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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 903 DE 14 DE JULHO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 903 | 14 de julho de 2025                              

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

Negociações de boiadas gordas paralisam no Brasil e arroba fechou a semana com estabilidade

No mercado futuro, os contratos tiveram forte queda na quinta-feira (10/7), refletindo o clima de pessimismo após o anúncio do tarifaço norte-americano de 50% sobre produtos brasileiros. As consultorias que acompanham diariamente o mercado brasileiro do boi gordo não identificaram quedas nos preços da arroba nas principais praças brasileiras na sexta-feira (11/7). No PARANÁ: Boi: R$310,00 por arroba. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias.

 

Porém, o setor pecuário nacional segue fragilizado desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na quarta-feira (9/7), uma tarifa adicional de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil. Antes da decisão norte-americana, relembra a Agrifatto, o mercado físico do boi gordo já enfrentava intensa pressão de baixa por parte dos frigoríficos brasileiros. Nas últimas duas semanas, muitos dos compradores decidiram suspender temporariamente as aquisições de boiadas gordas na tentativa de enfraquecer a resistência dos pecuaristas. “Como alternativa, a indústria recorria, sobretudo, aos contratos a termo e à aquisição de animais confinados em instalações próprias ou via parcerias”, relata a Agrifatto. No entanto, diante da polêmica e surpreendente medida do governo norte-americano, o mercado brasileiro entrou em um ambiente de profunda instabilidade e incerteza, provocando respostas imediatas de diversas entidades, diz a Agrifatto. Associações de classe alertaram que o aumento das tarifas pode afetar negativamente o setor de carne e dificultar o comércio internacional. Como reflexo disso, afirma a Agrifatto, a maioria dos frigoríficos do Sudeste e Centro-Oeste optou por não realizar compras de boiadas gordas deste quinta-feira (10/7), mantendo as escalas de abate entre oito e nove dias, em média, em todo o país. Segundo os dados apurados pela Agrifatto, nesta sexta-feira (11/7), com o mercado completamente estagnado, o preço médio da arroba paulista andou de lado, valendo R$ 310 (média entre o “boi comum” e o “boi-China”. Nas 16 outras regiões monitoradas pela Agrifatto, a média do boi gordo também ficou estável, em R$ 293,45/@. As dezessete praças acompanhadas sustentaram suas cotações inalteradas. No mercado futuro, porém, a B3 registrou forte desvalorização em todos os contratos, refletindo o ambiente extremamente negativo. O contrato com vencimento em julho/25, por exemplo, encerrou o pregão de quinta-feira (10/7) valendo R$ 302,85/@, com baixa diária de 2,26%. Cotações do boi gordo desta sexta-feira (11/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00 Novilha: R$290,00 Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$305,00. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha R$290,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. PARÁ: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China/Europa: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias. RONDÔNIA: Boi: R$270,00 a arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$280,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de oito dias.

Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO

 

Exportação de Sebo bovino brasileiro pode ser impactada por tarifa de 50% imposta por Trump

A imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump acende o alerta no setor de sebo bovino, que mantém forte dependência do mercado norte-americano.

 

Apesar do crescimento expressivo nas exportações, a medida pode comprometer a competitividade do produto nacional, afetar a rentabilidade dos frigoríficos e provocar redirecionamentos no fluxo comercial do país. De acordo com o levantamento do Itaú BBA, aproximadamente 98% do volume exportado pelo Brasil tem como destino os EUA, o que significa que se o aumento das tarifas entrar em vigor, as exportações brasileiras desse produto diminuirão muito, o que, na teoria, deixaria mais sebo disponível para a indústria doméstica. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, até junho de 2025, as exportações de sebo bovino já atingiram 73,5% do volume total exportado em todo o ano de 2024. Em termos de faturamento, esse percentual foi ainda maior, alcançando 82,4% do total de 2024. “Somente no mês de junho, foram exportadas 72,9 mil toneladas de sebo. Esse volume representa um aumento de 308,3% em relação ao mesmo mês de 2024, em que foram exportadas 23,6 mil toneladas”, informou em análise semanal. Segundo o banco, o Brasil é o principal provedor, mas representou 35% do total, sendo que outros países da América do Sul e a Austrália também ofertam o produto, de forma que esses países podem substituir parte da oferta brasileira. A Scot Consultoria destacou que quanto ao uso doméstico para biodiesel, observa-se uma redução. Em maio de 2025, a utilização de sebo bovino como matéria-prima para biodiesel foi 8,4% menor do que o utilizado no mesmo mês do ano passado. Já em junho, a exportação de sebo foi equivalente a 54,5% da produção estimada para o período. “Diante disso, as cotações do sebo mantêm firmeza sustentado pelos aumentos nas exportações. No Brasil Central, o coproduto está cotado a R$5,80/kg, e no Rio Grande do Sul, a R$5,95/kg. Preços a prazo e livres de impostos”, destacou.

Scot Consultoria

 

SUÍNOS

 

Exportação de carne suína tem desempenho recorde no 1º semestre

Tanto no volume de carne suína exportada pelo Brasil quanto na receita produzida pelas vendas externas houve recordes no primeiro semestre de 2025. 

 

Segundo dados da Secex (Mdic), de janeiro a junho, as vendas externas somaram 713,4 mil toneladas, sendo 17,5% acima da quantidade escoada no primeiro semestre de 2024. Em relação à receita arrecadada pelas exportações, nos seis primeiros meses de 2025, totalizou R$ 9,82 bilhões, sendo expressivos 49% acima do montante registrado no mesmo período de 2024. Segundo pesquisadores do Cepea, esse excelente desempenho dos embarques brasileiros da carne esteve atrelado ao forte aumento na demanda de importantes parceiros, especialmente os do mercado asiático: Japão, China e Filipinas. Os embarques à Angola e à Libéria também vêm registrando avanços.

SECEX/Mdic

 

FRANGOS 

 

Frango/Cepea: Preços iniciam julho em queda

Os preços da carne de frango iniciam julho em queda em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. 

 

Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da oferta acima da demanda, ainda reflexo das restrições às exportações brasileiras impostas por alguns países após a confirmação de um caso de influenza aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), no dia 15 de maio. Pesquisadores ressaltam que, apesar de importantes parceiros comerciais já virem retomando gradualmente as compras da carne brasileira, o mercado doméstico ainda não conseguiu equilibrar a disponibilidade à procura. Na terça-feira, 8, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou nota informando que Filipinas, Singapura e África do Sul já retiraram as restrições aos embarques. 

Cepea

 

MAPA solicita da União Europeia medidas para retomada das exportações de carne de frango

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, solicitou formalmente à União Europeia o reconhecimento do Brasil como país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), com o objetivo de retomar as exportações de carne de frango ao bloco. O pedido foi feito na quinta-feira (10), durante uma videoconferência com o comissário europeu de Saúde e Bem-Estar Animal, Olivér Várhelyi.

 

A União Europeia suspendeu as importações do produto brasileiro em 16 de maio, após a confirmação de um foco da doença em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A medida segue o protocolo sanitário firmado entre o Brasil e o bloco europeu, que prevê suspensão automática em caso de detecção da doença em plantéis comerciais. Durante a reunião, o comissário europeu solicitou ao governo brasileiro o envio de informações técnicas adicionais sobre a situação sanitária no país, como parte do processo de avaliação para uma possível reabertura do mercado. Em nota, o Ministério da Agricultura informou que o encontro foi voltado à construção de um caminho diplomático e técnico para derrubar as restrições impostas pela UE, ressaltando que o episódio registrado em Montenegro foi pontual, contido de forma eficaz e sem impacto significativo no status sanitário geral do país. Ao final da videoconferência, o ministro Fávaro afirmou que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está mobilizado para atender às exigências adicionais da UE com a maior celeridade possível. “Saio satisfeito com os encaminhamentos da reunião e confiante de que, com o envio das informações complementares solicitadas, o Brasil terá seu status sanitário devidamente reconhecido pela União Europeia, permitindo a retomada plena das exportações de carne de frango”, disse o ministro. O comissário Olivér Várhelyi agradeceu a transparência do governo brasileiro em relação ao surto e reconheceu a agilidade das autoridades na contenção da doença. “Como você sabe, nossas regras vão além dos parâmetros definidos pela OMSA. Ainda precisamos de informações adicionais sobre seu programa de vigilância. Trata-se de um procedimento técnico e rotineiro, aplicado de forma uniforme tanto a países terceiros quanto aos próprios Estados-membros da União Europeia”, explicou Várhelyi na nota do Ministério da Agricultura. Na terça-feira, 8, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou nota informando que Filipinas, Singapura e África do Sul já retiraram as restrições aos embarques a carne de frango brasileira. 

MAPA

 

Reino Unido retoma importação de carne de aves do RS

Cerca de 80% do comércio de carne de aves do Brasil já está totalmente liberado. Ao todo, 27 países já informaram o fim das restrições

 

O Reino Unido informou o governo brasileiro nesta sexta-feira (11/7) que vai retomar as importações de carne de aves do Rio Grande do Sul. As vendas de empresas gaúchas estavam suspensas desde maio por conta do episódio de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro (RS). De acordo com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, cerca de 80% do comércio de carne de aves do Brasil já está totalmente liberado. O número só não é maior porque a China ainda não retomou as compras do país. Ontem, o México, oitavo maior mercado para a carne de aves do Brasil, anunciou a retomada as importações do Rio Grande do Sul. Ao todo, 27 países já informaram o fim das restrições após o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) do status do Brasil como livre de gripe aviária novamente. O Brasil continua em contato com países que ainda mantêm embargos aos produtos nacionais, como China, Chile, Peru e os membros da União Europeia, disse Rua. Autoridades desses países têm solicitado informações técnicas adicionais. Nessa quinta-feira, o Ministério da Agricultura enviou dados para a China, por exemplo. Segundo o secretário, esses são procedimentos normais na negociação para a reabertura dos mercados. A expectativa é que as conversas avancem nas próximas semanas e haja anúncio de mais flexibilizações pelos importadores. A exportações de carne de aves continuam com suspensão total das exportações para Albânia, Canadá, Chile, China, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Peru, Timor-Leste e União Europeia.

Globo Rural

 

EMPRESAS

 

CVM aceita pedido da Previ e suspende assembleia sobre fusão entre Marfrig e BRF

O encontro poderá ocorrer 21 dias após nova entrega da documentação. A Previ acredita que a relação de troca proposta apenas beneficia o controlador, Marcos Molina

 

Em decisão do colegiado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou pedido do fundo de pensão do Banco do Brasil, a Previ, e decidiu suspender a assembleia de acionistas marcada para o próximo dia 14 que deliberaria sobre a fusão entre a Marfrig e BRF. O encontro poderá ocorrer 21 dias após nova entrega da documentação. A autarquia entendeu que as companhias não cumpriram com a determinação para apresentação de documentação para mostrar como comitês independentes contratados chegaram na relação de troca de 0,85 da ação da Marfrig para cada ação da BRF, conforme a proposta da fusão. Os diretores da CVM Marina Copola e Otto Lopo acompanharam, com isso, o parecer da área técnica da Superintendência de Relação com Empresas (SEP). A Previ, juntamente com o investidor Alex Fontana, foram à CVM em junho pedindo mais explicações sobre a relação de troca na proposta de fusão. Com isso, a autarquia pediu para que as empresas apresentassem mais documentos e adiou, a primeira convocação da assembleia, que tinha inicialmente sido marcada para o dia 18 de junho. A companhia entregou à CVM os documentos e remarcou a assembleia para o dia 14 de julho, mas com informações suprimidas. Com isso, a Previ foi novamente à CVM, reclamando que a exigência não havia sido cumprida. Em paralelo, entrou com recurso na Justiça, também com o objetivo de suspender a assembleia. O assunto também já está em arbitragem. A Previ acredita que a relação de troca proposta apenas beneficia o controlador, Marcos Molina. Um dos questionamentos da Previ é a apresentação de documentos com informações tarjadas pela BRF. Em contrapartida, a BRF argumentou à CVM que os documentos estão em linha com os usualmente divulgados pelas companhias abertas em operações de reorganização societária. Procuradas pela reportagem, Marfrig e BRF não comentaram o assunto. A fusão entre as duas companhias de alimentos também foi questionada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pelo frigorífico Minerva Foods, que entrou com um pedido de recurso contra a operação no final de junho.

Valor Econômico 

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Com avanço de 5,7%, indústria do Paraná é a segunda que mais cresceu no Brasil em 2025

O crescimento da indústria paranaense foi mais do que triplo da média nacional, com o Brasil avançando 1,8% no ano. Dos 15 locais avaliados pelo IBGE, oito tiveram variação positiva no período. O Estado também teve o maior aumento da região Sul: Santa Catarina cresceu 4,8% e o Rio Grande do Sul avançou 4,1%.

 

Com alta de 5,7% entre janeiro e maio, a indústria paranaense foi a segunda que mais cresceu em 2025 no País. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná ficou atrás apenas do Pará (9,6%) no acumulado do ano, além de ter também a segunda maior variação no acumulado de 12 meses, com crescimento de 6,4% entre junho de 2024 e maio de 2025 ante o mesmo período do ano anterior. O crescimento da indústria paranaense foi mais do que triplo da média nacional, com o Brasil avançando 1,8% no ano. Dos 15 locais avaliados pelo IBGE, oito tiveram variação positiva no período. O Estado também teve o maior aumento da região Sul: Santa Catarina cresceu 4,8% e o Rio Grande do Sul avançou 4,1%. No acumulado de 12 meses, a alta de 6,4% da indústria paranaense também é superada apenas pela do Pará, que cresceu 9,7%. Na comparação com outros estados, o Paraná fica à frente de Santa Catarina (6,3%), Ceará (3,9%), Mato Grosso (3,6%), Minas Gerais (2,9%) e Rio Grande do Sul (2,8%). O resultado para o período também é o melhor do ano, superando por 0,1% ponto percentual o acumulado entre abril de 2024 e março de 2025, segundo melhor resultado do período (6,3%). O Paraná teve o terceiro maior avanço na produção industrial em maio, comparado ao mesmo mês do ano anterior. O crescimento foi de 8,9%, atrás apenas dos 29,1% do Rio Grande do Sul – o que demonstra a recuperação da indústria gaúcha após as enchentes do ano passado – e dos 23,9% de alta do Espírito Santo. A alta em 2025 foi puxada principalmente pela fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que cresceu 32,8% entre janeiro e maio. Outro avanço significativo foi na indústria automotiva. A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias teve variação de 17,3% no ano. Outros setores que tiveram aumento na produção foram os de fabricação de máquinas e equipamentos (11,2%); de produtos químicos (13,9%); de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (8,1%); de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (7,5%); móveis (6,5%); de produtos de minerais não metálicos (4,8%); e de celulose, papel e produtos de papel (1,9%). As baixas foram nos setores de produtos de borracha e de material plástico (-6,3%); de bebidas (-5,5%); de produtos de madeira (-1,1%); e de produtos alimentícios (-0,2%). A fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também teve o maior crescimento no acumulado de 12 meses, com avanço de 37,8%. O setor é seguido novamente pela indústria automotiva, que teve alta 26,1%. O aumento na produção é observado em praticamente todos os setores. Também cresceram as indústrias de móveis (12,6%); de máquinas e equipamentos (10,5%); de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (10,1%); de produtos químicos (7,9%); de produtos de madeira (6,5%); de produtos de minerais não metálicos (4,8%); de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,7%); de bebidas (2,1%); de produtos alimentícios (0,2%); e de fabricação de celulose, papel e produtos de papel (0,2%). As duas indústrias que mais cresceram nos acumulados do ano e de 12 meses tiveram uma expansão ainda mais significativa se comparado a maio do ano passado. A fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos avançou 180,1% de um ano para outro, e o aumento na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias foi de 55,9%. Outros avanços na variação mensal foram de máquinas e equipamentos (14%); produtos de minerais não metálicos (13,5%); móveis (7,5%); produtos químicos (6,7%); fabricação de produtos de borracha e de material plástico de produtos (6,5%); de metal, exceto máquinas e equipamentos (4,6%); de produtos alimentícios (1,5%); e de celulose, papel e produtos de papel (0,8%).

IBGE/Agência Estadual de Notícias

 

Frango tem queda nos preços após gripe aviária, mas setor projeta retomada com reabertura de mercados e alívio nos custos

Com forte recuo de 13,4% em junho, preço do frango resfriado atingiu menor nível real desde setembro de 2024 na Grande São Paulo — a maior queda em 18 anos, segundo dados ajustados pelo IPCA.

 

De acordo com o Cepea, as referências da proteína recuaram tanto no atacado quanto na comercialização do frango vivo, atingindo o menor patamar real em quase dois anos. Na Grande São Paulo, o frango inteiro resfriado foi negociado a uma média de R$ 7,50/kg no mês, uma queda de 13,4% em relação a maio — a variação negativa mais intensa registrada em 18 anos, segundo dados ajustados pelo IPCA de maio/25. A última vez que o preço mensal ficou tão baixo, em termos reais, foi em setembro de 2024. O cenário também afetou o frango vivo. Com a demanda internacional em retração, as negociações internas perderam força e os preços recuaram de forma significativa. Em São Paulo, a cotação média do animal caiu 12,8% entre maio e junho, fechando o mês em R$ 5,46/kg, conforme o Cepea.  O setor avícola brasileiro iniciou 2025 com desempenho positivo. No primeiro trimestre, o país registrou o abate de 1,639 bilhão de frangos, um aumento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior — o que representa 37,17 milhões de aves a mais. Esse resultado marcou o melhor desempenho da série histórica para o período, segundo os dados das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento foi registrado em 20 das 26 unidades da federação acompanhadas pelo instituto, reforçando a expansão nacional da atividade. Entre os estados, o Paraná manteve a liderança absoluta no abate de frangos, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul — reforçando a força da região Sul como principal polo da avicultura industrial do país. A Scot Consultoria destacou que para o curto prazo, o mercado deve seguir fraco, porém, com boas expectativas com relação à exportação, já que diversos países estão retirando as restrições contra o produto brasileiro. A demanda pela carne de frango foi impactada em meados de maio, após a detecção do primeiro caso de gripe aviária no sistema de produção comercial do Brasil, em uma granja de matrizes localizada em Montenegro (RS). O Itaú BBA destacou que apesar dos impactos, o evento não foi uma grande surpresa, dado que, nos dois anos anteriores, já haviam sido registrados mais de 170 casos em aves silvestres. Após o cumprimento dos 28 dias de vazio sanitário e desinfecção da granja, com reconhecimento ratificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que restabeleceu o status de livre de gripe aviária ao país. Contudo, esse reconhecimento não implica desbloqueio imediato, mas fortalece as negociações para reabertura dos mercados, o que acreditamos que não deverá demorar a acontecer. No mercado externo, as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam para um crescimento relevante nas exportações brasileiras em 2025. A estimativa é de um incremento de 4%, o que elevaria os embarques do Brasil para 5,09 milhões de toneladas em equivalente carcaça — superando as 4,89 milhões de toneladas exportadas em 2024. Com isso, o país deve continuar como um dos principais fornecedores globais da proteína. A produção nacional também deve acompanhar esse movimento, com alta prevista de 1,7%, totalizando 15,25 milhões de toneladas em 2025. No mesmo sentido, a China — um dos maiores produtores mundiais — deve registrar um aumento de 1%, alcançando 15,5 milhões de toneladas em 2025, frente às 15,35 milhões de toneladas produzidas no ano anterior. Por outro lado, as importações de carne de frango tendem a apresentar comportamentos distintos entre os países. A China deve reduzir suas compras em 9,9%, enquanto o México deve ampliar em 4,8%, saltando de 1,02 milhão para 1,07 milhão de toneladas. A Arábia Saudita também aparece como mercado em expansão, com previsão de aumento de 3,8% nas importações, totalizando cerca de 6,30 milhões de toneladas — embora o número ainda seja inferior às 6,07 mil toneladas registradas em 2024. No consumo doméstico, a tendência é de estabilidade com leve crescimento. O USDA projeta um avanço de 0,5% no Brasil, com o consumo passando de 10,11 para 10,165 milhões de toneladas. A China deve seguir no mesmo ritmo, alcançando 15,13 milhões de toneladas consumidas. Já o Japão aponta um crescimento mais expressivo, de 1,5%, com previsão de consumo de 10,6 milhões de toneladas em 2025. No acompanhamento do Cepea o poder de compra recuou em junho, mesmo com a desvalorização dos principais insumos da atividade avícola – milho e farelo de soja –, interrompendo o movimento de alta observado por dois meses consecutivos frente ao milho e por sete meses em relação ao farelo de soja. No mercado de lotes da região de Campinas (SP), as quedas nos preços dos insumos foram de 4,9% para o farelo e de fortes 7% para o milho – as médias desses produtos passaram para respectivos R$ 1.705,35/tonelada e R$ 68,15/saca de 60 kg em junho. Diante disso, em junho, a venda de um quilo do animal vivo possibilitou que avicultores comprassem 3,20 quilos do derivado de soja ou 4,8 quilos de milho, 8,2% e 6,2% a menos que no mês anterior. O Banco Itaú BBA aponta que a consolidação de uma safrinha de milho robusta reduz a chance de nova disparada nos preços do cereal, como a observada entre agosto do ano passado e março deste ano. O cenário atual é mais favorável sob a ótica dos compradores. Quanto ao farelo de soja, a tendência é de continuidade da pressão sobre os preços, devido às boas safras no Brasil e na Argentina e ao aumento do esmagamento para atendimento ao programa de biodiesel no Brasil. Isso eleva a oferta do subproduto e limita a alta de preços, mesmo com a perspectiva positiva para o consumo de ração animal.

Cepea/Itaú BBA

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar fecha o dia quase estável, mas acumula alta de 2,28% na semana após tarifa de Trump

Após se reaproximar dos R$5,60 em meio às preocupações com os efeitos da guerra tarifária dos EUA sobre a economia brasileira, o dólar perdeu força e encerrou a sexta-feira praticamente estável no Brasil, ainda que o saldo da semana tenha sido de alta firme ante o real.

 

O dólar à vista fechou a sexta-feira com leve alta de 0,12%, aos R$5,5481. Na semana, a divisa acumulou elevação de 2,28% ante o real, com as cotações incorporando prêmios de risco após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira uma tarifa de 50% sobre os produtos comprados do Brasil. Às 17h21, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido -- subia 0,23%, aos R$5,5795. Pela manhã, os agentes voltaram a operar reagindo à incerteza em torno dos impactos da tarifa do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros. Uma das preocupações é de que a tarifação signifique menos exportações do Brasil no agregado, o que representaria uma entrada menor de dólares no país. Ainda que o país tenha uma situação confortável em suas contas externas, o dólar reagiu em alta ante o real nos últimos dias. “Do ponto de vista da economia real, é ruim, mas não é o fim do mundo, porque o Brasil é um país fechado. Daí, o impacto é limitado. Mas a tarifa pega no câmbio, que pega na inflação e nos juros, podendo ter um efeito cascata”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Investidores também se mantinham atentos ao exterior, onde o dólar avançava ante a maior parte das demais divisas em função de novos movimentos de Trump. Além de anunciar uma tarifa de 35% para o Canadá, ele sinalizou que a taxa padrão de 10%, recebida por alguns países, pode ser elevada para 15% ou 20%. Também era esperada para esta sexta-feira o anúncio de tarifação da União Europeia. Neste cenário, o dólar atingiu a cotação máxima de R$ 5,5932 (+0,93%) às 10h55 no Brasil. Ainda pela manhã, no entanto, a moeda perdeu força e retornou para a faixa dos R$5,55, com agentes aproveitando as cotações mais elevadas para vender divisas. “Com o dólar perto dos R$5,60, houve ordem de stop loss (parada de perdas), com investidores que estavam comprados (posicionados na alta da moeda no mercado futuro) realizando lucros. Também teve exportador vendendo moeda”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. Durante a tarde o dólar à vista se enfraqueceu ainda mais, chegando a marcar a mínima de R$5,5414 (estável) às 16h19.Profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias vêm ponderando que, apesar do avanço após o anúncio da tarifa de 50% para o Brasil, o dólar não incorporou totalmente o cenário de uma cobrança efetiva deste percentual pelos EUA a partir de 1º de agosto.

Reuters

 

Ibovespa recua com Localiza entre maiores quedas

No setor de proteínas, MARFRIG ON perdeu 4,17%, em meio a ajustes após alta de mais de 6% na véspera, com a CVM adiando assembleia de acionistas da BRF marcada para o próximo dia 14, que discutiria a incorporação da dona das marcas Sadia e Perdigão pela Marfrig. BRF ON caiu 4,35%.

 

O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, ampliando a correção negativa no mês, com Localiza entre as maiores quedas, enquanto MRV&Co descolou do viés de baixa na bolsa paulista após estimativas relacionadas à Resia. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,41%, a 136.187,31 pontos, alcançando 135.528,07 pontos na mínima e 136.741,87 pontos na máxima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$19,4 bilhões. Na semana, em que fechou todos os pregões em queda, contabilizou uma perda de 3,59%, passando a acumular um declínio de 1,92% em julho, após quatro meses seguidos de alta, quando somou um ganho de 13%. No começo do mês, também havia renovado máximas acima de 141 mil pontos. De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa tem mantido o movimento de realização de lucros e encontra os próximos suportes em 135.000 e 134.100 pontos. "A perda dessa região retira o índice da tendência de alta de curto prazo", afirmaram no relatório Diário do Grafista. Do lado da alta, acrescentaram, o índice encontra resistências em 139.600 e 141.600 pontos. Investidores continuaram avaliando os potenciais efeitos nas empresas e na economia da nova tarifa anunciada pelos Estados Unidos para produtos brasileiros, bem como os reflexos das últimas ações do presidente norte-americano, Donald Trump, na esfera comercial. Na próxima semana, na visão de economistas do Goldman Sachs, o foco estará em como o mercado e as autoridades da América Latina reagirão às recentes medidas de política comercial e tarifária dos EUA, notadamente os anúncios sobre cobre e para o Brasil. No caso do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na véspera que buscaria uma solução diplomática, mas que retribuiria de forma recíproca se as tarifas entrassem em vigor em 1º de agosto, conforme prometido. Na sexta-feira, Trump disse que poderia falar mais para frente com Lula. "Talvez em algum momento eu fale com ele. Agora não", afirmou.

Reuters

 

Guerra comercial com EUA pode reduzir PIB do Brasil em até 0,41%

Tarifa adicional de 50% levaria a uma redução de 75% nas exportações do agronegócio para os EUA. Cerca de 30% das exportações brasileiras para os Estados Unidos são do agronegócio

 

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil tem impactos diretos nas exportações e pode levar a uma redução no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de até 0,41%, de acordo com cálculos do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro). Em nota técnica, os pesquisadores Angelo Gurgel, Cícero Lima e Leonardo Munhoz, estimam que a tarifa adicional de 50% levaria a uma redução da ordem de 75% nas exportações do agronegócio para os Estados Unidos (aproximadamente US$ 9 bilhões), considerando que os produtos brasileiros ficariam bem mais caros que os concorrentes internacionais. Cerca de 30% das exportações brasileiras para os Estados Unidos são do agronegócio, o equivalente a US$ 12,1 bilhões, com destaque para café em grão, pastas químicas de madeira e carne bovina. Os pesquisadores observam que alguns produtos já são submetidos a tarifas elevadas, como no caso do suco de laranja (10,94%) e do açúcar (19,79%). Os Estados Unidos, por outro lado, representam 2,5% das importações agrícolas brasileiras, somando US$ 1 bilhão, concentrados em insumos como sementes, lactoalbumina, enzimas e rações. Os pesquisadores consideram que há espaço para o diálogo entre o Brasil e os Estados Unidos. Mas, se a tarifa única de importação de 50% entrar em vigor a partir de agosto, o “tarifaço” deve gerar uma redução no PIB do Brasil em até 0,16%, e no PIB dos Estados Unidos, uma retração de 0,03%. Uma retaliação pelo governo brasileiro aumentaria as perdas no PIB em 0,25% no Brasil e em 0,05% nos EUA. Como resultado, o PIB brasileiro reduziria 0,41%. Nos Estados Unidos, o PIB reduziria 0,08%. O tarifaço eleva os preços ao consumidor e pode provocar uma queda no consumo. Essa queda no consumo, segundo a FGV Agro, poderia chegar a US$ 13 bilhões no Brasil e a US$ 18,4 bilhões nos Estados Unidos, em um cenário de retaliação pelo governo brasileiro. Ainda de acordo com os pesquisadores, a tarifa de 50% imposta pelos EUA contra o Brasil viola regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente os princípios consagrados no Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), como o da nação mais favorecida, da proibição de restrições quantitativas e do tratamento nacional. A jurisprudência da OMC já condenou medidas similares anunciadas por Donald Trump por abuso da exceção de segurança nacional. No ordenamento norte-americano, também há fragilidade jurídica. As principais normas que autorizam medidas tarifárias pelo Poder Executivo, a Lei de Expansão Comercial, a Lei de Comércio e a Lei sobre os Poderes Econômicos em caso de Emergência Internacional exigem a demonstração de ameaças concretas à segurança nacional, ou a identificação de práticas comerciais desleais. Caso contrário, apenas o Legislativo tem poderes para impor tarifas. Os pesquisadores sugerem que os países afetados devem assumir uma postura de enfrentamento do problema, usando os fóruns internacionais e esforço conjunto de negociação para negociar um acordo.

Valor Econômico

 

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