CLIPPING DO SINDICARNE Nº 774 DE 06 DE JANEIRO DE 2025
- prcarne
- 6 de jan.
- 16 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 774 | 06 de janeiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi se ajustando em São Paulo
Na sexta-feira, o cenário para o mercado do boi gordo foi de ajustes. Após a virada do ano, os agentes do mercado estão retornando aos poucos às atividades, que abriu o dia com alta de R$5,00/@ na cotação do “boi China” e estabilidade para as demais categorias.
Dessa forma, o boi gordo está cotado em R$320,00/@, a vaca em R$292,00/@ e a novilha em R$310,00/@. O “boi China” está sendo comercializado em R$325,00/@. Ágio de R$5,00/@. Todos os preços são brutos e com prazo. As escalas de abate estão, em média, para seis dias. No Noroeste do Paraná, na região, o mercado encerra a semana calmo, com poucos negócios e com ofertas razoáveis de gado terminado. As indústrias frigoríficas trabalham com escalas de abate, em média, para nove dias. As cotações estão estáveis. Assim, o boi gordo está sendo negociado em R$307,00/@, a vaca em R$282,00/@ e a novilha em R$300,00/@. O “boi China” está apregoado em R$312,00/@, com ágio de R$5,00/@. Todos os preços são brutos e com prazo. No Oeste do Maranhão, o mercado abriu com alta de R$3,00/@ para todas as categorias. A cotação do boi gordo está apregoada em R$278,00/@, a da vaca em R$253,00/@ e a da novilha em R$255,00/@. Sem referência de “boi China” para a região. Todos os preços são brutos e com prazo. Vencimento do contrato futuro do boi gordo (B3) em dezembro/24. No último dia útil de dezembro, segunda-feira (30/12), na B3, aconteceu a liquidação do contrato futuro do boi gordo, cujo código é BGIZ24. A cotação da arroba nesse vencimento, segundo o indicador da B3, ficou em R$316,26/@, à vista e livre de impostos. O indicador do boi gordo da Scot Consultoria ficou em R$316,38/@. A média da cotação da arroba do boi destinado ao mercado interno, nos últimos cinco dias úteis de dezembro, foi de R$308,80/@, à vista e livre de impostos. Para o “boi China”, a média de preço no período foi de R$310,80/@. 5
Scot Consultoria
Mercados asiáticos compraram 60% da carne bovina exportada pelo Paraná em 2024
Percentual de exportações para mercados da Ásia tinha sido de 30% em 2023. Cenário para 2025 depende das condições climáticas e da influência do ciclo pecuário. Exportação de carne bovina quase dobra no Paraná em 2024
Os mercados asiáticos foram responsáveis pela compra de 60% das exportações de carne bovina do Paraná em 2024. Em 2023, esse percentual havia sido de 30%. Com um rebanho de gado de corte de mais de 2,1 milhão de animais, o noroeste do estado é o maior produtor de carne bovina no Paraná. No primeiro semestre deste ano, 704 mil cabeças de gado foram abatidas no estado. Um crescimento de 15% comparado ao mesmo período do ano passado. É mais carne no mercado interno e externo. Segundo Jeremias Silva Júnior proprietário de um frigorífico em Cruzeiro do Oeste, noroeste do estado, mais da metade da produção vai para a China. “Nós tivemos um crescimento muito grande no mercado asiático. Nós estamos vindo de 2023 com 30% para 2024, com 60%. Nós estamos exportando 3.000.000 de quilos”, explica. Para garantir as portas do mercado externo, a carne paranaense tem o diferencial da qualidade. Em 2023, Umuarama fechou o valor bruto de produção bovina em R$ 289 milhões. Mas, manter estes números tem sido desafiador. “A gente veio de um momento de seca, um momento que a gente teve que investir um pouco mais”, conta Mateus Belletini, pecuarista.
O cenário para 2025 depende das condições climáticas e da influência do ciclo pecuário. “O preço do boi ele sempre tem que estar em um preço o qual a classe consumidora tenha acesso e o mercado externo também”, explica Jeremias Júnior.
G1 Paraná
Cenário global beneficiará pecuária brasileira em 2025
Agroindústria tende a intensificar ainda mais esforços nas exportações, considerando a enorme competitividade do país no mercado internacional
O mercado brasileiro de boi gordo tende a passar por mudanças consistentes ao longo de 2025. Para o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, um dos pontos de atenção leva em conta a inversão do ciclo pecuário. Assim, é prevista uma menor disponibilidade das categorias de animais mais jovens, levando a um aumento contundente na reposição. “O custo da recria e da engorda de gado tendem a aumentar, exigindo cada vez mais estratégias por parte do pecuarista”. Sob o prisma da demanda, Iglesias destaca que a agroindústria brasileira centrará seus esforços nas exportações, considerando a enorme competitividade do país no mercado internacional. “Como se sabe, o Brasil segue como melhor alternativa global para o fornecimento de carne bovina perante os principais concorrentes, como Estados Unidos, Austrália, União Europeia, Argentina e Uruguai”, pontua. De acordo com o analista, o bom relacionamento construído com os principais parceiros comerciais do Brasil é uma variável importante a ser considerada, uma vez que outros países ocidentais e a Austrália têm adotado uma postura mais agressiva em relação aos produtos manufaturados chineses. “Com isso, o aumento de eventuais tensões comerciais tende a beneficiar o Brasil, que construiu uma sólida relação diplomática/comercial com a China “, sinaliza. Iglesias afirma que as exportações devem se tornar cada vez mais atrativas ao Brasil, considerando a atual movimentação cambial, acima da linha dos R$ 6,20/dólar, o que torna os produtos ainda mais competitivos no ambiente internacional. “O deteriorado quadro fiscal brasileiro, somado a uma geopolítica problemática reforçam a perspectiva de manutenção de um real enfraquecido em 2025”, avalia. Segundo ele, a demanda doméstica mais uma vez contará com estrangulamentos, uma vez que a carne bovina tende a se manter em patamar de preço proibitivo, considerando o grande potencial de exportação somado a uma menor oferta, consequência da inversão do ciclo pecuário. O baixo poder de compra da população brasileira reforçará uma tendência de busca por proteínas de menor valor agregado, a exemplo da carne de frango, embutidos e do ovo. Para Iglesias, as proteínas de origem animal terão grande peso nos índices inflacionários no próximo ano, o que poderá ser observado também ao longo de 2026, ano em que as limitações de oferta causadas pela inversão de ciclo pecuário atingirão o seu ápice. "O ambiente traçado para o mercado pecuário remete a desafios para todos os agentes, exigindo estratégias cada vez mais coerentes, seja na comercialização ou na aquisição de animais para o abate. O fato é que cada vez há menos espaço para erros estratégicos em um segmento cada vez mais exigente e hostil", conclui.
Agência Safras
SUÍNOS
Suínos: preços do animal vivo fecharam em baixa no PR E SC
De acordo com informações do Cepea, o mês de dezembro tem sido de repetidas baixas nos preços do animal vivo, após recorde nominal atingido em novembro. A razão para isso seria, segundo o órgão, um descompasso entre oferta e demanda no mercado doméstico
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 152,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 12,20/kg, em média. Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (2), o preço ficou estável somente em Minas Gerais (R$ 7,96/kg), e houve aumento de 0,37% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 8,21/kg. Houve queda de 1,94% no Paraná, atingindo R$ 7,58/kg, recuo de 1,65% em Santa Catarina, alcançando R$ 7,76/kg, e de 0,12% em São Paulo, fechando em R$ 8,08/kg.
Cepea/Esalq
Suínos/Perspectiva Cepea: Em 2025, setor deve seguir apostando no mercado externo
Depois de registrar um 2024 bom, com as exportações recordes e preços internos nas máximas nominais, as perspectivas para o setor produtivo de suínos seguem positivas para 2025. Tudo indica que as demandas mundial e brasileira pela carne devem seguir aquecidas
Do lado oferta, estimativas preliminares do Cepea apontam aumento na produção do setor. No front externo, o setor suinícola nacional deve continuar apostando no mercado externo, visando reforçar e/ou melhorar sua posição no ranking dos maiores players internacionais. O excelente desempenho das exportações nos últimos anos está atrelado aos esforços do setor em aumentar a capilaridade no mercado global, em meio à redução gradual (iniciada em meados de 2022) das importações por parte da China. Assim, mesmo diante das reduções nos envios ao país asiático, os embarques a outros parceiros comerciais devem garantir mais um ano de bom desempenho das exportações. Estudos do Cepea apontam que, em 2025, as vendas externas de carne suína podem crescer até 6,6% em relação ao volume de 2024, alcançando 1,22 milhão de toneladas. No mercado interno, a demanda por carne suína deve permanecer firme em 2025, sobretudo considerando que os preços da carne bovina estão elevados. Estimativas do USDA apontam crescimento de 1,8% no consumo per capita de carne suína no Brasil em 2025. Desta forma, para que as demandas externa e interna pela proteína brasileira sejam sustentavelmente atendidas ao longo do ano de 2025, pesquisadores do Cepea indicam que o volume produzido de carne de suína deverá atingir cerca de 5,53 milhões de toneladas neste ano, aumento de 2,8% em relação ao projetado para 2024.
Cepea
Acordo UE-Mercosul deve ter impacto reduzido para exportações do Brasil de carne suína
Os países do Mercosul não deverão atingir o volume total da nova cota de exportação para a União Europeia estabelecida no acordo de comércio com o bloco, devido à competitividade da carne suína produzida localmente na Europa, segundo análise do Rabobank divulgada em dezembro
O acordo de comércio entre Mercosul e UE estabelece uma cota de 25 mil toneladas com tarifa reduzida de EUR83/tonelada para as exportações de carne suína dos países do bloco sul-americano à Europa. O Rabobank disse que essa cota é significativamente maior do que as exportações históricas do bloco para a UE. “É altamente improvável que o fluxo futuro real de carne suína do Mercosul se aproxime da cota, já que a UE é e continuará sendo uma produtora competitiva de carne suína”, disse o Rabobank em relatório. O analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, também vê impacto reduzido do acordo para os fluxos de carne suína do Brasil para a UE. “Para a carne suína, sendo a União Europeia um dos principais produtores do mundo e pouco importador, o acordo pouco deverá inferir em mudanças”, escreveu Fabbri em análise sobre o acordo. Segundo levantamento da Scot, o Brasil exportou 350 toneladas de carne suína para a UE de janeiro a novembro de 2024, de um total geral de 1,08 milhão de toneladas exportadas para todos os destinos. O acordo de comércio entre Mercosul e UE ainda precisa ser ratificado, com aprovação do Parlamento Europeu e de países membros da UE.
Carnetec
FRANGOS
Preços sobem no mercado do frango; ave no atacado paulista tem elevação de 1,85%
Preços em alta encerraram a sexta-feira (3) para o mercado do frango. Informações do Cepea dão conta de que o período de festas de fim de ano aqueceu a demanda pela proteína e, consequentemente, intensificou a busca de frigoríficos por novos lotes de animal vivo
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,60/kg, enquanto o frango no atacado subiu 1,85%, custando, em média, R$ 8,25/kg. No caso do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,60/kg, assim como em Santa Catarina, com valor de R$ 4,56/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (2), a ave congelada teve leve alta de 0,60%, chegando a R$ 8,42/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,48%, fechando em R$ 8,34/kg.
Cepea/Esalq
Brasil conquista novo mercado para exportar proteína hidrolisada de aves
O Peru autorizou o Brasil a exportar proteína hidrolisada de aves para o país, um insumo empregado na produção de ração animal, segundo nota divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
A proteína hidrolisada de frango é um ingrediente funcional utilizado na nutrição animal para composição de rações devido ao seu alto valor nutricional. A proteína é produzida com matérias-primas originadas no abate de frangos como vísceras, miúdos e carne de frango, contribuindo para melhorar a performance de rações animais, segundo informações da BRF Ingredients, unidade de negócios da BRF que produz ingredientes para as indústrias de saúde, nutrição e bem-estar.
Carnetec
Frango: setor projeta crescimento em 2025
Produção de carne de frango deve atingir 14,2 milhões de toneladas
Projeções do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que o setor avícola brasileiro deve registrar crescimento em 2025, mas enfrenta desafios importantes relacionados à biossegurança animal e a conflitos geopolíticos em mercados estratégicos. A produção de carne de frango pode alcançar 14,2 milhões de toneladas no próximo ano, representando alta de 2,9% em relação a 2024. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que o consumo per capita de carne de frango atinja 46,6 quilos em 2025, crescimento de 1,9%. No mercado internacional, a ausência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou IAAP) no Brasil tem favorecido as exportações, consolidando o país como fornecedor seguro e competitivo. Conforme a Organização Mundial para Saúde Animal (OMSA), o Brasil permanece livre da doença, condição que atrai importadores de mercados afetados por surtos da Influenza. Entretanto, autoridades e especialistas alertam para a necessidade de manter rígidos protocolos de biossegurança nas granjas. Outro fator que preocupa o setor avícola é o impacto dos conflitos no Oriente Médio, região estratégica para as exportações brasileiras. O Brasil é o maior fornecedor global de carne de frango Halal e os Emirados Árabes Unidos se consolidaram como o segundo maior mercado para o produto nacional. Em 2024, até novembro, foram enviadas 425 mil toneladas para o país árabe, conforme o apontado pelo Cepea. No âmbito regional, o Rio Grande do Sul segue com a ampliação da cadeia produtiva. Empresas como a Vibra Foods têm apostado em expansão para fortalecer sua presença no mercado internacional. A companhia inaugurou um novo incubatório em Soledade, no norte do estado, ampliando seu ciclo de crescimento na região. A nova planta se junta a um frigorífico adquirido em 2020 e uma fábrica de ração construída em 2021, formando um parque fabril integrado para a produção de carne de frango. Com 6.400 metros quadrados, a estrutura tem capacidade para manejar sete milhões de pintos por mês, abastecendo mais de 150 granjas na região e gerando 50 empregos diretos.
Cepea
GOVERNO
Vietnã abre mercado para compra de pele de bovinos do Brasil
Foi o primeiro anúncio de 2025. Desde o início do atual governo, são 303 autorizações para mais de 60 destinos diferentes. A pele salgada de bovinos é uma matéria-prima amplamente utilizada na produção de artigos de couro
O governo do Vietnã anunciou sua abertura de mercado para a compra de peles salgadas de bovinos do Brasil, matéria-prima amplamente utilizada na indústria de couro, para a produção de calçados, móveis e acessórios. "A abertura reforça ainda mais a relação comercial com o Vietnã, o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro no último ano", disse o Ministério da Agricultura, na quinta-feira (2/1), em nota. Entre janeiro e novembro de 2024, os vietnamitas importaram mais de US$ 3,51 bilhões em produtos agropecuários do Brasil. Esta foi a primeira abertura de mercado obtida pelo Brasil em 2025. Desde o início do atual governo, são 303.
Globo Rural
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
R$ 450,5 mi. Cade aprova aquisição de 13 usinas da Copel pelo Grupo Electra
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição de 13 usinas de geração elétrica da Companhia Paranaense de Energia (Copel) pelo Grupo Electra, por R$ 450,5 milhões
A operação envolve 11 pequenas centrais hidrelétricas, uma usina eólica e uma termelétrica, totalizando 118 MW. A decisão do Cade publicada no Diário Oficial da União (DOU) na última segunda-feira (30). A venda ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A aquisição foi feita pela Intrepid Investimentos e Participações S.A, holding do grupo, por meio de sua subsidiária integral Electra Hydra. Os empreendimentos vendidos pela Copel foram as centrais geradoras hidrelétricas Pitangui, Salto do Vau, Melissa, Chopim I e Marumbi, as pequenas centrais hidrelétricas São Jorge, Apucaraninha, Chaminé, Cavernoso e Cavernoso II, a usina hidrelétrica Guaricana, a eólica Palma e a termelétrica Figueira. Em termos financeiros, a transação se destaca pelo uso de recebíveis de longo prazo (os chamados PPAs, com mais de 10 anos) da energia a ser produzida pelas usinas. “Esse modelo assegura a geração de caixa constante e estável de longo prazo, necessária e típica para operações de infraestrutura no mercado de capitais”, explica o presidente do Grupo Electra, Claudio Alves. As 11 centrais hidrelétricas envolvidas têm a vantagem operacional de não serem despachadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Isso significa que podem armazenar água e gerar energia nos momentos de preços mais altos. Além disso, não estão expostas às variações das condições dos submercados e de curtailment (limitação da geração de energia elétrica pelo ONS), que vêm afetando de maneira significativa o setor de energia renovável. Com a aquisição das unidades da Copel, a capacidade de geração hidrelétrica do grupo – que tem sede em Curitiba e operações em todos os estados do Brasil – passa para 186,4 MW, divididos em 24 usinas. Seus projetos de geração eólica e solar somam aproximadamente 700 MW de capacidade.
Gazeta do Povo
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha com leve alta em sessão marcada por baixa liquidez e foco no exterior
O dólar fechou em leve alta na sexta-feira, encerrando uma sessão em que a moeda norte-americana oscilou entre períodos de ganhos e perdas, à medida que os investidores digeriam os poucos dados e notícias do dia e operavam em meio à baixa liquidez no mercado, o que permite maior volatilidade.
O dólar à vista fechou em alta de 0,29%, a 6,183 reais na venda. Na semana, a divisa acumulou perda de quase 0,2%. Na B3, às 17h15, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,39%, a 6,213 reais na venda. Devido a uma agenda econômica vazia no cenário doméstico, os investidores voltaram suas atenções para o exterior nesta sessão, onde fatores relacionados às duas maiores economias do mundo -- Estados Unidos e China -- movimentavam os mercados. Como um iuan estável e o estímulo econômico na China, maior importador de matérias primas do planeta, são favoráveis para a economia de países emergentes, o real e seus pares reverteram as perdas na sessão e passaram a ganhar contra o dólar. O dólar, no entanto, recuperou as perdas e passou a avançar novamente frente à moeda brasileira no início da tarde, após a divulgação econômica mais importante do dia, que reforçou a percepção de força da economia norte-americana e, consequentemente, de juros elevados no Federal Reserve. Analistas apontaram, entretanto, que a volatilidade da sessão também foi afetada pela baixa liquidez, que pode acentuar o efeito de alguns ajustes no mercado de câmbio. "O calendário econômico global ficará mais interessante a partir desta próxima semana. Até lá, os movimentos no câmbio serão guiados por pequenos ajustes, que podem gerar flutuações maiores devido à liquidez reduzida", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank. Nas próximas semanas, o foco do mercado deve retornar para o principal fator determinante das cotações no fim de 2024: os receios com o cenário fiscal brasileiro. Foi justamente na esteira das dúvidas dos investidores com o compromisso fiscal do governo que o dólar saltou quase 3% ante o real em dezembro e passou a operar acima do patamar de 6,00 reais.
Reuters
Ibovespa perde os 119 mil pontos e fecha em mínima em mais de um ano
O Ibovespa contrariou o sinal positivo em Wall Street e recuou mais de 1% na sexta-feira, fechando em uma mínima de mais de um ano e consolidando seu quarto declínio semanal consecutivo, ainda sob o pessimismo do mercado com o quadro fiscal da economia brasileira e os juros altos
Indice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa perdeu 1,33%, a 118.532,68 pontos, menor patamar de fechamento desde 6 de novembro de 2023. O indicador acumulou queda semanal de 1,44%, com os volumes de negociação ainda baixos em semana útil reduzida devido ao feriado de Ano Novo. O volume financeiro no pregão somou 20,48 bilhões de reais, abaixo da média diária de 24 bilhões de reais de 2024. Pairando sobre as incertezas domésticas, dúvidas sobre o crescimento econômico da China, segunda maior economia do mundo, também pesaram sobre setores com exposição ao país asiático, como mineração. Investidores têm se preocupado com a economia chinesa e com a iminência de uma guerra comercial com os Estados Unidos antes da posse presidencial de Donald Trump em 20 de janeiro. A China tem buscado fomentar seu crescimento, e anunciou mais cedo que aumentará drasticamente o financiamento de títulos do tesouro ultralongos em 2025 para estimular o investimento empresarial e as iniciativas de estímulo ao consumidor, conforme o retorno de Trump à Casa Branca se aproxima. Durante sua campanha e mesmo após a reeleição, o republicano tem indicado que adotará maior protecionismo, com a promessa de tarifas sobre produtos de países como China, México e Canadá. Em Nova York, os principais índices acionários fecharam em alta, com o Dow Jones subindo 0,80%, o S&P 500 avançando 1,26% e o Nasdaq em alta de 1,77%. Nesta semana, estarão no radar do mercado os dados de inflação e atividade no Brasil, além de uma série de indicadores do mercado de trabalho norte-americano e a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve.
Reuters
Índice mundial de preços de alimentos cai em dezembro, pressionado pelo açúcar
O índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas caiu em dezembro em relação aos níveis de novembro, puxado pela queda nas cotações internacionais do açúcar, mas ainda mostrou um ganho robusto na comparação anual, mostraram dados na sexta-feira
O índice, compilado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para monitorar as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, caiu para 127,0 pontos no mês passado, de 127,6 em novembro, valor ligeiramente revisado. O número de novembro foi estimado anteriormente em 127,5. O valor de dezembro subiu 6,7% em relação aos 12 meses anteriores, mas permaneceu 20,7% abaixo da máxima histórica alcançada em março de 2022, disse a FAO. Para 2024 como um todo, o índice teve média de 122,0, 2,1% abaixo do valor de 2023, compensando quedas significativas nas cotações de cereais e açúcar com aumentos menores nos preços de óleos vegetais, laticínios e carnes. Os preços do açúcar lideraram o declínio mensal de dezembro, caindo 5,1% na comparação mensal graças à melhora das perspectivas da safra de cana-de-açúcar nos principais países produtores, ficando 10,6% abaixo do nível de dezembro de 2023. Os preços dos laticínios caíram após sete meses consecutivos de aumentos, perdendo 0,7% em relação a novembro, mas ainda registrando um ganho de 17,0% ano a ano. Os preços do óleo vegetal caíram 0,5% mês a mês, mas subiram 33,5% em relação ao nível do ano anterior. Os preços da carne subiram 0,4% em dezembro em relação a novembro e ficaram 7,1% acima do valor de dezembro de 2023. O índice de preços de cereais da FAO apresentou pouca alteração no mês passado em relação a novembro e ficou 9,3% abaixo do nível do ano anterior, já que uma ligeira alta nas cotações do milho compensou uma queda nas do trigo, disse a FAO. As ações dos EUA fecharam em baixa no primeiro dia de negociação do ano, após abrirem a sessão em alta. A FAO não forneceu uma nova previsão para a produção global de cereais, e a próxima estimativa será divulgada no mês que vem.
Reuters
Com vendas expressivas de dólares pelo BC, reservas recuam US$ 33,3 bilhões em dezembro
No mês passado, a instituição vendeu US$ 21,574 bilhões no mercado à vista e US$ 11 bilhões em leilões de linha
As intervenções no mercado de câmbio realizadas pelo Banco Central (BC) em dezembro contribuíram para que o montante de reservas internacionais caísse US$ 33,3 bilhões em um mês e chegasse a US$ 329,7 bilhões no último dia de 2024. No fim de novembro, o nível de reservas estava em US$ 363 bilhões. Apesar da queda, o volume ainda é considerado confortável por especialistas. O patamar atingido no fim do ano passado é inferior ao nível de reservas registrado no fim de 2023, de US$ 355 bilhões, mas superior aos US$ 324,7 bilhões de 2022. Os valores são nominais. O economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, aponta que a queda no mês de dezembro foi “bastante expressiva” e que as reservas continuaram em um nível saudável. O economista destaca, no entanto, que essa queda rápida do nível acende um alerta para os próximos meses.
Valor Econômico
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