CLIPPING DO SINDICARNE Nº 855 DE 06 DE MAIO DE 2025
- prcarne
- 6 de mai.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 855 | 06 de maio de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi gordo segue moroso
A paralisação parcial dos abates durante o feriado de 1º de maio e o afastamento temporário de alguns frigoríficos das compras contribuíram para a manutenção dos preços do boi gordo nas praças pecuárias brasileiras, informou a Agrifatto, consultoria que monitora diariamente 17 regiões do País. No Paraná, o boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de nove dias.
Nos últimos dias, de acordo com levantamento da Agrifatto, o volume de boiadas gordas negociado pelas indústrias foi suficiente apenas para sustentar o atendimento das escalas em 9 abates, na média nacional. No entanto, o mercado do boi gordo segue com tendência de baixa, com os frigoríficos mantendo a estratégia de cadenciar as aquisições de lotes terminados na tentativa de reduzir os valores da arroba. Na segunda-feira (5/5), o boi gordo “comum” abatido em São Paulo permaneceu cotado em R$ 315/@, enquanto o “boi-China” está valendo R$ 325/@, de acordo com os dados apurados pela Agrifatto. Nas 16 outras praças acompanhadas pela consultoria, a média de preço do animal terminado continuou em R$ 300,20/@. “Pelo segundo dia consecutivo, as 17 praças monitoradas registraram estabilidade nas cotações”, ressaltou a Agrifatto. No mercado futuro, contrariando a tendência do pregão anterior, a B3 registrou valorização na sexta-feira (2/5) para a maioria dos contratos futuros. Os destaques ficaram para os vencimentos de setembro e outubro de 2025, que encerraram a sessão cotados a R$ 332,90/@ e R$ 338,70/@, respectivamente, ambos com alta de 1,77% em relação ao fechamento anterior. Segundo o indicador CEPEA (praça paulista), do boi gordo caiu 1,52% durante a última semana, fechando a R$ 320,38/@, em média. O indicador Agrifatto apontou queda semanal de 1,65%, fechando com média de R$ 321,95/@, enquanto o índice Datagro registrou recuo de 1,58%, com a arroba a R$ 320,01. Por sua vez, diz a Agrifatto, o bezerro manteve o movimento de valorização, sustentado pela menor oferta atípica para o período. Em Mato Grosso do Sul, o indicador CEPEA do bezerro subiu 2,08% na semana, com a média chegando a R$ 2.921,86/cabeça. Na B3, o contrato de abril/25 foi liquidado a R$ 321,80/@, informa a Agrifatto, acrescentando que todos os contratos apresentaram recuo das cotações. A última semana de abril/25 foi marcada por um ajuste negativo nos preços das proteínas animais no mercado atacadista de São Paulo, com destaque para a carcaça casada bovina, que apresentou o maior recuo entre as três principais proteínas, sendo negociada a R$ 22,18/kg, uma queda de 1,64% na comparação semanal, disse a Agrifatto. Todos os principais cortes bovinos registraram desvalorização, sendo que o dianteiro liderou as quedas, com recuo de 2,37% e média de R$ 19,95/kg, segundo a Agrifatto. A vaca casada também teve reajuste negativo, de 1,9% na semana (na comparação com a anterior), sendo cotada a R$ 19,84/kg. Cotações do boi gordo desta segunda-feira (5/5), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abates de dez dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de dez dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$285,00. Novilha R$300,00. Escalas de nove dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de oito dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$260,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de onze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de dez dias; Rondônia — O boi vale R$280,00 a arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de nove dias;
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
SUÍNOS
Cotações de suínos estáveis na segunda-feira
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 162,00, enquanto a carcaça especial subiu 0,79%, fechando em R$ 12,70/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (2), houve tímida alta de 0,12% no Paraná, chegando a R$ 8,25/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,54/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,12), Santa Catarina (R$ 8,13/kg) e São Paulo (R$ 8,62/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: preços estáveis na segunda-feira (5)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo permaneceu estável, custando, em média, R$ 6,50/kg, assim como a ave no atacado, custando, em média, R$ 8,15/kg.
Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, custando R$ 4,72/kg, da mesma maneira que no Paraná, valendo R$ 5,10/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (2), a ave congelada teve queda sutil de 0,12%, atingindo R$ 8,57/kg, enquanto o frango resfriado cedeu 0,23%, fechando em R$ 8,66/kg.
Cepea/Esalq
INTERNACIONAL
Exportações de carne bovina da Austrália disparam em abril
Segundo a Beef Central, um dos destaques no mês passado foi o recorde absoluto de exportação de carne bovina de gado confinado
As exportações de carne bovina in natura da Austrália atingiram 127.172 toneladas em abril/25 e quase superam o recorde mensal de outubro/24, de 130.000 toneladas, informou o portal australiano Beef Central. O resultado dos embarques do mês passado representou um aumento de 14.800 toneladas em relação ao mês anterior de 21.800 toneladas (ou +21%) em comparação com abril de 2024, destaca o portal. “Abril/25 foi o quarto maior mês de exportações já registrado, ficando atrás de outubro/24, julho/24 e dezembro/24”, ressalta a Beef Central, acrescentando que, ainda assim, “foi o maior volume já registrado especificamente no mês de abril, superando o recorde anterior estabelecido em 2015”. Segundo a Beef Central, um dos destaques no mês passado foi o recorde absoluto de exportação de carne bovina de gado confinado, que atingiu 37.038 toneladas. “Os confinamentos australianos estão novamente quase lotados, mas uma indicação mais precisa virá nas próximas semanas, com a divulgação da pesquisa trimestral de número de bois confinados (referente ao 1º trimestre de 2025)”, observa o portal. No acumulado do ano (janeiro a abril), a Austrália exportou 438.146 toneladas de carne bovina resfriada e congelada, um aumento de quase 57.000 toneladas (ou 15%) em relação ao mesmo período do ano passado, mesmo com atrasos causados por inundações e o fechamento do porto de Brisbane em fevereiro e março, acrescenta o texto. Os dados de abril mostram que praticamente todos os mercados aumentaram as suas compras de carne australiana. Os Estados Unidos importaram impressionantes 37.213 toneladas no mês passado, em um momento em que a oferta local de carne para processamento está escassa, destaca a Beef Central. “Parte disso pode ter sido um movimento de estoque preventivo antes das tarifas de Trump, como forma de proteção”, justifica a reportagem, com base em informações de fontes do setor. Segundo esclarece o texto, produtos australianos embarcados até 10 de abril ainda podem entrar nos EUA até 23 de maio sem a nova tarifa de 10%. Após essa data, todos os produtos estarão sujeitos às novas medidas tarifárias “recíprocas”. Em abril/25, as exportações de carne bovina australiana para o mercado norte-americano superaram em 4.900 toneladas (15%) os números de março/25, o que não é incomum com a chegada do clima quente e da temporada de churrascos no verão, acrescenta o portal. No acumulado do ano, as exportações para os EUA somam 129.291 toneladas, um acréscimo de quase 34.000 toneladas (ou 35%) em relação aos mesmos quatro meses do ano passado. “Os EUA têm sido o principal destino da carne bovina australiana nos últimos 18 meses”, informa a Beef Central. As exportações para a China também cresceram, com 21.572 toneladas em abril/25, um avanço de 6,5% sobre março e acréscimo de 30% sobre abril do ano passado. No acumulado do ano, a China já importou 78.116 toneladas, 27% a mais do que no mesmo período de 2024.
Beef Central
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
314 cidades do Paraná registraram saldo positivo na geração de empregos em 2025
Das 399 cidades paranaenses, 314 tiveram resultados positivos, outras seis ficaram estáveis, enquanto 79 registraram saldo negativo no acumulado do ano. O destaque fica para Curitiba, com 15.143 vagas abertas de janeiro a março.
Mais de 300 municípios paranaenses registraram saldo positivo na geração de empregos no acumulado de 2025, entre janeiro e março. Ao todo, 320 das 399 cidades tiveram dados positivos ou estáveis na geração de empregos, 80,20% do Estado. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na última semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Dentre as 320 cidades, 314 (78,70%) tiveram resultados positivos, outras seis (1,50%) ficaram estáveis e apenas 79 (19,80%) tiveram saldo negativo no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses, os índices são semelhantes: 299 municípios (74,94%) tiveram saldo positivo, e outros 100 (25,06%) negativos. O principal destaque na geração de empregos segue sendo Curitiba, onde o saldo foi de 15.143 vagas de janeiro a março – resultado de 159.883 admissões e de 144.740 desligamentos no período. As contratações na Capital foram puxadas principalmente pelo setor de Serviços, que gerou 11.460 vagas, 75,68% do total municipal. Na vice-liderança aparece Londrina, segunda maior cidade do Estado, com saldo de 3.564 vagas. Foram 31.563 contratações e 27.999 demissões no primeiro trimestre do ano. Assim como na Capital, o setor de Serviços puxou a alta na cidade do Norte paranaense, com saldo de 2.239 vagas. Em terceiro lugar vem Maringá, no Noroeste, com 30.836 admissões e 27.662 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 3.174 vagas abertas. Fechando a lista de 10 cidades que mais geraram vagas em acumulado do ano estão São José dos Pinhais (1.970), Araucária (1.602) e Pinhais (1.150), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC); Arapongas (1.112), no Norte; Toledo (2.933) e Cascavel (2.493), no Oeste; e Ponta Grossa (985), nos Campos Gerais. Pato Branco, no Sudoeste, aparece em 11.º lugar, com 958, mostrando a capilaridade na distribuição de novas vagas pelo Estado. Das 314 cidades com saldo positivo, nove delas tiveram saldo acima de mil vagas. Outras 11 registraram entre 500 e mil novas vagas; 69 tiveram entre 100 e 500 vagas abertas; e 225 entre um e 100 empregos criados. Itambé, Nova Santa Bárbara, São Manoel do Paraná, Figueira, Honório Serpa e Fênix foram as cidades que registraram estabilidade no acumulado do ano. O Paraná registrou o 50 melhor resultado do país com saldo positivo na geração de vagas de emprego no acumulado de 2025. Foram 60.757 postos de trabalho abertos no primeiro trimestre do ano. O saldo paranaense é resultado da diferença entre as 571.966 admissões e 511.209 desligamentos no acumulado do primeiro trimestre. À frente do Paraná estão São Paulo (209.656), Minas Gerais (75.896), Rio Grande do Sul (66.490) e Santa Catarina (63.591).
Agência Estadual de Notícias
Missões do agro brasileiro vão à China para ampliar mercados
Visitas acontecem em meio à guerra tarifária entre Pequim e Washington. Outros segmentos do agronegócio brasileiro buscam ampliar as vendas à China e dar tração a pautas que ganharam novo fôlego com a disputa entre Pequim e Washington
Em meio à guerra tarifária entre Estados Unidos e China, o Brasil vai enviar a maior comitiva de empresários do setor agropecuário para uma missão ao país asiático a partir desta semana. Cerca de 150 pessoas ligadas a diferentes segmentos produtivos brasileiros estarão em território chinês para agendas sobre aberturas de mercado, ampliação das exportações e discussões sobre questões sanitárias e tarifárias. O país asiático já é o principal comprador de soja e carnes do Brasil. Outros segmentos do agronegócio brasileiro buscam ampliar as vendas à China e dar tração a pautas que ganharam novo fôlego com a disputa entre Pequim e Washington. Ao menos nove segmentos terão representantes na delegação: carne bovina, carne de aves e suínos, milho, etanol de milho e DDG, frutas, café, algodão, citros e biotecnologia. Em 2024, as exportações brasileiras à China se aproximaram dos US$ 50 bilhões. Haverá eventos próprios, promovidos por associações nacionais com importadores chineses, missões ao interior da China para atrair novos clientes e conhecer hábitos de consumo da população local e até a inauguração de um escritório conjunto em Pequim dos exportadores brasileiros de carnes de aves, suína e bovina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará na China entre 12 e 13 de maio para participar do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Ele deverá ter agenda bilateral com o presidente chinês Xi Jinping. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, também irão. A formação da maior delegação brasileira na China se deve a uma série de fatores. Algumas entidades já tinham agenda programada há algum tempo. Outras aproveitaram o chamamento do governo a partir da confirmação da ida de Lula e viram oportunidades com o tarifaço mútuo entre chineses e norte-americanos. Alguns executivos já iriam para a Sial, maior feira sobre alimentação do país, em Xangai, entre 19 e 21 de maio. Entes públicos e privados veem o momento como “oportuno” para o Brasil reforçar laços com os chineses e tentar ampliar a presença comercial no país asiático com a tensão entre Pequim e Washington. A presença massiva de empresários do agronegócio lá simboliza esse cenário de oportunidade, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. “Hoje está claro e latente que as tarifas colocadas de parte a parte inviabilizam qualquer produto norte-americano na China. Os setores brasileiros entendem que é hora de se aproximar mais e que esta é uma janela de oportunidade para novos produtos”, afirmou ao Valor. “A guerra tarifária dá alento para setores que, eventualmente, não estivessem tão organizados para estar na China. É muito importante esse movimento de o Brasil mostrar para a China que somos parceiros, que estamos aqui se eles precisarem”, completou. A missão foi planejada antes da posse de Donald Trump na Casa Branca, mas a briga dele com Pequim é um “novo ingrediente” para os empresários brasileiros.
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe em dia negativo para ativos brasileiros e de expectativa sobre juros
O dólar fechou a segunda-feira em alta ante o real, mas ainda abaixo dos R$5,70, em uma sessão no geral negativa para os ativos brasileiros e marcada pela expectativa antes das decisões sobre juros no Brasil e nos EUA, na próxima quarta-feira. O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, aos R$5,6905. No ano, a divisa acumula baixa de 7,91%.
Às 17h02 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- subia 0,54%, aos R$5,7255. Pela manhã os investidores ponderavam tanto as novas notícias sobre a guerra tarifária desencadeada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, quanto novos dados econômicos dos Estados Unidos. Trump anunciou no domingo uma tarifa de 100% sobre os filmes produzidos fora do país, dizendo que a indústria cinematográfica norte-americana está tendo uma "morte muito rápida" devido a incentivos que outros países estão oferecendo para atrair cineastas. Além disso, afirmou que deseja um acordo justo com a China, seu principal alvo na guerra tarifária, mas não se aprofundou no assunto. Já o Instituto de Gestão de Fornecimento informou na manhã da segunda-feira que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços dos EUA aumentou de 50,8 em março para 51,6 em abril. Economistas consultados pela Reuters previam queda para 50,2. Uma leitura do PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia norte-americana. O instituto associa uma leitura acima de 49 ao longo do tempo com o crescimento da economia como um todo. O avanço do dólar ante o real também encontrava suporte na baixa forte do petróleo no exterior -- produto importante da pauta exportadora brasileira -- e no recuo do Ibovespa, superior a 1%. Além disso, o mercado operava em meio à expectativa pela “superquarta”, quando o Federal Reserve e o Banco Central do Brasil anunciarão suas decisões sobre juros. Enquanto os títulos norte-americanos precificavam à tarde 97,6% de chances de o Fed manter os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, no Brasil o mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) precificava 73% de chances de alta de 50 pontos-base da Selic, hoje em 14,25% ao ano. Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central indicou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2025 passou de R$5,90 para R$5,86.
Reuters
Ibovespa fecha em queda de mais de 1% com pressão de Petrobras
Divulgação de dados acima das projeções nos Estados Unidos reforça a visão de que o Federal Reserve deve manter os juros no patamar entre 4,25% e 4,50% nesta próxima quarta-feira
O recuo nos contratos futuros de petróleo alimentou uma forte correção nas ações da Petrobras, o que aprofundou as perdas do Ibovespa na sessão. Depois de oscilar entre os 133.390 pontos e os 135.198 pontos, o índice fechou em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos. Às vésperas das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, a subida dos juros futuros e a divulgação de dados acima das projeções nos Estados Unidos elevaram a cautela de investidores, o que também afetou o desempenho do Ibovespa. Ontem, o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) trouxe que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA subiu para 51,6 pontos em abril, acima dos 50,4 pontos previstos por analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. Impulsionada pela revisão do preço-alvo, de R$ 48 para R$ 46, das ações PN da Petrobras por analistas do Bank of America (BofA) e pelo recuo mais expressivo nos contratos futuros de petróleo, as ações preferenciais da petroleira fecharam com queda de 3,73%, a R$ 29,66, o que seria o valor mais baixo negociado pelos papéis no ano. Já as ON da estatal cederam 2,81%, a R$ 31,77. A notícia de que a irá reduzir os preços do óleo diesel nas refinarias também ajudou a potencializar as perdas das ações. A decisão tende a diminuir a receita da empresa e representa a terceira diminuição consecutiva nos preços do diesel promovida pela companhia. Na Carta do Gestor do Itaú, o banco destaca que o setor de petróleo e gás apresentou o pior desempenho de abril, com queda de 17% no mês, prejudicado pelo recuo do preço do barril de petróleo (Brent), de US$ 74 para US$ 61 no período. Além do aumento da oferta da commodity, a desvalorização foi motivada pela escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China, que geraram preocupações com uma desaceleração da economia global. No entanto, os analistas do banco consideram que o Brasil pode ser um vencedor relativo da guerra tarifária promovida por Trump. “Se as tarifas finais entre os dois gigantes se mantiverem nos níveis atuais, o crescimento global pode ser bastante comprometido, mas haverá mais espaço para o Brasil ocupar. Se as tarifas retrocederem e se estabilizarem em níveis menores, o crescimento global deve sofrer menos, no entanto isso deve gerar também menor aumento de demanda para o Brasil”, escreveram os estrategistas de ações Victor Natal e Mathias Dabdab Venosa. O volume financeiro negociado no índice na sessão foi de R$ 17,3 bilhões e de R$ 21,5 bilhões na B3. Em Wall Street, os principais índices americanos recuaram: o Nasdaq cedeu 0,74%; o S&P 500 teve queda de 0,64%; e o Dow Jones registrou perdas de 0,24%.
Valor Econômico
Crescimento potencial do Brasil não é menor do que 3% ao ano, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o governo trabalha para consolidar uma compreensão de que o crescimento potencial da atividade econômica brasileira não é menor do que 3% ao ano.
"Eu acredito que vamos consolidar de que o potencial de crescimento da economia brasileira não é menor do que 3%. Já fizemos o FMI reconhecer que o nosso potencial saiu de 1,5% e foi para 2,5%", disse o ministro em conferência do Instituto Milken, em Los Angeles. "E eu tenho certeza de que ao final do mandato do presidente Lula o mundo vai estar convencido de que o Brasil pode crescer a uma taxa mínima de 3%." O Produto Interno Bruto (PIB) tem crescido nos últimos anos a um ritmo mais forte do que as projeções de mercado. Após crescer 3,4% em 2024, porém, o próprio Haddad tem previsto uma desaceleração para 2,5% neste ano em meio ao aperto monetário promovido pelo Banco Central para controlar a inflação. O ministro avaliou que o Brasil está bem-posicionado economicamente para enfrentar cenários externos adversos, argumentando que o país defende o multilateralismo e tem interesse em se aproximar mais dos Estados Unidos, e especificamente do governo Donald Trump. No domingo, o ministro disse que conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sobre a política tarifária norte-americana, apontando que os dois países estão negociando os "termos de um entendimento" em relação à questão. Haddad ainda afirmou que o plano do governo para atrair a instalação de data centers no país antecipará efeitos da reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional ao desonerar investimentos no setor.
Reuters
Mercado reduz projeção da Selic em 2025 a 14,75% na semana do Copom, mostra Focus
Na semana da decisão de política monetária do Banco Central, analistas consultados pela autarquia alteraram a projeção para o nível da taxa Selic ao fim deste ano pela primeira vez em 17 semanas, enquanto mantiveram a expectativa para 2026 e diminuíram mais uma vez a previsão da inflação em 2025, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das projeções para a Selic ao fim de 2025 agora é de 14,75%, após 16 semanas consecutivas em que a expectativa esteve em 15,00%, enquanto para 2026 a previsão continua sendo de que a taxa atingirá 12,50%. No momento, a Selic está em 14,25% ao ano. Os membros do Comitê de Política Monetária voltam a se reunir na terça e quartas-feiras para a próxima decisão de juros, após sinalizarem na última reunião, em março, que devem elevar a Selic em uma magnitude menor do que os aumentos anteriores de 1 ponto percentual. Segundo projeções dos analistas do Focus, o Copom elevará a taxa de juros em 0,5 ponto nesta semana, a 14,75%, prevendo ainda mais uma alta de 0,25 ponto em junho, a 15,00%. Em seguida, a expectativa é de que as autoridades façam um corte de 0,25 ponto na última reunião do ano, em dezembro, levando a taxa ao patamar de 14,75% ao fim do ano. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o IPCA terá alta de 5,53% ao fim deste ano, abaixo da projeção de avanço de 5,55% na pesquisa anterior, no que foi a 3ª semana consecutiva de redução da expectativa. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi de 4,51%, mesmo patamar da semana anterior. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em relação ao crescimento da economia brasileira, manteve-se a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,00% neste ano. Em 2026, a expectativa de crescimento ficou inalterada em 1,70%. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$5,86, de R$5,90 anteriormente, e da projeção para 2026, a R$5,91, de R$5,95 na semana anterior. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 8,5% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.
Reuters
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