CLIPPING DO SINDICARNE Nº 866 DE 21 DE MAIO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 866 | 21 de maio de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: viés de baixa se fortalece e preços perdem valor em SP, PR, MT, MS, RO e outras praças
Desde a confirmação de um caso de influenza aviária no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (16/5), o mercado físico do boi gordo passou a enfrentar um ambiente de insegurança, incertezas e de elevada volatilidade, relatam os analistas da Agrifatto. No PARANÁ: Boi: R$300,00 por arroba. Vaca: R$275,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de sete dias.
A suspensão das exportações gerou a expectativa de que um grande volume de carne de frango seja redirecionado ao consumo interno, desorganizando a comercialização de animais para abate”, acrescentam os especialistas. Com isso, imediatamente, grandes frigoríficos interromperam as compras de boiadas gordas por tempo indeterminado, informou a consultoria. Na terça-feira (20/5), sob intensa pressão baixista, os preços do boi gordo recuaram em 8 das 17 praças monitoradas pela Agrifatto: SP, AC, MA, MS, MT, PR, RO e SC. Nas demais regiões (AL, BA, ES, GO, MG, PA, RJ, RS e TO), as cotações ficaram estáveis, acrescentou a consultoria. Pelos dados apurados pela Agrifatto, nas praças paulista, o boi gordo “comum” agora vale R$ 305/@ e “boi-China” está cotado em R$ 315/@. Segunda o levantamento diário realizado pela Scot Consultoria, o boi gordo “comum” e o animal como padrão-exportação recuaram R$ 2/@ nesta terça-feira nas regiões paulistas, para R$ 306/@ e R$ 310/@, no prazo, valores brutos. “A oferta de bovinos continua grande e, em função disso, os compradores conseguiram fechar negócios a preços menores”, enfatizam os analistas da Scot. No caminho contrário, os preços futuros do boi gordo fecharam a sessão de segunda-feira (19/5) da B3 em alta. O destaque ficou para o contrato com vencimento em outubro/25, que subiu 1,8% em relação ao dia anterior, fechando em R$ 331,30/@. Nas negociações previstas para a quinta-feira (22/5), continua a consultoria, ainda não é possível fazer projeções concretas sobre volumes e preços. No entanto, arrisca a consultoria, “é provável que os preços da carne bovina nas negociações desta semana permaneçam enfraquecidos, com pouca sustentação”. cotações do boi gordo desta terça-feira (20/5), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abates de dez dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$295,00. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha R$290,00. Escalas de sete dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$250,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de nove dias. PARÁ: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$255,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de nove dias. GOIÁS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China/Europa: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$265,00 a arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$250,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$280,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
SUÍNOS
Mercado dos suínos registrou quedas no PR e RS
De acordo com o levantamento realizado pela Scot Consultoria, a cotação da carcaça suína especial não teve alteração e está cotado em R$ 12,50/kg. O preço médio da arroba do suíno CIF está estável e está sendo negociado em R$ 162,00/@.
De acordo com o levantamento realizado pelo Cepea na última segunda-feira (19), o Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais está estável e precificado em R$ 8,53/kg. No Paraná, o preço do animal registrou queda de 0,12% e está precificado em R$ 8,22/kg. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal registrou queda 0,12% e está precificado em R$ 8,14/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 8,63/kg e está estável. Em Santa Catarina, o valor do suíno apresentou estabilidade e está cotado em R$ 8,14/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Com gripe aviária, mercado do frango trabalhou especulado na 3ª feira
Movimento já é esperado com arrefecimento do consumo
A Scot Consultoria divulgou que o mercado ficou bem especulado na sessão. “O movimento de preços, por ora, já era o esperado em função da entrada da segunda quinzena do mês que já envolve um arrefecimento do consumo”, destacou a consultoria. Em seu levantamento diário, a Scot Consultoria divulgou que o preço da ave no atacado paulista registrou queda de 0,38%¨e está sendo negociada em R$ 7,95/kg. Já a cotação da ave na granja registrou uma baixa de 1,56% e está cotada em R$ 6,30/kg. O Banco Citi informou que prevê uma migração no consumo de proteínas em que pode ter queda de preços no curto prazo do frango e impactar a carne bovina. A carne bovina, especialmente os cortes mais baratos, deve sentir o golpe. A instituição espera menor procura por esses cortes bovinos – o que também pode reduzir o preço do gado pontualmente e no curto prazo. Segundo o Farm News, a expectativa do mercado é que a carne de frango que seria exportada deve ser ofertada no mercado doméstico, aumentando a quantidade de produto disponível e a consequente queda no preço do produto no varejo. Com base no levantamento realizado na última segunda-feira (19), o preço do frango congelado apresentou desvalorização de 0,34% e está precificado em R$ 8,67 por quilo. Já o valor para o frango resfriado, a cotação também teve queda de 0,23% e está próximo de R$ 8,79 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou estabilidade e está cotado em R$ 5,25/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também seguiu estável e está sendo negociada em R$ 4,72/kg.
Cepea/Esalq
Gripe aviária: Brasil pede para China reduzir restrição à carne de frango
Embargo chinês vale para todo o território brasileiro, mas governo pede a aplicação da medida apenas para a região onde foi detectado o foco, em Montenegro (RS). Pelo menos 17 destinos das exportações de carne de frango do Brasil anunciaram restrições ao produto por causa da gripe aviária
O Ministério da Agricultura pediu para a Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) reduzir a restrição às exportações de carne de frango do Brasil por conta do foco de gripe aviária. Em documento enviado às autoridades chinesas na segunda-feira (19/5), o país apresentou as medidas adotadas até agora para controle do vírus em Montenegro (RS), onde o caso foi detectado. A carta pede que a China considere a regionalização preconizada nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que preveem restrição ao raio de dez quilômetros do foco. O documento não cita explicitamente o pedido para reduzir a suspensão à zona afetada, mas essa é a intenção brasileira. Há possibilidade de os chineses optarem por embargar o município ou o Estado. A mensagem enviada à GACC ressalta as "robustas medidas adotadas" pelo Brasil desde sexta-feira (16/5) para controlar e evitar a disseminação do vírus. O governo brasileiro pede "respeitosamente a possibilidade de uma abordagem regionalizada" para o caso da gripe aviária "em alinhamento com os princípios da OMSA". Na terça-feira (20/5), em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que o Brasil já tem tratativas em andamento com a China para alcançar a regionalização dos impactos sobre as exportações. "Confiamos que a regionalização vai acontecer nos próximos dias. Se não surgir novos casos, é possível que peçamos a suspensão, inclusive no caso da China e União Europeia. Mas, passados os 28 dias de incubação do vírus contados a partir desta quarta-feira (21/5), podemos nos autodeclarar livres de gripe aviária novamente", disse Fávaro no encontro.
Globo Rural
Exportadores de frango do Brasil se preparam para rejeições de cargas em meio a foco de gripe aviária
Países como a China não aceitarão cargas de carne de frango do Brasil que já estavam em navios, a caminho do destino, em meio ao primeiro surto de gripe aviária no país, afirmou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa grandes empresas de processamento de alimentos, na terça-feira.
Em entrevista, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse à Reuters que a rejeição das cargas pode variar de acordo com a data de embarque antes da confirmação do surto, variando de 14 a 28 dias, a critério dos serviços veterinários oficiais dos países de destino. A situação coloca as empresas de processamento de carne, incluindo a BRF e a JBS, em uma situação difícil, pois lidam com custos logísticos adicionais e incertezas relacionadas à extensão dos embargos comerciais em andamento, desencadeados pela emergência sanitária. O Brasil responde por 39% das exportações globais de carne de frango, disse Santin, citando novos dados comerciais. A flexibilização das restrições para cargas em trânsito é uma possibilidade, disse Santin, principalmente se a carga vier de uma região distante do surto, registrado no Rio Grande do Sul. "Mas isso exigirá negociações", disse Santin. México e Chile estão entre os países que também rejeitariam cargas, conforme os protocolos sanitários existentes relacionados a surtos de gripe aviária, acrescentou. Não é possível calcular perdas decorrentes das restrições à exportação em vigor após a confirmação do primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial brasileira, disse Santin. Isso ocorre porque o escopo e a duração das proibições comerciais podem variar de acordo com os protocolos sanitários e as negociações com os países importadores, disse Santin. Alguns protocolos sanitários preveem proibições regionais ou mesmo locais à exportação, enquanto outros preveem suspensões em todo o país. De acordo com os protocolos existentes, o Brasil suspendeu a emissão de certificados sanitários em todo o país para cargas destinadas à China, União Europeia e África do Sul, por exemplo. No entanto, outros grandes importadores, como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, são menos rigorosos e aplicam proibições regionais de acordo com os protocolos existentes. Santin afirmou que cabe às empresas exportadoras lidarem com as cargas devolvidas, acrescentando que elas também têm a possibilidade de redirecionar algumas remessas.
Reuters
GOVERNO
Governo vai convocar auditores agropecuários aprovados em concurso
Objetivo é usar a autorização legal existente e chamar também 25% dos excedentes do certame. Ministro reforçou que é necessário 'reforçar a defesa sanitária' diante das emergências sanitárias que o Brasil passa
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na terça-feira (20/5) que vai autorizar a convocação imediata dos 200 auditores fiscais federais agropecuários aprovados no concurso público mais recente, realizado no ano passado, para reforçar as equipes de servidores da Pasta em meio às emergências sanitárias em curso. Segundo ele, o objetivo é usar a autorização legal existente e chamar também 25% dos excedentes do certame, ou seja, convocar mais pessoas do que o previsto. "Hoje estamos autorizando o chamamento para os novos auditores fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura. Queremos aproveitar esse momento. Vamos adicionar 25% a mais no concurso, para chamar 25% a mais do que está no concurso. Se precisar, vou pedir um decreto do presidente Lula para adicionar mais 50%", afirmou Fávaro em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Fávaro reforçou que é necessário "reforçar a defesa sanitária" diante das emergências sanitárias que o Brasil passa. Além da gripe aviária no Rio Grande do Sul, há preocupação com doenças vegetais, principalmente no Norte do país: monilíase do cacaueiro, vassoura-de-bruxa da mandioca e a mosca da carambola. Ontem, em coletiva de imprensa, Fávaro disse que a Pasta avalia o pedido de reforço orçamentário ao governo federal para ações de controle das quatro emergências sanitárias.
Globo Rural
Ministro pede apoio da bancada ruralista para criar fundo sanitário nacional
Carlos Fávaro também recomendou a aprovação de projeto que permite às empresas privadas pagarem horas extras de servidores públicos que atuam na inspeção. Crises sanitárias serão cada vez mais intensas e recorrentes, lembrou o ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pediu apoio à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para articular a votação no Congresso Nacional do projeto de lei 4.538/2020, que cria o Fundo Nacional de Defesa Sanitária Animal (Fundesa). Segundo Fávaro, o mecanismo pode ajudar na indenização de produtores que tiveram perdas econômicas com crises e episódios sanitários, como o da gripe aviária. "Que possam pedir ao presidente [da Câmara] Hugo Motta para pautar o projeto que trata do fundo sanitário. Que possamos criar um fundo. Se ainda tem divergência sobre a forma de administração ou contribuição do fundo, o Parlamento sabe fazer isso muito bem e negociar", disse Fávaro, em reunião com a FPA. "As crises sanitárias serão cada vez mais intensas e recorrentes (...) A forma de combater uma crise sanitária é destruição da lavoura e dos animais, e quem paga essa conta é o produtor rural. Se temos esse fundo, pode indenizar. É muito importante a aprovação desse projeto de lei para levar mais segurança e estabilidade ao setor", completou Fávaro. O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA, disse que a bancada vai elaborar o pedido de urgência para votação do projeto, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Lupion ressaltou que será preciso encontrar uma solução para integrar os fundos estaduais já existentes ao novo mecanismo nacional, sem geração de novo custo aos produtores rurais. Lupion ressaltou que a criação do fundo é uma pauta com apoio incondicional da bancada, mas que ela não resolve a crise atual. "Já trabalhamos nesses projetos. Precisamos melhorá-los, por exemplo, a forma como os fundos estaduais vão conversar com o nacional, elaborar melhor o texto. Criar um fundo é para médio e longo prazos, não resolve essa crise agora", disse. O presidente da FPA destacou ainda a necessidade de regulamentação da lei do autocontrole para ajudar na pauta sanitária do país. Fávaro também pediu o apoio da bancada ruralista para a aprovação de outro projeto, que permite às empresas privadas pagarem horas extras de servidores públicos que atuam na inspeção. "O Estado não pode pagar hora extra e em crises tem necessidade [de realizar hora extra], mas o servidor não pode receber. A forma de compensação é com folga em dia normal de trabalho, o que aumenta a crise", disse o ministro.
Globo Rural
EMPRESAS
BNDES aprova financiamento de R$ 113 milhões para projetos da C. Vale
A C. Vale, cooperativa agroindustrial com atuação no Sul, Centro-Oeste e Paraguai, vai receber financiamento de R$ 113,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O recurso será usado para ampliar a capacidade de armazenagem e expedição de soja e milho nas unidades de Brasilândia do Sul (PR), Amambai (MS) e Goioerê (PR).
O projeto de expansão, que conta com investimento total de R$ 128,3 milhões, inclui ainda a construção de um depósito de embalagens em Palotina (PR). Dos recursos ofertados pelo banco, R$ 4,2 milhões vêm do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e R$ 58,9 milhões são do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Dona de uma receita de R$ 21,98 bilhões em 2024, a cooperativa prevê ampliar a sua capacidade de armazenagem de grãos em até 65 mil toneladas, ante capacidade atual de 2,9 milhões de toneladas. Em 2024, a C. Vale originou 2,7 milhões de toneladas de soja e 2,2 milhões de toneladas de milho. C. Vale vai ampliar em até 12 mil toneladas a capacidade de armazenagem da unidade de Brasilândia do Sul (PR). A capacidade em Amambai (MS) será ampliada em 33 mil toneladas. Em Goioerê (PR), a capacidade de armazenagem será de até 20 mil toneladas. A C. Vale também vai usar R$ 50 milhões do Prodecoop para construir um depósito de embalagens para a unidade de termo processados de industrializados de aves do complexo industrial de Palotina (PR). O objetivo é ampliar a capacidade de armazenagem de embalagens de 220 toneladas para 526 toneladas. O investimento total neste projeto é de R$ 52 milhões e deve gerar 212 empregos diretos. De acordo com o BNDES, os financiamentos do banco para armazenagem agropecuária no país somaram R$ 2,9 bilhões na safra 2024/25, o valor mais alto da série histórica iniciada em 2013. Segundo José Luís Gordon, diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, os projetos aprovados contribuem para “incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas brasileiras, que são fundamentais para o setor agropecuário nacional”. No Plano Safra 2024/25, o banco de fomento aprovou R$ 29,7 bilhões em crédito rural e atendeu a solicitações de mais de 125 mil operações por meio de operações indiretas, realizadas pela rede de agentes financeiros credenciados. “Somente entre janeiro e abril deste ano, aprovamos R$ 1,3 bilhão para ampliar e modernizar a armazenagem no país. O valor é 137% superior a 2024 e 303% maior quer o valor aprovado em 2022”, declarou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Globo Rural
BNDESPar reduz fatia na JBS de 21% para 18%
Diminuição não teve como objetivo alterar o controle nem a estrutura da companhia, disse o banco de fomento. BNDESPar vendeu ações da JBS entre os dias 23 de abril e 20 de maio
No primeiro grande movimento de venda de ações da carteira de renda variável na atual gestão, a BNDESPar, braço de participações do BNDES, informou ontem que reduziu a posição acionária na JBS de 20,81% para 18,18%. A venda foi feita na B3 entre os dias 23 de abril e 20 de maio e envolveu 58.307.700 ações ordinárias da companhia. O BNDES não informou quanto arrecadou com a venda, mas estimativas de mercado indicam que o valor pode ter ficado perto dos R$ 2,5 bilhões. A decisão do banco de vender as ações na B3 em pequenos lotes se segue ao acordo entre a J&F, controladora da JBS, e a BNDESPar sobre o acordo para a listagem da companhia na bolsa de Nova York, anunciado em março. O acordo abriu caminho para a JBS ter ações listadas no Brasil e nos Estados Unidos. E permitiu ao BNDES tomar a decisão de começar a se desfazer aos poucos das ações da produtora de proteína animal. A decisão final sobre a dupla listagem das ações da JBS será tomada nesta sexta-feira (23/5), em assembleia de acionistas. Como J&F e BNDESPar acordaram que vão se abster de votar, a decisão ficará a cargo dos acionistas minoritários. No comunicado enviado à JBS, a BNDESPar destacou, segundo o banco, que a alienação não teve como objetivo a alteração do controle acionário nem da estrutura administrativa da JBS. E que também não foram celebrados pela BNDESPar contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela JBS. A ação da JBS está na carteira da BNDESPar desde 2007 e a avaliação do banco é que se trata de um investimento maduro, com taxa de retorno interno (TIR) superior ao do Ibovespa no período. É uma das principais ações da carteira de renda variável da BNDESPar ao lado de Petrobras, Eletrobras, Copel e Embraer. Na divulgação ocorrida na semana passada dos resultados do BNDES relativos ao primeiro trimestre, a direção do banco destacou a valorização das ações da JBS no período, que contribuiu para a alta da carteira de renda variável. O banco avaliou, na ocasião, que está sempre avaliando o melhor momento de vender ações de empresas maduras nas quais o BNDES acredita ter cumprido seu papel. É possível que o banco continue a olhar a oportunidade de venda de ações da JBS e venha a fazer novos movimentos se entenda que há possibilidade de obter um valor justo pela ação. Também não se pode descartar que a BNDESPar faça alguma venda estruturada no futuro, como venda de ações em bloco, mas a opção tem sido, pelo menos até agora, por se desfazer de pequenos lotes no mercado como forma de não afetar o valor do papel no mercado. De acordo com o comunicado, a BNDESPar alienou 58.307.700 ações ordinárias durante pregão eletrônico na B3, entre os dias 23 de abril e 20 de maio deste ano. Dessa maneira, a participação acionária, antes em 20,81%, foi reduzida para 18,18%. No comunicado, a BNDESPar destacou que a alienação não teve como objetivo a alteração no controle acionário ou da estrutura administrativa da JBS e que também não foram celebrados pela BNDESPar contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários emitidos pela JBS. O comunicado da BNDESPar foi divulgado ao mercado diretamente pelo BNDES e pela JBS. Na sexta-feira (23/5), haverá a assembleia de acionistas da JBS que vai deliberar sobre a dupla listagem da companhia, nos EUA e no Brasil, votação da qual o BNDESPar concordou em se abster após o fechamento de um acordo com a controladora da JBS, a holding J&F. Desta forma, a decisão sobre a dupla listagem ficará a cargo dos acionistas minoritários.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Juros para médios produtores rurais podem ficar em um dígito na safra 25/26
Ministro da Agricultura aposta no fortalecimento de linhas dolarizadas para grandes produtores para tirar a pressão sobre o Tesouro Nacional. Há expectativa no governo e no mercado que os juros aumentem a partir de julho
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sinalizou na terça-feira (20/5) que as taxas de juros do Plano Safra 25/26 para agricultores e pecuaristas de médio porte podem ficar em um dígito, mesmo com a escalada da Selic. Para isso, ele aposta no fortalecimento de linhas dolarizadas para grandes produtores para tirar a pressão sobre o Tesouro Nacional e abrir espaço orçamentário para incrementar a equalização do Pronamp. "Podemos ampliar as opções de crédito em dólar, para quem tem hedge natural nas exportações, e na linha oficial o juro pode ser na casa de um dígito. Isso vai permitir que amplie de forma significativa a equalização para o Pronamp e manter a viabilidade aos médios que não têm esse hedge natural", afirmou Fávaro. "Com taxa de juro de um dígito para o Pronamp, uma opção [para os grandes] é a linha dolarizada", completou. Na safra 2024/25, os juros para médios produtores são de 8% ao ano. Há expectativa no governo e no mercado que os juros aumentem a partir de julho. A fala do ministro indica que a alta pode ser contida, de cerca de um ponto percentual, caso haja esse rearranjo de orçamento da equalização direcionada ao Pronamp. Fávaro afirmou ainda que a alta da Selic tornou "proibitivo" para o produtor rural buscar recursos sem equalização nos agentes financeiros. Por outro lado, salientou que há um regime fiscal no país que impede "excesso de gastos", o que limita o aumento do orçamento para subvenção federal no crédito rural. O setor produtivo e a FPA pedem, por exemplo, R$ 25 bilhões para equalizar juros dos financiamentos da temporada 2025/26. Fávaro pediu o apoio da FPA para o projeto de modernização do seguro rural. A ideia do ministro é fortalecer a adesão ao seguro paramétrico, baseado em índices, para ampliar a base de cobertura e reduzir riscos das seguradoras. Uma das possibilidades é tornar obrigatória a contratação de apólice por produtores que acessarem recursos com juros controlados do Plano Safra. Segundo Fávaro, a ideia é fazer um teste por um ano. O modelo já contaria com apoio orçamentário do Ministério da Fazenda. "Temos a sinalização clara do ministro Fernando Haddad para ampliar a verba da subvenção para R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões", disse. O recurso pode ser remanejado do caixa do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). O objetivo é fazer uma integração dos programas, com a migração de público atendido e valores. "Não basta só aumentar recursos para a subvenção do seguro, não é só orçamento geral da União que vai dar solução. Temos que dar um voto de confiança para o seguro paramétrico", disse Fávaro. "Vamos ampliar para que todo produtor brasileiro que tem acesso a recurso controlado, que tenha subvenção de juro, que paga menos, que tenha seu custeio segurado. Se fizer isso, vamos ampliar muito a base do modelo", afirmou. Ele disse que o seguro paramétrico oferece coberturas diferenciadas e personalizadas, que atendem a todo tipo de público, até mesmo os produtores que não têm a cultura de contratar apólices. "Podemos fazer o teste, por um ano, do seguro paramétrico e o tradicional (...) Vamos dar a possibilidade de tentar, o produtor é sempre aberto a inovação, que possa inovar também no seguro rural. Que inovemos e façamos esse teste no Plano Safra 2025/26", concluiu.
Valor Econômico
Colheita de milho 2ª safra do Paraná tem início, chuva recente ajudou, diz Deral
A colheita de milho segunda safra do Paraná, segundo maior Estado produtor do cereal no Brasil após o Mato Grosso, teve início com 1% da área total cultivada em 2024/25 já colhida, informou o Departamento de Economia Rural (Deral) na terça-feira.
"A colheita é bastante pontual ainda", afirmou Edmar Gervásio, especialista em milho do Deral, órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná. Mas 19% da área semeada está em maturação, o que indica um crescimento da área colhida nas próximas semanas. Na mesma época do ano passado, o Paraná havia colhido 2% da área. Conforme Gervásio, a colheita deverá ganhar volume a partir da segunda quinzena de junho. Segundo boletim do Deral, as chuvas recentes têm sido favoráveis às lavouras de milho, apesar de terem ocasionado acamamentos pontuais, e "há expectativa de boa produtividade". As precipitações da semana passada também ajudaram no desenvolvimento do plantio do trigo. O Deral afirmou que, mesmo onde não choveu, as temperaturas amenas e a presença de sereno durante a noite mantêm as lavouras em boas condições até o momento. Mas o milho plantado mais cedo apresenta "perdas significativas" em alguns casos, por conta da falta de chuva em momentos anteriores. "A expectativa é que a produtividade venha um pouco abaixo do esperado, pois o clima não foi favorável. Apesar de o último número apontar uma produção acima de 16 milhões de toneladas, é provável que nas próximas revisões haja um ajuste para baixo", observou Gervásio. A previsão atual indica um crescimento de 26% na segunda safra de milho do Paraná em relação à temporada passada, que sofreu com intempéries. Além disso, o plantio em 2024/25 cresceu 7% ante o ciclo anterior, para 2,7 milhões de hectares, com o cereal ganhando espaço do trigo, cujos preços não estimularam os produtores. O Deral deve atualizar sua projeção mensal na semana que vem. O plantio de trigo do Paraná, também um dos maiores produtores do cereal no Brasil, juntamente com o Rio Grande do Sul, avançou para 49% da área total estimada pelo Deral, segundo números do departamento divulgados nesta terça-feira. As condições estão favoráveis e o ritmo está quatro pontos percentuais acima da mesma época do ano passado. "Na última semana tivemos novas chuvas, com um volume razoável, nem muito a ponto de encharcar o solo, nem pouco a ponto de inviabilizar o plantio. Isso fez com que os produtores pudessem logo que quisessem entrar com o maquinário em campo", afirmou Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do Deral. Segundo ele, os trabalhos evoluíram "sem nenhum percalço nessas primeiras semanas". "O único problema é o desânimo com a cultura em virtude dos preços e produtividade pregressos, que levam à redução da área que está sendo observada", disse ele, citando que no ano passado a cultura sofreu impacto do mau tempo. Caso se confirme a previsão inicial do Deral, o Paraná poderá aumentar em 24% sua safra de trigo, para 2,85 milhões de toneladas, apesar de uma redução de 22% na área plantada em relação ao ano passado.
Reuters
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar avança com maior pressão sobre moedas ligadas a commodities
Em outros mercados, o comportamento foi diferente, com o dólar depreciando levemente em meio ao mau humor dos agentes com a questão fiscal americana
O dólar à vista exibiu leve valorização frente ao real na terça-feira, em um dia em que moedas ligadas à economia chinesa e aos preços de commodities sofreram pressão maior pela divisa americana. Em outros mercados, no entanto, o comportamento foi diferente, com o dólar depreciando levemente em meio ao mau humor dos agentes com a questão fiscal americana. Encerradas as negociações, o dólar à vista exibiu valorização de 0,26%, cotado a R$ 5,6692, depois de ter batido a mínima de R$ 5,6424 e encostado na máxima de R$ 5,6831. Já o euro comercial apreciou 0,60%, a R$ 6,3940. O dólar abriu as negociações de ontem em queda frente ao real, mas ao longo da manhã reverteu o sinal. A dinâmica de dólar mais forte se observou mais nos mercados em que moedas são mais sensíveis a preços de commodities e ao crescimento chinês. Entre as divisas com pior desempenho hoje estavam o dólar australiano e o won sul-coreano. Apesar da queda do real hoje, o banco holandês ING aponta para a melhora de divisas emergentes, em relatório diário sobre moedas. “Uma nova tendência na última semana é que a maioria das moedas emergentes ao redor do mundo está se valorizando em relação ao dólar”, disse o banco. “Na Ásia, especula-se que um acordo monetário poderia ser incluído em qualquer acordo comercial com os EUA. Na América Latina, a região parece ter evitado o pior das tarifas americanas, e os rendimentos implícitos estão relativamente altos”, disse o banco. “Se o Federal Reserve começar a cortar as taxas de juros e – mais importante – a volatilidade se estabilizar um pouco mais, começaremos a ouvir falar mais sobre ‘carry trades’ financiados em dólar. Isso pode ser assunto para este verão”, aponta. Já o HSBC afirma, em nota, que mantém uma perspectiva relativamente positiva para o real, embora o relatório fiscal a ser divulgado na quinta-feira deva ser analisado com atenção, pois o tamanho das despesas deve ser congelado para atingir a meta fiscal primária até o final do ano. “Não há previsão oficial do mercado para esses congelamentos orçamentários, mas acreditamos que um número em torno de R$ 10 bilhões deve ser uma notícia positiva para o real, que voltou a ser pressionado recentemente pelas notícias fiscais.” Também em relatório, a equipe de research de moedas do Deutsche Bank aponta que o real deve se beneficiar da sua subvalorização e de seu alto carry. “O real está barato em nossos modelos baseados em trocas comerciais, que somados ao alto carry, como o BC sugeriu sobre manter as taxas altas por muito tempo, deve beneficiar a moeda.”
Valor Econômico
Ibovespa ganha fôlego extra após revisão do Morgan Stanley e renova recorde
Banco elevou perspectiva para as ações brasileiras; índice fechou aos 140.110 pontos, alta de 0,34% no dia. No setor de proteínas, JBS ON teve alta de 4,79%, em um pregão mais favorável para frigoríficos. Marfrig ON avançou 4,31%. As ações reverteram as perdas da véspera após um movimento de correção
Depois de passar boa parte do dia no campo negativo, o Ibovespa devolveu as perdas e passou a subir na reta final do pregão. Segundo operadores e gestores, a virada positiva foi turbinada pela divulgação de um relatório do Morgan Stanley, que elevou a perspectiva para as ações brasileiras para “overweight” (compra) e aumentou o preço alvo da principal referência acionária local para 189 mil pontos em meados de 2026. Com o fôlego extra, o índice fechou em nova marca histórica nominal, aos 140.110 pontos, alta de 0,34% no dia. Durante o pregão, o índice oscilou entre os 138.966 pontos e os 140.244 pontos, também renovando a máxima histórica intradiária. “Acreditamos que o calendário eleitoral carregado dos próximos 18 meses abre espaço para o início de uma mudança de política, especialmente fiscal. Gostamos da relação risco-retorno no Brasil, onde o cenário otimista se tornou mais provável, em nossa visão”, destacaram os estrategistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Nogueira, em relatório enviado a clientes. Os profissionais do banco revelam ter aumentado a exposição aos setores de serviços financeiros, estatais e concessões públicas. Para os especialistas, eles poderiam ser beneficiados com a proximidade das eleições; sinais de enfraquecimento na aprovação da plataforma política atual; taxa de juros no pico; e chance de que o dólar e os juros globais fiquem mais baixos. A sessão também foi marcada pela revisão para cima na projeção do Ibovespa pelo Safra, que passou de 141 mil pontos no fim de 2025 para 170 mil pontos, em meados de 2026. O banco justifica a mudança com a perspectiva de que o fim do ciclo de aperto da Selic, reforçada por sinais de moderação na atividade econômica, resultou em uma melhora do sentimento do mercado para o primeiro trimestre deste ano. Outras casas estrangeiras, por outro lado, permanecem com uma visão mais cautelosa. O grupo suíço Mirabaud é uma delas. “O Brasil vive uma recuperação técnica. Não estamos pessimistas com a bolsa, estamos pessimistas com a política econômica do Brasil”, destaca o diretor de investimentos do banco, Eric Hatisuka. Ele explica que está tático em renda variável, diante da falta de reequilíbrio fiscal e do tamanho reduzido do mercado nacional. No Brasil, Hatisuka diz que o Mirabaud está posicionado em renda fixa, especialmente em NTN-Bs (títulos públicos atrelados à inflação), e que vem expandindo a compra em papéis com vencimentos mais longos, como 2030, como mecanismo de proteção contra a alta de preços. A retomada de ações de frigoríficos, como JBS, que avançou 4,79%, também foi um dos destaques do pregão. O volume financeiro do Ibovespa no pregão foi de R$ 15,0 bilhões e R$ 21,7 bilhões na B3.
Valor Econômico
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