CLIPPING DO SINDICARNE Nº 878 DE 06 DE JUNHO DE 2025
- prcarne
- 6 de jun.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 878 | 06 de junho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Frigoríficos voltados ao consumo interno enfrentam dificuldade para alongar as escalas de abate
A tendência de baixa nos preços do boi gordo foi interrompida ao longo do início de junho e os reajustes positivos na arroba, ainda que moderados, começaram a ganhar força em algumas das principais praças brasileiras, informam a Agrifatto e a Scot Consultorias, empresas que acompanham diariamente o setor pecuário nacional e internacional. No PARANÁ: Boi: R$310,00 por arroba. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abate de seis dias.
Segundo a equipe de especialistas da Scot Consultoria, “a disponibilidade de bovinos diminuiu e, para conseguir comprar boiadas, os frigoríficos aumentaram o preço das ofertas de compras”. Com isso, pela apuração da Scot, o boi gordo “comum” e o “boi-China” voltaram a subir nesta quinta-feira (5/6) em São Paulo, com alta diária de R$ 3/@ – agora cotados a R$ 310/@ e R$ 313/@, no prazo, respectivamente. Para as fêmeas, diz a Scot, os preços fecharam o dia estáveis nas praças paulistas, em R$ 280/@ (vaca gorda) e R$ 292/@ (novilha terminada). A Agrifatto também detectou valorização do boi gordo de São Paulo nesta quinta-feira: o animal pronto para abate com destino ao mercado interno subiu para R$ 315/@, atingindo o mesmo valor do bovino com padrão-exportação – ou seja, pelos dados da consultoria, nas tabelas dos frigoríficos paulistas o “boi-China” passou a ser negociado sem ágio. Na quarta-feira (4/6), segundo apuração da Agrifatto, os preços do boi gordo avançaram em 9 das 17 regiões acompanhadas diariamente pela consultoria (SP, AC, GO, MG, MS, PR, RO, SC e TO), enquanto nas demais praças (AL, BA, ES, MA, MT, PA, RJ e RS) as cotações ficaram estáveis. Nesta quinta, além da região paulista, a Agrifatto apurou elevação nos preços do boi gordo em Mato Grosso; nas 15 outras praças monitoradas, os valores não mudaram em relação ao dia anterior (4/6). “Os frigoríficos de menor porte, voltados ao consumo interno, continuam enfrentando dificuldades para alongar as escalas de abate, o que intensifica a pressão altista sobre os preços da arroba”, justifica a Agrifatto. Segundo a Agrifatto, nos estados de Pará, Tocantins, Rondônia e Acre, observa-se uma redução significativa na presença de fêmeas nas escalas de abate dos frigoríficos, o que acentuou a valorização dos machos nessas regiões. De acordo com levantamento da Agrifatto, os negócios registrados nesta semana não foram suficientes para estender as programações de abate dos frigoríficos brasileiros para além de sete dias úteis, na média nacional. Já o mercado futuro do boi gordo operou em um ambiente majoritariamente negativo na quarta-feira (4/6). O contrato com vencimento em agosto/25, por exemplo, encerrou o pregão da B3 cotado a R$ 330,70/@, com ligeira queda de 0,41% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta quinta-feira (5/6), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$315,00 a arroba. Boi China: R$315,00 Média: R$315,00 Vaca: R$280,00 Novilha: R$295,00 Escalas de abates de sete dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00 Média: R$290,00 Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de sete dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$310,00 Boi China: R$310,00 Média: R$310,00 Vaca: R$280,00. Novilha R$295,00. Escalas de seis dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de seis dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$255,00 Novilha: R$265,00 Escalas de abate de sete dias. GOIÁS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China/Europa: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de seis dias. RONDÔNIA: Boi: R$270,00 a arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$280,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Boi/Cepea: Maior interesse comprador e oferta mais restrita estabilizam preços
A sequência de quedas de preços em boa parte de maio vem dando espaço para estabilidade no mercado pecuário e, desde meados da semana passada, começam a ser frequentes negócios com reajustes para cima, apontam levantamentos do Cepea
Segundo o Centro de Pesquisas, tem aumentado o interesse de compradores por animais no spot e, ao mesmo tempo, a oferta está mais restrita devido à resistência dos pecuaristas que pedem valores maiores. Ainda conforme acompanhamento do Cepea, as escalas de abate encurtaram para cerca de uma semana; algumas compras no início desta semana previam o embarque em um ou dois dias. No atacado da Grande SP, o Centro de Pesquisas aponta que as cotações médias da carne seguem estáveis, havendo melhora no ritmo de vendas.
Cepea
Exportações de carne bovina in natura em maio ficam em 218 mil toneladas
Média diária registrou alta de 2,9% em maio frente ao mesmo período do ano passado
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Mdic, os embarques de carne bovina in natura finalizaram o mês de maio registrando o envio de 218 mil toneladas. O volume exportado ao longo de maio do ano passado foi de 211,9 mil toneladas em 21 dias úteis. O mês de maio registrou o terceiro melhor desempenho deste ano, ficando atrás somente do mês de abril que exportou 271,7 mil toneladas e o mês de março que embarcou 245,8 mil toneladas. A média diária exportada até a quinta semana de maio/25 ficou em 10,3 mil toneladas, alta de 2,9%, quando se compara com a média observada em maio de 2024, que estava em 10 mil toneladas. Os preços médios ficaram em US$ 5.200 por tonelada o que representa um ganho anual de 15,5%, quando se compara com os valores observados em maio de 2024, com US$ 4.503 por tonelada. O valor negociado ficou em US$ 1 bilhão e 134 milhões. No ano anterior a receita total foi de US$ 954,4 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 54 milhões um ganho de 18,8%, frente ao observado no mês de maio do ano passado, que ficou em US$ 45,4 milhões.
Secex
SUÍNOS
Suínos/Cepea: Apesar de quedas no final de maio, média mensal se sustenta
Preço do suíno vivo em São Paulo subiu 1,5% no mês, enquanto saltou 2,9% no Paraná
Os preços médios do suíno vivo em maio superaram os do mês anterior, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, as cotações do animal estiveram firmes nas três primeiras semanas de maio na maior parte das regiões acompanhadas, sustentadas pelo tradicional aquecimento na demanda no período (em maio, reforçado pelo Dia das Mães). No encerramento do mês, porém, a procura mais fraca e o cenário especulativo em razão da gripe aviária pressionaram os valores, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o vivo foi negociado à média de R$ 8,55/kg em maio, alta de 1,5% em relação à de abril. Em Arapoti (PR), o avanço foi de 2,9%, para R$ 8,44/kg. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína se valorizou 2,4% de abril para maio, sendo comercializada à média de R$ 12,74/kg no último mês.
Cepea
Exportação de carne suína alcançou 105,9 mil toneladas até a quinta semana de maio/25
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, informou que o volume exportado de carne suína in natura atingiu 105,9 mil toneladas na quinta semana de maio de 2025. No mesmo período do ano anterior, o volume exportado ficou em 91,6 mil toneladas em 21 dias úteis.
Até a quinta semana de maio/25, a média embarcada ficou com 5,04 mil toneladas, avanço de 15,6% no comparativo do total exportado em maio de 2025, que ficou em 4,3 mil toneladas. A receita obtida até a quinta semana de maio/25 com as exportações de carne suína foi de US$ 274,3 milhões, sendo que no ano anterior o faturamento finalizou o mês com US$ 210 milhões. Já a média ficou em US$ 13 milhões e representou um avanço de 30,6% frente ao montante obtido em maio de 2025, que foi de US$ 10 milhões. Já o preço pago por tonelada ficou em US$2.589 por tonelada, uma alta de 13% frente ao observado em maio do ano passado, com US$2.292 por tonelada.
Secex
Preços da suinocultura independente reagem com aumento do consumo interno
Com a chegada do inverno, lideranças pontua que pode ter um aumento da procura por carne suína no mercado doméstico
Com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo apresentou valorização de 3,20% na semana e está precificado em R$ 8,70/kg vivo, sendo que na semana passada estava ao redor de R$ 8,43/kg. No mercado mineiro, o valor do animal apresentou valorização de 3,66% nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 08,50/kg vivo, sendo que na semana anterior estava cotado em R$ 8,20/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou queda de 0,24%, em que passou de R$ 8,17/kg na semana passada e está precificado em R$ 8,15/kg vivo.
APCS/ Asemg/ ACCS
FRANGOS
Com queda de 14,45% no volume exportado em maio/25, setor de frango já sentir os impactos dos embargos internacionais
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Mdic, o volume exportado de carne de aves in natura registrou queda de 17,60%, quando comparado ao volume exportado do mês de abril/25. Esse recuo significa o impacto das restrições e da incerteza gerada pela confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial.
O volume movimentado ficou em 440.665 mil toneladas até o final de abril deste ano, enquanto a média diária foi de 22.033 mil toneladas. Até a quinta semana de maio/25, o volume total exportado ficou em 363.108 mil toneladas, baixa de 14,45% se comparado ao ano passado. No ano anterior, o volume exportado em maio encerrou o mês com 424.417 mil toneladas. A média diária da exportação ficou 17.290 mil toneladas até a quinta semana de maio/25, queda de 14,45%, frente ao observado em maio de 2024, que foi de 20.210 mil toneladas em 21 dias úteis. O valor negociado na quinta semana de maio deste ano foi de US$ 654,6 milhões, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de maio do ano anterior foi de US$ 751,8 milhões. A média diária ficou em US$ 31,1 milhões, queda de 12,9%, frente ao observado no mês de maio do ano passado, que ficou em US$ 35,8 milhões. Com relação ao preço pago pela tonelada, o resultado até a quinta semana de maio foi de US$ 1.802 por tonelada, avanço de 1,8% no comparativo com o mesmo período de maio do ano anterior, em que ficou em US$ 1.771 mil por tonelada.
Secex
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Adapar publica portaria com normas de biosseguridade para criações de suínos ao ar livre
A medida busca reforçar a segurança sanitária e a sustentabilidade dessas produções, estabelecendo exigências como cerca de isolamento, estrutura de manejo, controle de pragas e qualidade da água.
A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) publicou nesta semana a Portaria n0 205/2025, que estabelece normas de biosseguridade para estabelecimentos de porte micro e mínimo que produzem suínos para fins comerciais em sistemas ao ar livre, especialmente criações tradicionais de raças crioulas e sistemas agroecológicos. O anúncio da Portaria já havia sido feito em maio durante a Semana do Porco Crioulo, na Assembleia Legislativa do Paraná. A medida busca reforçar a segurança sanitária e a sustentabilidade dessas produções, estabelecendo exigências como cerca de isolamento, estrutura de manejo, controle de pragas e qualidade da água. A normativa da Adapar é a primeira do gênero no Brasil e foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Entre as novidades, estão regras quanto à quantidade de animais considerados para subsistência (de consumo próprio do produtor), cuidados necessários ao ar livre e dimensões de espaço para criação, além de exigências em termos de cuidados de higiene, isolamento e registro de informações indispensáveis. Com a publicação da normativa, criadores de suínos ao ar livre podem avançar na regularização da atividade e na conquista de novos mercados. Para Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, a medida garante segurança sanitária, amplia as possibilidades de comercialização e exportação da carne produzida nesse sistema. “Uma das premissas da defesa agropecuária do Paraná é garantir a saúde animal. Agora, com esta regulamentação, os produtores podem avançar no processo de criação com o objetivo de incluir essa carne no rol de proteínas aptas à comercialização e exportação”, afirma. O Paraná é referência na criação da raça nativa brasileira Moura, com carne e aspecto similares aos melhores cortes bovinos, com maciez, suculência e sabor únicos. Criar um porco Moura é um processo totalmente diferente da criação de um suíno industrial, e isso ajuda a explicar por que a produção em larga escala preferiu investir no segundo tipo. Uma das principais diferenças diz respeito à alimentação. Enquanto o porco industrial é alimentado com rações, o Moura se alimenta do que está disponível na natureza, como frutas, tubérculos, verduras, legumes e sementes.
ADAPAR
Criadores de suínos acertam as contas, mas enfrentam juros altos para investir
Associação que representa suinocultores afirma que os aportes só não são maiores que os atuais porque as taxas limitam as condições de captar recursos. Depois de pelo menos três anos de crises, a suinocultura brasileira retoma a trajetória de crescimento
O suinocultor brasileiro voltou a ter rentabilidade em 2025, resultado de um aquecimento na demanda interna e externa. Agora, os criadores e agroindústrias apostam em acertar as contas e investir nos plantéis, pensando em elevar a produção de forma mais contundente nos próximos dois anos. “Há investimentos, principalmente, em Mato Grosso do Sul, para aumentar a produção em dois anos nas agroindústrias. Os criadores estão pagando as contas, investindo para melhorar o manejo, bem-estar animal e em novas granjas”, diz o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes. O momento positivo chega depois de pelo menos três anos de crise. A carne suína brasileira ganhou espaço no mercado internacional, o que ajudou a desenvolver o setor. Mas, enquanto se exportava maiores volumes de alguns cortes, outros ficavam no Brasil e criavam excedentes. O consultor da Associação, Iuri Machado, lembra que entre os anos de 2021 e 2022, houve um incremento de oferta em torno de 300 mil toneladas por ano. “Isso fez com que o preço pago ao produtor despencasse”, diz. Em 2023 e 2024, a estratégia foi tentar diminuir a produção até atingir um equilíbrio. Agora, diz Machado, é hora de consolidar a recuperação e retomar o crescimento. Neste ano, produção nacional de carne suína deve aumentar entre 2% e 2,5%, segundo a ABCS. A situação atual favorece os investimentos em uma cadeia que precisa crescer de forma coordenada. “O único problema são os juros. Se estivessem mais baixos, o setor estaria investindo muito mais”, pondera Lopes, presidente da entidade. Parte dos investimentos leva capital próprio, mas também há necessidade de financiamentos. Suinocultor no Distrito Federal, Marcelo Lopes conta que as exportações de carne suína estão aquecidas. Nas projeções da ABCS, devem superar o ano passado em 7%. A expectativa é a China manter o elevado nível de compras de miúdos e as Filipinas, de carcaças. “O país só não exporta mais porque a logística não comporta”, afirma. O mercado interno também está com bom nível de remuneração para o criador, entre R$ 7 e R$ 8 o quilo do animal, em média. “Não no valor que queremos, mas vem remunerando”, pontua, sem detalhar o que seria um “melhor valor”. Em Santa Catarina, maior produtor do país, a cotação média do suíno vivo está em R$ 7,65 o quilo, 28% mais alta em relação ao mesmo período no ano passado, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A ABCS vincula a alta na demanda interna ao maior nível de informação sobre o produto e à elevação dos preços da carne bovina, que leva o consumidor a substituí-la. De outro lado, a acomodação dos preços do frango devido à gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS) não deve reduzir a demanda pelo suíno. “Os preços das quatro proteínas, carne bovina, suína, de frango e incluindo o ovo, estão maiores já neste primeiro semestre porque aumentou a exportação e o crescimento da produção (de carne suína) ainda é muito tímido”, explica Machado. O consultor da ABCS prevê para 2025 um comportamento semelhante ao de 2024, quando cada brasileiro consumiu, em média, 20 quilos de carne suína.
Globo Rural
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha abaixo de R$5,60 pela 1ª vez no ano. Baixa de 1,03%
O dólar caiu mais de 1% no Brasil na quinta-feira e encerrou a sessão abaixo de R$5,60 pela primeira vez em 2025, acompanhando o movimento quase generalizado de recuo da moeda norte-americana no exterior, após o Banco Central Europeu (BCE) indicar uma pausa em seu processo de corte de juros e em meio às negociações comerciais entre EUA e China.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 1,03%, aos R$5,5871 -- o menor valor de fechamento para o dólar em 2025. Esta é a menor cotação de encerramento desde 14 de outubro do ano passado, quando fechou aos R$5,5827. Em 2025, a divisa dos EUA acumula perdas de 9,58%. Às 17h45, na B3 o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,82%, aos R$5,6165. Na ausência de novidades sobre o pacote fiscal em discussão entre governo e Congresso em Brasília, que pode substituir elevações do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pela equipe econômica há duas semanas, os investidores se voltaram na quinta-feira para o exterior. Lá fora, as notícias eram fatores de pressão para o dólar, favorecendo as moedas de países exportadores de commodities e emergentes, como o real. No início do dia o BCE reduziu suas taxas de juros, conforme esperado, mas passou indicações de que dará uma pausa no atual ciclo de cortes. Outro fator para o recuo do dólar ante boa parte das demais divisas era o avanço das negociações entre EUA e China, envolvidos em uma disputa tarifária. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da China, Xi Jinping, se falaram por telefone nesta quinta-feira e trataram das tensões comerciais crescentes. Nas redes sociais, Trump afirmou que a conversa, focada principalmente no comércio, levou a "uma conclusão muito positiva", anunciando mais discussões entre EUA e China.
Reuters
Ibovespa fecha em queda pressionado por bancos
No setor de proteínas, MINERVA ON subiu 4,9%, em dia de recuperação após tombo de mais de 7% na véspera. Na contramão, MARFRIG ON caiu 1,86%, enquanto JBS ON ganhou 0,6% e BRF ON fechou estável
O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, pressionado principalmente por bancos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,56%, a 136.236,37 pontos, após marcar 136.030,75 pontos na mínima e 137.451,31 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$22,12 bilhões. Na visão do responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi, há um nível maior de incertezas, o que tem afetado o apetite a risco. Um dos componentes que têm pesado, afirmou, é a discussão envolvendo o recente anúncio de aumento do IOF e o quadro fiscal do país. "Isso mostra ainda uma dificuldade do governo em avançar e discutir essas pautas que geram tanta preocupação no mercado, de desequilíbrio fiscal, eficiência de indústrias", observou, ponderando que há também questões externas afetando o sentimento dos investidores na bolsa paulista. Em Wall Street, o S&P 500 recuou 0,53%, com a queda nas ações da Tesla compensando notícias de progresso nas negociações comerciais entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos subia a 4,3985% no final da tarde.
Reuters
Superávit comercial do Brasil fica abaixo do esperado em maio, com maior importação
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$7,239 bilhões em maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quinta-feira, em resultado abaixo do esperado, em meio ao crescimento contínuo das importações.
O superávit para o mês ficou abaixo do projetado em pesquisa da Reuters com economistas, que apontava expectativa de saldo positivo de US$8,292 bilhões. Conforme a Secex, as exportações em maio atingiram US$30,156 bilhões, com recuo de 0,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto as importações somaram US$22,918 bilhões, uma alta de 4,7%. No caso das aves, a quantidade exportada caiu 14,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, com os valores de exportação cedendo 12,9%, para US$655 milhões. "A redução de exportação de carne de ave em maio é explicada, sim, pela restrição à exportação brasileira por conta da ocorrência da gripe aviária", pontuou durante coletiva de imprensa o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão. Após o país registrar seu primeiro caso de gripe aviária em granja comercial, em meados de maio, cerca de 40 destinos importadores, incluindo a União Europeia, impuseram algum tipo de embargo à carne de frango do Brasil, seja total ou parcial. Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até maio foi positivo em US$24,432 bilhões, valor 30,6% inferior ao verificado no mesmo período do ano passado. O desempenho foi resultado de exportações de US$136,927 bilhões, com queda de 0,9% sobre o mesmo período de 2024, contra importações de US$112,495 bilhões, em alta de 9,2%. Durante coletiva de imprensa, Brandão destacou o fato de haver este ano um "deslocamento temporal" das exportações de soja e milho -- dois importantes produtos da pauta exportadora brasileira. "Embora a soja esteja com aumento de volume, o milho ainda não. Mas temos um efeito de deslocamento temporal. Tivemos uma plantação um pouco mais tardia nesta safra, que está sendo vendida agora, uma colheita e uma exportação mais tardias de soja e milho", comentou. "Este ano, os embarques vão acontecer mais nos próximos meses."
Reuters
S&P Global reafirma rating do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável
Na avaliação da agência, a posição externa forte do Brasil compensa a fragilidade fiscal
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings reafirmou a nota soberana de crédito do Brasil em ‘BB’ e manteve a perspectiva estável. Com isso, o país continua dois níveis abaixo do grau de investimento no ranking da agência. A decisão ocorre quase uma semana após outra agência, a Moody's, rebaixar a perspectiva do rating soberano do país, 'Ba1', de positiva para estável. No comunicado da decisão, divulgado na quinta-feira, a S&P aponta que a perspectiva estável reflete a expectativa de que o país manterá uma posição externa sólida diante das fortes exportações de commodities e do status do real como uma moeda “ativamente negociada”, o que ajuda a mitigar a necessidade de financiamento externo. No entanto, a agência espera déficits fiscais elevados e contínuos “devido a uma ampla rigidez orçamentária, incluindo uma estrutura inflexível de gastos primários e um alto custo com juros”. “Acreditamos que a estrutura institucional do Brasil apoia, com o tempo, a formulação de políticas pragmáticas, com base em extensos mecanismos de freios e contrapesos entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Com o tempo — embora não antes das eleições presidenciais de 2026 —, isso provavelmente levará a iniciativas para enfrentar o frágil perfil fiscal do país”, defende a agência. Na avaliação da S&P, o Brasil “goza de estabilidade política ampla e de continuidade em políticas econômicas essenciais”. No entanto, a agência aponta que, diante da complexidade da Constituição brasileira, “é necessário amplo consenso político para aprovar mudanças legislativas significativas, o que tende a limitar tanto o avanço quanto o retrocesso de políticas”. A S&P cita progressos recentes, como a reforma tributária, aprovada no fim de 2023 e com implementação completa prevista para ocorrer até 2033. Apesar disso, a instituição avalia que o sistema político brasileiro “fez, em nossa visão, pouco progresso no enfrentamento da frágil situação fiscal”. “A percepção de falta de urgência para reduzir os desequilíbrios fiscais contribuiu para que as expectativas de inflação do setor privado ficassem acima da meta do Banco Central. Como resultado, o BC elevou a taxa básica (Selic), gerando uma postura monetária altamente restritiva em 2025”, observa a S&P. A agência projeta um crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e avalia que o investimento deve desacelerar no segundo semestre. A posição externa forte do Brasil, contudo, compensa a fragilidade fiscal, na avaliação da agência. Além disso, a S&P acredita que a composição da dívida majoritariamente em moeda local “ajuda a mitigar os riscos associados ao alto endividamento”.
Valor Econômico
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