos 7,0% do primeiro trimestre, ficando ainda abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de 6,0%. No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 6,9%. Ainda no período de abril a junho, o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos chegou a R$3.477, o que também marcou um recorde. Isso representa crescimento de 1,1% ante o trimestre de janeiro a março deste ano e de 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior. O mercado de trabalho vem se mostrando aquecido e dando suporte à atividade econômica, especialmente ao consumo das famílias, favorecendo os gastos. No entanto, esse cenário com renda em alta dificulta o controle da inflação, especialmente na área de serviços. O Banco Central manteve na véspera a taxa básica de juros Selic em 15%, antecipando manutenção por período bastante prolongado. Agora, entretanto, pesam sobre as perspectivas as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quarta-feira, ele impôs uma taxa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, embora tenha suavizado o golpe ao excluir setores como aeronaves, energia e suco de laranja das taxas mais pesadas. O decreto, no entanto, não incluiu isenções para carne bovina ou café, dois importantes produtos da pauta de exportações do Brasil para os EUA. "Não sabemos como o mercado de trabalho pode reagir ao tarifaço, ele tem inércia e resiliência e não tem a mesma resposta imediata como mercados de títulos e câmbios", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa. "Tem que ver como vai ser o impacto no complexo do café, frutas e outros segmentos. Mas o mercado de trabalho é mais resiliente quando se fala em desfazer estruturas de produção." Nos três meses até junho, o IBGE aponta que o número de desempregados caiu 17,4% em relação ao primeiro trimestre e chegou a 6,253 milhões, um recuo ainda de 15,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o total de ocupados aumentou 1,8% no trimestre, a 102,316 milhões, 2,4% a mais na base anual. “O crescimento acentuado da população ocupada no trimestre influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”, destacou Beringuy. Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiram um contingente recorde de 39,020 milhões no primeiro trimestre, alta de 0,9% sobre os três meses anteriores. Os que não tinham carteira aumentaram 2,6%, a 13,539 milhões. A taxa de participação na força de trabalho de 62,4% e o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) de 58,8% também registraram recordes no período. Beringuy explicou ainda que o resultado do segundo trimestre traz novas ponderações com base nas projeções populacionais do país de 2024, que incorporam os resultados do último Censo Demográfico, realizado em 2022.
Reuters
Dívida líquida do setor público alcança maior nível da série histórica em junho
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) chegou ao maior patamar da série histórica do Banco Central (BC) em junho, ao atingir o nível de 62,9% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 7,702 trilhões.
A série histórica tem início em dezembro de 2001. A DLSP é um conceito mais abrangente de endividamento na comparação com a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) por considerar o setor público como um todo e os ativos e passivos financeiros do setor público. No caso da DBGG, o indicador engloba apenas o governo geral e os passivos. Em dezembro de 2024, a dívida líquida estava em 61,5% do PIB e passou para 62% em maio deste ano, antes de aumentar mais 0,9 ponto percentual em junho. O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que dois fatores principais afetaram o indicador em junho. O primeiro foi o déficit nominal registrado no mês, de R$ 108,107 bilhões e o segundo foi a apreciação cambial de 4,4%. “Como o setor público brasileiro é credor em moeda estrangeira, essa apreciação cambial significa um aumento da dívida líquida”, disse. Por outro lado, o crescimento do PIB contribuiu no sentido contrário, com efeito de queda de 0,4 ponto percentual.
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