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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 893 DE 30 DE JUNHO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 893 | 30 de junho de 2025                              

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

Chegada do frio traz boiadas gordas e baixa nos preços da arroba

Na sexta-feira (27/6), 5 das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto (SP, MS, MT, PR e SC) registraram desvalorização nas cotações. No PARANÁ Boi: R$320,00 por arroba. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de nove dias.

 

A frente fria que se intensificou no meio da semana nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil resultou em maiores disponibilidades de animais ao abate, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Diante do aumento da oferta, os preços da arroba do boi gordo recuaram na sexta-feira (27/6) em algumas praças brasileiras, conforme apuração da Agrifatto. “Cinco das 17 regiões com monitoramento diário registraram leve desvalorização (SP, MS, MT, PR e SC); nas demais, as cotações da arroba ficaram estáveis”, informou a consultoria em boletim diário enviado aos assinantes. Pelos dados da Agrifatto, agora o animal gordo “comum” vale R$ 310/@ na praça de São Paulo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 320/@. Segundo ressalta a Scot Consultoria, a oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora para o mercado interno, refletindo o esgotamento dos salários recebidos no começo do mês. “Alguns frigoríficos estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas do fim de semana para prosseguirem com os negócios”, relata a Scot em seu informativo diário entregue na sexta-feira aos assinantes. Pelos dados da Scot, a arroba do boi gordo “comum” continua valendo R$ 313 no mercado paulista, R$ 5/@ a menos o valor de balcão do “boi-China” (R$ 318/@). Na quinta-feira (26/6), a Scot apontou queda de R$ 2/@ no preço do animal abatido em São Paulo, refletindo justamente o aumento da oferta de lotes prontos. O analista Felipe Fabbri, da Scot, lembra que o câmbio atual – que atingiu o menor nível de 2025 – tem colaborado para que as margens, em reais, dos frigoríficos exportadores não avançassem tanto. “Apesar disto, o viés de baixa demonstra pouca força – mesmo com um câmbio no menor valor”, observa Fabbri. No mercado interno, ressalta o analista, o escoamento de carne bovina segue lento, mas as exportações da proteína in natura brasileira continuam em ritmo forte. Além disso, os preços da carne bovina brasileira, em dólares, bateram, na parcial de junho/25, as máximas dos últimos 12 meses, atingindo US$ 5,4 mil/tonelada, um avanço de 21,5% sobre a cotação média de junho/24. Do lado da oferta, diz Fabbri, ela aparenta não chegar em volume expressivo às indústrias. “Considerando os dados de abate sob Sistema de Inspeção Federal (SIF), até o dia 26 de junho, em relação ao mesmo período em maio/25, houve diminuição no abate de bovinos”, informou o analista da Scot. Na avaliação de Fabbri, com a proximidade da virada de mês, o escoamento doméstico de carne bovina deverá ganhar força, enquanto a exportação deve se manter acelerada. Além disso, continua ele, com um contexto geopolítico incerto, há espaço para um câmbio mais elevado. No mercado futuro, os contratos do boi gordo registraram a terceira queda consecutiva na sessão de quinta-feira (26/6) da B3. O papel com vencimento em outubro/25 (pico da entressafra) foi negociado a R$ 334,75/@, com baixa de 0,45% em comparação ao fechamento anterior. Cotações do boi gordo conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO Boi comum: R$320,00 a arroba. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de sete dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$320,00. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de nove dias. MATO GROSSO Boi comum: R$320,00 a arroba. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de oito dias.  TOCANTINS: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de sete dias. PARÁ Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de sete dias. GOIÁS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China/Europa: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$285,00 a arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de oito dias. MARANHÃO: Boi: R$290,00 por arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de oito dias.

Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO 

 

FRANGOS

 

Com manutenção de restrições da carne de frango por parte de China e UE, mercado mantém tom de preocupação 

O mercado brasileiro de frango registrou preços mais fracos no vivo e no atacado ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o cenário ainda é de alguma preocupação, considerando que vários países ainda mantêm restrições sobre os produtos avícolas brasileiros, a exemplo da China, União Europeia e Filipinas.

 

Do ponto de vista da biosseguridade, segundo Iglesias, não há mais empecilhos para reestabelecer o fluxo normal de comércio. “O Brasil segue em negociação para regionalizar os embargos”, afirmou. No mercado atacadista, o setor segue atento ao processo de retomada das exportações, com alguns países sustentando os embargos. “O Brasil precisa renegociar os protocolos sanitários, buscando a regionalização dos embargos para não sofrer uma penalidade tão severa futuramente”, destacou Iglesias. “A boa notícia para o setor é que no mercado doméstico a prioridade é pelo consumo de proteínas mais acessíveis, com ênfase para a carne de frango. Embutidos e ovos também são alternativas para as famílias que possuem menor renda”, concluiu o analista. Preços internos Segundo levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito caiu de R$ 10,10 para R$ 10,00, o quilo da coxa de R$ 7,00 para R$ 6,80 e o quilo da asa subiu de R$ 10,00 para R$ 10,10. Na distribuição, o preço do quilo do peito desceu de R$ 10,20 para R$ 10,10, o quilo da coxa de R$ 7,10 para R$ 7,00 e o quilo da asa elevou de R$ 10,20 para R$ 10,30. Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou mudanças nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito teve recuo de R$ 10,20 para R$ 10,10, o quilo da coxa de R$ 7,10 para R$ 6,90 e o quilo da asa subiu de R$ 10,10 para R$ 10,20. Na distribuição, o preço do peito registrou perdas de R$ 10,30 para R$ 10,10, o quilo da coxa de R$ 7,20 para R$ 7,10 e o quilo da asa avançou de R$ 10,30 para R$ 10,40. O levantamento semanal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo seguiu em R$ 5,50 e, em São Paulo, subiu de R$ 5,50 para R$ 5,70. Na integração catarinense a cotação do frango continuou em R$ 4,70. Na integração do oeste do Paraná, a cotação permaneceu em R$ 4,80 e, na integração do Rio Grande do Sul, em R$ 4,75. No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango continuou em R$ 5,40, em Goiás em R$ R$ 5,45 e, no Distrito Federal, em R$ 5,50. Em Pernambuco, o quilo vivo permaneceu em R$ 5,90, no Ceará em R$ 5,00 e, no Pará, em R$ 6,00. Exportações As exportações de carne de aves in natura do Brasil renderam US$ 401,629 milhões em junho (14 dias úteis), com média diária de US$ 28,687 milhões. A quantidade total exportada pelo país chega a 224,040 mil toneladas, com média diária de 16,002 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.792,7. Em relação a junho de 2024, há recuo de 21,2% no valor médio diário, baixa de 21,6% na quantidade média diária e valorização de 0,4% no preço médio.

Agência Safras

 

Frango/Cepea: Preços da carne e do vivo reagem

O movimento de queda nos preços da carne de frango e do animal vivo, que vinha sendo observado desde a última semana de maio – em decorrência das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária –, foi interrompido nesta semana, apontam levantamentos do Cepea. 

 

Pesquisadores explicam que, desde o dia 18 de junho, quando o Brasil voltou a ser certificado como livre da doença após ter cumprido todos os protocolos internacionais, o setor nacional está mais otimista, e o Cepea já verifica leves reações nos valores da carne e do frango vivo em algumas praças e estabilidade em outras. Ainda conforme o Centro de Pesquisas, apesar do tradicional enfraquecimento das vendas típico em fim de mês, reflexo do menor poder de compra da população, o avanço nos preços foi sustentado pela maior competitividade da carne de frango frente às concorrentes (suína e bovina) e pela retomada das exportações para 16 países que haviam suspendido temporariamente as compras da proteína brasileira. 

Cepea

 

GOVERNO

 

Brasil tem primeira planta habilitada a vender carne ao Vietnã

Unidade da JBS em Mozarlândia já pode começar embarques de carne bovina ao país asiático

 

O Vietnã habilitou a primeira planta frigorífica brasileira para exportar carne bovina para lá, apurou a reportagem. Neste sábado (28/6), as autoridades vietnamitas confirmaram o aval para a unidade da JBS em Mozarlândia (GO), que já pode começar os embarques para o país asiático. O mercado do Vietnã foi aberto em março deste ano. O país importa cerca de 300 mil toneladas de carne bovina anualmente de outras origens. A expectativa dos exportadores brasileiros é que o Brasil possa, no médio prazo, ocupar de 30% a 50% desse mercado. Se levado em consideração o preço médio por quilo da carne exportada nos últimos meses, representaria algo entre R$ 450 milhões e R$ 590 milhões. A avaliação entre os empresários é que não há excesso de produto em outros países produtores e por isso os frigoríficos nacionais poderão ganhar espaço no comércio com os vietnamitas. Outras 34 plantas aguardam aval do Vietnã. Na próxima semana, durante a visita do primeiro-ministro vietnamita, Phạm Minh Chính, ao Brasil, para a reunião da cúpula dos Brics, há expectativa de anúncio da habilitação de mais 12 frigoríficos. Durante a visita da Chính, deve haver um ato simbólico da primeira exportação de carne bovina do Brasil para o Vietnã. O país asiático era um dos poucos fechados para a proteína brasileira. Outro destino na mira dos brasileiros é o Japão. Uma missão técnica japonesa fez auditoria no sistema de inspeção sanitária de alguns Estados recentemente e deve emitir um relatório até o fim de julho. No Vietnã, a abertura de mercado foi oficializada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comitiva, em março deste ano.

Globo Rural

 

Juros do Plano Safra devem subir até 2,5 pontos percentuais

Ministério do Desenvolvimento Agrário teria conseguido preservar as taxas das linhas de crédito consideradas prioritárias e especiais. Alta de juros em praticamente todas as linhas de crédito rural

 

Após mais uma rodada de discussões técnicas e da primeira reunião para decisão política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa quinta-feira (26/6), a equipe do governo que atua na formulação do Plano Safra definiu que haverá alta de juros em praticamente todas as linhas de crédito rural para pequenos, médios e grandes produtores na temporada 2025/26. A elevação será entre 1,5 ponto percentual e 2,5 pontos percentuais, afirmaram duas fontes que participam da construção dos programas de financiamentos agrícolas. Apesar de apostas do mercado financeiro em alta mais contida, o `Pronamp, destinado aos médios produtores, deve ter alta quase generalizada de 2 pontos percentuais, o que fará a modalidade romper a casa dos dois dígitos nos juros e chegar a 10% ao ano. Algumas finalidades específicas devem ter taxas um pouco menores, afirmou um interlocutor do governo. No caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), as linhas vão aumentar no máximo 2 pontos percentuais, disse uma das fontes. Com isso, algumas taxas que hoje são de 4% e 6% passarão para o intervalo de 6% a 8%. Até a quinta-feira, a informação era de que o Ministério do Desenvolvimento Agrário havia conseguido preservar as taxas de juros das linhas de crédito consideradas prioritárias e especiais, como aquelas destinadas à produção de alimentos da cesta básica, que permanecerá em 3% ao ano, mesmo com a Selic, que baseia o custo de captação dos recursos pelos bancos para empréstimos, a 15%. A linha para agroecologia também deve ficar em 2%, em sinal de valorização da pauta ambiental e sustentável em ano de COP30 no Brasil. A Pasta ainda tenta evitar alta nos juros do programa Mais Alimentos, de 2,5% ao ano, destinado à compra de máquinas de pequeno porte adaptadas à realidade das propriedades da agricultura familiar. O financiamento de jovens, mulheres, bioeconomia, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária também continuará incentivado. Grandes produtores deverão ter taxas de 13,5% para custeio e comercialização, apesar de não haver muita disponibilidade de recursos novos para serem emprestados a esse público a juros controlados. Diante do aperto orçamentário, há pressão para elevar ainda mais essa alíquota, informaram duas fontes, mas o Ministério da Agricultura ainda tenta que o teto seja mantido nesse patamar. Uma reunião nesta sexta-feira (27/6) vai definir os números. “A alta dos juros precisa ser mais próxima de 2 pontos percentuais senão a conta para um Plano Safra maior ou em linha não fecha”, disse outra fonte. Ao Valor, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, disse que o desafio é fazer o Plano caber no orçamento reservado para a equalização de juros. “A questão da taxa de juros está definida, vai ter aumento. Temos, agora, que compatibilizar esse incremento de taxas com os volumes equalizáveis”. O aumento das taxas aos médios e grandes produtores vai permitir ao governo preservar as alíquotas menores para a produção de alimentos da cesta básica via Pronaf. A medida foi considerada um sucesso pelo presidente Lula, já que a divulgação do IPCA de ontem mostrou o primeiro recuo nos preços dos itens de alimentação e bebidas em nove meses. O ajuste nas taxas também vai garantir que haja orçamento necessário para bancar a equalização dos juros entre julho e dezembro. A verba reservada é de cerca de R$ 1,3 bilhão, segundo fonte da equipe econômica. Com a previsão de manutenção da Selic em 15%, como apontou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a indicação é que não haverá sobressaltos no período.

Globo Rural

 

EMPRESAS

 

Minerva entra com recurso no Cade contra fusão de BRF e Marfrig e pede reavaliação do processo

Empresa argumenta que a aprovação da operação desconsidera impactos relevantes à concorrência. A BRF e a Marfrig planejam criar a MBRF Global Foods, grupo com mais de R$ 152 bilhões em receita anual 

 

A Minerva Foods entrou com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a fusão entre BRF e Marfrig, solicitando a reavaliação do processo. Em parecer enviado ao órgão antitruste, a Minerva argumenta que a aprovação da operação, realizada em rito sumário, desconsidera impactos relevantes à concorrência, sobretudo no mercado de alimentos processados. A empresa aponta que a combinação entre Marfrig e BRF pode gerar concentração excessiva em determinados segmentos, como hambúrgueres, almôndegas e quibes, além de ampliar significativamente o poder de compra e o portfólio das companhias unificadas. A Minerva também destaca o papel da Salic — braço de investimentos da Arábia Saudita — como fator de preocupação. A entidade já detém 24,5% do capital da própria Minerva e, com a incorporação, passará a ter participação também na Marfrig, o que, segundo a empresa, pode levar a um alinhamento indevido de interesses entre concorrentes. A Minerva teme, ainda, que conselheiros indicados pela Salic nas duas companhias favoreçam a troca de informações estratégicas, prejudicando a rivalidade no setor. Além disso, a companhia acusa a Marfrig de ter minimizado os efeitos da incorporação na notificação ao Cade, ao afirmar que já detinha o controle unitário da BRF. A Minerva rebate essa alegação, afirmando que antes da operação a Marfrig não tinha poderes para exercer sozinha o controle da BRF, situação que muda substancialmente com a incorporação total. Outro ponto sensível, segundo a Minerva, é o mercado de carne processada no canal foodservice — fornecimento para restaurantes, lanchonetes e redes de fast food. A empresa afirma que o Cade “estranhamente” ignorou esse segmento na análise, apesar de haver precedentes em que ele foi considerado relevante. “O mesmo Cade que impôs remédios estruturais à Minerva em 2014, quando comprou ativos da BRF, hoje ignora os riscos quando BRF e Marfrig se fundem”, diz um trecho do recurso. No último dia 12, a Minerva já havia sido aceita como terceira interessada no processo do Cade que debate a fusão, a empresa tinha 15 dias para se manifestar. A BRF e a Marfrig planejam criar a MBRF Global Foods, grupo com mais de R$ 152 bilhões em receita anual. Procurada, a BRF disse que não comentará a reportagem.

Globo Rural

 

INTERNACIONAL

 

O golpe milionário da 'vaca virtual' que está abalando o Uruguai, um dos maiores produtores de gado do mundo

Milhares de investidores apostaram suas economias no que acreditavam ser uma operação de engorda de gado, mas a realidade era bem diferente. Um empresário importante comete suicídio, centenas de milhões de dólares desaparecem, e milhares de supostas vacas nunca existiram — este é um dos maiores golpes que o Uruguai já teve.

 

"Vamos engordar suas economias. Invista no negócio mais seguro da história", proclamava a Conexión Ganadera, empresa pioneira em fundos de investimento pecuário no país sul-americano, onde há dez vacas para cada três pessoas. Mas o que prometia ser um negócio tranquilo acabou se revelando um esquema Ponzi, um esquema de pirâmide que está sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro em grande escala. O escândalo aconteceu no país com mais cabeças de gado per capita do mundo, e expôs as deficiências de um sistema de identificação de animais que o Uruguai se gabava de ser único no planeta. Como a situação chegou a esse ponto? A Conexión Ganadera nasceu em 1999. A empresa captava fundos de investidores —sobretudo locais e argentinos— com a promessa de servir de elo com os produtores rurais. O investidor entrava com o dinheiro, a Conexión Ganadera comprava o equivalente em vacas, e as emprestava temporariamente a um produtor para engordá-las. Em troca, o investidor —que não precisava ter nenhum conhecimento agropecuário— recebia uma porcentagem fixa de rendimento. No início, eles ofereciam mais de 20% ao ano em dólares. Mais recentemente, as taxas variavam de 7% a 11% ao ano em moeda americana, dependendo do valor do investimento e do prazo. Após um certo tempo, o animal crescia o suficiente para ser vendido —por um preço muito superior ao que havia sido pago—, de modo que o produtor agropecuário obtinha uma margem substancial para pagar o aluguel da terra, insumos, custos de mão de obra e outras despesas, e manter seu lucro. Ou pelo menos era isso que diziam. "A vaca sempre teve a nobreza de produzir o suficiente para que o investidor não perdesse com esse sistema", afirmou Pablo Carrasco, um dos proprietários da empresa, em uma apresentação para clientes em 2023. "É uma situação em que todos saem ganhando, e 24 anos é tempo suficiente para ter certeza disso." Até então, a empresa sempre havia efetuado seus pagamentos. Mas não demorou muito para que o desfalque fosse exposto, e se descobrisse que não havia a quantidade de gado que eles supostamente deveriam ter. Eles chegaram a comprar os gados? Se compraram, onde foram parar? A Justiça uruguaia está investigando. No início de 2025, a Conexión Ganadera anunciou que não seria capaz de arcar com o pagamento de seus 4.300 clientes com investimentos da ordem de US$ 400 milhões (mais de R$ 2 bilhões), pois tinha apenas US$ 150 milhões (R$ 820 milhões) em ativos. Um contador contratado pela empresa para estudar sua situação financeira disse publicamente que "sem ter começado como um esquema Ponzi, terminou como um esquema Ponzi". Ou seja, na visão dele, a empresa começou como um negócio legítimo que depois sustentou suas perdas captando novos fundos para pagar os investidores mais antigos. "A única maneira de manter isso era fazer com que mais gente desse dinheiro para pagar os juros, para que o esquema não entrasse em colapso", explica o advogado Leonardo Costa, um dos litigantes, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC. Isso aconteceu poucos meses depois que duas outras empresas do mesmo setor anunciaram a interrupção dos pagamentos, e deixaram milhares de pequenos investidores sem seu dinheiro, totalizando cerca de US$ 100 milhões (mais de R$ 546 milhões). Após o colapso destas empresas, um dos proprietários da Conexión Ganadera, Gustavo Basso, decidiu acelerar a 211 quilômetros por hora enquanto dirigia seu Tesla em uma rodovia uruguaia, e colidiu com máquinas rodoviárias no acostamento. Ele morreu na hora. Os computadores e as câmeras do carro foram analisados, e um promotor determinou que foi um "ato voluntário". Quando seu sócio, Pablo Carrasco, teve que explicar aos investidores por que não havia devolvido o dinheiro deles, ele disse que não sabia o que estava acontecendo na empresa, que só cuidava da parte de pecuária, e que o homem por trás do esquema era Basso. O país sul-americano se orgulha há anos de ter implementado um método que permite rastrear o paradeiro de cada uma de suas vacas, desde o nascimento até o prato onde é servida na forma de bife. Uma das orelhas da vaca é marcada com uma tag analógica, e a outra com uma tag digital, ambas codificadas para identificar de qual vaca se trata. Para os investidores desses fundos pecuários, esse código era a certeza de que uma vaca estava registrada em seu nome no Ministério da Pecuária. No entanto, a investigação judicial constatou que, em muitos casos, essas vacas não existiam. "Era gado virtual, não existia", diz Felipe Caorsi, consultor financeiro uruguaio que investigou esses fundos. Talvez nunca tenham sido comprados, talvez tenham existido, mas já tenham sido abatidos, ou talvez tenham acabado em um dos muitos carregamentos de gado vivo que Basso enviou para a Turquia, disseram à BBC News Mundo fontes ligadas ao caso. A investigação judicial encontrou dispositivos de identificação —que deveriam estar nas orelhas do gado - armazenados em caixas.

BBC News Brasil/Folha de SP

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Paranaguá é a principal saída de carnes brasileiras

Mais de 1,2 milhão de toneladas de carnes de frango, bovina e suína foram embarcadas entre janeiro e maio deste ano. 

 

A Portos do Paraná ampliou sua participação nas exportações brasileiras de proteína animal congelada, atingindo 35,1% do total nacional nos cinco primeiros meses de 2025. Com esse desempenho, o porto mantém o título de maior corredor exportador de carnes do Brasil. Entre janeiro e maio, foram embarcadas 1.280.167 toneladas com destino a países como China, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita, entre outros. O volume representa um crescimento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando as remessas de carnes de frango, bovina e suína. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com destaque para o Paraná, estado líder em produção. O Porto de Paranaguá concentra o maior terminal exportador de aves congeladas do planeta, responsável por 44,1% de toda a produção nacional enviada ao exterior — mais que o dobro da participação do Porto de Santos, que registrou 20,9%. Em 2024, Paranaguá respondeu por 48% das exportações brasileiras de aves de corte. De janeiro a maio deste ano, os embarques de aves congeladas aumentaram 2,5%, mesmo diante das restrições impostas por alguns países em razão de um caso isolado de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Foram movimentadas 923.477 toneladas, ante 900.909 toneladas registradas no mesmo período de 2024. Paranaguá também se destaca nas exportações de carne bovina, com a segunda maior movimentação entre os terminais brasileiros. Até maio, houve um crescimento expressivo de 50,9% em relação ao ano anterior, passando de 183.570 toneladas para 276.969 toneladas. O Paraná lidera a produção nacional de proteína animal, com destaque para a carne de frango, responsável por 34,6% da produção brasileira no acumulado de janeiro a março de 2025, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação à carne suína, o estado ocupa a segunda posição, com 21,9% do total nacional, no mesmo período. Já na pecuária bovina, embora com participação menor, o Paraná apresentou crescimento no primeiro trimestre: foram 354 mil cabeças abatidas entre janeiro e março, um acréscimo de 14,2 mil em relação ao mesmo período de 2024 — equivalente a 3,6% da produção nacional. De acordo com a Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná (SEAB), em 2024 o Paraná abateu mais de 2,2 bilhões de cabeças de frango, 12,4 milhões de cabeças de suínos, quase 629 mil bovinos e produziu mais de 180 mil toneladas de peixes. Essa capacidade produtiva movimenta intensamente a cadeia industrial. O estado reúne uma das maiores estruturas do país dedicadas ao abate e ao processamento de carnes, com 557 empresas atuando no setor.

Agência Estadual de Notícias

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar tem queda, apesar de fluxo de saída e fecha semana em R$5,4831

O dólar à vista encerrou a sexta-feira com leve baixa, após dados favoráveis de inflação nos EUA darem suporte à busca por divisas mais arriscadas, como o real, em movimento parcialmente compensado pela saída de moeda norte-americana do Brasil após a derrubada dos aumentos de IOF durante a semana.

 

O dólar à vista fechou em baixa de 0,28%, aos R$5,4831. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,79% e, no ano, tem recuo de 11,26%. Às 17h32 na B3 o dólar para julho subia 0,11%, aos R$5,4890. O Departamento de Comércio informou que o índice PCE -- o indicador preferido de inflação do Federal Reserve -- teve alta de 0,1% em maio, ganho igual ao de abril e exatamente o que economistas consultados pela Reuters projetavam. Em 12 meses -- taxa que é referência para a meta de inflação do Fed --, o PCE atingiu alta de 2,3%, acelerando em relação ao ganho revisado de 2,2% no mês anterior, mas em linha com a projeção em pesquisa da Reuters. O acumulado de 12 meses também ficou próximo da meta de 2% de inflação perseguida pelo Fed. Em reação aos números, os investidores globais foram em busca de ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, como o real. “Tivemos um volume de saída (de dólares) muito grande hoje, com muita gente aproveitando a derrubada do IOF para sair do país”, comentou durante a tarde João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos. “Muita gente vinha segurando operações à espera do que iria acontecer com o imposto”, acrescentou. Com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmando nesta sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se tiver o aval da Advocacia-Geral da União (AGU), deve ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso, investidores aproveitaram o IOF menor na sexta para acelerar remessas ao exterior. Este movimento foi influenciado pelo fato de segunda-feira ser o último dia útil do mês e do trimestre -- momento em que o fluxo de recursos tende a ser de fato maior. Em um indicativo de que a liquidez na sexta-feira esteve especialmente forte, até as 17h20 o dólar para julho -- atualmente o mais negociado no Brasil -- já havia movimentado quase 350 mil contratos na B3, sendo que em sessões normais o número fica mais próximo dos 200 mil. Como a definição da Ptax de fim de mês e de trimestre ocorrerá na segunda-feira, a expectativa é de liquidez forte também na próxima sessão.

Reuters

 

Tem leve queda em dia de menor liquidez; Vale limita perdas Ibovespa

As discussões no Senado dos Estados Unidos para a tramitação do pacote de gastos do presidente americano, Donald Trump, dominaram as atenções dos investidores durante a tarde, assim como o anúncio feito por Trump de que os EUA encerraram as negociações com o Canadá 

 

Em uma sessão de menor liquidez, o Ibovespa encerrou em queda de 0,18%, aos 136.866 pontos, chegando aos 136.469 pontos, na mínima do dia, e aos 137.209 pontos, na máxima, com o exterior no foco. O avanço expressivo das ações da Vale ajudou a amortecer as perdas de outras blue chips, caso de e de alguns bancos. Na semana, a principal referência acionária local recuou 0,18%. O índice chegou a esboçar uma reação ligeiramente mais positiva em alguns momentos do pregão, mas voltou a cair durante a tarde, quando as principais bolsas americanas perderam fôlego e passaram a oscilar entre perdas e ganhos até fechar em alta: o Dow Jones subiu 1,00%; e o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 0,52%.

Valor Econômico

 

Desemprego cai para 6,2% no trimestre encerrado em maio, diz IBGE 

Segundo o instituto, o resultado é o menor da série histórica para o período; no trimestre encerrado em abril, a taxa foi de 6,6%; massa de rendimentos dos trabalhadores cresceu 1,8% no trimestre 

 

A taxa de desemprego no país caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, menor resultado da série histórica para o período. No trimestre encerrado em abril, a taxa foi de 6,6%. O resultado ficou abaixo do observado no trimestre imediatamente anterior (concluído em fevereiro, de 6,8%) e abaixo do resultado de igual período de 2024 (7,1%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi inferior à mediana das expectativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo VALOR DATA, que apontava para uma taxa de 6,3% no trimestre encerrado em maio. O intervalo das projeções ia de 6,2% a 6,7%. Na média do período de março a maio, o país tinha 6,8 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 8,6% frente ao trimestre encerrado em fevereiro (menos 644 mil pessoas) e queda de 12,3% ante igual período de 2024 (menos 955 mil pessoas). A população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) no trimestre até maio, por sua vez, era de 103,9 milhões de pessoas. Isso representa um avanço de 1,2% em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (mais 1,2 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2024, subiu 2,5% (2,5 milhões de pessoas). A massa de rendimentos dos trabalhadores cresceu 1,8% no trimestre encerrado em maio, ante o imediatamente anterior (concluído em fevereiro), e atingiu novo recorde, de R$ 354,6 bilhões. Isso significa R$ 6,8 bilhões a mais. Na comparação com igual período de 2024, o aumento foi de 5,8% (mais R$ 19,4 bilhões). O mercado de trabalho registrou também aumento na renda média dos trabalhadores, que considera o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos. O aumento foi de 0,4% no trimestre encerrado em maio de 2025, ante o trimestre imediatamente anterior (concluído em fevereiro), para R$ 3.457. A diferença é de R$ 15 a mais. O IBGE classificou a variação como estabilidade estatística, por estar dentro da margem de erro da pesquisa. Na comparação com igual trimestre de 2024, houve alta de 3,1% (R$ 103 a mais).

Valor Econômico

 

Dívida pública federal sobe 0,71% em maio, para R$7,670 tri

A dívida pública federal subiu 0,71% em maio ante abril, para R$7,670 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira.

 

No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou R$7,361 trilhões, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu R$309,2 bilhões. Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de maio, 21% correspondiam a títulos prefixados, 27% a títulos vinculados a índices de preços, 48% a papeis com taxas flutuantes e 4% a papeis cambiais. Em maio, a alta de 0,71% deveu-se, conforme o Tesouro, “à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 79,90 bilhões, neutralizado, em parte, pelo resgate líquido, no valor de R$ 26,04 bilhões”. O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública -- uma espécie de "colchão" para o pagamento dos compromissos -- caiu 4,77% em termos nominais em maio, para R$861,30 bilhões de reais. Na comparação com maio de 2023, a reserva de liquidez caiu 16,54%.

Reuters

 

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