Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 464|21 de setembro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços do boi gordo ganham firmeza com a fraca oferta de animais terminados. Em SP preços estáveis
Mercado físico permanece com viés de alta, estimulado pelo avanço da entressafra e pelo maior poder de negociação por parte dos pecuaristas brasileiros
O avanço da entressafra tem exercido impacto na disponibilidade de gado terminado nesta etapa final do ano, elevando a dependência dos frigoríficos brasileiros em buscar lotes estabelecidos em confinamentos, informou a S&P Global Commodity Insights. Diante da baixa oferta da matéria-prima (boiada gorda), as indústrias acabam cedendo em alguns casos e efetivando novos negócios a valores maiores, afirmam os analistas da consultoria. “Tal cenário deve manter o mercado do boi gordo em alta no curto prazo”, disse a S&P Global. O mercado futuro do boi gordo também segue em ritmo de alta, influenciado pelo quadro de oferta enxuta de animais terminados, informou a consultoria. “Nas últimas semanas, os contratos do boi gordo já registraram avanços de R$ 35/@ nos vencimentos mais próximos”, ressaltaram os analistas. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, o boi “comum” (destinado ao mercado interno) está sendo negociado em R$ 215/@ em São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 190/@ e R$ 205/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). A arroba do “boi-China” está precificada em R$ 220 no mercado paulista, no prazo, valor bruto, com ágio de R$ 5/@ sobre o animal terminado “comum”, acrescentou a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 199/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 182/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 163/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 180/@ (à vista) vaca a R$ 163/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 175/@ (à vista) vaca a R$ 161/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca R$ 187/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 201/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 187/@ (prazo) vaca a R$ 177/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 197/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 175/@ (à vista) vaca a R$ 165/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 175/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Rabobank alerta para variáveis que podem frear recuperação na arroba do boi
No curtíssimo prazo, analistas do banco sugerem ficar de olho no comportamento da cadeia de frango e no ritmo de compras de proteína bovina por parte da China
As expectativas de menor oferta de gado pronto para abate ao longo dos próximos meses de 2023, somado aos riscos climáticos com a consolidação do El Niño, fizeram com que os preços do boi gordo brasileiro voltassem ao padrão sazonal de recuperação, sobretudo no mercado futuro. No entanto, na avaliação da equipe de analistas do Rabobank, “outras variáveis ainda podem impactar negativamente nas cotações do boi gordo no curto prazo”. Um dos fatores preocupantes tem relação ao comportamento dos preços de uma proteína concorrente: a carne de frango. Segundo o banco, a chegada sazonal de aves migratórias vindo do hemisfério Norte deve elevar o risco de novos casos de da IAAP (Influenza Aviaria de Alta Patogenicidade) em granjas comerciais do País. “Em caso de eventual suspensão temporária nas exportações brasileiras de carne frango, haverá sobreoferta no mercado local, resultando em queda dos preços da proteína e a migração de consumo”, afirmam os analistas do Rabobank. Outro ponto de atenção citado pelo Rabobank está ligado ao andamento das exportações de carne bovina para a China, o maior destino da commodity brasileira, com 51% do total embarcado em volume. “O cenário de desaceleração econômica e a antecipação de novos casos de PSA (peste suína africana), que tem aumentado a liquidação de reprodutoras e, consequentemente os estoques de carne de porco), devem pressionar as compras (de carne bovina) do Brasil nos próximos meses”, acredita o Rabobank.
PORTAL DBO
Brasil abre cinco novos mercados para exportação de gado vivo
Animais poderão ser embarcados para a Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão. Nos últimos cinco anos, esses cinco países importaram mais de US$ 200 milhões por ano em bovinos vivos de outros fornecedores
Os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores anunciaram na quarta-feira (20/9), a abertura de cinco novos mercados para a exportação brasileira de bovinos vivos. A partir de agora, os animais poderão ser embarcados para a Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão, países que integram a União Econômica Eurasiática (UEEA). De acordo com comunicado do Ministério da Agricultura, nos últimos cinco anos, esses países importaram mais de US$ 200 milhões por ano em bovinos vivos de outros fornecedores. O Brasil conseguiu acesso aos novos mercados durante missão de representantes da Pasta a Moscou, que contou com o apoio da Embaixada do Brasil. Na ocasião, os representantes do ministério se reuniram com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia, Sergey Dankvert, para a entrega do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI). Em 2022, o Brasil exportou pouco mais de US$ 1,8 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, sendo os principais: soja em grãos (48%), açúcar bruto (16%), carne bovina (9%) e café verde (7%).
GLOBO RURAL
SUÍNOS
Preços dos suínos seguem com estabilidade
A Scot Consultoria informou que os preços da carcaça especial seguiram estáveis e estão em R$ 9,80 por kg. Os valores para o suíno CIF não tiveram alterações e estão cotados em R$ 128,00/@
A cotação do animal vivo em Minas Gerais está em R$ 6,87/kg e seguiu estável, conforme foi divulgado pelo Cepea/Esalq referente às informações da última terça-feira (19). Já no estado do Paraná ficou em R$ 6,41/kg, com baixa de 0,16%. O preço do animal vivo no estado de São Paulo está em R$ 6,70/kg, ganho de 0,30%. Em Santa Catarina, o preço do animal vivo teve queda de 0,16% e está em R$ 6,26/kg. Já no Rio Grande do Sul, o preço do suíno permaneceu com estabilidade e está cotado em torno de R $ 6,17/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango no atacado paulista tem recuo de 1,02%
Na quarta-feira (20), o preço do frango no atacado de São Paulo apresentou queda de 1,02%, em R$ 6,78 por kg. A Scot Consultoria informou que a cotação para o frango da granja na praça paulista seguiu estável em R$ 5,00 por kg
A cotação do frango vivo em Santa Catarina seguiu estável e está em R$ 4,28/kg, conforme divulgado pelo Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). No Paraná, a cotação do frango vivo também seguiu estável e está em R$ 4,47/kg. Em São Paulo, a cotação do frango vivo está sem referência. No último levantamento realizado pelo Cepea na terça-feira (19), o preço do frango congelado registrou queda de 0,28% e está em R$ 7,22/kg. Já a cotação do frango resfriado teve queda de 0,14% e está em R$ 7,28/kg.
Cepea/Esalq
ABPA apoia ações do Mapa sobre suspensão das exportações de frango do MS para o Japão
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou em nota que apoiará o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil nas tratativas para o restabelecimento das exportações de carne de frango provenientes do Mato Grosso do Sul para o Japão
Conforme informado ontem pelo ministério, as autoridades sanitárias japonesas suspenderam os embarques provenientes da avicultura sul-mato-grossense, após o registro de Influenza Aviária de alta patogenicidade em uma ave de fundo de fundo de quintal. Mensalmente, o Mato Grosso do Sul exporta em torno de 2,5 mil toneladas de carne de frango para o Japão – equivalente a 0,7% das exportações mensais totais do Brasil. Todas as unidades exportadoras presentes no estado são de empresas que mantêm plantas em outras unidades federativas. A expectativa é que haja uma reorganização do fluxo da exportação para que os impactos gerados pela decisão japonesa sejam minimizados. Cabe lembrar que, apesar do entendimento das autoridades japonesas sobre a questão, as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) - que tem sido seguida por todos demais países - indicam suspensão de embarques apenas em ocorrências em produção comercial, o que não nunca ocorreu no Brasil. Exatamente por isto, o Brasil segue reconhecido pela OMSA como livre de Influenza Aviária. Por fim, a ABPA reforça que todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal atestam que os alimentos não são transmissores da enfermidade.
ABPA
CARNES
Preços das carnes brasileiras seguem sob pressão no exterior, diz Safras & Mercado
Após desvalorização, valor pago pela China segue no mesmo patamar que os demais mercados. Preço médio pago pela carne de frango brasileira caiu 12,24% em um ano
Apesar do bom desempenho do Brasil nas exportações de carne bovina e de frango este ano, a queda nos preços do produto brasileiro no mercado internacional é um ponto de atenção para o setor de proteína animal nos próximos meses. Segundo o analista de proteína animal da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, embora os valores médios do frango estejam em linha com o registrado em 2022, a tendência é de novas desvalorizações nos próximos meses. “O Brasil vai manter a liderança global da carne de frango mesmo com problemas sanitários. Nos próximos cinco a dez anos, parece pouco provável que o Brasil acabe perdendo essa liderança. Por isso o problema aqui não é volume, é o preço médio”, disse em evento online da consultoria nesta quarta-feira (20/9). Em agosto, o preço médio pago pela carne de frango brasileira ficou em US$ 1.872,80 a tonelada, queda de 12,24% na comparação com mesmo período de 2022 e de 6,3% em relação a julho. Ao todo, o Brasil exportou 3,4 milhões de toneladas de carne de frango de janeiro a agosto, com receita de mais de US$ 6,7 bilhões. A previsão da Safras & Mercado é de que esse volume chegue a 5 milhões de toneladas neste ano, o equivalente a um terço do comércio mundial. O mesmo cenário tem sido observado no setor de carne bovina, cujos preços pagos pelos importadores chineses caiu de US$ 7,5 mil a tonelada no ano passado para US$ 4,5 mil a tonelada este ano. “Se o preço está em queda, as receitas de exportação também são menores. E esse é um dos motivos pelo qual a arroba do boi gordo caiu tanto”, disse Iglesias. Após a desvalorização, o valor pago pelos chineses tem se mantido no mesmo patamar que os demais mercados importadores, que costumam pagar menos pela carne brasileira, segundo ele. A expectativa, afirmou, é de que as medidas do governo chinês para reaquecer sua economia, o que a desvalorização da sua moeda, ajudem a reaquecer o mercado. “A recuperação econômica na China é fundamental para a formação dos preços da carne bovina no mercado internacional e por consequência do boi gordo”, disse Iglesias. A previsão da consultoria é de que as exportações de carne bovina encerrem 2023 em 3,3 milhões de toneladas, queda de 1,49% em relação ao ano passado, ainda refletindo o embargo chinês realizado no início deste ano.
GLOBO RURAL
MEIO AMBIENTE
Brasil confirma na ONU ampliação da meta de corte de emissão de gases do efeito estufa
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou na quarta-feira a ampliação da meta de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa do Brasil, durante encontro sobre o clima realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York
No evento, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, leu uma carta do governo brasileiro em nome de Lula e disse que o Brasil ampliaria para 48% sua meta de redução de emissões até 2025 e para 53% até 2030 em comparação com os níveis de 2005. "O Brasil, que já tinha uma das metas climáticas mais ambiciosas do mundo, decidiu ir além... Elevaremos os compromissos brasileiros de redução de emissão de 37% para 48% até 2025 e de 50% para 53% até 2030", disse Marina ao ler o discurso de Lula durante a Cúpula de Ambição Climática da ONU. O Presidente tinha participação prevista no evento nesta manhã, mas acabou cancelando o comparecimento em meio a uma agenda cheia, que inclui bilaterais com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder ucraniano, Vlodymyr Zelenskiy. Na cúpula, realizada para que países convidados apresentassem seus progressos em ações climáticas, o governo brasileiro também aproveitou para relatar medidas elaboradas em prol do clima e do meio ambiente ao longo do último ano, como a realização da Cúpula da Amazônia, em agosto, e a retomada da Bolsa Verde. "Já estamos agindo para retornar as nossas ambições para a realidade... O Brasil quer ser um grande exportador de sustentabilidade", afirmou Marina. Em seu discurso também na terça na abertura da Assembleia Geral da ONU, Lula dedicou uma parte de sua fala à questão das mudanças climáticas. "São as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima", disse. O Presidente tem atuado em seu terceiro mandato na restauração da política ambiental brasileira, após o aumento do desmatamento da floresta amazônica durante o governo do antecessor Jair Bolsonaro. Aproximadamente metade das emissões de gases de efeito estufa no Brasil vem do desmatamento e de outros usos da terra.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Gripe aviária avança e põe em alerta setor de frango
Japão suspendeu compras de frango de Mato Grosso do Sul após foco em ave doméstica; APBA ainda vê impacto pequeno em exportação
Em alerta máximo com o avanço da gripe aviária no Brasil, o setor de proteína animal considera pequeno o risco para as exportações brasileiras de frango no caso de um eventual foco da doença em granjas comerciais. Mas o sinal amarelo acendeu na terça-feira, depois que o Japão suspendeu as importações de carne de frango de Mato Grosso do Sul, após a descoberta de foco de gripe aviária em aves de subsistência em Bonito. A preocupação aumentou uma vez que o foco em ave doméstica foi detectado no interior do país. Dois outros focos em aves de criação de subsistência já foram detectados, mas em Estados litorâneos. “Eu não vou te dizer qual seria o impacto, mas a gente prevê que ele está minimizado. Se fosse no passado, o Japão fecharia o país inteiro, e ele já evoluiu para a regionalização por Estado e está avaliando por município”, disse à Globo Rural o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. O país asiático já havia suspendido as compras de frango dos Estados de Santa Catarina e do Espírito Santos, após a detecção da gripe aviária em aves de subsistência, mas retirou o embargo em agosto. Segundo o protocolo de biossegurança adotado pelo Japão, o Brasil deve enviar relatório sobre todas as medidas adotadas para controle epidemiológico 28 dias após a confirmação do foco, cabendo às autoridades japonesas a retomada ou não das importações. O governo sul-matogrossense, contudo, deve pedir a antecipação desse prazo, disse à reportagem o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck. “Dado que o foco já foi totalmente debelado, o governador [Eduardo Riedel] encaminha amanhã [hoje] ao ministro [Carlos] Fávaro uma solicitação de antecipação dessa suspensão temporária no Japão, o que nós entendemos que é plenamente possível dado que só foi registrado casos em aves de subsistência”, afirmou. A reação japonesa causou estranheza entre analistas, dado que havia uma sinalização por parte do governo brasileiro — após missão oficial ao Japão — de que o país asiático não suspenderia importações em caso de focos em aves de criação doméstica. “Havia sido garantido que em casos de aves de fundo de quintal ou aves de subsistência não haveria fechamento”, disse o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, em evento online ontem. Procurado, o Ministério da Agricultura não comentou a reação japonesa. Já o presidente da ABPA negou que o país asiático tivesse firmado qualquer compromisso. Segundo ele, o que houve foi um pedido para que a regionalização dos casos se desse a nível de município, mas sem retorno concreto por ora. “O que se colocou lá foi a possibilidade de evoluir para uma regionalização por municípios, mas que ainda não foi definido como acordo”, disse Santin. Segundo a ABPA, mensalmente, o Mato Grosso do Sul exporta em torno de 2,5 mil toneladas de carne de frango para o Japão, o equivalente a 0,7% das exportações mensais totais do Brasil. Além disso, as unidades exportadoras presentes no Mato Grosso do Sul são de empresas que mantêm plantas em outras unidades federativas. O Japão é o segundo principal mercado para o frango de Mato Grosso do Sul. Até agosto deste ano, foram 19,4 mil toneladas, cerca de 18% do total exportado pelo Estado. “No curto prazo, não vemos impacto para a indústria sul-matogrossense. Por ser um período curto, essa produção pode ser alocada tranquilamente para outros mercados”, disse Jaime Verruck.
GLOBO RURAL
ECONOMIA/INDICADORES
Copom reduz taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano
A decisão veio em linha com a mediana das expectativas do mercado
Conforme indicado na reunião de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir novamente a taxa básica (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ano, na quarta-feira. Esta é a segunda queda seguida. A decisão veio em linha com a mediana das expectativas do mercado - das 140 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor, 139 esperavam um corte de 0,5 ponto e apenas uma apostava em uma queda de 0,25 ponto. Na reunião de agosto, quando cortou os juros em 0,50 ponto, para 13,25% ao ano, o BC havia sinalizado no comunicado que antevia redução de mesma magnitude "nas próximas reuniões". Na ata da reunião, que é publicada uma semana depois, o colegiado enfatizou que acelerar o ritmo "exigiria surpresas positivas substanciais", mensagem que foi reforçada depois por membros do Copom em falas públicas. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", ressaltou o comunicado. "O Comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", complementou. A Selic ficou estacionada em 13,75% ao ano por 12 meses até agosto, depois do ciclo de alta mais agressivo desde a criação do regime de metas para a inflação, em 1999. De março de 2021 a agosto do ano passado, a autoridade monetária elevou os juros em 11,75 pontos percentuais. O Copom se reúne novamente em 31 de outubro e 1º de novembro.
VALOR ECONÔMICO
Dólar vira na reta final da sessão e tem leve alta após decisão do Fed sobre juros
O dólar à vista fechou a quarta-feira em leve alta ante o real, em sintonia com o exterior, onde a divisa norte-americana manteve-se em baixa durante a maior parte da sessão, mas virou para o positivo no fim da tarde após a decisão de política monetária do Federal Reserve, e com investidores à espera do anúncio do Banco Central sobre a taxa básica Selic
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8804 reais na venda, com alta de 0,16%. Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,21%, a 4,8865 reais. Às 15h, o Fed anunciou a manutenção de sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50%, como era largamente esperado pelo mercado, mas adotou uma postura dura, com uma projeção de novo aumento de juros até o fim de 2023 e manutenção de uma política monetária mais apertada durante 2024. Assim como fizeram em junho, as autoridades do Fed ainda veem a taxa de juros de referência atingindo o pico este ano na faixa de 5,50% a 5,75%, de acordo com a mediana das projeções, apenas 0,25 ponto percentual acima da faixa atual. A partir daí, as projeções trimestrais atualizadas do Fed mostram que os juros cairão apenas 0,5 ponto percentual em 2024, em comparação com um ponto percentual total de cortes previsto na reunião de junho. A decisão do Fed e, em especial, as projeções para os juros deram força ao dólar em todo o mundo. Entre os investidores, a questão é tratada de forma matemática: juros mais elevados nos EUA -- uma possibilidade mantida na decisão desta quarta-feira do Fed -- e juros mais baixos no Brasil significam menos recursos entrando no mercado brasileiro. No limite, isso é um fator de alta para o dólar ante o real. Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, a decisão desta quarta-feira do Fed não altera muito o plano de voo do Copom. “A questão de os dirigentes do Fed mencionarem que mais um aumento de juros ainda é possível é relevante. Mas não acho que é uma mudança de cenário”, afirmou Gala. “Para o Brasil, estão dados os cortes de meio ponto percentual da Selic nas próximas reuniões. A grande discussão é o nível terminal na Selic”, acrescentou.
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Ibovespa fecha em alta e quebra série de quedas com Fed e Copom sob holofote
O Ibovespa fechou em alta na quarta-feira, voltando a superar os 119 mil pontos na máxima da sessão, mesmo após o Federal Reserve reiterar a projeção para os juros ao fim de 2023 em 5,6%, o que implica mais uma alta até o fim do ano, e elevar o prognóstico para a taxa de juros ao fim de 2024
Ainda na quarta-feira, o Banco Central brasileiro anunciou a sua decisão de juros. As atenções estavam voltadas aos sinais sobre o rumo da Selic, uma vez que a previsão consensual é de que a taxa seja reduzida a 12,75%, dos atuais 13,25 ao ano. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,86%, a 118.864,2 pontos, encerrando uma sequência de três pregões de queda. No melhor momento do dia, já após o anúncio, chegou a 119.615,7 pontos antes desacelerar perto do fechamento. O volume financeiro somava 18,2 bilhões de reais.
REUTERS
Brasil tem fluxo cambial negativo de US$1,148 bi em setembro até dia 15, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 1,148 bilhão de dólares em setembro até o dia 15, em movimento puxado tanto pela via financeira quanto pela comercial, informou na quarta-feira o Banco Central
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 1 bilhão de dólares em setembro até o dia 15. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de setembro até o dia 15 foi negativo em 148 milhões de dólares. Na semana passada, de 11 a 15 de setembro, o fluxo cambial total foi positivo em 591 milhões de dólares. No acumulado do ano até 15 de setembro, o Brasil registra fluxo cambial total positivo de 21,176 bilhões de dólares.
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IPPA/Cepea cai em agosto; queda no acumulado do ano é de 15%
Em agosto, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) recuou 1,4% frente a julho, em termos nominais, o que se pode atribuir às quedas observadas do IPPA-Pecuária e do IPPA-Cana-Café, de 7,5% e 0,1%, respectivamente
Por outro lado, na mesma comparação, foram observados avanços para o IPPA-Hortifrutícolas e para o IPPA-Grãos, de 16,9% e de 1%, respectivamente. No mês, ainda, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, apresentou ligeiro aumento de 0,3%, indicando que, de julho para agosto, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia brasileira. No cenário internacional, houve queda de 2,1% dos preços internacionais dos alimentos, cujo índice é divulgado pela FAO; e, por outro lado, alta de 2,1% da taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen. Com isso, de janeiro a agosto, o IPPA/Cepea acumula queda de 15,4% frente ao mesmo período de 2022 – consideravelmente superior à queda observada para o IPA-OG-DI Preços Industriais, de 4,8%. Na mesma comparação, verifica-se que os preços internacionais dos alimentos também acumularam queda importante (-15,1%), enquanto a taxa de câmbio nominal está 2,1% abaixo do patamar observado no mesmo período de 2022.
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