CLIPPING DO SINDICARNE Nº 831 DE 28 DE MARÇO DE 2025
- prcarne
- 28 de mar.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 831 | 28 de março de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi sobe nas regiões paulistas e norte de MT
Lentidão no mercado da carne bovina, oferta menor de fêmeas gordas e dificuldade nas negociações com machos terminados elevam as cotações da arroba. No Paraná, o boi vale R$315,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias.
A Scot Consultoria identificou novas valorizações nos preços dos animais terminados em importantes regiões do País. Nas praças paulistas, as cotações do boi gordo “comum” e do “boi-China” subiram R$ 1/@ na quinta-feira (27/3), para R$ 315/@ e R$ 318/@, respectivamente, no prazo, valor bruto. Por sua vez, a vaca gorda teve acréscimo diário de R$ 2/@ nas regiões paulistas, para R$ 284/@, enquanto a novilha gorda se manteve estável, em R$ 297/@. Na região Norte de Mato Grosso, disse a Scot, o excesso de chuva nas áreas produtoras resultou em problemas logísticos, dificultando o transporte de bovinos, o que contribuiu ainda mais para a redução da oferta de boiadas gordas neste período do ano. Com isso, apurou a Scot, o preço de todas as categorias negociadas no Norte de MT subiu R$ 3/@ nesta quinta-feira (27/3), para R$ 303/@ (boi “comum”), R$ 281/@ (vaca), R$ 286/@ (novilha) e R$ 315/@ (“boi-China”). Na capital paulista, relata a consultoria Agrifatto, tanto as vendas no varejo quanto a distribuição de carne com ossos no atacado registram desaceleração significativa, comprometendo o escoamento e a liquidez das mercadorias, fato confirmado pela queda expressiva nos pedidos de reposição nos pontos de venda. Com isso, observou a consultoria, o volume de carne com ossos disponível na quinta-feira foi consideravelmente menor quando comparado ao quadro registrado nas semanas imediatamente anteriores. “Nesse contexto, a alta nos preços (da carne bovina) registrada já no início das negociações de hoje (27/3) não é impulsionada por uma demanda aquecida, mas sim pela oferta limitada que mal atende às necessidades do setor atacadista de distribuição e da indústria de processamento de carne desossada na primeira semana de abril”, informa a Agrifatto. O mercado físico do boi gordo vem registrando altas graduais na arroba, relatou a Agrifatto. Na terça-feira (26/3), o preço da arroba subiu em 7 das 17 regiões produtoras monitoradas, pelos dados da consultoria. Na quarta-feira (27/3), não houve alterações, mas nesta quinta-feira a arroba voltou a subir em São Paulo, atingindo R$ 320 (valor igual tanto para o boi “comum” quanto para o “boi-China”), de acordo com os dados da Agrifatto. “Cinco das 17 praças apresentaram valorização da arroba nesta quinta-feira (SP, GO, MG, MS e PR); as demais regiões seguiram com suas cotações inalteradas”, resumiu a Agrifatto. No mercado futuro, na quarta-feira (26/3), a B3 apresentou oscilações mistas nos preços dos contratos do boi gordo. Cotações do boi gordo desta quinta-feira (27/3), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$285,00. Novilha R$295,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de sete dias; Goiás — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$270,00 a arroba. Vaca a R$250,00. Novilha a R$255,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$250,00. Novilha a R$255,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
SUÍNOS
Velocidade da queda nos preços no mercado de suínos diminuiu na quinta-feira
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 153,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 11,60/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (26), o preço ficou estável somente em São Paulo (R$ 8,20/kg), houve queda de 0,13% em Minas Gerais, chegando a R$ 7,94/kg, baixa de 0,91% no Paraná, custando R$ 7,63/kg, recuo de 0,25% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 7,86/kg, e de 0,39% em Santa Catarina, fechando em R$ 7,58/kg. Na quinta-feira (27), as principais bolsas de suínos que comercializam animais no mercado independente registraram quedas menos abruptas do que nas últimas semanas, ou mesmo estabilidade nos valores.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: após sucessivas quedas, mercado dá sinais de equilíbrio
Em São Paulo, o preço cedeu e ficou estável em R$ 8,40/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos
Ao todo, durante a Bolsa paulista, foram negociados 18.500 animais. As informações são da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço não mudou, valendo R$ 8,00/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal retrocedeu, passando de R$ 8,34/kg vivo para R$ 8,05/kg vivo. No estado do Paraná, entre os dias entre os dias entre os dias entre os dias entre os dias entre os dias (entre os dias 20/03/2025 a 26/03/2025, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 2,92%, fechando a semana em R$ 8,03/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS/ Lapesui
Suínos/Cepea: preços do vivo e da carne caem pela 3ª semana
Os preços médios do suíno vivo e da carne acumulam três semanas consecutivas de quedas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea
Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário é reflexo da baixa liquidez das vendas da proteína no mercado atacadista e da oferta de animais acima da atual demanda de frigoríficos por novos lotes. Como a procura doméstica pela carne tem se enfraquecido à medida que o fim do mês se aproxima, agentes consultados pelo Cepea relatam que a indústria é forçada a reduzir os valores dos produtos, no intuito de melhorar a liquidez e evitar o acúmulo de estoque.
Cepea
FRANGOS
Estabilidade na quinta-feira (27) no mercado do frango
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 6,00/kg, da mesma forma que a ave no atacado, custando, em média, R$ 7,75/kg
Na cotação do animal vivo, o valor não mudou no Paraná, custando R$ 4,77/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,64/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (26), o preço da ave congelada caiu 0,24%, chegando a R$ 8,36/kg, e o frango resfriado cedeu 1,77%, fechando em R$ 8,32/kg.
Cepea/Esalq
Ministério proíbe eventos e criação de aves livres para prevenir gripe aviária
No Paraná, a instalação de 64 galinheiros comunitários preocupa o setor produtivo. O Brasil é um dos poucos países sem ocorrência de gripe aviária em plantéis comerciais do mundo
O Ministério da Agricultura proibiu novamente a realização de eventos em todo o país com aglomeração de aves. A Pasta também vetou a criação desses animais ao ar livre. As suspensões valem por 180, passíveis de prorrogação. As medidas fazem parte de um conjunto de ações adotadas para prevenir do risco de ingresso e de disseminação da gripe aviária no país. Medida semelhante já havia sido adotada em 2023. Posteriormente, a Pasta autorizou a retomada dos eventos com aglomeração de aves desde que fossem adotadas medidas de prevenção e controle sanitário. A suspensão de agora vale para exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves. A exceção é quando o Serviço Veterinário Estadual autorizar a realização mediante a avaliação da situação epidemiológica da Estado em questão e à apresentação de um plano de biosseguridade, pelos organizadores do evento, associações e clubes de criadores, com a descrição das medidas de prevenção e controle para mitigar o risco de introdução e disseminação da influenza aviária de alta patogenicidade. O Departamento de Saúde Animal vai definir e divulgar as medidas mínimas de prevenção e controle contra a introdução e disseminação da doença para a realização de exposições e torneios com aves. O Brasil é um dos poucos países sem ocorrência de gripe aviária em plantéis comerciais do mundo. O ministério também suspendeu a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados. A suspensão, diz portaria da Pasta, não vai implicar em prejuízos à certificação concedida às unidades de produção orgânica. No Paraná, a instalação de 64 galinheiros comunitários preocupa o setor produtivo. A iniciativa é da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia. Cada galinheiro comunitário terá 100 aves, totalizando 6,4 mil animais no Estado. A Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) cobrou providências quanto ao risco de disseminação de doenças dessas unidades para granjas comerciais e citou a gripe aviária. "Se essas unidades não forem devidamente fiscalizadas, aumenta o risco de contaminação, principalmente por aves silvestres migratórias, que podem transmitir a gripe aviária", disse em nota recentemente. "Isso poderia fechar os mercados internacionais atendidos pelos avicultores paranaenses, causando prejuízos bilionários à agropecuária estadual", completou a nota. Questionado, o ministério não respondeu se a portaria gera efeitos sobre essa situação. As suspensões valem para todas as espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.
Globo Rural
Rabobank: comércio global de aves continua forte, mas geopolítica apresenta riscos
Analistas do banco estimam uma demanda robusta pela carne de frango em 2025.
A indústria avícola global continua a operar com forte impulso, informa relatório divulgado nesta quinta-feira (27/3) pelo Rabobank, banco de origem holandesa especializado no setor de agronegócio. Os analistas da instituição estimam uma demanda robusta pela carne de frango em 2025, com taxas de crescimento entre 2,5% a 3%, após um aumento de 2,6% em 2024. “As aves continuam sendo uma opção acessível para consumidores preocupados com os preços”, relata a instituição, ressaltando a competitividade do setor em relação a outras proteínas, como a carne bovina. O banco prevê crescimentos mais significativos nos mercados do Sul e Sudeste Asiático, além da União Europeia. Em contraste, a América do Norte e do Sul estão enfrentando desafios de fornecimento devido à redução nos rebanhos. Essas questões, diz o Rabobank, estão equilibrando os mercados, mas limitando o potencial de crescimento da indústria. “Espera-se que o comércio global permaneça forte em meio à oferta global de proteína relativamente apertada e ao consumo crescente”, ressalta o relatório. A geopolítica será o fator mais significativo a ser observado em 2025, diz o banco. “A crescente competição geopolítica, incluindo a aplicação de tarifas por parte do governo Trump sobre as importações (e taxas retaliatórias sobre aves dos EUA de regiões afetadas), pode levar a uma guerra comercial e a mudanças nos fluxos de comércio global”, alertam os analistas do Rabobank.
Portal DBO
GOVERNO
BNDES voltará a receber propostas de financiamento do Moderfrota
Banco de fomento recebeu R$ 270 milhões dentro de remanejamento de linhas feito pelo Ministério da Fazenda e atenderá apenas grandes produtores. Recurso do BNDES será aplicado apenas na linha do Moderfrota destinada a grandes produtores
O remanejamento de R$ 270 milhões de limites equalizáveis recebido nessa terça-feira (25/3), após redistribuição de valores feita pelo Ministério da Fazenda, permitirá ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reabrir o protocolo para o recebimento de propostas de financiamentos no Moderfrota. O principal programa de crédito para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas já estava suspenso, assim como outras linhas de investimentos da instituição, devido ao esgotamento de recursos e à execução orçamentária total do saldo recebido no início do Plano Safra 2024/25. O recurso será aplicado apenas na linha do Moderfrota destinada a grandes produtores e deverá reforçar o repasse para agentes financeiros credenciados em meio à temporada das feiras agropecuárias, que movimentam as negociações de maquinário. No início do Plano Safra 2024/25, o BNDES recebeu R$ 2,8 bilhões de limite no Moderfrota para grandes produtores e R$ 840 milhões para médios, totalizando R$ 3,6 bilhões. Até 18 de março, o banco havia repassado R$ 3,4 bilhões nas duas categorias. Nas demais linhas de investimentos do BNDES, faltam limites equalizáveis. Fontes do sistema financeiro dizem que a instituição encerrou na semana passada a maioria dos protocolos para receber propostas de operações a médios e grandes produtores. Linhas como o Moderagro, para modernização da produção, e o Inovagro, para inovações, estão com protocolos suspensos. As linhas Custeio Pronamp, Investimento Empresarial, Investimento Pronamp, Procap-Agro, Prodecoop e linhas do RenovAgro também foram encerradas. Os limites equalizáveis nessas linhas para médios e grandes produtores, incluindo o Moderfrota, superavam R$ 18,6 bilhões no início da safra. Até 17 de março, havia valores residuais nas linhas PCA Grãos (R$ 65,5 milhões), Proirriga (R$ 9,1 milhões) e RenovAgro — Ambiental (R$ 1,7 milhão). O BNDES também tinha saldos disponíveis para custeio sustentável do Pronamp e da agricultura empresarial — R$ 485 milhões, com desconto de 0,5 ponto percentual nos juros —, custeio empresarial (R$ 250 milhões) e para as linhas de investimentos do Pronaf (R$ 2,03 bilhões). No início do Plano Safra 2024/25, o banco recebeu R$ 14,8 bilhões de limite para financiar pequenos produtores. Procurado, o BNDES informou que já liberou os limites de R$ 33,5 bilhões que tinha disponíveis para as instituições credenciadas. “Como tais recursos já foram destinados a operações de crédito, o banco aguarda avaliações sobre o comprometimento de recursos em relação aos saldos médios diários autorizados pela Secretaria do Tesouro Nacional em respeito aos limites equalizáveis autorizados impostos pela legislação. Assim que houver novos limites, o banco estará pronto para retomar a operação no âmbito dos Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGFs)”, disse ao Valor. O BNDES abre protocolos para receber propostas das instituições financeiras credenciadas, que operacionalizam os empréstimos na ponta aos agricultores e pecuaristas com recursos repassados por ele.
Valor Econômico
Auditores agropecuários criticam proposta de regulamentação do autocontrole em frigoríficos
Sindicato da categoria diz que medida é ilegal e vai “comprometer a qualidade da carne brasileira". Anffa Sindical disse que a proposta do governo permite que os frigoríficos contratem profissionais terceirizados para fiscalizá-los
A minuta da portaria para regulamentar o trecho da Lei do Autocontrole (14.515/2022) que trata do credenciamento de empresas e profissionais para a prestação de serviços de inspeção antes e depois da morte de animais nos frigoríficos gerou preocupação ao Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical). A entidade disse que é “totalmente contra a proposta” apresentada pelo Ministério da Agricultura na última sexta-feira (21/3). Segundo os auditores, o texto transfere a fiscalização para a iniciativa privada. Na visão do sindicato, a medida é ilegal e vai “comprometer a qualidade da carne brasileira e colocar em risco a saúde dos consumidores” no Brasil e em 157 países que importam a proteína bovina. Em nota, o Anffa Sindical disse que a proposta do governo permite que os frigoríficos contratem profissionais terceirizados para fiscalizá-los, “o que configura um claro conflito de interesses e fragiliza o controle sanitário”, na opinião do sindicato. Atualmente, essa função é cumprida pelos auditores fiscais federais agropecuários, que são médicos veterinários concursados. Eles verificam o processo de produção da carne desde o pré-abate e inspecionam as condições de saúde dos animais. O Anffa destacou, na nota, que não desconfia da ética dos médicos veterinários terceirizados, mas argumentou que esse mecanismo de contratação aumenta “as chances de pressões e assédios” na atuação dos profissionais, e relatou que isso já ocorre com os servidores federais. A entidade ainda defendeu que o poder de polícia administrativa seja garantido exclusivamente à carreira e que as inspeções e eventuais descartes de carnes impróprias para consumo sejam prerrogativa dos servidores públicos com estabilidade. Recentemente, o Ministério da Agricultura criou um grupo de trabalho para discutir a regulamentação desse trecho da lei, com representantes dos auditores e da indústria. Este é um dos itens “polêmicos” da lei, que gerou críticas dos servidores federais que atuam nessa área. Em alguns momentos, durante a discussão da legislação, auditores agropecuários classificaram a medida como “terceirização” das funções do Estado. Por outro lado, a indústria frigorífica considera a iniciativa fundamental para aumentar o fluxo de abate, devido ao déficit de pessoal concursado para trabalhar nessa área. Apesar da posição do Anffa Sindical, o Ministério da Agricultura determinou que a regulamentação deve preservar o poder de polícia exclusivamente aos servidores federais nesse processo, bem como delimitar de forma clara obrigações e proibições a quem for atuar na inspeção animal. Outras premissas são a manutenção do papel dos auditores fiscais federais agropecuários seguirão como responsáveis pela supervisão técnica das equipes e pelas decisões técnicas finais. O Anffa Sindical também destacou a necessidade, na regulamentação, de punição compatível com as irregularidades das empresas que descumprem normas sanitárias e colocam em risco a saúde da população. Segundo a entidade, são comuns problemas em linhas de produção, com riscos de contaminações ou demais alterações no processo. Atualmente, essas situações são fiscalizadas e podem causar a interdição dos estabelecimentos. No entanto, a minuta apresentada pelo ministério estabelece apenas um dia de suspensão da atividade do médico veterinário privado em casos de irregularidade. “A medida não prejudica apenas a carreira, mas afeta todo o sistema de inspeção, comprometendo a segurança dos alimentos consumidos pela população e pelos mercados internacionais que confiam na carne brasileira. Trata-se de uma questão de saúde pública, que merece ser amplamente discutida, com o envolvimento dos especialistas e de toda a sociedade”, alertou o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Deral aponta queda de 20% na área de trigo no Paraná em 2025; eleva 1ª safra de milho
O Paraná, um dos principais produtores de trigo do Brasil, deverá registrar uma queda de 20% na área plantada com o cereal em 2025, para 912,2 mil hectares, de acordo com a primeira previsão do Departamento de Economia Rural (Deral) para a safra deste ano, divulgada na quinta-feira.
Ainda assim, o Deral vê possibilidade de a safra de trigo do Estado crescer 28% em 2025, para 2,94 milhões de toneladas, com uma eventual recuperação nas produtividades após clima adverso em 2024. Segundo o especialista do Deral Edmar Gervásio, este é apenas um primeiro levantamento de intenção de plantio, que deverá começar em abril. Mas as indicações são de que o produtor está desestimulado. "A safra anterior foi frustrada. O trigo perdeu espaço para o milho e hoje os preços não estão atrativos", disse Gervásio. O departamento do governo estadual ainda fez poucos ajustes nas suas projeções mensais para a soja e o milho. A segunda safra de milho do Paraná 2024/25 foi estimada em 15,9 milhões de toneladas, estável ante estimativa do mês anterior, enquanto a primeira safra teve um ajuste mensal positivo de 50 mil toneladas, para 2,85 milhões de toneladas. O Paraná, segundo produtor de milho do país, deverá ver um aumento de 13% na primeira safra e de 25% na segunda, segundo os números atuais. Mas Gervásio comentou sobre a necessidade de chuvas para a segunda safra. "A primeira safra de milho terá a maior produtividade média da história, colhendo mais de 10.600 quilos por hectare. Já a segunda safra está sofrendo com chuvas irregulares e calor intenso, o que levou a piorar as condições de lavoura", afirmou ele. "Se não houver chuvas em bom volume nos próximos dias, é possível já apontar perdas na produção." Já a safra de soja do Paraná, segundo produtor nacional da oleaginosa, foi estimada em 21,06 milhões de toneladas, versus 21,2 milhões previstos no mês anterior, o que seria um aumento de 14% na comparação anual. A colheita de soja do Paraná está na fase final, com cerca de 90% das áreas já colhidas.
Reuters
Safra de milho do Paraná deve ter a maior produtividade média da história em 2025
A estimativa para a produção da primeira safra do milho é de 2,8 milhões de toneladas – 13% a mais que a do ano passado, que foi de 2,5 milhões – em uma área menor, de 268,3 mil hectares, 9% a menos que em 2024, com 294,3 hectares.
A primeira safra de milho já superou em 90% a colheita e deve ter a maior produtividade média da história para a safra. Essa é uma das informações trazidas na Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada na quinta-feira (27) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). A estimativa para a produção da primeira safra do milho é de 2,8 milhões de toneladas, 13% a mais que a do ano passado, que foi de 2,5 milhões, em uma área menor, de 268,3 mil hectares, e 9% a menos que em 2024, que foi de 294,3 hectares, isso com uma produtividade média de 10.627 quilos por hectare, a maior da história, que se destaca diante dos 8.582 kg/ha do ano anterior. Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, o mercado está favorável ao produtor, que está recebendo em torno de R$ 70 a saca. “O produtor tem preços com alta acima de 40% quando comparado ao mesmo período do ano passado. E essa lavoura também teve um custo de implementação menor se comparado à anterior” afirma. Mas os preços futuros tendem a ser menores. O analista do Deral também explica que a expectativa da safra mundial é boa e o plantio da safra dos Estados Unidos, maior produtor do cereal, inicia em abril e deve ter aumento de área. Já as expectativas para a segunda safra da cultura não são tão boas. A falta de chuvas no mês de março, somada às altas temperaturas, deve afetar a safra que ainda está em desenvolvimento, mas que, por enquanto, apresenta uma estimativa de 15,9 milhões de toneladas. As condições climáticas continuam a rebaixar as expectativas para a safra de soja. O levantamento atual prevê 21,06 milhões de toneladas. Em fevereiro a estimativa estava em 21,18 milhões. A colheita dos 5,76 milhões de hectares alcançou 90% nesta semana, dando mais confiabilidade aos números. “No início da safra era esperada uma produção de 22,23 milhões de toneladas, entretanto a irregularidade climática em boa parte do Estado impactou as produtividades”, destacou Edmar Gervásio. O fenômeno foi observado principalmente no Oeste e Norte do Estado. Essas duas regiões são responsáveis por 43% da área. Por outro lado, a região Sul tem surpreendido positivamente, com ganhos de produtividade. Segundo o analista, a perda de 1,17 milhão de toneladas (5,3%) representa menos R$ 2,3 bilhões sendo transacionados no Estado, em valores atuais. “Mesmo com as perdas registradas no campo, a safra ainda é boa para o produtor, pois teve custos menores para o plantio e o preço médio de venda este ano é aproximadamente 13% superior ao de março de 2024”, disse Gervásio. Como de costume, em março o Deral publica as primeiras intenções de plantio das culturas de inverno, como aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale, que apontam que em 2025 é possível que o Paraná produza 3,8 milhões de toneladas dessas culturas, 30% a mais que o ano passado, porém em uma área 15% menor, de 1,5 milhão para 1,2 milhão.
SEAB-PR/DERAL
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar à vista fecha em alta de 0,44%, a R$5,7580 na venda
Após oscilar em margens estreitas durante o dia, o dólar fechou a quinta-feira em alta e novamente acima dos R$5,75, com o real perdendo valor junto com outras divisas pares, como o peso mexicano e o peso chileno, em meio a preocupações dos investidores com os efeitos da política tarifária dos Estados Unidos
O dólar à vista fechou em alta de 0,44%, aos R$5,7580. No ano, porém, a divisa dos EUA acumula baixa de 6,81% ante o real. Às 17h03 na B3 o dólar para abril -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,15%, aos R$5,7505. Na véspera o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% para importações de veículos, ampliando a guerra comercial entre países.
Reuters
Ibovespa avança com apoio de Petrobras e Vale em dia de menor liquidez
Segundo operadores, a notícia de que o presidente americano, Donald Trump, pretende aplicar uma sobretaxa a todos bens importados do Brasil, caso decida incluir o país no tarifaço do dia 2 de abril, ajudou a reduzir o avanço do índice
Depois de subir até os 133.904 pontos, o Ibovespa perdeu um pouco de tração durante a tarde e fechou em alta de 0,47%. Na mínima do dia, o índice chegou a tocar os 132.479 pontos. Segundo operadores, a notícia de que o presidente americano, Donald Trump, pretende aplicar uma sobretaxa a todos bens importados do Brasil, caso decida incluir o país no tarifaço do dia 2 de abril, ajudou a reduzir o avanço do índice. Durante boa parte da sessão, a forte correção registrada pelos juros futuros deu suporte para um avanço do índice. Dados melhores do que o esperado para o IPCA-15, assim como um leilão menor de títulos prefixados do Tesouro, impulsionaram um ajuste expressivo na curva de juros. A subida de blue chips, como Vale e Petrobras, em mais um dia favorável de fluxos de investidores estrangeiros, ajudou a potencializar uma alta no índice. As ações PN da Petrobras encerraram em alta de 0,75%, enquanto os papéis da Vale avançaram 0,80%. Durante parte da sessão, a liquidez foi mais baixa, o que pode ter intensificado a volatilidade. O volume financeiro negociado no índice foi de R$ 15,6 bilhões e de R$ 20,8 bilhões na B3. Já em Wall Street, os principais índices registraram movimento negativo: o Nasdaq recuou 0,53%; o Dow Jones cedeu 0,37%; e o S&P 500 teve queda de 0,33%.
Valor Econômico
IPCA-15 de março indicou inflação menor do que a esperada em bens industriais, diz Guillen
Preço de bens industriais passou de 0,58% para 0,15%, sendo que os industriais subjacentes (mais ligados ao ciclo econômico) foram de 0,31% para 0,09%, segundo dados da MCM 4intelligence
O diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, observou que o IPCA-15, prévia da inflação oficial do país divulgado ontem pelo IBGE, de março indicou um número menor do que o esperado para a evolução dos preços de produtos industriais, o que acabou se refletindo nos núcleos de inflação. Guillen falou em Brasília durante coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária (RPM) do primeiro trimestre. O IPCA-15 desacelerou para 0,64% em março, de 1,23% em fevereiro, em um ritmo mais rápido do que a mediana esperada pelo Valor Data, de 0,67%. A inflação de bens industriais passou de 0,58% para 0,15%, sendo que os industriais subjacentes (mais ligados ao ciclo econômico e sensíveis à política monetária) foram de 0,31% para 0,09%, segundo dados da MCM 4intelligence. A média dos cinco principais núcleos acompanhados pelo BC foi de 0,62% para 0,47%. Os núcleos são medidos para suavizar o efeito de itens mais voláteis. Especificamente o núcleo IPCA-EX3, que reúne os serviços e os industriais subjacentes, foi de 0,49% para 0,43%. Guillen destacou que os preços ao produtor desaceleraram, com moderação em produtos agropecuários e industrializados. "Tem tido uma discussão maior sobre industrializados, como vai se dar esse repasse sobre o IPCA", afirmou.
Valor Econômico
Déficit primário do governo central recua em fevereiro com queda de despesas
O governo central registrou déficit primário de R$31,673 bilhões em fevereiro, uma melhora em relação ao saldo negativo de R$58,267 bilhões no mesmo mês de 2024 que reflete uma restrição preventiva em gastos públicos e um adiamento no pagamento de precatórios, informou o Tesouro Nacional na quinta-feira
O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, foi um pouco pior do que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um déficit de R$30,400 bilhões no mês. No acumulado do ano, o governo central registrou um superávit primário de R$53,184 bilhões, ante saldo positivo de R$21,195 bilhões nos dois primeiros meses de 2024. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o resultado das contas públicas está melhor neste início de ano, em linha com estratégia do governo de ser mais contracionista no primeiro semestre. Ceron afirmou que a restrição provisória em gastos públicos até que o Orçamento de 2025 seja sancionado dá conforto ao governo para reavaliar as contas apenas em maio para definir se será necessário promover algum bloqueio de verbas. Inicialmente, havia previsão de uma reavaliação extemporânea a ser feita em abril. “O resultado está melhor, está em linha com o que tínhamos anunciado de tentar ser o mais contracionista possível nesse primeiro semestre para colaborar com as ações da política monetária”, disse. Diante do atraso na votação do Orçamento, que foi aprovado semana passada, o governo vem promovendo um aperto na execução das contas federais até a sanção do texto. A regra prevê uma restrição dos desembolsos mensais de despesas não obrigatórias de ministérios a 1/18 do total previsto para o ano, uma limitação mais forte do que a de 1/12 prevista em lei. Ceron acrescentou que pagamentos de precatórios foram postergados para os próximos meses de forma intencional para não adicionar pressão inflacionária neste momento e colaborar com a atuação do Banco Central. Por outro lado, ele afirmou que há uma tendência de o governo antecipar os pagamentos do 13º a beneficiários do INSS. Segundo ele, uma decisão sobre o tema pode sair nos próximos dias, com pagamentos que devem ser feitos em alguma janela entre abril e junho. O governo tem como meta um resultado primário neutro em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2025, o equivalente a R$30,97 bilhões, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal. O saldo negativo de fevereiro do governo central resultou de um déficit de R$8,732 bilhões do Tesouro, um saldo negativo de R$22,950 bilhões da Previdência Social e um superávit de R$8,9 milhões do Banco Central. Os dados do Tesouro mostraram que o governo central teve em fevereiro uma receita líquida de R$143,785 bilhões, acima dos R$132,713 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior, com destaque para os ganhos reais de 1,4% e 7,5%, respectivamente, na Receita Administrada pela RFB e na arrecadação líquida para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Já a despesa total do governo central foi de R$175,459 bilhões no mês, ante R$190,980 bilhões em fevereiro de 2024, com destaque para a forte queda real de 49,0% nos gastos com outras despesas obrigatórias, que exclui benefícios previdenciários e despesa pessoal e encargos sociais.
Reuters
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