CLIPPING DO SINDICARNE Nº 913 DE 28 DE JULHO DE 2025
- prcarne
- 28 de jul.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 913 | 28 de julho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo fecha a semana a R$ 295/@
No último dia da semana (25/7), os preços do boi gordo “comum”, do “boi-China” e da novilha gorda registraram queda de R$ 2/@ nas praças paulistas, para R$ 295/@, R$ 280/@ e R$ 298/@, respectivamente, informa a Scot Consultoria. A cotação da vaca gorda ficou estável na sexta-feira em São Paulo, a R$ 270/@. No PARANÁ: Boi: R$295,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de sete dias.
Apesar da atual pressão de baixa, os analistas da Scot acreditam em recuperação da arroba ao longo deste último semestre do ano. “Mantemos nossa perspectiva de que o mercado seguirá pressionado no curto prazo (última semana de julho, podendo se intensificar até meados de agosto), mas que, em um horizonte de médio prazo (restante do segundo semestre), os preços irão subir, atingindo patamares que, dentro do ano, já foram outrora desdenhados pelos pecuaristas”, prevê zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot. Ele recomenda, porém, atenção aos produtores: “com margem pequena, ninguém quebra, mas, de prejuízo pequeno, uma hora a conta afrouxa”, alerta Fabbri, acrescentando: “Aproveitar as oportunidades deixadas na mesa hoje é fundamental”. O analista lembra que, especialmente nesta semana encerrada em 25/7, a cotação da arroba do boi gordo seguiu bastante pressionada e, pela primeira vez em 2025, ficou abaixo dos R$ 300 em São Paulo. No mercado futuro, “a crise” foi maior, diz ele. O contrato com vencimento para outubro/25 encerrou o pregão de terça-feira (22/7/25) da B3 negociado em R$ 315,35/@. Há um mês, o mesmo contrato fechou a sessão negociado em R$ 343,70/@. Porém, compara Fabbri, os preços atuais do boi gordo ainda continuam bem acima dos registrados há um ano, quando a arroba valia apenas R$ 220,05 em SP. Segundo os analistas da Agrifatto, desde o início de julho/25, “a oferta regular de animais terminados em confinamento, a vigência de quantidade expressiva de contratos de parceria (de engorda no cocho) e a presença ainda significativa de fêmeas nas escalas de abate na região Norte seguem exercendo pressão sobre as cotações da arroba”, relatou a Agrifatto. Adicionalmente, a concorrência com proteínas de menor custo (frango e suíno), o fraco desempenho do varejo de carne bovina e a ameaça dos EUA de nova taxação para a carne brasileira (+50%, a partir de agosto/25) intensificaram esse cenário de pressão baixista. Com uma intensa instabilidade no mercado do boi gordo, houve um recuo de 2 dias úteis nas escalas de abate dos frigoríficos brasileiros, em comparação com a semana anterior, finalizando a sexta-feira (25/7) em 8 dias programados, de acordo com levantamento da Agrifatto. Cotações do boi gordo desta sexta-feira (25/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$275,00 a arroba. Boi China: R$285,00. Média: R$280,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de nove dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$290,00. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha R$280,00. Escalas de sete dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de nove dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$270,00 a arroba. Boi China: R$280,00. Média: R$275,00. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$275,00 a arroba. Boi China/Europa: R$285,00. Média: R$280,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$260,00 a arroba. Vaca: R$240,00. Novilha: R$250,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$270,00 265,00 por arroba. Vaca: R$245,00 240,00. Novilha: R$250,00 245,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
FRANGOS
Frango/Cepea: Preços seguem em queda, mas menos intensas que em junho
Depois de o Brasil voltar a ser considerado livre da Influenza Aviária – após o registro de um caso em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em maio deste ano –, a retomada de importantes importadores da carne de frango brasileira tem sido gradual, o que ainda gera um descompasso entre oferta e demanda no mercado nacional, apontam levantamentos do Cepea.
Mesmo assim, segundo o Centro de Pesquisas, as quedas observadas neste mês são mais brandas em comparação com o intervalo entre maio e junho, quando o preço da carne de frango resfriada havia registrado recuo expressivo de 13,4%. Pesquisadores ressaltam que, em julho, além do impacto das férias escolares, o período de fim de mês intensifica a pressão sobre os valores da carne.
Cepea
MEIO AMBIENTE
BID anuncia empréstimo de R$ 5,5 bi para apoiar Plano de Transformação Ecológica do Brasil
Operação promoverá investimentos privados ao melhorar as condições de financiamento e o ambiente de negócios, além de fortalecer governança e capacidade institucional do país
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou na sexta-feira (25) um empréstimo de US$ 1 bilhão, equivalente a R$ 5,5 bilhões, para apoiar as políticas do governo brasileiro sob o Plano de Transformação Ecológica. Segundo o banco multilateral, a operação promoverá investimentos privados ao melhorar as condições de financiamento e o ambiente de negócios, além de fortalecer governança e capacidade institucional do país. De acordo com o presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, o programa Eco Invest Brasil, parceria entre o banco multilateral e o governo brasileiro, está no centro da iniciativa de conceder esse novo financiamento, que tem como objetivo mitigar o efeito da volatilidade cambial neste atual momento. “O objetivo com o Eco Invest é atrair capital privado ao país por meio de inovações financeiras, como blended finance e instrumentos de proteção contra a volatilidade cambial,” diz Ilan no comunicado do BID. “Nossa colaboração pretende aumentar os investimentos no Brasil, criando empregos e gerando oportunidades e benefícios tangíveis para os brasileiros”, completou Ilan. A expectativa, segundo o BID, é que o Eco Invest mobilize aproximadamente US$ 10,8 bilhões (R$ 60 bilhões) até 2027, principalmente por meio do setor privado. Para isso, oferece mecanismos como blended finance, fundo de liquidez contra volatilidade cambial, um programa de derivativos de câmbio e apoio à estruturação de projetos sustentáveis. Este empréstimo do BID também faz parte de um esforço multilateral coordenado para fortalecer a resiliência e a sustentabilidade da economia brasileira. Como foi incluído na modalidade PBL (Policy-Based Loans) de financiamentos do BID, terá um período de maturidade de 20 anos, um período de carência de 5,5 anos e uma taxa de juros baseada na Taxa de Financiamento Overnight Garantida (SOFR). O programa financiado pelo BID, segundo o próprio banco, tem também um componente fiscal. Para o secretário do Tesouro Nacional brasileiro, Rogério Ceron, “as inovações promovidas pelo Eco Invest e pela agenda de investimentos verdes”, com apoio do BID, ações são estruturantes. “Falamos de avanços que amplificam o potencial do Brasil em prol de mais produtividade e melhores condições de emprego e renda, de maneira alinhada à responsabilidade socioambiental”.
Valor Econômico
GOVERNO
Maiores aumentos no Valor Bruto da Produção de 2025 são de bovinos e ovos
Pelas projeções mais recentes da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, o Valor Bruto da Produção (VBP) no setor animal deve girar em torno dos R$486 bilhões no corrente exercício, aumentando em valores reais mais de 12% em relação a 2024. Este índice é puxado por bovinos e ovos.
Na previsão atual, o VBP dos bovinos deve aumentar em torno de 20%, superando pela primeira vez a casa dos R$200 bilhões. Isso fará com que a participação do setor no VBP animal aumente 6,74% e passe a representar quase 42,5% do total. Igualmente significativo é o aumento previsto na produção de ovos: +17%, índice que corresponde a um VBP não muito distante dos R$32 bilhões e que representa recorde histórico. Com o aumento desses dois produtos, cai a participação de frango, suínos e leite – apesar de os três registrarem incremento no VBP de 2025. Para o frango, foi previsto um aumento de 8,32% no VBP. Porém, esse índice tende a sofrer alteração e registrar incremento menor em função das fortes quedas que vêm afetando o mercado após o registro do caso de Influenza Aviária na avicultura comercial.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Exportações do agro do Paraná enfrentam riscos com tarifaço
Boletim aponta impacto nas cadeias de café, carne e frutas; café solúvel lidera exportações, mas sofre ameaça com tarifa anunciada pelos EUA. Paraná lidera a exportação brasileira de café solúvel
Divulgado na quinta-feira, 24, o boletim semanal do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) apontou um cenário de insegurança no setor agropecuário do estado, impulsionado por variações de mercado e incertezas no comércio internacional. O documento chama atenção para os impactos das recentes políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos, que têm afetado cadeias produtivas estratégicas como café, carnes e frutas. No setor do café, embora o preço ao consumidor siga estável, ele se mantém em patamar elevado. “O café solúvel, com forte presença industrial no estado, se sobressai como alternativa competitiva, mas também enfrenta riscos com a tarifa adicional anunciada pelos EUA”, informa o boletim. O produto tem custos menores e forte presença no Paraná, onde está um dos maiores parques industriais no segmento. O Estado lidera a exportação do produto. “Por isso, a tarifa adicional de 50% anunciada pelo governo Trump representa uma ameaça relevante ao segmento, com potencial de impactar as fábricas locais e, consequentemente, seus fornecedores, que não se restringem ao Paraná”, comentou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, em comunicado da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. No primeiro semestre de 2025 foram embarcadas 15.240 toneladas do café solúvel paranaense, gerando US$ 199,6 milhões em receitas. O volume representa 35% das 43.478 toneladas exportadas pelo Brasil. Os Estados Unidos são o principal mercado desse produto, absorvendo 15% das exportações paranaenses. A estimativa do Deral é que a atual safra de café paranaense resulte em 718 mil sacas (43,1 mil toneladas) produzidas em 25,4 mil hectares, o que representa 1% da safra nacional. O Paraná colheu, até agora, 68% da área plantada. É o que apontam os pesquisadores do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR). “Esse avanço na colheita resultou em uma forte redução nos preços pagos aos cafeicultores paranaenses neste mês”, afirmou Godinho. As estimativas apontam média próxima de R$ 1,5 mil por saca, cerca de 40% inferior ao valor de junho, com cotações que superavam R$ 2 mil. O boletim destaca ainda que, diante das incertezas no cenário internacional, torna-se urgente para os produtores investirem em eficiência, gestão e diversificação de mercados, como forma de mitigar os riscos associados a decisões unilaterais de grandes parceiros comerciais. A fruticultura paranaense, especialmente a de laranja, segue com bom desempenho nas exportações, mas também exposta aos impactos das taxações no mercado norte-americano. O Paraná é o terceiro produtor, com 804,3 mil toneladas. No ano passado os exportadores paranaenses enviaram 29,2 mil toneladas de suco para o exterior, gerando US$ 141 milhões em receitas. A Bélgica e os Países Baixos são os principais parceiros, recebendo 74% do volume. Os Estados Unidos compraram 2,2 mil toneladas, ao custo de US$ 9,4 milhões, o que representa 6,6% do montante financeiro do suco de laranja paranaense exportado. Na pecuária, segundo os especialistas do Deral, o momento é de atenção redobrada. Apesar da demanda aquecida no mercado interno, os custos de produção continuam altos, especialmente para a cadeia de suínos. O mercado do boi gordo mantém estabilidade, mas os pecuaristas estão cautelosos diante da possibilidade de retração nas exportações. O setor de aves também apresenta preocupação com a oscilação cambial e os impactos logísticos em portos e rotas comerciais. Já para a piscicultura paranaense, o Deral analisa que o aumento na tarifa de importação dos EUA não deve causar impactos mais significativos. No ano passado, foram exportadas 7,6 mil toneladas, sendo quase a totalidade para o mercado norte-americano, rendendo US$ 34,3 milhões (cerca de R$ 200 milhões). “Caso o aumento tarifário se concretize, é possível que as duas principais cooperativas paranaenses envolvidas na exportação optem por reduzir os preços praticados porque neste momento o foco principal da operação é a abertura e consolidação de um novo segmento de mercado, e não necessariamente a obtenção de lucro”, disse Edmar Gervásio, analista de piscicultura no Deral. Juntas, essas cooperativas somam um faturamento anual superior a R$ 32 bilhões, e o impacto financeiro da medida representaria menos de 1% desse total. “Num cenário mais extremo, em que as exportações se tornem inviáveis e sejam totalmente interrompidas, o mercado doméstico tem plena capacidade de absorver esse volume sem gerar oscilações de preços ou desequilíbrios na oferta”, completou Gervásio.
O Estado de São Paulo/Agro
Exportação de carne para o Chile pode triplicar com corredor bioceânico
A exportação de carne bovina do Mato Grosso do Sul ao Chile pode triplicar com a conclusão da ponte binacional sobre o rio Paraguai, trecho que integra o projeto da rota bioceânica. A estimativa é do setor frigorífico, que aposta na nova ligação terrestre para reduzir o tempo e os custos logístico com o comércio internacional.
O estado sul-mato-grossense exporta cerca de 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile por três caminhos: via Assunção, no Paraguai; pelo estado do Paraná até a Argentina; ou via Rio Grande do Sul. Todas as rotas atravessam múltiplas fronteiras, elevam os custos com pedágios e aumentam o tempo de deslocamento. Com a nova rota, os embarques seguirão por Porto Murtinho (MS), cruzarão a região do Chaco paraguaio e alcançarão o norte do Chile por rodovias interligadas. Para a abertura internacional, o corredor logístico depende da ponte que vai conectar o Mato Grosso do Sul a Carmelo Peralta, no Paraguai. Para Sérgio Capucci, vice-diretor do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sicadems), o novo caminho representa o aprofundamento das relações comerciais com mercados estratégicos na América do Sul. “O principal benefício da rota bioceânica para a indústria será a ampliação das exportações para o Chile e para o Peru”, afirmou Capucci. A nova ligação também pode fortalecer as relações com países da Ásia e da Oceania, dependendo da comparação entre os custos logísticos para os embarques pela rota bioceânica ou pelo porto de Santos (SP). Hoje, um contêiner que parte do porto de Santos até Xangai, na China, percorre cerca de 24 mil quilômetros e leva até 54 dias. Com a nova rota, o trajeto pode ser encurtado em até 7 mil quilômetros e 20 dias, considerando o uso dos portos chilenos. A redução depende do destino e da logística portuária de cada país asiático. A ponte sobre o rio Paraguai alcançou 80% de execução física, segundo o Consórcio Binacional Pybra, responsável pela construção, com entrega prevista em novembro deste ano. O investimento soma US$ 109 milhões, custeados pelo lado paraguaio da Itaipu Binacional. A ponte terá 1,2 mil metros de extensão com trechos estaiados, sustentados por torres de 125 metros de altura. O projeto foi feito para suportar a capacidade de tráfego de veículos pesados, visando a integração do transporte de cargas com as rodovias regionais.
Gazeta do Povo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe puxado por exterior com mercado à espera de novidades sobre tarifaço
O dólar fechou a sexta-feira em alta ante o real acompanhando o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, enquanto no Brasil os agentes seguiram à espera de novidades sobre o tarifaço dos EUA.
A moeda norte-americana à vista fechou o dia com alta de 0,74%, aos R$5,5622. Na semana, porém, a divisa acumulou baixa de 0,45%, voltando a registrar uma queda semanal após duas semanas de altas em função do anúncio, em 9 de julho, da tarifa de 50% dos EUA sobre os produtos brasileiros. No ano, o dólar acumula baixa de 9,98%. Às 17h09 na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil – subia 0,67%, aos R$5,5670. A moeda dos EUA oscilou em alta durante praticamente todo o dia, puxada pelo avanço da divisa também no exterior. A proximidade do início da cobrança, pelos Estados Unidos, de uma série de tarifas sobre produtos de boa parte de seus parceiros comerciais, em 1º de agosto, seguiu permeando os negócios. Na sexta-feira, as notícias eram de que os EUA podem chegar a um acordo tarifário com a UE no fim de semana, mas estariam distantes de um entendimento com o Canadá. No início da tarde, reportagem da agência Bloomberg informando que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando a base legal para a cobrança de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros fez o dólar atingir o pico do dia. Desde o anúncio de Trump, o dólar acumulou alta de 2,12% no Brasil, ou 12 centavos de real, mas alguns profissionais acreditam que haverá espaço para mais ajustes de alta, caso a tarifa contra o Brasil seja de fato cobrada a partir de 1º de agosto. Os dados divulgados pelo Banco Central mostraram um retrato desfavorável para o setor externo no mês de junho -- antes mesmo do tarifaço contra o Brasil. O país teve déficit em transações correntes de US$5,131 bilhões em junho, acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de déficit de US$4,363 bilhões. Para completar, os investimentos diretos no país não compensaram este déficit mensal, ao atingirem apenas US$2,810 bilhões em junho, abaixo dos US$4,5 bilhões projetados.
Reuters
Ibovespa recua com giro fraco em meio a receios sobre tarifas
O Ibovespa fechou com um declínio modesto na sexta-feira, em mais um pregão com volume financeiro baixo, refletindo a falta de apetite a risco de agentes financeiros, em meio a preocupações com os reflexos econômicos das tarifas comerciais norte-americanas que devem começar a vigorar na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,21%, a 133.524,18 pontos, tendo marcado 133.285,09 pontos na mínima e 134.204,42 pontos na máxima do dia. Na semana, ainda conseguiu acumular uma variação positiva de 0,11%. No mês, recua 3,84%. O volume financeiro no pregão somou apenas R$13,96 bilhões, contra uma média diária de R$20,89 bilhões em julho, que é menor do que a do ano, de R$24,32 bilhões. O governo brasileiro tem buscado reabrir os canais de negociação com os Estados Unidos, mas até agora sem sucesso, o que tem referendado o clima de cautela na B3 a poucos dias de começar a valer a tarifa norte-americana de 50% para produtos do Brasil, anunciada pelo presidente Donald Trump no começo do mês. "O Brasil parece ter simplesmente sido abandonado pelo governo americano", observou o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, citando negociações de Washington com outros parceiros comerciais. O efeito econômico pode ser severo. A Confederação Nacional da Indústria estima que mais de 100 mil empregos poderiam ser perdidos, potencialmente reduzindo 0,2% do PIB do país. Já a Confederação Nacional da Agricultura projeta que o valor das exportações do setor aos EUA pode cair quase pela metade. "A cautela permanece entre investidores devido às incertezas nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas, mantendo o mercado em compasso de espera até uma definição mais clara do quadro comercial", afirmou o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad. Na contramão, Wall Street fechou com novas máximas históricas para o S&P 500 e Nasdaq, amparados pelo otimismo de que os EUA podem em breve chegar a um acordo comercial com a União Europeia.
Reuters
Confiança do consumidor brasileiro volta a subir em julho com ganho modesto, diz FGV
A confiança dos consumidores brasileiros voltou a subir em julho, após queda no mês anterior, sendo impulsionada por melhoras tanto no indicador sobre a situação atual quanto na medida de expectativas para os próximos meses, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados na sexta-feira.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês avanço de 0,8 ponto, para 86,7 pontos. "Após queda no mês anterior, a confiança do consumidor retoma, em julho, a trajetória de alta iniciada em março deste ano. O aumento modesto do ICC refletiu uma melhora também moderada das avaliações sobre o presente e o futuro", disse Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, em nota. Os dados mostraram que o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,5 ponto, para 83,4 pontos em julho. Já o Índice de Expectativas (IE) teve variação positiva de 0,7 ponto, para 89,4 pontos em julho. Entre os quesitos que avaliam o momento atual, o indicador de situação econômica local atual teve alta de 0,7 ponto, para 94,3 pontos, enquanto a medida de situação financeira atual da família subiu 0,3 ponto, a 72,8 pontos. Nos quesitos que medem as expectativas para os próximos meses, o resultado foi carregado pelo ganho de 10,8 pontos do indicador de compras previstas de bens duráveis, para 86,9 pontos em julho, maior nível desde dezembro de 2024 (91,0 pontos). Na contramão, houve fortes quedas nos indicadores de situação econômica local futura e de situação financeira futura da família, com perdas de 2,4 e 6,2 pontos, respectivamente, para 100,5 e 82,4 pontos. Entre as faixas de renda, o grupo que recebe até R$2.100,00 mensais teve um salto de 7,4 pontos na confiança, a 81,7 pontos, impulsionando o resultado geral de julho.
Reuters
IPCA-15 sobe 0,33% em julho, diz IBGE
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,33 por cento em julho, sobre alta de 0,26 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,30 por cento para o período.
A taxa em 12 meses atingiu 5,30% em julho, ante 5,27% em junho. Apesar do resultado acima do esperado, o economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, Carlos Thadeu, destacou a abertura do indicador. Nos serviços subjacentes, a taxa recuou de 5,96% para 5,47% pelo critério de três meses com ajuste anualizado e, nos bens industriais, pelo mesmo critério, foi de 3,52% para 2,74%. A média dos núcleos de inflação passou de 4,81% para 4,41%. “A despeito do número ligeiramente maior (era esperado por alguns temas difíceis de mensurar), o fator mais importante foi a desaceleração de todas as aberturas na margem”, escreveu Thadeu em comentário sobre o IPCA-15.
Reuters
IPCA-15de julho traz boas notícias, mas ainda sem 'gatilhos' para revisões, avaliam economistas
Individualmente, energia elétrica residencial foi a principal influência individual para a alta do indicador, com variação de 3,01% e impacto de 0,12 ponto percentual (p.p.)
A despeito da leitura ligeiramente mais salgada que o esperado, a prévia da inflação de julho trouxe notícias positivas em algumas das principais métricas qualitativas acompanhadas pelos analistas. Divulgado na sexta-feira (25), o IPCA-15 subiu 0,33% em julho, após marcar 0,26% em junho. O dado veio acima da mediana de 0,31% das projeções coletadas pelo VALOR DATA, com intervalo entre 0,26% e 0,36%. A despeito das surpresas altistas em preços, a parte qualitativa trouxe boas notícias, avaliam economistas. No acumulado em 12 meses, o indicador alcançou em 5,30% em julho ante 5,27% até junho. O ponto médio das estimativas do VALOR DATA era de 5,28%, com intervalo entre 5,19% e 5,33%. Individualmente, a energia elétrica residencial foi a principal influência individual para a alta do IPCA-15 em julho, com variação de 3,01% e impacto de 0,12 ponto percentual (p.p.). Já as passagens aéreas subiram 19,86% em junho, com impacto de 0,11 p.p. A despeito das surpresas altistas, a parte qualitativa trouxe boas notícias, avaliam economistas. João Fernandes, da Quantidas, destaca os serviços intensivos em trabalho, cuja leitura mensal anualizada caiu de perto de 6% para 4%. “É uma categoria importante porque é muito vinculada a empregos e salários. Mas vinha caindo lentamente, demorou seis meses para cair 2 pontos porcentuais e, na virada para julho, baixou mais dois pontos”, destaca. Outras medidas importantes trouxeram melhora adicional. A difusão caiu de 57,8% para 51,2% na passagem do mês, segundo cálculos da MCM 4Intelligence. Já a difusão ex-alimentos passou de 58,5% para 51,2% – este último flutuava entre 60% e 70% nos últimos seis meses, ressalta Fernandes. Carlos Thadeu, responsável por inflação e commodities da BGC Liquidez, destaca que as pressões altistas ocorreram sobretudo em componentes voláteis e de difícil antecipação – além de passagens aéreas, transporte por aplicativo e fast food, que vieram mais salgados que o esperado por ele. “Na parte qualitativa, esses aumentos foram mais que neutralizados por leituras mais baixas em aberturas importantes, principalmente em serviços intensivos em mão de obra e aluguel. Então, de maneira geral, esse número é neutro ou melhor do que o esperado, mostra desaceleração importante de alguns componentes”, diz. Em seus cálculos, a média móvel de três meses com ajuste sazonal e anualizado dos serviços subjacentes saiu de 5,96% para 5,47%, enquanto a média dos núcleos caiu para 4,41% de 4,81% na mesma métrica. Já os industriais recuaram de 3,52% para 2,74%. O momento é de observar se esse movimento persiste nas próximas leituras, continua Thadeu. Em sua avaliação, vai ser importante monitorar se os preços industriais continuarão desacelerando e se os serviços vão manter esse patamar. “Nós acreditamos que sim: as pressões salariais não estão se materializando, especialmente em alimentação fora do domicílio, e o saldo líquido das tensões comerciais tem sido maior oferta e menor pressão de industriais”, prossegue. O recado da prévia da inflação de julho é que, embora ainda rode em patamares incompatíveis com o cumprimento da meta perseguida pelo Conselho de Política Monetária (Copom), que tem centro em 3,00%, “a dinâmica da inflação tem sido melhor do que esperada”, pondera Lucas Barbosa, economista da AZ Quest. “O qualitativo dessa leitura foi novamente melhor, ainda que tenhamos surpresas no dado cheio, como ocorreu com o IPCA de junho. O arrefecimento das medidas subjacentes de inflação vai dando alguma confiança no processo de desinflação.” Apesar da leitura positiva, ainda é cedo para falar em revisões de projeção e de implicações para a política monetária, diz a coordenadora de pesquisa da Buysidebrazil, Mirella Hirakawa. “Olhando do ponto de vista do BC, ainda não é um número que traz tranquilidade sobre a convergência da inflação. Acreditamos que ela vai continuar rondando esses patamares altos até outubro”, diz Mirella.
Valor Econômico
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