CLIPPING DO SINDICARNE Nº 906 DE 17 DE JULHO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 906 | 17 de julho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: Scot identifica quedas para todas as categorias em SP; Agrifatto apura recuos em 11 praças
Pelos dados da Scot, o animal gordo sem padrão-exportação e o “boi-China” são negociados por R$ 304/@ e R$ 307/@ no mercado paulista. No PARANÁ: Boi: R$300,00 por arroba. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias.
Com o aumento na oferta de bovinos e as incertezas geradas pela decisão norte-americana de taxas em mais 50% os produtos brasileiros exportados, a quarta-feira (16/7) foi marcada pela queda nas cotações do boi gordo negociadas em São Paulo, informou a Scot Consultoria.
Pelos dados da Scot, o animal gordo sem padrão-exportação e o “boi-China” registrou recuo diário de R$ 1/@, para R$ 304/@ e R$ 307/@, respectivamente. Também no mercado paulista, a vaca gorda teve baixa de R$ 3/@, para R$ 275/@, e a novilha sofreu retração diária de R$ 5/@, batendo R$ 285/@, acrescentou a Scot. Segundo o levantamento da Agrifatto, na quarta-feira 11 das 17 praças brasileiras monitoradas diariamente apresentaram desvalorização nos preços da arroba: AC, AL, BA, ES, MA, MS, MT, PR, RJ, RO e SC. Nas outras 6 regiões (SP, GO, MG, PA, RS e TO), houve estabilidade nas cotações da arroba. “Em São Paulo, o recuo em torno de 1,5% já era observado na primeira metade do mês, reflexo do aumento da oferta de animais terminados em confinamentos e contratos de parceria, o que estendeu as escalas para cerca de nove a dez dias de abate”, lembrou a Agrifatto. O cenário de baixa se acentuou após o anúncio dos EUA sobre a elevação das tarifas aplicadas aos produtos brasileiros, decisão prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto/25. “Diante da incerteza gerada pela nova tributação, os frigoríficos intensificaram a pressão baixista, enquanto os exportadores retraíram completamente suas operações de compra de boiadas gordas”, disse a Agrifatto. Segundo os analistas da consultoria, mesmo depois do encurtamento das escalas para oito abates, as compras das unidades frigoríficas voltadas ao mercado interno passaram a operar em ritmo de “conta-gotas”, testando valores abaixo da referência de R$ 300/@ no mercado paulista. Enquanto isso, seguindo o movimento dos preços físicos, o mercado futuro registrou o segundo dia de baixas na terça-feira (15/7), repetindo o pessimismo da segunda-feira. O contrato com vencimento em setembro/25, que encerrou o pregão da B3 cotado a R$ 309,45/@, com queda de 1,7% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta quarta-feira (16/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00 Novilha: R$290,00 Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de sete dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$280,00. Novilha R$290,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$255,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de sete e oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China/Europa: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de sete dias. RONDÔNIA: Boi: R$265,00 a arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de nove dias. MARANHÃO: Boi: R$270,00 por arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Cadeia pecuária pode perder US$ 1,3 bi em vendas aos EUA com tarifaço
Cálculo é da Abrafrigo, que mensura possíveis perdas no segundo semestre caso taxa de 50% anunciada pelos Estados Unidos seja aplicada
Tarifaço de Trump contra o Brasil pode gerar perdas para o setor de US$ 3 bilhões por ano. O Brasil pode perder US$ 1,3 bilhão em exportações de carne bovina e outros produtos da cadeia pecuária apenas no segundo semestre de 2025 caso a sobretaxa de 50% dos Estados Unidos seja confirmada a partir de agosto, estima a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Ao longo de 2026 e dos anos seguintes, as perdas podem ser de, ao menos, US$ 3 bilhões anualmente. As projeções têm como base o desempenho das exportações de carnes e subprodutos bovinos do Brasil aos EUA no primeiro semestre, que somaram US$ 1,287 bilhão. Nos cálculos da entidade, a taxação anunciada por Donald Trump pode gerar saltos de 111% a 384% no valor dos impostos pagos por tonelada desses itens, o que inviabilizaria as vendas aos americanos e resultaria em prejuízo à balança comercial brasileira. Os cálculos da Abrafrigo consideram embarques de cortes de carne bovina desossados congelados (149,4 mil toneladas e US$ 737,8 milhões), sebo bovino (230,2 mil toneladas US$ 248,7 milhões), preparações alimentícias e corned beef ou carne enlatada (23,4 mil toneladas US$ 239,1 milhões), carnes bovinas desossadas frescas ou refrigeradas (7 mil toneladas e US$ 53 milhões), carnes bovinas salgadas, secas ou defumadas (1,2 mil toneladas e US$ 7,7 milhões), tripas e rabos. A receita total foi quase o dobro da obtida no mesmo período de 2024 e o volume embarcado cresceu 85,4%. A avaliação de Paulo Mustefaga, presidente da Abrafrigo, é que a taxação americana afetará essa cesta de produtos, e não só a carne bovina em si. Há uma preocupação especial com o sebo bovino, cujos embarques para os EUA representam quase 100% do mercado atual. Para calcular o impacto total, a entidade considerou o preço médio de exportações desses itens, volumes e receitas obtidos nos últimos seis meses, e simulou a aplicação das tarifas de 50% no restante de 2025 e nos anos seguintes. No caso das carnes desossadas, frescas, refrigeradas ou congeladas, a Abrafrigo relatou que o Brasil participa de uma cota de 65,8 mil toneladas distribuídas entre vários países. Só no primeiro semestre de 2025, no entanto, os frigoríficos brasileiros enviaram volume equivalente a 2,5 vezes o total da cota, com quase 150 mil toneladas, o que mostra que a maior parte paga tarifa extracota. No caso da carne em conserva e do sebo não há cota tarifária. A carne desossada congelada exportada aos EUA paga atualmente uma tarifa extracota de US$ 1,78 mil por tonelada, o que representa 36% dos preços médios FOB. Com a tarifa adicional de 50%, o montante passaria para US$ 3,75 mil de imposto de importação por tonelada, alta de 111%. A tarifa final seria equivalente a 76% do preço da carga, o que inviabilizaria o comércio. No caso do sebo bovino fundido, a tarifa passaria de US$ 151 por tonelada para US$ 583, alta de 286%. O valor representaria 54% dos preços médios. Em relação às preparações alimentícias e conservas bovinas, a tarifa sairia de US$ 1 mil por tonelada para US$ 5,1 mil por tonelada, alta de 384%, equivalente a 50,4% dos preços médios. Segundo Mustefaga, as novas tarifas, com peso ainda maior sobre os preços finais dos produtos, impedem a comercialização. Com isso, a expectativa de exportar mais US$ 1,3 bilhão nos seis meses finais de 2025 pode não se concretizar. Se o ritmo das exportações fosse mantido em 2026, a projeção do setor seria vender ao menos US$ 3 bilhões aos EUA, considerando os mesmos patamares de preços. “Quem paga essa tarifa é o importador. Ele não consegue colocar a carne congelada brasileira com 76% do seu valor em impostos, que teriam que ser repassados aos consumidores”, disse Mustefaga. Com isso, alguns importadores americanos já pediram para os frigoríficos suspenderem a produção. Quase 60 estabelecimentos são habilitados a exportar carne bovina e derivados aos EUA hoje. No acumulado deste ano, os EUA representam quase 15% das receitas obtidas pelo Brasil com as exportações de carnes desossadas congeladas, resfriadas ou enlatadas. Em relação ao sebo, os americanos representaram 99,6% do faturamento obtido na exportação. “A carne industrializada e o sebo bovino são muito representativos. A carne enlatada tem poucos mercados alternativos, e os EUA são muito importantes”, disse Mustefaga. Segundo ele, o preço pago pelo produto é um diferencial. “Eles pagam mais de US$ 10 mil por tonelada, cerca de 40% a mais que outros destinos”. Na visão do dirigente, a inviabilização das vendas aos EUA pode afetar outros mercados onde os americanos têm influência, como o México e o Canadá. “Os prejuízos podem ser ainda maiores”, disse. Ele participou da reunião com o governo e demais cadeias exportadoras na terça-feira. E disse que confia na capacidade do vice-presidente, Geraldo Alckmin, de liderar o processo e conseguir reverter a tarifa.
Valor Econômico
CARNES
Entre as carnes brasileiras exportadas, suína foi a que mais se valorizou no 1º semestre
Os dados da FAO relativos aos preços obtidos pelos principais exportadores mundiais nas vendas externas de carnes mostram que o Brasil – presente no mercado mundial com as três carnes, de frango, suína e bovina – obteve bom desempenho no 1º semestre de 2025.
O resultado mais fraco recaiu sobre a carne de frango, cujo preço externo no semestre aumentou pouco mais de 3%, bem abaixo dos 7,54% de aumento obtidos pelos EUA. Não escapa, no entanto, que o preço médio alcançado pelo Brasil foi mais de 25% superior ao dos EUA, o segundo exportador mundial do produto. Na carne bovina, em termos de preço, o Brasil ainda perde para EUA e Austrália. Mas no semestre obteve valorização de quase 13% no preço do produto, bem acima dos 2,72% de aumento dos EUA. De toda forma foi uma valorização menor que a obtida pela carne bovina australiana, cujos preços no semestre passado valorizaram-se quase 20%. Mas o destaque fica para a carne suína, da qual o Brasil é apenas o terceiro exportador mundial. Pois, no semestre, ela valorizou-se quase 11%, enquanto o produto exportado por EUA e União Europeia (UE) sofreu queda de preço – de, respectivamente, 0,76% e 11,42%. Notar, a propósito, que embora o preço brasileiro seja inferior ao dos EUA, neste ano ultrapassou o da UE (na verdade, da Alemanha, o mais histórico exportador de carne suína). Assim, enquanto no 1º semestre do ano passado o preço médio alcançado pelo Brasil ficou 7% aquém do registrado na UE, neste ano o superou em mais de 16%.
FAO
SUÍNOS
Indústria espera elevar venda de carne suína ao Chile
Reconhecimento do Paraná como livre de aftosa pelo governo chileno dá otimismo ao setor. O Chile é o quarto principal destino das exportações de carne suína do Brasil
A indústria de carne suína do Brasil espera elevar as exportações do produto para o Chile, com o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação publicado no Diário Oficial chileno, afirmou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) na quarta-feira (16/7). Atualmente, apenas frigoríficos de Santa Catarina embarcam carne suína para o mercado chileno, que mantém acordo de exportações com o Brasil por meio de pré-listing. Em nota, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, ressaltou que a cadeia de carne suína projeta recorde de exportações para 2025 “e deverá ter influência positiva deste novo reconhecimento”. Quarto principal destino das exportações de carne suína do Brasil, o Chile importou apenas no primeiro semestre deste ano 55,9 mil toneladas do produto, gerando receitas de US$ 140 milhões. Em comparação com o ano passado, os embarques cresceram 11,1% em volumes e 30% em receita.
Globo Rural
EMPRESAS
Aumento de capital da Minerva deve chegar a R$ 3 bilhões até 2028
Maior exportadora de carne bovina da América do Sul já iniciou um processo de corte de suas dívidas. A alavancagem da Minerva cresceu em função da compra de 13 plantas da Marfrig concluída no ano passado no Brasil, Chile e Argentina
O conselho de administração da Minerva aprovou na terça-feira (15/7) a homologação de um aumento de R$ 1,85 milhão no capital social da companhia, em decorrência do exercício de bônus de subscrição. Ao Valor, a empresa ressaltou que mais subscrições vão continuar a ocorrer até 2028, somando R$ 1 bilhão. Em junho, o colegiado já havia aprovado um aumento de capital de R$ 2 bilhões. Desta forma, considerando o montante que virá por meio de bônus de subscrição nos próximos três anos, o aumento de capital da Minerva irá totalizar R$ 3 bilhões. O valor de R$ 1,85 milhão aprovado nesta terça-feira representa 358.779 novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, com preço de emissão de R$ 5,17. A medida levou o capital da empresa para os atuais R$ 3,68 bilhões, divididos em 994.489.382 ações. Com os recursos levantados, a maior exportadora de carne bovina da América do Sul já iniciou um processo de corte de suas dívidas, principalmente com recompras de bonds, para redução da alavancagem - medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda. A alavancagem da Minerva cresceu em função da compra de 13 plantas da Marfrig concluída no ano passado no Brasil, Chile e Argentina. Outras três unidades que fazem parte do negócio seguem em análise das autoridades locais no Uruguai e, caso haja a aprovação, uma delas será revendida para a Allana Magellan pelo valor de US$ 48 milhões, para evitar concentração de mercado. A dívida líquida da Minerva terminou o primeiro trimestre deste ano em R$ 15,58 bilhões, alta de 73,3% no comparativo anual e a alavancagem alcançou 3,7 vezes, conforme dados do balanço financeiro mais recente. Contando com boas condições de mercado para exportação de carne bovina da América do Sul e as expectativas de retorno dos ativos que foram adquiridos da Marfrig, a Minerva chegou a citar em meados de abril que pretendia gerar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões em caixa livre neste ano, valor que também seria utilizado para pagamento de passivos. Agora, diante da taxação de 50% anunciada pelos Estados Unidos contra produtos do Brasil, ainda não se sabe se os planos de geração de caixa da Minerva serão mantidos. Até o momento, a companhia prevê um potencial impacto de, no máximo, 5% para a receita líquida. A empresa pretende continuar a atender o mercado americano com as unidades localizadas na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália.
Globo Rural
GOVERNO
Em nova carta aos EUA, governo manifesta 'indignação' com tarifa de 50% e pede negociação
A carta foi endereçada ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao Representante de Comércio, Jamieson Greer
O governo brasileiro enviou na terça (15) uma nova carta aos Estados Unidos em resposta à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Nela, o governo "manifesta sua indignação" com o anúncio das tarifas, diz estar "pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável" e cobra resposta sobre a primeira carta sobre o tema de tarifas, enviada ainda em maio. A carta foi endereçada ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao Representante de Comércio, Jamieson Greer, e seu conteúdo foi divulgado na quarta-feira (16). O documento é assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A carta diz que o anúncio das tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos tem um impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre os dois países. O documento também afirma que, desde antes do anúncio das tarifas recíprocas, em 2 de abril de 2025, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral. Isso ocorre mesmo com o Brasil acumulando grandes déficits comerciais com os Estados Unidos tanto em bens quanto em serviços, que, nos últimos 15 anos, somam quase US$ 410 bilhões, segundo dados do próprio governo norte-americano. “Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano”, diz o documento. “Com esse mesmo espírito, o Governo brasileiro apresentou, em 16 de maio de 2025, minuta confidencial de proposta contendo áreas de negociação nas quais poderíamos explorar mais a fundo soluções mutuamente acordadas”, escreveu o governo brasileiro.
Valor Econômico
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Leilões dos últimos lotes de concessões de rodovias do Paraná são agendados para outubro
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou na terça-feira (15) os editais dos lotes 4 e 5 do programa de concessões de rodovias do Paraná, que completam o pacote de seis lotes do novo pedágio no estado. Somados, os dois últimos lotes serão responsáveis por R$ 29,8 bilhões de investimentos em obras e custos operacionais ao longo de 1.058 quilômetros de vias estaduais e federais.
Os leilões na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, estão agendados para os dias 23 de outubro e 30 de outubro, quando serão conhecidas as empresas vencedoras dos lotes 4 e 5, respectivamente. As empresas interessadas deverão entregar as propostas no dia 20 de outubro para o lote 4 e em 27 de outubro para o lote 5. A expectativa é que os contratos sejam assinados até fevereiro de 2026. Os demais lotes já foram concedidos à iniciativa privada. As regras dos leilões seguem o modelo das demais disputas do pacote paranaense: a escolha será pela menor tarifa-base por quilômetro rodado, sem outorga para os governos federal e estadual. Na composição total as rodovias concedidas estão 3,3 mil quilômetros, em um processo que foi iniciado em 2023. Os investimentos totais devem superar a marca de R$ 60 bilhões ao longo dos contratos de 30 anos, o que coloca o Paraná entre os maiores programas de concessões de rodovias da América Latina. Os contratos dos primeiros lotes estão em vigência. O lote 1 é operado pela Via Araucária, do Grupo Pátria, desde janeiro de 2024, com R$ 7,9 bilhões em investimentos previstos. O lote 2 foi arrematado pelo Grupo EPR, que também iniciou as operações em janeiro de 2024, com a obrigação contratual de investimentos em R$ 10,8 bilhões. Os contratos do lote 3, gerido pelo Grupo Motiva, antiga CCR, com investimento de R$ 9,8 bilhões e do lote 6 - o maior projeto do pacote, com R$ 12,6 bilhões em investimentos para obras sob gestão do Grupo EPR - passaram a valer em abril deste ano, com início de cobrança de pedágio em junho. Confira as rodovias e cidades nos lotes 4 e 5 do novo pedágio no Paraná. Com uma extensão de 627,52 quilômetros, o lote 4 abrange as regiões oeste, noroeste e norte do Paraná. O trecho conecta a fronteira com o Paraguai, em Guaíra, à divisa com São Paulo, em Nova Londrina, e será importante para melhorar as condições de tráfego de veículos vindos de São Paulo e Mato Grosso do Sul. O lote inclui três rodovias federais (BR-272, BR-369 e BR-376) e oito estaduais (PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986). Os investimentos previstos para este trecho somam R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 10,9 bilhões destinados às obras de melhoria. Entre as principais intervenções, destacam-se: 231 quilômetros de duplicações; 87 quilômetros de faixas adicionais; 59 quilômetros para implantação de contornos (em Nova Londrina, Itaúna do Sul, Oeste de Maringá e Norte de Londrina); 39,4 quilômetros de vias marginais e 34 quilômetros de ciclovias; Construção de 39 passarelas e oito passa-faunas; Duplicação da PR-323, uma das principais vias da região noroeste (Maringá, Cianorte e Umuarama). Com 430,7 quilômetros de extensão, o lote 5 concentra-se nas regiões oeste e noroeste do Paraná, facilitando a conexão rodoviária do estado com Paraguai e Mato Grosso do Sul. As rodovias englobadas são a BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317.
Gazeta do Povo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar encerra em leve alta com tensões entre Fed e Trump e preocupações com tarifas no radar
Tensão entre a Casa Branca e o Federal Reserve intensificou o pessimismo dos agentes financeiros e elevou as incertezas nos mercados, pressionando a moeda americana
Em uma sessão volátil, o dólar à vista fechou próximo da estabilidade na quarta-feira, em contraste com o movimento observado no mercado internacional. O aumento das tensões entre a Casa Branca e o Federal Reserve (Fed) intensificou o pessimismo dos agentes financeiros e elevou as incertezas nos mercados, pressionando a moeda americana ao longo da sessão. Por outro lado, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afastando a possibilidade de demissão imediata do presidente do Fed, Jerome Powell, ajudaram a conter a aversão a risco e trouxeram algum alívio aos ativos globais. No fim da sessão, o dólar avançou 0,06% no segmento à vista, cotado a R$ 5,5613. No dia, a moeda americana bateu a mínima de R$ 5,5409 e encostou na máxima de R$ 5,5945. Já o euro comercial encerrou o dia em alta de 0,37%, a R$ 6,4714. Perto das 17h, o índice DXY, que mede a força da divisa americana contra uma cesta de seis moedas principais, caía 0,31%, a 98,312 pontos. Os investidores seguem atentos, ainda, às negociações em torno da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, além de monitorarem de perto o cenário político doméstico. Nesse contexto, a dinâmica posicionou o real como uma das piores moedas do dia entre as 33 divisas mais líquidas monitoradas pelo Valor.
Valor Econômico
Ibovespa apaga sequência de perdas e tem leve alta com apoio de Vale em sessão volátil
Volume financeiro do índice não foi muito expressivo, o que pode ter ajudado a ampliar a volatilidade
Depois de iniciar o pregão sob pressão, o Ibovespa oscilou entre perdas e ganhos até encerrar com leve alta de 0,19%, aos 135.511 pontos, revertendo a sequência de quedas registrada nos últimos sete dias. Embora a sessão tenha sido de vencimento de opções sobre a principal referência acionária local, o volume financeiro do índice não foi muito expressivo, o que pode ter ajudado a ampliar a volatilidade, em um momento em que as férias no Hemisfério Norte já tendem a reduzir o giro financeiro. O pregão começou agitado com investidores repercutindo a desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que interrompeu a tendência de alta acumulada desde o início do ano e oscilou de 57% para 53%, segundo pesquisa da Genial/Quaest divulgada ontem. Horas depois, a informação de que o presidente americano, Donald Trump, teria insistido em demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, em reunião com membros da Câmara, fez o índice ampliar as perdas, em linha com Wall Street. A informação, porém, foi negada na sequência pelo próprio líder republicano. Segundo ele, Powell não será demitido, a não ser que haja uma “fraude”. Em um dia em que boa parcela das blue chips registrou perdas, como a Petrobras e Bradesco o avanço das ações da Vale e de outros bancos atuou como contrapeso. No fim do pregão, os papéis PN da petroleira recuaram 0,50%, ao passo que o destaque positivo entre as instituições financeiras ficou para as units do BTG Pactual, que subiram 2,04%, enquanto as ON do Bradesco cederam 0,43%. Já a Vale avançou 0,91%, em um movimento de correção. O volume financeiro do Ibovespa na sessão de ontem foi de R$ 15,4 bilhões e de R$ 20,4 bilhões na B3. Após oscilar entre perdas e ganhos, os principais índices americanos fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,53%; o S&P 500 avançou 0,32%; e o Nasdaq subiu 0,25%.
Valor Econômico
Tesouro projeta piora na trajetória da dívida, que atingiria pico de 84,3% do PIB em 2028
Relatório de Projeções Fiscais traz ainda projeção de superávit primário de 1,25% do PIB no governo central de 2029 a 2035
O Tesouro Nacional projeta uma piora na trajetória da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que atingiria um pico em 2028, equivalente a 84,3% do Produto Interno Bruto (PIB), começando a cair somente em 2029, quando recuaria para 84,1%. Projeções do cenário de referência vêm na 6ª edição do Relatório de Projeções Fiscais, divulgado na quarta-feira (16). No relatório anterior, de dezembro, a DBGG atingiria o pico em 2027, quando chegaria a 81,8% do PIB. Ainda na projeção do fim de 2024, a curva da dívida começaria a cair em 2028, para 81,6% do PIB. No documento, o Tesouro também projeta um aumento da DBGG/PIB de 2,5 pontos percentuais este ano, em comparação ao valor realizado em 2024, quando fechou em 76,5% do PIB. Para 2025, a projeção é que a dívida feche o ano em 79% do PIB. A piora na trajetória, explicou o órgão, "se explica, principalmente, pelo nível dos juros nominais, que seguem pressionando a dívida nos anos seguintes". O Tesouro também pontua que as projeções para evolução do PIB mitigariam a alta. "As projeções consideram um cenário para operações associadas com ações do Banco Central no âmbito da gestão de liquidez da economia, notadamente os fatores condicionantes da base monetária, como operações com moeda manual, depósitos (compulsórios ou voluntários) e linhas de liquidez", pontuou o Tesouro no documento. No relatório, o Tesouro também estima que, conforme o arcabouço fiscal vigente, seria necessário um superávit primário de 2,3% ao ano a partir de 2030 para que a DBGG atingisse 76,5% do PIB em 2035. Resultado primário do governo central O Tesouro Nacional projeta que o resultado primário do governo central deve permanecer em um superávit de 1,25% do PIB de 2029 até 2035. O cenário considera que haverá uma evolução favorável das receitas primárias, decorrente de medidas de recomposição de arrecadação, e uma despesa total com tendência de queda em proporção ao PIB. Além disso, o Tesouro considera que serão atingidas as metas de resultado primário traçadas no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, que é de déficit zero em 2025 e de superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,5% em 2027, 1,0% em 2028 e 1,25% em 2029. O Tesouro considera uma recuperação da receita primária líquida ao longo do período analisado, que atinge 19,1% em 2029 e 2030. A partir de 2032, inicia uma trajetória de queda, encerrando 2035 a 17,5% do PIB. Precatórios e IOF Já a despesa primária parte de 18,8% do PIB em 2025 e reduz-se até atingir 16,3% do PIB em 2035, no cenário de referência. Essa queda se dá a partir de 2027, acentuada com a inclusão da totalidade dos precatórios no limite de despesas. Porém, a Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (15), uma proposta, com aval do governo, para prever uma inclusão gradual dos precatórios na meta fiscal a partir de 2027, ao longo de dez anos. Essa proposta não foi considerada nas projeções do relatório do Tesouro. O relatório do Tesouro considerou, ainda, o decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que atualmente está suspenso, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda de acordo com as estimativas, o ritmo de crescimento real médio de 2,9% ao ano das despesas obrigatórias gera redução das discricionárias no período. Por fim, o Tesouro alerta que os cenários fiscais projetados se baseiam nas projeções para 2025 do 2º Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias e no cenário macroeconômico de maio de 2025 da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Por isso, qualquer mudança nos parâmetros leva a diferentes projeções
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