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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 530 DE 04 DE JANEIRO DE 2024


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 530|04 de janeiro de 2024

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL  

BOVINOS

 

Boi gordo começa 2024 com leve queda após altas em dezembro

Segundo a consultoria Agrifatto, a demanda interna por carne desacelerou após as festas de fim de ano. Na bolsa brasileira, a B3, o vencimento para janeiro de 2024 caiu 0,38%, cotado a R$ 246,80 por arroba 

 

Para a Scot Consultoria, os compradores continuam monitorando de perto o mercado atacadista e varejista, analisando o desempenho das vendas. As ofertas de bovinos estão razoáveis, atendendo a demanda. Com isso, as cotações no mercado do boi gordo se mantiveram estáveis. Em Minas Gerais, região Norte, o mercado está estável para todas as categorias de bovinos, com exceção do “boi China”, cuja cotação subiu R$5,00/@. No Pará, região de Marabá e Redenção, o mercado está estável, com precificações distintas para as regiões, com exceção do “boi China”, que está precificado no mesmo patamar. Em Goiás, região de Goiânia e Sul, a cotação do “boi China” caiu R$5,00/@. Para as demais categorias, os preços estão estáveis, para ambas as regiões. A terça-feira (02/01) foi de poucos negócios no mercado físico do boi gordo, segundo a consultoria Agrifatto. No primeiro dia útil de 2024, os frigoríficos estavam abastecidos e a demanda interna por carne desacelerou após as festividades de fim de ano. “A indústria colocou o pé no freio", diz a consultoria, em nota. Nesse contexto, a arroba do boi gordo registrou uma queda de 0,5% no comparativo diário, em São Paulo, para R$ 242,90. A média brasileira ficou em R$ 224,90 por arroba, recuo de 0,3%. Na bolsa brasileira, a B3, o vencimento para janeiro de 2024 caiu 0,38%, cotado a R$ 246,80 por arroba. A consultoria lembra que o preço médio mensal do boi gordo em dezembro foi 5,86% maior do que em novembro, a R$ 248,63. Esse também foi o segundo maior patamar do segundo semestre de 2023. Segundo a Agrifatto, a alta foi puxada pelo aumento da demanda por proteína animal para as comemorações de fim de ano e pelo maior poder de compra da população com o recebimento do décimo terceiro salário. “Aqueceu todos os setores da economia e pressionou as cotações para cima”, avaliou a consultoria.

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO/AGRIFATTO

 

SUÍNOS

 

Baixas nas cotações no mercado de suínos

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 135,00, enquanto a carcaça especial teve queda de 1,82%, com valor de R$ 10,80/kg

 

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à terça-feira (2), houve alta somente em Santa Catarina, na ordem de 0,61%, chegando a R$ 6,55/kg. Foram registradas quedas de 0,13% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,46/kg, e de 1,05% no Paraná, chegando a R$ 6,62/kg. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, os preços ficaram estáveis, com o quilo do suíno vivo valendo, respectivamente, R$ 6,42/kg e R$ 7,13/kg. 

Cepea/Esalq

 

FRANGOS

 

Mercado do frango com estabilidade nos preços

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 6,90/kg

 

Na cotação do animal vivo, Paraná teve estabilidade, custando R$ 4,65/kg, enquanto em Santa Catarina, não houve referência de preço. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à terça-feira (2), a ave congelada teve alta de 0,27%, chegando a R$ 7,44/kg, enquanto a ave resfriada cedeu 0,66%, fechando em R$ 7,50/kg.

Cepea/Esalq

 

Brasil e México preparam plano para manter comércio em caso de gripe aviária

Os governos do Brasil e do México estão preparando um plano de regionalização para evitar que o comércio de produtos avícolas entre os dois países seja interrompido completamente em caso de registro de gripe aviária em seus territórios, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura do México na terça-feira (2)

 

O objetivo da medida é que as autoridades sanitárias dos dois países reconheçam regiões produtoras livres da doença e que, na presença do vírus em uma região, não seja interrompido o comércio de carne de frango e ovos entre os países. Essa regionalização proposta permitiria blindar as zonas produtivas não afetadas pela doença, mantendo o fluxo de mercadorias para o abastecimento nacional e para exportação, segundo nota do ministério mexicano citando o chefe do Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica), Javier Calderón Elizalde. O México foi o nono principal destino das exportações de carne de frango brasileira de janeiro a novembro do ano passado, quando o Brasil enviou 172,56 mil toneladas da proteína ao país, 28,4% a mais que no mesmo período de 2022. Esse volume representou 4% do total de carne de frango exportada pelo Brasil no período, segundo dados apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ao final de dezembro.

CARNETEC

 

CARNES

 

Aumento da demanda chinesa impulsionará exportações brasileiras de carne em 2024, aponta estudo

Demanda por carne bovina e de frango deverá ser maior no país asiático

 

O Brasil, maior exportador mundial de carne, aumentará ainda mais os embarques do produto para o exterior em 2024, graças ao aumento da demanda da China e a uma ampla oferta de carne bovina e de frango, segundo um estudo do banco Robabank. No mercado de suínos, a oferta de animais crescerá menos, mas o aumento de restrições em países concorrentes deve estimular a busca pela proteína do Brasil. O estudo previu que as vendas brasileiras de carne bovina ao mercado externo crescerão de 2% a 3% no próximo ano, estimuladas pela China. De janeiro a novembro deste ano, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Nos cálculos do Rabobank, o volume total das importações chinesas da proteína crescerá de 6% a 7% em relação a 2023, ou o equivalente a 200 mil toneladas. Para o analista do Rabobank, Wagner Yanaguizawa, "isso deverá favorecer diretamente o Brasil, que já é o maior exportador para a China". Os brasileiros respondem hoje por 41% de toda a carne bovina que os chineses importam. Além de aumento do volume, também existe a expectativa de que os importadores chineses paguem um pouco mais pela tonelada do produto. O Presidente da Abrafrigo, Paulo Mustefaga, previu que o volume dos embarques de carne bovina deve fechar 2023 com aumento de 4% a 5%, embora a receita possa cair cerca de 20%, ainda pressionada pela baixa dos preços da tonelada exportada. "Já para o ano que vem, acredito que há espaço para reação, sim, no preço que a China paga. Tudo depende da recuperação econômica deles, que parece estar melhorando", afirmou Mustefaga. Não obstante, o Rabobank afirma que os exportadores não devem esperar que os valores retornem ao patamar do período entre 2021 e 2022, quando a tonelada passou de US$ 7 mil, mas que há potencial para ela superar os US$ 5 mil pagos atualmente por tonelada. Para o presidente da Abrafrigo, a diminuição da oferta de carne bovina nos Estados Unidos, em decorrência do ciclo de baixa do número de animais disponíveis para abate, torna o Brasil mais competitivo. Há a possibilidade de o país ampliar suas vendas aos norte-americanos, para complementar a produção nos EUA, assim como existem chances de os brasileiros suprirem mercados que os americanos eventualmente deixem de atender. Além disso, as perspectivas para os setores de aves e suínos, também são otimistas. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações de carne suína tendem a chegar a 1,3 milhão de toneladas em 2024, um aumento de 6,6% em relação ao volume projetado para este ano, de 1,22 milhão de toneladas. As vendas de carne de frango ao exterior devem somar entre 5,2 e 5,3 milhões de toneladas em 2024, 3,9% a mais do que este ano, quando, segundo a Associação, ficaram entre 5,05 e 5,15 milhões de toneladas. De acordo com a ABPA, o pico de migrações de aves para o Brasil passou, o que tende a frear o surgimento de novos surtos de gripe aviária da cepa H5N1 no país. A ordem no setor, porém, é continuar com as práticas de prevenção adotadas nos últimos meses, que garantiram a biossegurança e mercados abertos ao Brasil em todo o mundo. "A influenza (aviária) pode ter papel ainda mais ativo no Hemisfério Norte com a chegada do inverno, e o Brasil pode ser chamado ainda mais para prover (frango)", ressaltou o presidente da ABPA, Ricardo Santin. 

Xinhua/CHINA

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Paraná tem 8 municípios entre as 100 maiores economias do Brasil

Oito municípios paranaenses integram a lista das 100 maiores economias do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2021. É o maior número de cidades entre os estados da região Sul: Santa Catarina tem quatro e o Rio Grande do Sul tem três municípios.

 

Curitiba ocupou a 6ª posição no ranking nacional, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 98 bilhões, o que significa 1,1% de todo o PIB nacional. A cidade fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Manaus, todos com população superior à capital paranaense. Também aparecem no ranking São José dos Pinhais (45ª colocação), Araucária (46ª), Londrina (50ª), Maringá (54ª), Ponta Grossa (69ª), Foz do Iguaçu (70ª) e Cascavel (91ª). Setorialmente, os municípios do Paraná também se destacam, tendo em vista que Cascavel, Toledo, Tibagi, Castro e Guarapuava compõem a relação das 100 maiores economias agropecuárias, posicionando-se na 41ª, 86ª, 96ª, 97ª e 99ª colocações, respectivamente. Já na atividade industrial, os destaques paranaenses ficam por conta de Curitiba (11ª maior economia manufatureira do Brasil), Araucária (18ª), Foz do Iguaçu (25ª), São José dos Pinhais (44ª), Ponta Grossa (56ª) e Londrina (97ª). Por fim, no setor de serviços, sem considerar a administração pública, notabilizam-se Curitiba, ocupando a 7ª posição entre as economias municipais, Londrina (44ª), Maringá (45ª), São José dos Pinhais (54ª), Cascavel (69ª), Ponta Grossa (75ª), Paranaguá (87ª) e Araucária (97ª). “Apesar de o ano de 2021 ter sido marcado pela estiagem, o que afetou o PIB agropecuário e outras atividades econômicas relacionadas ao setor, os municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do Interior do estado se destacaram no ranking nacional”, afirmou o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Jorge Callado.

Gazeta do Povo

 

83% dos municípios do Paraná tiveram saldo positivo de empregos até novembro

As grandes cidades lideraram a geração de empregos, com destaque para Curitiba, que abriu 22.913 vagas de janeiro a novembro de 2023. No Interior, os destaques são Londrina e Maringá. Em todo o Estado, 134 municípios abriram mais de 100 vagas no período

 

Entre as 399 cidades do Paraná, 333 tiveram saldo positivo na abertura de vagas de empregos formais nos primeiros 11 meses de 2023, representando 83% do total. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o Estado teve saldo positivo de 122.794 vagas de trabalho entre janeiro e novembro do ano passado – índice que leva em conta a diferença entre as admissões e demissões no período. Com isso, o Paraná teve o quarto melhor desempenho do país atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As grandes cidades lideraram a geração de empregos, com destaque para Curitiba, que abriu 22.913 vagas de janeiro a novembro de 2023. No Interior, os destaques são Londrina e Maringá, com 8.470 e 7.311 novos postos, respectivamente. São José dos Pinhais, com 7.135 vagas, e Ponta Grossa, com 4.503, fecham o topo do mercado de trabalho paranaense no acumulado do ano. Completam o top 25 Cascavel (3.894), Pinhais (3.331), Foz do Iguaçu (3.198), Toledo (3.179), Colombo (2.947), Assis Chateaubriand (2.461), Guarapuava (1.983), Campo Largo (1.800), Paranavaí (1.549), Francisco Beltrão (1.434), Araucária (1.393), Arapongas (1.346), Paranaguá (1.332), Campo Mourão (1.296), Rolândia (1.173), Pato Branco (1.148), Carambeí (1.075), Castro (1.070), Ibiporã (1.007) e Medianeira (946). Entre as 50 cidades que mais abriram novas vagas de janeiro a novembro, quatro são de pequeno porte, com menos de 25 mil habitantes. Carambeí, cuja população é de 23,2 mil pessoas, ocupou a 22ª posição no ranking estadual com 1.075 vagas de trabalho criadas no período. Com 12,9 mil habitantes, Nova Londrina ficou na 43ª posição com 465 postos. Loanda, por sua vez, tem 23,2 mil habitantes e ficou na 44ª colocação com 23,2 mil vagas. Jandaia do Sul, município de 21,4 mil moradores, ficou na 48ª colocação com 389 vagas abertas. Em todo o Estado, 134 municípios abriram mais de 100 vagas de janeiro a novembro do ano passado. No total, 332 cidades paranaenses tiveram saldo de empregos positivo no mês, representando 83,2% dos 399 municípios. Curitiba novamente ocupou o topo com 3.193 vagas em novembro. Na sequência, vieram Londrina (1.056), Ponta Grossa (479), Maringá (412) e São José dos Pinhais (398). Completam o top 25 de novembro de 2023 Foz do Iguaçu (381), Colombo (346), Assis Chateubriand (277), Paranaguá (269), Paranavaí (212), Toledo (170), Cianorte (162), Matinhos (141), Castro (138), Ibaiti (127), Itaperuçu (123), Carambeí (121), Campina Grande do Sul (121), Ubiratã (87), Piraí do Sul (74), Irati (70), Loanda (70), Pontal do Paraná (69), Guaratuba (69) e Arapongas (67).

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar fecha estável com mercado digerindo ata do Fed

O dólar fechou praticamente inalterado frente ao real na quarta-feira, com investidores digerindo a ata da última reunião do Federal Reserve, que mostrou as autoridades preocupadas tanto com os efeitos de uma política monetária restritiva demais quanto com a inflação de serviços

 

A moeda norte-americana à vista teve variação positiva de 0,01%, a 4,9165 reais na venda, em parte refletindo uma pausa nas compras após salto de mais de 1% do dólar na véspera. Na B3, às 17:07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 4,9360 reais. A ata do Fed mostrou que as autoridades estão cada vez mais convencidas de que a inflação está ficando sob controle, com a diminuição de "riscos altistas" de inflação e crescente preocupação com os danos que uma política monetária "excessivamente restritiva" poderia causar à economia dos Estados Unidos. Por outro lado, o documento não esclareceu quando os cortes nos juros poderiam começar, e as autoridades observaram "um grau excepcionalmente elevado de incerteza" sobre as perspectivas, com a possibilidade de novos aumentos nos custos de empréstimos. "A balança pende para um comunicado ainda levemente duro frente ao que era esperado pelo mercado, uma vez que as projeções mais positivas para os próximos anos seguem sendo contrapostas por diversas pontuações acerca dos riscos que cercam o cenário base da instituição", avaliou Matheus Pizzani, economista da CM Capital. Os dois primeiros pregões de 2024 foram marcados por uma moderação nas apostas do mercado sobre o ciclo de afrouxamento do Fed, com ligeiras reduções nas expectativas de que o primeiro corte viria já em março. Quanto mais tempo os juros norte-americanos ficarem em patamar elevado, mais o dólar tende a ganhar terreno frente a divisas emergentes, já que assim oferece uma rentabilidade interessante com segurança muito elevada.

REUTERS

 

Ibovespa fecha em alta com suporte de Petrobras em dia com ata do Fed

No setor de proteínas, BRF ON caiu 4,91%, a 12,60 reais, no segundo pregão seguido de baixa. No final do ano passado, a BRF anunciou que a Marfrig tinha aumentado sua participação na empresa para 50,06%. Para analistas do BTG Pactual, esse movimento "simbólico" poderá desacelerar os incentivos da Marfrig para aumentar ainda mais a fatia na BRF. Em linha, MARFRIG ON caiu 0,41%, a 9,61 reais

 

O Ibovespa fechou o pregão em alta na quarta-feira, apoiado por papéis da Petrobras, que acompanharam a valorização do petróleo no exterior, em dia marcado pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,1 %, a 132.833,95 pontos. O volume financeiro somou 21,3 bilhões de reais. "O Ibovespa está olhando muito mais para a questão do petróleo", avaliou Anand Kishore, gestor de fundos de ações e multimercados da Daycoval Asset, acrescentando que o índice se descolou do S&P durante o pregão, ao contrário da véspera, quando seguiu o cenário externo desfavorável. Em Wall Street, os pregões tiveram uma sessão negativa, sem grandes reações à ata da reunião de 12 e 13 de dezembro do Fed que indicou que seus membros observaram diminuição dos riscos de alta da inflação. Eles também destacaram incerteza sobre quanto tempo a política monetária restritiva precisará ser mantida. Na visão do especialista em investimentos da DVInvest, Erik Sala, a ata do Fed teve pouca influência na bolsa paulista, ainda que alguns investidores permaneçam temerosos com o risco de um cenário de juros mais alto por mais tempo nos Estados Unidos. A queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano também favoreceu o desempenho positivo do Ibovespa, influenciando ainda a curva futura de juros no Brasil.

REUTERS

 

Balança tem saldo recorde com as commodities

Para especialistas, superávit de 2023 pode ter superado US$ 100 bilhões; projeções indicam novo resultado positivo elevado em 2024 

 

Puxada por commodities, em especial pelo desempenho extraordinário do setor agropecuário, o superávit da balança comercial brasileira atingiu US$ 95,96 bilhões nos dados acumulados do ano fechados até 25 de dezembro pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic). O quadro permite considerar como certo que houve saldo recorde em 2023. Um saldo de US$ 100 bilhões no ano não é descartado por parte dos especialistas. O superávit de 2023, a ser divulgado na próxima sexta-feira, 5, deve superar em mais de US$ 30 bilhões o último resultado anual da balança comercial, dado pelo saldo positivo de US$ 61,53 bilhões em 2022. Para 2024, as estimativas de especialistas ouvidos pelo Valor vão de superávits de US$ 75 bilhões a US$ 92,8 bilhões. Mesmo o piso das projeções é quase US$ 15 bilhões superior ao do saldo recorde do ano passado. Trata-se de um resultado que, apontam especialistas, deve continuar trazendo contribuição fortemente positiva para as contas externas brasileiras no ano que vem. “Tivemos um ano exuberante na balança comercial em 2023, marcado internamente por um desempenho muito positivo do ponto de vista agropecuário, que ajudou nesse recorde, mas ajudou a compensar a queda de preços”, diz Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria. “O período de choques que elevou os preços globais em 2021 e 2022 foi seguido por um período de início de correção em 2023. Só que do lado das exportações isso foi compensado pelo grande aumento de volumes e muito em virtude da produção do setor agrícola”, prossegue o economista. “Claro que acompanhado pelo bom desempenho também a parte extrativa, outra vantagem comparativa importante do Brasil.” A Tendências projeta saldo positivo de US$ 95 bilhões em 2023 e para o ano que vem, superávit de US$ 75 bilhões. “Teremos ainda em 2024 um saldo muito positivo, o que ajuda a manter a percepção de risco mais controlada por aqui. Temos nossos problemas fiscais conhecidos, mas pelo menos do ponto de vista de contas externas as coisas estão realmente bastante em ordem”, diz Campos Neto. Dados da Secex mostram que a receita brasileira de exportação acumulou em 2023, até novembro, US$ 310,6 bilhões em exportações, 0,5% a mais que igual período de 2022. O volume, porém, aumentou 8,9% enquanto os preços médios cederam 7,1%. A alta foi puxada pelos embarques do setor agropecuário, que cresceram 22,8%, desempenho possibilitado pela safra recorde grãos. Primeiro lugar na pauta brasileira de exportação, o volume embarcado de soja cresceu 27% até novembro e o de milho, 34,4%. Na indústria extrativa o volume subiu 18,7%, puxado pelo petróleo bruto, que avançou 24,9% e pelo minério de ferro, com alta de 8,3%, sempre de janeiro a novembro deste ano contra iguais meses de 2022. Soja, petróleo, minério de ferro, açúcar e milho são, nessa ordem, os produtos brasileiros mais exportados em 2023. Os cinco produtos representaram 46% de todos as vendas externas do país até novembro.

VALOR ECONÔMICO

 

Déficit das contas externas em 12 meses até novembro é o menor desde fevereiro de 2018

Resultado negativo das contas externas vem apresentando “tendência de queda” nos últimos meses, segundo representante do BC 

 

O déficit das contas externas do Brasil no acumulado de 12 meses até novembro registrou o menor patamar desde fevereiro de 2018. A afirmação foi feita na quarta-feira pelo chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha. Conforme divulgado mais cedo pela autoridade monetária, o déficit correspondeu a 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB) até novembro. Em fevereiro de 2018, o resultado estava negativo em 1,53%, sempre em relação ao PIB. Em novembro de 2023, especificamente, o déficit foi de US$ 1,5 bilhão - o menor para o mês desde os US$ 869 milhões registrados em novembro de 2016. Na entrevista coletiva para comentar os números, Rocha destacou que o resultado negativo das contas externas vem apresentando “tendência de queda” nos últimos meses. Segundo ele, o movimento pode ser explicado “fundamentalmente pelo crescimento” dos superávits comerciais. Entre janeiro e novembro de 2023, o resultado da balança comercial foi positivo em US$ 73,2 bilhões, o maior em toda a série histórica do BC para o período. Rocha também destacou que, embora tenha “mostrado redução” nos últimos meses, o Investimento Direto no País (IDP) continua em patamar superior ao déficit externo. Por isso, segue representando uma “fonte de financiamento” de “longo prazo” e “sustentável” para esse mesmo déficit. No acumulado de 12 meses até novembro, o IDP alcançou 2,68%. Embora seja mais volátil do que o IDP, o investimento em carteira também vinha sendo no ano passado “outra fonte” de financiamento do déficit, segundo Rocha. Entre janeiro e novembro, o investimento em carteira negociado no mercado doméstico teve entrada líquida de US$ 9,5 bilhões, contra US$ 2,3 bilhões no mesmo período de 2022.

VALOR ECONÔMICO

 

Oito dos 17 setores atendidos por desoneração da folha são excluídos de programa pelo governo. proteína animal é um deles

Medida provisória publicada no final de 2023 estabelece volta gradual da contribuição patronal sobre os salários, de forma escalonada, até 2027; entidades farão campanha contra decisão

 

A medida provisória editada em 29 de dezembro pelo Governo Lula pelo exclui do programa de desoneração da folha de pagamentos oito dos 17 setores até então atendidos pelo benefício. Entre os excluídos estão atividades que constavam do programa desde o início da sua vigência, em 2011, como têxteis e confecções. “Não há nenhuma razão plausível para que isso tenha ocorrido, sendo um setor pioneiro nessa agenda junto de calçados e a área de tecnologia da informação”, diz Fernando Pimentel, que preside a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil). A medida provisória revogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia como aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. No lugar, estabelece a volta gradual da contribuição patronal sobre os salários, de forma escalonada, até 2027. Adotada em 2011, a política permite que as empresas substituam a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre os salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. O benefício perderia a validade no fim deste ano e, por iniciativa do Congresso, havia sido prorrogado até 2027. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a prorrogação e, em 14 de dezembro, o veto foi derrubado em nova votação, com ampla maioria da Câmara e do Senado. Na véspera do Ano-Novo, porém, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Ministério da Fazenda não tinha sido ouvido nos debates e anunciou a MP, cujos efeitos começam a valer em 1º de abril. Pela medida provisória, 42 atividades econômicas (e não mais setores) terão a contribuição previdenciária patronal — que incide sobre o primeiro salário mínimo de seus funcionários — reduzida, no primeiro ano, em 50% e 25%, respectivamente, segundo o grupo em que foram alocadas. No primeiro grupo de atividades, ficaram atividades relacionadas ao setor de transportes, de TV e TV por assinatura, por exemplo. No segundo grupo, atividades como edição de livros, fabricação de calçados e construção civil. Fabricantes de máquinas e equipamentos, da indústria têxtil e confecções, call center e de proteína animal verificaram que, na lista de atividades listadas na MP, não consta nenhuma que seja relacionada aos seus setores. Dessa forma, eles entendem que serão eliminados do programa assim que a MP entrar em vigor. “O setor de proteína animal ficou de fora da MP, não está nas atividades contempladas, sem nenhuma justificativa. Isso vai acarretar aumento do custo de frango, ovos e porco para o consumidor”, diz Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). A justificativa do ministro para a edição da MP é que a desoneração da folha para os 17 setores terá custo estimado de R$ 12 bilhões neste ano, valor que não estava contemplado no Orçamento. Dessa forma, segundo Haddad, o governo teria que reduzir a renúncia fiscal para R$ 6 bilhões e compensar outros R$ 6 bilhões com a extinção do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), também previsto na mesma MP. Setores que permanecem na desoneração folha; Calçados, Artigos de couro, Comunicação, Tecnologia da informação (TI), Construção civil, Construção e obras de infraestrutura, Transporte rodoviário coletivo, Transporte rodoviário de cargas, Transporte metroferroviário de passageiros. Setores excluídos da desoneração folha na MP: Call Center, Confecção e vestuário, Têxtil, Fabricação de veículos e carrocerias, Máquinas e equipamentos, Projetos de circuitos integrados, Tecnologia de comunicação (TIC), Proteína animal.

O Estado de São Paulo

 

Investidores estrangeiros na B3 encerraram 2023 com superávit de R$ 44,85 bi

Foram aportados pela categoria R$ 87,8 milhões no segmento secundário, com saldo positivo de R$ 17,46 bilhões em dezembro 

 

Investidores estrangeiros aportaram R$ 87,8 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na quinta-feira, 28 de dezembro, dia em que o Ibovespa fechou próximo à estabilidade, com leve queda de 0,01%. Assim, a categoria teve saldo positivo de R$ 17,46 bilhões em dezembro, enquanto o superávit do ano foi de R$ 44,85 bilhões. Já o investidor institucional sacou R$ 184,5 milhões na quinta-feira. Com isso, o déficit mensal do grupo foi de R$ 12,63 bilhões, e o déficit anual totalizou R$ 65,05 Na quinta-feira, 28/12, Ibovespa fechou próximo à estabilidade, com leve queda de 0,01%. O investidor individual sacou R$ 76,2 milhões no mesmo dia, levando o déficit do mês para R$ 3,59 bilhões, e o superávit em 2023 para R$ 595,4 milhões. As informações foram divulgadas pela B3.

Valor Econômico

 

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