CLIPPING DO SINDICARNE Nº 905 DE 16 DE JULHO DE 2025
- prcarne
- 16 de jul.
- 17 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 905 | 16 de julho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Agrifatto: das 17 praças monitoradas diariamente, 12 registraram queda nos preços do boi gordo
Na terça-feira (15/7), a consultoria apurou desvalorizações nas cotações da arroba em SP, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, SC e TO. No PARANÁ: Boi: R$305,00 por arroba. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. Na região Noroeste do Paraná, a oferta seguiu elevada e as escalas alongadas, reflexo do frio persistente e das recentes geadas.
Na terça-feira (15/7), o preço do boi gordo “comum” caiu para R$ 300/@ na praça paulista, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 310/@, segundo dados apurados pela Agrifatto. “Doze das 17 praças monitoradas tiveram queda no valor da arroba (SP, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PR, RJ, SC e TO)”, informou a consultoria. Nas demais regiões brasileiras acompanhadas pela consultoria (AC, AL, BA, RO e RS), os preços do boi gordo ficaram estáveis, acrescentou a Agrifatto. Pelos números levantados pela Scot Consultoria, o “boi-China” voltou a cair na terça-feira no Estado de São Paulo, e agora vale R$ 308/@, um ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”, cotado em R$ 350/@ (segundo apuração da consultoria). As escalas de abate entre os frigoríficos paulistas atendem, em média, sete dias, calculou a Scot. Segundo os analistas da Agrifatto, o mercado brasileiro do boi gordo segue travado, ainda um reflexo do afastamento das indústrias nas operações de compra da matéria-prima após o anúncio de tarifa adicional (de 50%) imposta pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, com vigência prevista para partir de 1º de agosto. Na quinta-feira, um dia após a medida, os contratos futuros do boi gordo recuaram fortemente, ensaiaram leve recuperação no dia seguinte, mas voltaram a operar em queda na segunda-feira (14/7), relata a Agrifatto. O contrato com vencimento em novembro/25, por exemplo, encerrou o pregão da B3 cotado a R$ 327,35/@, com queda de 1,76% em relação ao dia anterior. A Agrifatto informa, porém, que, apesar da retração nas compras, os frigoríficos brasileiros mantiveram os abates nos últimos dias, sustentados pelo bom volume de animais provenientes de confinamento e de contratos a termo. Na média nacional, diz a Agrifatto, as programações de abate das indústrias nacionais são suficientes para oito dias úteis, na média nacional. Cotações do boi gordo desta terça-feira (15/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00 Novilha: R$290,00 Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$300,00. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha R$290,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$255,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China/Europa: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$270,00 a arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$275,00 por arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
CARNES
Indústria de aves e suínos vê risco em reciprocidade de tarifas contra os EUA
ABPA estima que as tarifas dos EUA causem um prejuízo de até US$ 180 milhões ao setor. Associação Brasileira de Proteína Animal calcula perdas de até US$ 180 milhões com tarifas dos EUA
A reciprocidade brasileira em relação à tarifa de 50% anunciada pelos EUA sobre produtos exportados pelo Brasil é vista com preocupação pela indústria de aves e suínos. Durante evento da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), na manhã da terça-feira (15/7), o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que uma tarifação semelhante sobre bens importados dos EUA poderia prejudicar o setor. “Nós temos que olhar que prejuízo nós vamos ter, porque a reciprocidade vai ser em cima de máquinas, motores. Se houver reciprocidade integral, nós importamos mais de 700 milhões de dólares em saúde animal, sem falar nos fertilizantes e outros insumos”, destacou o executivo. Ao todo, a ABPA estima que as tarifas dos EUA causem um prejuízo de até US$ 180 milhões ao setor de proteína animal, considerando as perdas em exportações de suínos, ovos e peixes - sendo este último o mais preocupante, segundo Santin. “A tilápia, sim, sofre porque é exportada do Brasil para os Estados Unidos de avião. Nós temos tilápias concorrentes da China, do Vietnã, e se o nosso produto ficar muito caro teremos dificuldade para vender porque o Brasil não tem muito mercado”, disse. No caso dos suínos, ele avalia que o setor terá como redirecionar suas exportações aos mais de cem mercados já abertos, enquanto em ovos, as vendas dependerão da gravidade da crise de gripe aviária enfrentada pelos EUA. “O que vai determinar se o Brasil continuará a exportar ovo para os EUA ou não, mesmo com tarifa, é o preço do ovo local”, avalia Santin. O presidente da ABPA também cobrou pragmatismo do Brasil nas negociações com os EUA e sugeriu que o país ofereça reduzir impostos sobre produtos de alta tecnologia, como o Iphone. “Nós temos que limpar da carta e ler o último parágrafo dele, que diz que ‘se o Brasil estiver disposto a negociar tarifas para produtos que têm tarifas muito altas, nós também estamos dispostos a rever essa tarifa de 50%’”, completou Santin.
Globo Rural
FRANGOS
Gripe aviária: Peru, Jordânia e Hong Kong retiram restrições de exportação à carne de aves brasileira
Na terça-feira (15), Peru, Jordânia e Hong Kong retiraram as restrições à exportação de carne de frango brasileira, após a conclusão do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrado no município de Montenegro (RS).
Além disso, o Kuwait reduziu as restrições do estado do Rio Grande do Sul ao município de Montenegro (RS). A situação atual das restrições das exportações brasileiras de carne de aves é a seguinte: Sem restrição de exportação: África do Sul, Argélia, Argentina, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Cuba, Egito, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Iraque, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, México, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Peru, República Dominicana, Reino Unido, Singapura, Sri Lanka, Uruguai, Vanuatu e Vietnã. Suspensão total das exportações de carne de aves do Brasil: Albânia, Canadá, Chile, China, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Timor-Leste, União Europeia. Suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul: Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bahrein, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Namíbia, Omã, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquia e Ucrânia. Suspensão limitada ao município de Montenegro (RS): Catar e Kuwait. Suspensão limitada aos municípios de Montenegro, Campinápolis e Santo Antônio da Barra: Japão. Suspensão limitada à zona: Maurício, Nova Caledônia, São Cristóvão e Nevis, Suriname e Uzbequistão. O reconhecimento de zonas específicas é denominado regionalização, conforme previsto no Código Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e no Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) da Organização Mundial do Comércio (OMC).
MAPA
EMPRESAS
Marfrig e BRF remarcam assembleia sobre fusão para 5 de agosto
Comissão de Valores Mobiliários já adiou por duas vezes a realização de assembleia sobre a fusão entre as duas empresas
Os frigoríficos Marfrig e BRF anunciaram hoje (15/7) a remarcação de suas assembleias gerais extraordinárias (AGE) para deliberar sobre a fusão das duas empresas. Os acionistas da BRF vão se reunir no dia 5 de agosto, às 11h, e os acionistas da controladora, Marfrig, se reunirão na mesma data, às 15h. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já adiou por duas vezes a realização de assembleia sobre a fusão. A autarquia entendeu que as companhias não cumpriram com a determinação para apresentação de documentos que mostrassem como comitês independentes contratados chegaram na relação de troca de 0,85 da ação da Marfrig para cada ação da BRF, conforme a proposta da fusão. Uma das suspensões aceitas pela CVM foi feita a pedido do fundo de pensão do Banco do Brasil, a Previ, que era acionista da companhia de alimentos. Ontem (14/7), a Previ informou que concluiu na sexta-feira (11/7) o processo de desinvestimento do plano 1 (de previdência privada) na BRF, encerrando um ciclo de mais de três décadas no ativo. Em comunicado, o fundo relatou questões de governança acerca da fusão entre BRF e Marfrig e disse que a companhia combinada adicionaria “uma camada de risco incompatível” para os seus investimentos. A notícia de que o fundo saiu da BRF pesou sobre as ações da companhia de alimentos ontem, na B3, que terminaram com a maior queda do Ibovespa, de 4,55%. Hoje, às 14h50, os papéis da empresa recuavam 0,76%, enquanto as ações da Marfrig subiam 1,13%. Passados os entraves com a Previ, a fusão ainda enfrenta questionamentos da concorrente Minerva Foods, que entrou com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no final de junho contra a operação, solicitando a reavaliação do processo.
Globo Rural
INTERNACIONAL
Produção global de alimentos deve crescer 14% até 2034
É esperado um aumento de 17% na produção de carne, laticínios e ovos no período. Os cereais devem ter uma taxa de crescimento anual de 1,1%
A produção global de alimentos deve crescer cerca de 14% até 2034, com destaque para o avanço dos países de renda média, estima a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) em relatório divulgado nesta terça-feira (15/7). Também é esperado um aumento de 17% na produção de carne, laticínios e ovos no período. Segundo o estudo, esse crescimento será sustentado principalmente por ganhos de produtividade, embora envolva também a expansão de rebanhos e áreas de cultivo. Como consequência, as emissões diretas de gases de efeito estufa do setor agrícola devem aumentar 6%, apesar de uma redução na intensidade de carbono por unidade produzida. O relatório destaca que o crescimento da demanda por alimentos de origem animal será puxado pelas economias emergentes. Índia e países do Sudeste Asiático devem responder por 39% da expansão do consumo até 2034. A participação da China, que foi de 32% na década anterior, deve cair para 13%. Já nos países de alta renda, prevê-se uma redução no consumo per capita de gorduras e adoçantes, atribuída a mudanças nos hábitos alimentares, políticas públicas e preocupações de saúde. As calorias provenientes de alimentos de origem animal devem crescer 6% em média global, mas em países de renda média-baixa o avanço projetado é de 24%. Ainda assim, a desigualdade no acesso à alimentação persiste. Enquanto esses países devem atingir uma média de 364 kcal per capita por dia, nos países de baixa renda a ingestão média prevista é de apenas 143 kcal, menos da metade da referência de 300 kcal utilizada pela FAO como base para uma dieta saudável. Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE, afirmou que políticas coordenadas serão fundamentais para manter os mercados abertos e promover sustentabilidade. “Temos as ferramentas para acabar com a fome e melhorar a segurança alimentar global”, disse. “Essas projeções apontam para uma melhor nutrição para muitas pessoas em países em desenvolvimento — um resultado positivo que precisa ser ampliado para alcançar os países de menor renda”, disse o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu. “A menor intensidade de carbono dos sistemas agroalimentares também é bem-vinda, mas podemos fazer mais. Entre as commodities, os cereais devem ter uma taxa de crescimento anual de 1,1%, impulsionada por um aumento de 0,9% nos rendimentos. A área cultivada, porém, deve crescer apenas 0,14% ao ano, menos da metade do observado na década anterior. Segundo a análise, 40% da produção de cereais será consumida diretamente por humanos, 33% destinada à alimentação animal, e o restante será voltado para biocombustíveis e outros usos industriais. O relatório também estima uma expansão na demanda global por biocombustíveis, com crescimento anual de 0,9%, concentrado em países como Brasil, Índia e Indonésia. No setor pecuário, a África Subsaariana é citada como uma região com potencial significativo de crescimento. A região possui um rebanho bovino três vezes maior que o da América do Norte e deve registrar aumento de 15% até 2034, embora a produção por animal ainda seja dez vezes menor.
Globo Rural
GOVERNO
Cai spread cobrado no crédito rural com equalização
Regras estabelecidas pela equipe econômica para a distribuição dos limites favorecem redução do custo com equalização em 2025/26. Recuo dos spreads no crédito foi forçado por regras estabelecidas pela equipe econômica para a distribuição dos limites equalizáveis
A taxa média dos spreads cobrados pelas 25 instituições financeiras que vão operar empréstimos de crédito rural com recursos equalizados caiu levemente, de 3,18% no Plano Safra 24/25 para 3,13% na temporada atual, a 2025/26. Houve ainda um freio nos custos de captação dos recursos e aumento dos juros aos produtores. Como resultado, o gasto orçamentário do governo ficou menor, e a conta da escalada da Selic acabou sendo dividida com os demais atores financeiros. Em algumas linhas específicas, que têm saldos equalizáveis maiores, prazos mais longos e consomem mais orçamento para subvenção, houve quedas mais acentuadas nos spreads, de acordo com informações da portaria que autorizou o pagamento da equalização do Plano Safra 2025/26, publicada na última segunda-feira (14/7). O recuo foi forçado por regras estabelecidas pela equipe econômica para a distribuição dos limites equalizáveis e vai ajudar o governo a diminuir o custo orçamentário da equalização no ciclo 2025/26. Na temporada passada, sem esses critérios e com riscos elevados no sistema financeiro diante de perdas no campo por causa do clima, as instituições aumentaram os spreads. Na outra ponta, apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá custo de captação da fonte de recursos de algumas linhas acima da Selic (102%). Em compensação, a instituição não aplicará mais a Taxa de Longo Prazo (TLP), que está mais cara, na origem desses valores. Na safra 2024/25, alguns agentes apresentaram custos de 110% e 115% da Taxa Média Selic anualizada (TMS) e mesmo assim receberam saldos. Para 2025/26, o governo também limitou o avanço desses custos ao teto da Selic. Em uma terceira via, os juros finais aos produtores subiram e ficaram, em média, em 9,32%, com variações entre 0,5% para a agricultura familiar e 14% para a empresarial. As taxas subiram até 2,5 pontos percentuais ante a safra passada, no caso de linhas de crédito para cooperativas em relação ao ciclo passado. No conjunto da obra, o custo do Plano Safra 25/26 ficou menor. Serão R$ 13,5 bilhões ao longo de vários anos, sendo que o impacto imediato, nos seis meses de 2025, será de R$ 1,3 bilhão, sem necessidade de suplementação. O governo considera que conseguiu “repartir” a conta dos impactos da alta da Selic no crédito rural entre agentes financeiros, produtores rurais e a União, sem pesar muito para nenhum dos lados. A equalização corresponde ao diferencial das taxas entre o custo de captação de recursos, acrescido dos spreads dos agentes, e os juros cobrados do tomador final do crédito rural. O Banco do Brasil, que vai operacionalizar mais de R$ 58 bilhões em financiamentos com equalização, reduziu seus Custos Administrativos e Tributários (CAT), como é chamado o spread, em quase todas as linhas. Investimentos do Pronaf nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão índice de 3,8% — no ciclo anterior ficou em 4,5%. Na linha de comercialização para todo o país, o recuo foi de 1,25 ponto percentual, para 4,25%. No Moderfrota, principal programa para compra de máquinas, a taxa saiu de 3,5% para 3,35%. Os custos das fontes, que em 2024/25 eram 100% da TMS, ficaram em 96% da Selic. No BNDES, que contará com R$ 39,7 bilhões equalizados, a principal mudança nos spreads foi nas linhas de custeio empresarial, que caíram de 4,9% para 3,8%. O banco, por outro lado, mudou a origem dos recursos e o custo dessas fontes. Em 2025/26, vai aplicar mais de R$ 10 bilhões captados via Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Já o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que era a principal fonte utilizada, perdeu espaço. O Sicredi, que terá o terceiro maior saldo de recursos equalizáveis entre as 25 instituições financeiras, de R$ 25 bilhões, reduziu o spread em linhas como PCA e RenovAgro. O Sicoob tem o menor índice nominal de CAT, na linha de investimento do Pronamp, de 0,58%. Por outro lado, aumentou a cobrança de spread no Moderfrota, de 2,32% para até 3,35%. Já a Caixa, por exemplo, reduziu os spreads cobrados no Moderfrota a grandes produtores, de 5,41% para 3,35%, e para os médios produtores de 4,22% para 2,9%.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Chile abre mercado para carnes do Paraná após reconhecimento sanitário
Estado recebe aval para exportar carne suína e bovina após acordo entre os governos
O Chile reconheceu oficialmente o estado do Paraná como livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica, medida que viabiliza a exportação de carne bovina e suína paranaense ao mercado chileno. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil, a decisão foi publicada no Diário Oficial do Chile e representa um avanço estratégico para a agropecuária brasileira. Com esse reconhecimento, o Paraná passa a integrar o sistema de pre-listing chileno para a exportação de proteína animal, o que elimina etapas burocráticas e abre novas oportunidades de negócios. O estado concentra cerca de 20% da produção brasileira de carne suína, o que torna o Chile um mercado promissor para os produtores locais. A decisão é fruto do fortalecimento das relações diplomáticas entre os dois países e da eficiência do sistema de defesa agropecuária brasileiro. A visita do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil, em abril, marcou a assinatura de uma declaração conjunta que antecipava essa abertura comercial. Além do Paraná, o Chile também avalia o reconhecimento dos estados do Acre e Rondônia, que já passaram por auditoria e aguardam parecer técnico.
MAPA
Colheita do milho avança no Paraná e Deral destaca problemas de produtividade em algumas regiões
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou seu relatório semanal trazendo as condições de tempo e cultivo para as principais culturas do estado.
Para a segunda safra de milho, 40% das lavouras já foram colhidas e o restante das áreas se dividem entre 84% em maturação e 16% em frutificação. Na semana passada, as áreas colhidas eram 29%. Os técnicos do Deral classificaram ainda 63% dessas áreas como em boas condições, 21% como médias e 16% como ruins. O relatório do Departamento indica que ainda que pese a preocupação em reduzir a umidade dos grãos antes da colheita, os trabalhos avançam em praticamente todas as regiões do estado, com destaque para o Oeste. "As produtividades obtidas estão, em sua maioria, dentro das expectativas, salvo nas lavouras afetadas pela seca no início do ciclo. No entanto, continuam sendo contabilizadas perdas causadas pelas geadas: há relatos de perdas totais em áreas destinadas à silagem, além da uniformização das lavouras, o que pode gerar uma concentração da colheita e comprometimento da qualidade dos grãos”, destacam os técnicos de Departamento.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em baixa com foco em inflação dos EUA e tarifas de Trump
Surpresa baixista com o núcleo da inflação nos Estados Unidos trouxe algum alívio aos ativos e, no câmbio doméstico, abriu um ponto de entrada para posições mais otimistas no real, ainda que de forma mais tática
O dólar comercial encerrou o pregão da terça-feira em queda, em um dia bastante instável no comportamento do câmbio. O real se firmou como uma das moedas de melhor desempenho da sessão e se descolou do exterior, em um movimento que ganhou força durante a tarde, enquanto as questões políticas ficaram no centro das atenções e influenciaram o comportamento do câmbio doméstico de forma direta. Ao longo da sessão, o mercado reagiu negativamente a pesquisas que mostraram uma leve melhora na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto a surpresa baixista com o núcleo da inflação nos Estados Unidos trouxe algum alívio aos ativos e, no câmbio doméstico, abriu um ponto de entrada para posições mais otimistas no real, ainda que de forma mais tática. O dólar comercial encerrou o pregão da terça-feira em queda, em um dia bastante instável no comportamento do câmbio. O real se firmou como uma das moedas de melhor desempenho da sessão e se descolou do exterior, em um movimento que ganhou força durante a tarde, enquanto as questões políticas ficaram no centro das atenções e influenciaram o comportamento do câmbio doméstico de forma direta. Durante a tarde, predominou o bom humor em meio a informações de que o governo brasileiro descartou retaliar o “tarifaço” de Donald Trump, como apontou a rede de TV CNN Brasil, o que consolidou a valorização do real no dia. No fim da sessão, o dólar recuou 0,46% no segmento à vista, cotado a R$ 5,5580. No dia, a moeda americana bateu a mínima de R$ 5,5345 e encostou na máxima de R$ 5,6031. Já o euro comercial teve queda de 1.04%, a R$ 6,4473. Para o trader Luan Aral, da Genial Investimentos, as pesquisas que mostram uma melhora na aprovação do presidente Lula não surpreendem, à medida que a população apoia a defesa da soberania nacional ventilada pelo governo brasileiro frente ao “tarifaço” de Trump. No entanto, o presidente parece ter alcançado níveis tão baixos de aprovação que pode ter atingido um “piso”, na avaliação do especialista. “O governo teria que se esforçar muito para perder mais popularidade”, aponta o profissional. “Entendo que isso [a recuperação de popularidade] seja momentâneo, até aparecer um evento tão importante quanto. Estamos observando esse cenário próximo à população. É natural que as pesquisas capturem, mas o mercado já colocou na conta uma leve alta na popularidade e não vai ser surpreendente”, avalia Aral. O profissional da Genial diz, ainda, que o principal gatilho para a valorização do real foi a informação de que o governo não deve retaliar os EUA no caso das tarifas, conforme circulou na imprensa.
Valor Econômico
Ibovespa fecha perto da estabilidade após sessão volátil
O Ibovespa fechou praticamente estável na terça-feira, após uma sessão volátil em que chegou a registrar uma mínima em mais de um mês, se mantendo na faixa dos 135 mil pontos mesmo com a pressão de papéis de peso como os de Vale e Petrobras.
No radar dos investidores, seguiram as discussões sobre a resposta do governo brasileiro às tarifas anunciadas na semana passada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, além de dados de inflação nos Estados Unidos, que reforçaram apostas de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação positiva de 0,04%, a 135.354,69 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 134.380,16 pontos na mínima do dia, menor patamar desde 9 de junho. Na máxima, chegou a 136.021,52 pontos. O volume financeiro somava R$16,25 bilhões antes dos ajustes finais. O pregão também encerrava em meio ao término da audiência de conciliação no STF entre governo e Congresso sobre o IOF, que terminou sem acordo, segundo documento visto pela Reuters.
Reuters
Com Alckmin e Lula, agro defenderá diplomacia técnica no debate sobre tarifaço
Setor produtivo prefere que não sejam aplicadas retaliações num primeiro momento
Representantes das principais entidades do agronegócio e da indústria de alimentos devem defender a diplomacia técnica para asa negociações com os Estados Unidos, após o anúncio feito pelo presidente Donald Trump, no dia 9 de julho de aumento de 50% de tarifas sobre os produtos brasileiros. O encontro, em Brasília, reúne pelo menos 19 segmentos, além de integrantes do governo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin destacou que a posição do Brasil é de diálogo com os Estados Unidos. E diante de safras recordes, ouvir o agro foi uma das primeiras estratégias considerando que o segmento tem maior relação comercial com o país de Trump. De acordo com uma fonte ligada ao setor, o foco das entidades é na condução técnica das tratativas. Na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, entidades darão apoio total às negociações na reunião agendada para hoje, a partir das 14h. A ideia é ter “freio” nas conversas sobre novos mercados e no debate sobre a reciprocidade. O setor produtivo prefere não retaliar num primeiro momento.
Valor Econômico
Governo publica no DO decreto que regulamenta Lei de Reciprocidade Econômica
O governo publicou no Diário Oficial da terça-feira um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica.
O decreto estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais adotadas por países ou blocos econômicos que impactem negativamente a competitividade internacional do Brasil, informou em nota o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Reuters
Inadimplência média no Brasil recua e atinge 8,65% no 1º semestre, aponta levantamento
No mesmo período de 2024, o índice havia sido de 9,98%, e em 2023, de 10,45%, de acordo com a plataforma
A inadimplência média no Brasil no primeiro semestre de 2025 foi de 8,65%, segundo levantamento da plataforma Meu Crediário. Os dados mostram uma tendência de queda, já que, no mesmo período de 2024, o índice havia sido de 9,98%, e em 2023, de 10,45%. Em junho, o índice subiu para 9,7%, ante 9,61% registrados em maio. O Meu Crediário aponta que a inadimplência costuma crescer a partir de março, em razão dos gastos acumulados nas festas de fim de ano. “Apesar de a quantidade ainda preocupar os lojistas, o cenário traz otimismo para os próximos anos”, diz em nota. A empresa projeta que os consumidores devem conseguir reorganizar suas finanças e quitar pendências nos próximos meses, uma vez que, em 2024, a inadimplência no segundo semestre foi inferior à do primeiro. A região Sudeste teve o maior índice do país no primeiro semestre de 2025, com 11,27% da população com contas em atraso. As menores taxas foram observadas no Nordeste e no Centro-oeste, com 8,91% e 8,93%, respectivamente. Na análise por faixa etária, os jovens de 18 a 25 anos lideram com taxa de 17,48%. Já entre os consumidores acima de 66 anos, o índice foi de 6,05%. Além disso, homens apresentaram inadimplência maior que as mulheres: 15,52% contra 9,12%. No varejo, o setor de roupas e calçados registrou a maior taxa de inadimplência, com 12,08%. Óticas e móveis aparecem na sequência, com 7,48% e 6,51%, respectivamente. Os dados são do Índice de Inadimplência, criado pelo Meu Crediário, que acompanha o comportamento de pagamento dos consumidores e é voltado a lojistas do varejo.
Valor Econômico
POWERED BY
EDITORA NORBERTO STAVISKI LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868


Comentários