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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 915 DE 30 DE JULHO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 915 | 30 de julho de 2025

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

Boi gordo: preços estáveis pelo país

Apenas duas das 17 praças monitoradas pela Agrifatto registraram desvalorização na arroba na terça-feira (29/7). No PARANÁ: Boi: R$295,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias

 

No Estado de São Paulo e na maioria das outras regiões pecuárias, o quadro de estabilidade prevaleceu no mercado do boi gordo, informam a Scot Consultoria e a Agrifatto. Na praça paulista, o animal “comum” segue cotado em R$ 292/@, a vaca gorda em R$ 270/@, a novilha gorda em R$ 278/@ e o “boi-China” em R$ 298/@ (valores brutos e a prazo), de acordo com levantamento da Scot. Pelos números da Agrifatto, o boi sem padrão-exportação vale R$ 290/@ em São Paulo, enquanto o animal com perfil para envio ao mercado chinês é negociado por R$ 300/@. Apenas duas das 17 praças acompanhadas pela Agrifatto registraram desvalorizaram na arroba nesta terça-feira: Maranhão e Rio Grande do Sul. Nas demais, as cotações não sofreram alteração. “Desde o início de julho, o mercado físico do boi gordo vem operando sob influência de viés baixista, embora o ritmo de desvalorização tenha perdido intensidade nos últimos dias”, observaram os analistas da Agrifatto. Para o início de agosto/25, prevê a consultoria, espera-se uma recuperação gradual dos preços da arroba, sustentada pela injeção de recursos na economia com o pagamento dos salários e pela aproximação do Dia dos Pais (10/8), fatores que tradicionalmente estimulam o consumo doméstico de carne bovina. No mercado externo, embora a ameaça de imposição tarifária pelos EUA (de +50%, a partir de 1º de agosto/25) tenha momentaneamente comprometido as exportações brasileiras de carne bovina in natura para aquele destino, os embarques totais do país seguem em ritmo crescente, com expectativa de encerrar o mês com novo recorde, acima de 285 mil toneladas, prevê a Agrifatto. Na avaliação dos analistas da consultoria, caso a nova tarifa norte-americanas seja aplicada sobre a proteína brasileira, há possibilidade de que exportadores da Austrália, Uruguai, Argentina e Nova Zelândia redirecionem parte de seus embarques ao mercado dos EUA, o que pode abrir oportunidades estratégicas para o Brasil em outros destinos comerciais. No mercado futuro, pelo terceiro dia consecutivo, os contratos do boi gordo na B3 subiram na sessão de segunda-feira (28/7), com destaque para o papel com vencimento em outubro/25, que fechou o pregão cotado a R$ 328,25/@, uma alta de 1,48% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta terça-feira (29/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$275,00 a arroba. Boi China: R$285,00. Média: R$280,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de dez dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$290,00. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha R$280,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$270,00 a arroba. Boi China: R$280,00. Média: R$275,00. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$275,00 a arroba. Boi China/Europa: R$285,00. Média: R$280,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$260,00 a arroba. Vaca: R$235,00. Novilha: R$245,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$265,00 por arroba. Vaca: R$240,00. Novilha: R$245,00. Escalas de abate de oito dias.

Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO

 

Brasil redirecionou carne após anúncio de sobretaxa dos EUA

Exportadores brasileiros tiveram que realocar 30 mil toneladas de carne bovina que estavam nos portos para serem embarcadas aos Estados Unidos

 

Cerca de 30 mil toneladas de carne bovina do Brasil estavam nos portos para serem embarcadas aos Estados Unidos ou já em navios a caminho do país quando o presidente americano, Donald Trump, anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1 de agosto. Parte dessas cargas continuou rumo aos Estados Unidos, e houve também redirecionamento para destinos como México, apurou o Valor. A estratégia de manter os envios que estavam em curso foi uma tentativa de reduzir o prejuízo que a ausência do mercado americano deve causar nos bolsos dos exportadores, caso se aplique, de fato, a nova tarifa. Fontes da indústria disseram ao Valor que frigoríficos que tinham cargas entre o porto e alto-mar optaram por manter parte dos envios aos EUA. Algumas delas já chegaram aos portos americanos e escaparam a sobretaxa. Três fontes disseram que JBS e Minerva estavam entre as companhias com cargas rumo aos EUA. No caso da Minerva, alguns dos lotes foram redirecionados ao México, mudança de rota que traria poucas alterações nos custos logísticos, segundo duas fontes. Procuradas, as duas empresas não comentaram o assunto. Já o frigorífico Astra tinha 27 toneladas de carne em um porto brasileiro que voltaram à planta de origem, apurou o Valor. A empresa tinha ainda uma carga, também de 27 toneladas, no mar com destino aos EUA que continuou a viagem, com chance de chegar antes do dia 1 de agosto. Uma fonte disse que as empresas ainda acreditam na possibilidade de que as cargas que chegarem após 1 agosto possam entrar em solo americano sem a nova taxação. “Por isso que estão optando por manter o envio”, afirmou. A oferta de gado nos EUA está no menor patamar em décadas e pode não voltar a níveis anteriores — daí a necessidade do país de importar carne para atender a demanda local.

Valor Econômico

 

SUÍNOS

 

Margens da suinocultura brasileira sobem para 23% e superam média histórica, aponta Itaú BBA

Os dados estão disponíveis no Visão Agro, relatório divulgado pela Consultoria Agro do banco

 

A suinocultura brasileira atravessa um dos seus momentos mais favoráveis em termos de rentabilidade. Segundo análise do Itaú BBA, o spread médio da atividade, que foi de 8% no segundo semestre de 2023, saltou para 20% em 2024 e atingiu 23% no primeiro semestre de 2025 — bem acima da média histórica de 1% observada desde 2016. De acordo com o relatório do banco, o desempenho positivo tem sido sustentado por uma combinação de fatores. De um lado, a produção mais controlada ajudou a sustentar os preços. De outro, as boas safras de grãos no Brasil contribuíram para manter os custos de produção em níveis significativamente mais baixos do que os registrados em 2021 e 2022. Outro elemento central no atual cenário é a diversificação dos destinos de exportação. Mesmo diante da retração da demanda chinesa após a peste suína africana, o setor conseguiu ampliar o volume exportado. As Filipinas assumiram a liderança como principal destino, com 19% do total embarcado até maio. Também houve crescimento expressivo nas vendas para o Chile (3º destino), Hong Kong (4º), além de Japão, Singapura, Vietnã e México — evidenciando uma expansão relevante na presença brasileira em novos mercados. De janeiro a maio de 2025, as exportações de carne suína do Brasil cresceram 16,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa é que esse ritmo ganhe ainda mais tração com o novo status sanitário do país como livre de febre aftosa sem vacinação, o que pode facilitar o avanço das exportações para mercados exigentes, como o Japão e a Coreia do Sul — hoje o quarto maior importador global, mas que responde por apenas 1,7% das compras brasileiras. Para o ano, o Itaú BBA projeta um novo recorde de produção de carne suína no Brasil, com alta estimada de 2%. As exportações devem crescer em ritmo mais acelerado, o que pode levar a uma leve retração no consumo aparente no mercado interno.

Itaú BBA

 

FRANGOS

 

Projeções da OCDE-FAO para a produção de carne de frango até 2034 

Em seu relatório anual sobre as tendências da produção agropecuária no decêndio 2025-2034, OCDE e FAO afirmam, em relação especificamente à carne de frango, que “o domínio do produto dentro do complexo carnes” continuará em expansão.

 

Frente à previsão de um aumento de 13% na produção mundial de carnes – o que elevaria o total de 2034 para cerca de 406 milhões de toneladas, cerca de 62% do adicional previsto (46 milhões de toneladas a mais) serão proporcionados pela carne de frango. Justificando esse desempenho, o relatório lembra que as vantagens do frango em relação a outras criações são encontradas no ciclo de produção mais curto, na alta eficiência na conversão de alimentos (mais carne com menor consumo de ração), menores custos gerais de produção e, ainda, na possibilidade de manter sua produção nas proximidades de mercados em rápida urbanização. Há sinais de alerta, apontando-se que “vários fatores restringirão o crescimento do setor”, em especial a disseminação dos surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Sob esse aspecto, o aumento da densidade na produção de frangos potencializa o risco de surtos de doenças. E embora o contínuo aprimoramento na vigilância e no controle sanitários possa minimizar os impactos negativos, também aumentam os custos de produção, em função dos investimentos em biossegurança. Isto, sem contar os desafios ambientais e de saúde (uso de antibióticos, por exemplo) e, ainda, as preocupações com o bem-estar animal. Em relação ao Brasil, OCDE e FAO preveem que em 2034 a produção de carne de frango será cerca de 12% superior à registrada em 2024, passando de, aproximadamente, 15,2 milhões de toneladas para pouco mais de 17 milhões de toneladas. Esse índice (12%) é inferior ao previsto para o incremento na produção mundial (de 148,2 milhões/t para 173,4 milhões/t – 17% de aumento), pois é aguardada uma expansão maior entre os países asiáticos, especialmente na China. Os maiores incrementos anuais na produção brasileiras estão previstos para o triênio 2025/2027. Para após 2028 são aumentos inferiores a 1% ao ano.

OCDE-FAO

 

EMPRESAS

 

Diversificação protege JBS, Marfrig e Minerva de tarifas dos EUA, avalia Fitch

Analista diz que "apesar de o impacto ser relevante para o setor brasileiro de bovinos, essas empresas não devem ser tão afetadas"

 

A imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no dia 1º, não deve afetar significativamente os fundamentos e os ratings de crédito das principais exportadoras de carne bovina do País, segundo avaliação da Fitch Ratings. O diretor sênior de corporates para a América Latina (consumo e varejo), Renato Donatti, e o diretor de corporates para a América Latina (Agro e Proteínas), Flávio Fujihira, destacaram que a diversificação geográfica e de portfólio dessas companhias protege suas finanças contrachoques de mercado. “Essas empresas – JBS, Marfrig e Minerva – não são mais apenas exportadoras de carne bovina brasileira. Elas diversificaram muito, tanto geograficamente quanto em termos de produtos”, afirmou Fujihira. “Apesar de o impacto ser relevante para o setor brasileiro de bovinos, essas empresas não devem ser tão afetadas. Hoje elas têm uma exposição muito menor a esse tipo de risco”, acrescentou. A Fitch observa que a JBS, por exemplo, gera cerca de metade da receita nos Estados Unidos a partir de operações locais, o que a torna praticamente imune à tarifa. “A exportação a partir do Brasil representa algo entre 1% e 3% da receita total da JBS”, explicou Fujihira. Já no caso da Minerva, a exposição às exportações brasileiras para os EUA corresponde a cerca de 5% da receita, embora o grupo envie aproximadamente 15% para aquele mercado quando considerados todos os países em que atua. “Mesmo a Minerva, que é menor e tem uma estratégia mais concentrada em bovinos, se expandiu para outros países – Austrália, Uruguai, Paraguai, Argentina – e exporta a partir dessas localidades”, comentou. No caso da Marfrig, a operação da National Beef ajuda a mitigar o problema, assim como a força da operação de carne de frango. Essa capacidade de diluir riscos também sustenta a solidez dos ratings atribuídos pela Fitch. “A JBS é grau de investimento, a Marfrig é ‘BB+’ e a Minerva é ‘BB’. Essa diversificação geográfica e de produtos é parte fundamental da nossa análise”, complementou Donatti. Segundo ele, empresas menores e mais concentradas geograficamente, como o paraguaio Frigorífico Concepción, enfrentam riscos maiores e, por isso, têm ratings mais baixos. Os analistas afirmam que a tarifa americana não representa, portanto, um fator de pressão. “Em termos de rating, esse cenário não muda nossa visão sobre as empresas. O que acompanhamos mais de perto são movimentos estruturais, como a dupla listagem da JBS nos EUA, o ramp-up (aceleração) das plantas que a Minerva comprou da Marfrig, ou mesmo a consolidação da BRF pela Marfrig”, disse Donatti. “Os grandes vetores estão em outras frentes”, resumiu Fujihira. O ambiente de juros altos no Brasil, por sua vez, tem impacto mais direto sobre as companhias que mantêm maior exposição ao financiamento doméstico, fator que também pesa pouco sobre as indústrias de proteína animal. “A Minerva, por exemplo, fez uma emissão de ações para reduzir a alavancagem e mitigar os efeitos da taxa básica de juros Selic elevada”, observou Fujihira. Já a JBS, que possui dívida majoritariamente emitida no exterior, sofre ainda menos com o cenário local. Na avaliação da Fitch, os recentes movimentos das companhias são, em geral, positivos do ponto de vista do crédito. “Cada empresa está num estágio diferente, mas os movimentos são, em geral, positivos. A JBS já atingiu um nível de porte e diversificação que a coloca como uma das maiores multinacionais brasileiras. A Marfrig caminha nessa direção, principalmente com a integração da BRF. E a Minerva, por sua vez, foca em ser um player eficiente em bovinos – o que é uma estratégia coerente, embora menos diversificada”, comentou Donatti.

O Estado de São Paulo/Agro

 

Marfrig comunica ao governo parada na produção de carne destinada aos EUA em Mato Grosso

Companhia diz ao Ministério da Agricultura que parada temporária de produção destinada ao mercado americano se deve a ‘motivos comerciais’; empresa não comenta

 

A Marfrig, uma das maiores companhias de carne do mundo, decidiu paralisar a produção de seu complexo de Várzea Grande, em Mato Grosso, destinada aos Estados Unidos. Conforme informações obtidas pela Folha, a empresa afirmou ao Mapa que o pedido de paralisação temporária está ligado a motivos comerciais. Não há detalhamento sobre o volume que deixará de ser enviado ao consumidor americano. De acordo com a empresa, a paralisação da produção destinada ao mercado americano passou a valer no dia 17 de julho. O retorno, que ainda não tem data prevista para ocorrer, deverá ser informado aos órgãos de fiscalização com 72 horas de antecedência. "Assim que retomar a produção de USA, seguiremos com as solicitações informando ao serviço de inspeção federal", declarou a Marfrig, em comunicado à fiscalização sanitária do Mapa. A Folha questionou a empresa sobre a paralisação, mas ela afirmou que não se manifestaria. A unidade de Várzea Grande é uma das mais importantes da companhia no Brasil, reunindo operações de abate e processamento industrial de carne bovina. Instalada no complexo adquirido da BRF em 2019, a planta foi reativada com um investimento inicial de cerca de R$ 100 milhões e desde então passou por ampliação. A capacidade de processamento atual da unidade é de aproximadamente 2.000 cabeças de gado por dia, com produção de alimentos processados de cerca de 70 mil toneladas ao ano. Na unidade, a Marfrig faz abate, desossa e industrialização de produtos. O local está habilitado para exportar para 22 países, incluindo China e Europa, além dos Estados Unidos. A paralisação das remessas para os EUA pode levar a empresa a reorientar sua produção para outros destinos, enquanto o impasse sobre a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump não se resolve. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) calcula que o agronegócio deixará de exportar US$ 5,8 bilhões aos EUA com a sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump sobre os produtos brasileiros. O valor representaria uma queda de 48% nas exportações de produtos destinados ao mercado norte-americano em comparação com 2024. Carnes bovinas devem ter uma queda estimada de 47%, enquanto o café pode ter uma redução de 25%, caso a sobretaxa se confirme. O cálculo é baseado na elasticidade das importações dos Estados Unidos, considerando a tarifa de 50%, que mede o quanto a quantidade importada reage a mudanças no preço dos produtos importados. "Assumiu-se que o choque causado nas tarifas seria integralmente transmitido para os preços de importação. Ou seja, uma elevação de 50% nas tarifas elevaria em 50% os preços finais", afirma a CNA em nota.

Folha de São Paulo

 

GOVERNO

 

Agronegócio terá participação ampliada no Conselhão de Lula

Quatro novos conselheiros ligados ao setor vão assumir os postos no órgão de assessoramento

 

O setor agropecuário vai ganhar mais representatividade no novo ciclo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) do governo federal. Na próxima terça-feira (5/8), quatro novos conselheiros ligados ao agronegócio vão assumir os postos no chamado “Conselhão”, órgão de assessoramento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem cerca de 200 participantes atualmente. Os novos conselheiros terão mandato até 2027. A composição ainda será divulgada oficialmente, mas o Valor teve acesso à lista dos nomes do agro. Entre os novos integrantes do colegiado estão nomes do cooperativismo e da produção agropecuária: Divanir Higino, presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá (PR); José Stival Junior, diretor de exportação da Cooperfrigu, de Gurupi (TO); Marcelo Vieira, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), com atuação no setor cafeeiro; e Romildo da Costa, criador do Grupo Nelore Machadinho, presidente da Associação Goiana do Nelore e diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Stival Junior confirmou à reportagem que foi convidado pelo presidente Lula por acreditar que o agronegócio, que ainda mantém distanciamento do governo atual, precisa dialogar. A família dele atua no ramo agropecuário há 135 anos. Nas últimas quatro décadas, o grupo se tornou exportador de commodities. “Esperamos contribuir com nossa experiência no mundo corporativo”, afirmou. Ele ressaltou que não pertence a nenhum partido político. “Tenho certeza de que o fortalecimento de acordos comerciais, como o da União Europeia, e do multilateralismo farão bem ao agro e à economia brasileira”, completou. Além dos novos conselheiros, foram reconduzidos alguns dos principais nomes ligados ao agronegócio, como Eraí Maggi Scheffer (Grupo Bom Futuro), Marcos Molina (fundador da BRF) e Sérgio Bortolozzo (atual presidente da SRB). Também já eram conselheiros Gilberto Tomazoni (CEO global da JBS), Teka Vendramini (ex-presidente da SRB e conselheira da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Alberto Borges de Souza (acionista da Caramuru Alimentos), Paulo Sousa (presidente da Cargill no Brasil), Márcio Lopes de Freitas (presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras) e Frank Almeida (presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal). A nova fase do Conselhão deve intensificar o diálogo entre governo, setor produtivo e sociedade civil em torno de temas estratégicos, como o uso sustentável da terra e a descarbonização da economia. Está na agenda a criação de um Grupo de Trabalho sobre Terras Degradadas, com foco na recuperação e no uso estratégico dessas áreas para expansão agrícola sem desmatamento, além de transição energética, conforme apurou o Valor. Os novos conselheiros: Divanir Higino – Presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, uma das maiores cooperativas do Paraná, com forte atuação em grãos, agroindustrialização e exportações. Higino tem sido voz ativa na defesa de práticas sustentáveis e na modernização do cooperativismo. José Stival Junior – Diretor de Exportação da Cooperfrigu, frigorífico de origem goiana com presença crescente no mercado de carnes. É ligado à cadeia da bovinocultura e ao modelo cooperativo na industrialização da proteína animal. Marcelo Vieira – Empresário do setor cafeeiro e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). Tem histórico de articulação entre produtores e setor público, além de engajamento em temas como segurança jurídica no campo e produtividade. Romildo Antônio da Costa – Fundador do Grupo Nelore Machadinho, um dos maiores criatórios da raça no país, com sede em Goiás, no Vale do Araguaia. Atua na pecuária intensiva e na valorização genética dos rebanhos.

Globo Rural

 

TECNOLOGIA

 

A tecnologia australiana que está reinventando a classificação da carne bovina

Startup australiana que desenvolve câmeras para classificar carne bovina conseguiu algo que ninguém realizava havia mais de 15 anos: convencer o governo dos Estados Unidos a aprovar uma nova tecnologia para uso em sua indústria de processamento de carne, avaliada em US$ 108 bilhões (R$ 600 bilhões na cotação atual). A MEQ, sediada em Melbourne, acaba de receber a certificação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para sua tecnologia de câmeras.

 

Esse é o primeiro sistema baseado em vídeo já aprovado para uso oficial na classificação de rendimento e qualidade da carne bovina. “É um momento histórico”, diz Remo Carbone, cofundador e CEO da MEQ. “A certificação do USDA não é apenas um selo de aprovação. É a chave para digitalizar toda uma indústria. “Em um setor que ainda depende de classificadores humanos avaliando carcaças em ganchos que se movimentam pelo chão do abate, a tecnologia da MEQ oferece algo que os processadores de carne e toda a cadeia de suprimentos carecem há tempos: uma análise objetiva e instantânea. Utilizando vídeo 3D e 12 modelos de inteligência artificial, a MEQ Camera avalia o marmoreio, o rendimento e o tamanho do contrafilé. Os dados podem então retornar ao produtor rural ou seguir adiante para varejistas e consumidores. A tecnologia já foi implantada em várias plantas de processamento nos EUA, incluindo a Sustainable Beef, em Nebraska, e está sendo utilizada na Austrália por empresas do setor como JBS Foods Australia, Teys Australia, Greenhams e Australian Meat Group. A MEQ captou US$ 6 milhões (R$ 33,3 milhões) no fim de 2023 e tem se tornado uma força discreta no setor de agtech australiano. Mas não se trata de um mercado saturado. “Se você for a qualquer polo de startups e perguntar a 100 empresas se alguém está desenvolvendo algo para apoiar a indústria da carne vermelha”, diz Carbone, “a resposta será não.” Quando Carbone e o cofundador Andrew Grant iniciaram essa jornada há 20 anos, após um curso sobre comercialização de ciência e tecnologia na Universidade de Adelaide e na Universidade do Texas, eles não tinham a intenção de fundar uma startup de carne. Estavam em busca de algo que ainda não existia no mundo, mas que deveria existir. Por meio de uma série de conexões, encontraram essa oportunidade não no metaverso ou nas fintechs, mas no chão do abate. “Eu vinha do mercado financeiro institucional de Nova York”, diz Carbone. “É um ambiente hipercompetitivo. Pense em todo o talento empreendedor e de engenharia que tem sido direcionado para entregar soluções para esse mercado. A área da saúde é igual.” A indústria americana de carne bovina, de US$ 108 bilhões, estava sendo ignorada. As razões são em parte culturais, afirma Carbone. “As pessoas que fundam empresas de tecnologia não têm ligação com esse setor e não conhecem ninguém que tenha ganhado dinheiro nesse espaço.” O setor de carne, tradicionalmente fechado, fisicamente exigente e geograficamente remoto, também não facilita o acesso. Há ainda a questão do tempo. Até recentemente, a tecnologia para resolver o problema da classificação de carne não existia. Foi preciso uma convergência de hardware, aprendizado de máquina e visão computacional para tornar a MEQ Camera viável. E, mesmo assim, foi necessária uma conexão com alguém de dentro da indústria da carne para que Carbone encontrasse os parceiros certos para testar a teoria. Eles adaptaram uma ideia de uma sonda feita para humanos e a aplicaram à carne, contornando a necessidade de longos processos de aprovação. Construíram uma câmera 3D para treinar a IA da sonda, e perceberam que a câmera era o produto com maior potencial comercial. “A única razão de estarmos aqui é porque demos sorte. Alguém nos apresentou a alguém conectado ao setor. Do contrário, não teríamos percebido essa oportunidade.”

Forbes

 

INTERNACIONAL

 

Carne bovina uruguaia registra preço recorde no mercado internacional, de US$ 5.969/tonelada

No 1º semestre/25, os embarques uruguaios da proteína geraram receita de US$ 1,21 bilhão, com acréscimo anual de 22,5%

 

A força do mercado internacional em um ambiente de incerteza comercial se refletiu em um preço médio de exportação sem precedentes para os exportadores de carne bovina do Uruguai, de US$ 5.969/tonelada nesta parcial de julho/25, informa reportagem do www.elobservador.com.uy. Embora ainda seja um valor parcial de julho/25, hoje é a maior média da série histórica computada pelo Instituto Nacional de Carnes (INAC) e cerca de US$ 300 acima da máxima anterior, alcançada em maio de 2022, acrescenta o texto do portal uruguaio. Considerando exclusivamente os embarques de carne bovina do Uruguai (que respondem por 83,5% do total de divisas arrecadadas com todas as carnes), a receita aumentou 22,5% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024, para US$ 1,21 bilhão. Nos primeiros seis meses do ano, a média da tonelada embarcada ficou em US$ 4.830, com avanço de 18,9% sobre o preço médio obtido no mesmo período do ano passado. EUA, Canadá e México foram responsáveis por 39% da receita total registrada no primeiro semestre/25 com as exportações de carne bovina uruguaia, gerando faturamento de US$ 501,9 milhões, um crescimento de 57,1% em relação ao montante computado em igual período de 2024. Em volume, os três países demandaram 102, 7 mil toneladas, um aumento de 28,4% no comparativo anual. Desempenho da carne bovina uruguaia no 1º sem/25 em outros mercados: China: 24% de participação, com US$ 303,4 milhões (queda anual de 7,2%) e 84.717 toneladas (recuo anual de 14,7%). União Europeia: 20% de participação, com US$ 258,1 milhões (+54,4%) e 34.033 toneladas (+42,8%). Israel: 4% de participação, com US$ 51 milhões (-8,9%) e 8.065 toneladas (-33,7%). Mercosul: 3% de participação, com US$ 42,4 milhões (-34,6%) e 5.633 toneladas (-32,3%).

Portal DBO

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Tempo firme impulsiona colheita do milho que chega em 64% no Paraná

Deral relata produtividades frequentemente acima das expectativas

 

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná para a segunda safra de milho, 64% das lavouras já foram colhidas e o restante das áreas se dividem entre 89% em maturação e 11% em frutificação. Na semana passada, as áreas colhidas eram 53%. Os técnicos do Deral classificaram ainda 60% dessas áreas como em boas condições, 23% como médias e 17% como ruins. O relatório do Departamento indica que a colheita do milho segunda safra avança em ritmo forte em quase todo o estado, com muitas regiões relatando mais de 70% da área colhida. “O tempo firme durante a maior parte de julho contribuiu para a boa qualidade dos grãos, com produtividades frequentemente acima das expectativas, mesmo nas áreas inicialmente afetadas por geadas”, relatam os técnicos do Deral. “Nos últimos dias, chuvas localizadas causaram paralisações pontuais nos trabalhos, mas também ajudaram a preservar a qualidade das lavouras ainda não colhidas. Algumas áreas, no entanto, registraram acamamento provocado por ventos fortes, o que pode comprometer a produtividade final”, acrescentou o relatório. 

SEAB-PR/DERAL

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar cai em dia de ajustes e expectativa de negociação entre Brasil e EUA

Após avanços nos pregões recentes, o dólar passou na terça-feira por um ajuste de baixa ante o real, amparado pela esperança de que o governo Lula possa obter algum avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos, a poucos dias do início do tarifaço sobre os produtos brasileiros.

 

O dólar à vista fechou o dia com baixa de 0,43%, aos R$5,5686. No ano, a divisa acumula queda de 9,88%. Às 17h04, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,35%, aos R$5,5740. Desde o anúncio pelos EUA da tarifa de 50% para os produtos brasileiros, em 9 de julho, o dólar à vista havia subido 15 centavos de real até a sessão da véspera, o que deixava margem para ajustes na terça-feira. A poucos dias do início da cobrança da tarifa pelos EUA, na próxima sexta-feira, a sessão da terça foi no geral positiva para os ativos brasileiros, em meio à esperança de que o governo Lula consiga negociar algum tipo de isenção ou redução de tarifa. Em uma das frentes, o Brasil pediu aos Estados Unidos para excluir os setores de alimentos e a fabricante de aeronaves Embraer da tarifa de 50%, confirmou à Reuters uma fonte brasileira envolvida nas negociações. Do lado dos Estados Unidos, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que recursos naturais que não são cultivados no território norte-americano, incluindo café e cacau, podem ser isentos de tarifas de importação quando acordos comerciais com países produtores forem firmados. Embora Lutnick não tenha comentado especificamente a situação de produtos vindos de países sem um acordo com os EUA, como o Brasil, a fala contribuiu para a avaliação, entre alguns profissionais, de que pode haver brechas para negociação. O recuo da moeda norte-americana ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar estar em alta ante boa parte das demais divisas, incluindo pares do real como a lira turca e o peso chileno. Às 17h19, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,29%, a 98,900. Apesar da expectativa no mercado de que o Brasil possa destravar alguns canais de negociação com os EUA, os ministros do governo Lula seguiram cautelosos. Durante a tarde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os canais com os EUA estão sendo desobstruídos “vagarosamente, mas estão”. Ele também repetiu que entre as possíveis medidas a serem adotadas pelo governo brasileiro está o socorro a empresas afetadas pelo tarifaço. Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que os EUA não querem negociar com o Brasil agora e que o governo vai esperar o prazo final de 1º de agosto com medidas prontas. Até lá, as atenções também estarão voltadas ao Federal Reserve e ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidem na quarta-feira sobre as taxas de juros nos EUA e no Brasil. Profissionais ouvidos pela Reuters têm pontuado que, embora a expectativa seja de manutenção dos juros nos atuais níveis em ambos os países, o Fed pode sinalizar o início do processo de cortes para breve, enquanto o BC tende a adotar uma postura mais conservadora, diante das incertezas do cenário.

Reuters

 

Ibovespa fecha em alta com Embraer em destaque e tarifas dos EUA no radar

O Ibovespa fechou em alta na terça-feira, com Embraer entre os principais suportes, em meio a notícias de que o governo pediu aos Estados Unidos a exclusão da fabricante de aeronaves da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor na sexta-feira.

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,53%, a 132.825,64 pontos, com Petrobras também respondendo por apoio relevante, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, marcou 133.345,71 pontos. Na mínima, registrou 132.129,79 pontos. O volume financeiro no pregão somava apenas R$14,2 bilhões antes dos ajustes finais, de médias diárias de R$20,58 bilhões no mês e R$24,26 bilhões no ano.

Reuters

 

FMI eleva projeção de crescimento do Brasil em 2026, mas ainda vê leve desaceleração

Previsões não incluem sobretaxa de 50% que pode entrar em vigor na sexta-feira (1º)

 

O FMI(Fundo Monetário Internacional) elevou ligeiramente sua perspectiva de crescimento do Brasil em 2026, mas segue vendo desaceleração da economia à frente, de acordo com novas projeções divulgadas nesta terça-feira (29), que não levam em conta o prometido aumento de tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O fundo passou a ver agora crescimento de 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2026, de acordo com seu relatório Perspectiva Econômica Global, aumento de 0,1 ponto percentual em relação à projeção feita em abril. Apesar da alta, a leitura ainda mostra leve desaceleração ante a expansão de 2,3% estimada para este ano. A estimativa do FMI para 2025 já havia sido elevada de 2% no relatório de abril para 2,3% em junho, após discussões com autoridades brasileiras durante visita de missão técnica do Fundo ao Brasil para a chamada "Consulta do Artigo IV", uma avaliação periódica da economia dos países feita pelo órgão. O fundo indicou que suas projeções nesse relatório são baseadas nas políticas comerciais atualmente em vigor, ou seja, assume que as políticas adotadas quando ele foi escrito são permanentes. "Esse é o caso mesmo em relação a medidas que foram enquadradas como temporárias ou pendentes, o que significa que se considera que pausas nas tarifas mais altas continuarão em vigor após seus prazos de validade e que taxas mais altas não entrarão em vigor", disse o FMI. No momento pesa sobre a economia brasileira a perspectiva de adoção de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, com entrada em vigor na sexta-feira (1º). O Brasil vem encontrando dificuldades para manter um diálogo com as autoridades norte-americanas sobre as questões comerciais. As projeções do FMI são um pouco mais pessimistas do que a estimativa do governo brasileiro. Neste mês, o Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o PIB para 2,5% em 2025, contra previsão de 2,4% feita em maio. Para 2026, a estimativa passou de 2,5% para 2,4%. Esses números não consideraram efeitos potenciais do aumento das tarifas sobre o Brasil pelos Estados Unidos. A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, de acordo com dados do IBGE, depois de ter expandido 3,4% em 2024. O IBGE divulgará os dados do segundo trimestre em 2 de setembro. A atividade econômica do Brasil também enfrenta uma perspectiva de desaceleração gradual diante de uma política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 15%, patamar que deve ser mantido pelo Banco Central em sua reunião desta semana. Por outro lado, um mercado de trabalho robusto ajude a manter a resiliência. A conta do FMI para o crescimento da América Latina e Caribe em 2025 foi elevada em 0,2 ponto percentual, para 2,2%, enquanto para 2026 permaneceu em 2,4%. Para o grupo Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, o FMI elevou as projeções respectivamente em 0,4 e 0,1 ponto percentual em relação a abril, para 4,1% em 2025 e 4,0% em 2026.

Folha de SP/Reuters

 

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