Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 278 |19 de dezembro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Sem novidades no mercado do boi gordo
Muitas indústrias frigoríficas reduziram o ritmo de compra de animais terminados, enquanto a oferta dos lotes também segue mais restrita, informam os analistas do setor
A relação entre oferta e demanda de boiadas gordas parece que alcançou equilíbrio neste período final de 2022, informaram na sexta-feira, 16 de dezembro, as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “Em linhas gerais, grande parte das unidades de abate espalhadas pelo Brasil passaram a regular o ritmo de aquisição de boiada gorda e este ritmo deve persistir para os próximos dias de dezembro”, ressaltou a IHS. A necessidade de novas compras de animais prontos é apenas para atender algumas pequenas lacunas nas escalas de abate, já que boa parte das plantas frigoríficas já obteve lotes suficientes para atender ao pico de consumo doméstico neste período de final de ano. Pela ótica do vendedor, diz a IHS, muitos pecuaristas também já limitam as ofertas de gado; o recesso de final de ano normalmente afasta os produtores dos negócios, que preferem protelar as vendas para o próximo ano fiscal. Pelos dados apurados na sexta-feira pela Scot Consultoria, os preços dos animais terminados seguiram estáveis em São Paulo. O boi gordo paulista ainda vale R$ 282/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 262 e R$ 272/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Bovinos com destino ao mercado da China são vendidos por R$ 290/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo). No mercado atacadista, o ritmo de procura pela carne bovina permanece ativo, com destaque aos cortes desossados, notadamente traseiro, informa a IHS. Em relação à carne com osso e os cortes de dianteiros, os preços permanecem relativamente sustentados, apesar de registrarem volumes mais expressivos nos estoques de entrepostos, acrescentou a consultoria. “Em linhas gerais, as vendas dos cortes bovinos devem continuar consistentes, pelo menos até a virada do ano”, apostam os analistas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 269/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 248/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 230/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca R$ 258/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 249/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 253/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 256/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 241/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
STF ENCERRA VOTAÇÃO CONTRA A COBRANÇA DO FUNRURAL
Por 6 votos 5, o Supremo Tribunal Federal (STF), deu provimento parcial na sexta-feira (16), à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 4395, no sentido de que o FUNRURAL não é devido pelos frigoríficos adquirentes da produção, consumidora ou consignatária ou a cooperativa
A decisão exonera os frigoríficos do pagamento do tributo retroativamente ao período em que a sub-rogação foi declarada inconstitucional. A discussão, que se arrastava por mais de 12 anos, apontou pelo respeito aos precedentes qualificados do STF, contribuindo com a segurança jurídica que se espera da Corte Suprema. Os efeitos da decisão se estendem não só às partes do processo, mas a todo contribuinte do país que esteve e ainda está sendo chamado a recolher este tributo. Para Paulo Mustefaga, Presidente Executivo da ABRAFRIGO - Associação Brasileira de Frigoríficos, autora da ação, “a decisão representa a sagração da luta desta entidade em prol de seus associados, coroando um trabalho de mais de uma década iniciado na gestão do saudoso ex-Presidente Péricles Salazar”. Paulo Mustefaga expressa ainda “a enorme gratidão às entidades de produtores rurais e de agroindústrias que trabalharam ombro a ombro com a ABRAFRIGO para o êxito de tão importante conquista, que beneficia indiscutivelmente a todos segmentos da agropecuária brasileira”. O advogado que defende a Associação, Fabriccio Petreli Tarosso, do escritório Tarosso Advogados, disse que “o STF, restaurou a justiça ao agronegócio de todo o País e mostra, ao setor agropecuário, representado pelas indústrias frigoríficas, a segurança jurídica que todos aguardávamos deste Tribunal”. A decisão final do julgamento do STF contribui para a viabilidade financeira de inúmeros frigoríficos de todo o país, especialmente os de pequeno e médio porte, favorecendo a geração de empregos e renda no setor.
GLOBO RURAL
SUÍNOS
Preços de suínos se acomodam, após registrar altas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 137,00/R$ 143,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,80/R$ 11,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (15), houve alta de 1,32% em Minas Gerais, chegando em R$ 7,66/kg, e de 0,74% em Santa Catarina, valendo R$ 6,84/kg. Ficaram estáveis os preços no Paraná (R$ 6,76/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,75/kg), e São Paulo (R$ 7,51/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango: preços estáveis ou em queda
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,10/kg, assim como o frango no atacado, cotado em R$ 6,92/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,21/kg; já no Paraná, o valor cedeu 2,31%, chegando em R$ 5,08/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (15), a ave congelada teve recuo de 0,38%, valendo R$ 7,81/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,13%, fechando em R$ 7,91/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Preços se enfraquecem na maior parte das praças
Os preços da carne de frango se enfraqueceram nesta semana na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea
Segundo agentes consultados, as recentes desvalorizações são reflexo da já esperada menor liquidez, devido à típica preferência do consumidor por “carnes natalinas” neste período do ano. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diferentemente das praças sulistas e das do interior de São Paulo, no atacado da Grande São Paulo, os frangos inteiros congelado e resfriado registraram leves valorizações. Apesar da alta, colaboradores relatam dificuldades em sustentar os preços pedidos, sinalizando a possibilidade de quedas, como observado na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Cepea
Demanda por frango se enfraquece e preços cedem na maioria das praças
De 7 a 14 de dezembro, o frango inteiro congelado negociado na região de Toledo (PR) recuou 3,6%, a R$ 9,09/kg na quarta-feira (14), informou o Cepea
Os preços da carne de frango estão mais fracos na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), pressionados pela menor liquidez nesta época em que o consumidor opta pelas “carnes natalinas”. De 7 a 14 de dezembro, o frango inteiro congelado negociado na região de Toledo (PR) recuou 3,6%, a R$ 9,09 o quilo na quarta-feira (14). O preço do produto resfriado na mesma região caiu 1,2%, a R$ 9,25/kg. Em São José do Rio Preto (SP), os preços dos frangos inteiros congelado e resfriado caíram 2,6% e 2,9%, respectivamente, nos últimos sete dias, para R$ 7,53/kg e R$ 7,73/kg. Já no atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado e o resfriado tiveram alta de 0,7% e 1,2%, respectivamente, a R$ 7,33/kg e R$ 7,38/kg na quinta-feira. “Apesar da alta, colaboradores relatam dificuldades em sustentar os preços pedidos, sinalizando a possibilidade de quedas, como observado na maioria das regiões acompanhadas”, disse o Cepea. Dentre os cortes e miúdos também comercializados no atacado da Grande São Paulo, o filé de peito congelado foi o que teve a maior desvalorização, de 3,2% em sete dias, comercializado a R$ 11,34/ kg na quarta-feira. No mesmo período, o preço do filé resfriado recuou 1,4%, cotado a R$ 11,57/kg no dia 14.
ESTADÃO CONTEÚDO
CARNES
Período de festas estendido aquece vendas de aves e suínos
BRF e Seara, da JBS, adaptaram estratégias a um quadro inédito de Copa do Mundo e consumo de Natal simultâneos
Árvores de Natal compartilharam espaço no varejo com bandeirinhas da Copa do Mundo, e cortes de churrasco e alimentos para a ceia compartilharam gôndolas nos supermercados. Coube à indústria de aves e suínos se adaptar a esse ano atípico, mas, para o segmento, o saldo final é positivo: a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que a venda total de aves e cortes natalinos deve crescer até 5% em 2022. “Há um processo de recuperação da economia, com o aumento do nível de emprego e a manutenção do auxílio”, afirma Ricardo Santin, presidente da associação. Segundo ele, as vendas de produtos natalinos devem crescer proporcionalmente mais do que as de carne de frango e suína. “Existe um valor social nesses produtos. Eles são uma tradição”, diz. O dirigente relata um crescimento também da comercialização das cestas de fim de ano que empresas dão a funcionários. BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e Seara, da JBS, falam em crescimento de “um dígito alto” — mais perto de 10%, portanto, do que da média de 5% da indústria como um todo. Essas empresas traçaram estratégias comerciais e logísticas para garantir o suprimento ao consumidor final nesse período. O encarecimento da carne bovina abriu espaço para o consumo das proteínas de aves e suínos, segundo executivos das duas companhias. As empresas também apostaram em produtos temperados e de fácil preparo para conquistar o consumidor ao longo do ano. Os itens comemorativos crescem percentualmente mais do que as aves especiais — Chester (Sadia) e Fiesta (Seara). “Foi um ano difícil, com inflação alta e mudanças no perfil de consumo às quais a gente foi se adaptando”, contou Rafael Palmer, diretor de marketing de alimentos processados da Seara. Ele e Marcel Sacco, vice-presidente de marketing e novos negócios da BRF, falaram sobre um aumento do consumo de aves e suínos na brasa. As vendas de produtos para churrasco não devem minar os gastos com a ceia. No reforço à operação de fim de ano, a BRF atuou com 1,2 mil caminhões e 3 mil funcionários espalhados em vários elos do negócio, segundo o vice-presidente comercial para o Brasil, Manoel Martins. Ele diz que houve demanda simultânea de Natal e Copa, mas a tendência é que “as vendas para as festividades natalinas deslanchem mais a partir de agora”. Os custos de produção de proteínas animais têm subido nos últimos anos, mas, ao longo de 2022, as companhias tiveram o desafio adicional de enfrentar a alta de custos causada pela guerra na Ucrânia.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Copacol obtém R$ 28,6 mi junto ao BNDES para instalar painéis solares
Projeto será implantado em parte da rede de supermercados da cooperativa no Paraná, visando economia anual de R$ 4,5 milhões
A cooperativa Copacol pretende instalar painéis solares em parte de sua rede de supermercados no Paraná, visando economia anual de R$ 4,5 milhões em custos de energia elétrica. Ao todo, a rede espera implantar microusinas que somarão 4,075 megawatts (MW) de potência a um custo de R$ 31,4 milhões. O projeto terá financiamento de R$ 28,6 milhões - 90% do total - feito pelo programa BNDES Fundo Clima, mantido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa é destinado a apoiar projetos de transição energética e agricultura de baixo carbono. Os R$ 2,8 milhões restantes sairão do caixa da cooperativa. Ao todo, o investimento resultará em 4,075 megawatts (MW) de potência instalada, com geração prevista de 7 mil MWh por ano, energia suficiente para abastecer aproximadamente 3,2 mil de residências. BNDES diz que ampliação do uso de energias renováveis é prioridade. De acordo com o diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, o banco tem como uma das prioridades estratégicas a ampliação do uso de energias renováveis na agricultura. “A agricultura de baixo carbono é o melhor caminho para que os cooperados venham a ter mais acesso a novos mercados, eficiência econômica e desenvolvimento sustentável”, disse ao Broadcast Energia. Segundo ele, a execução do projeto também contribuirá para a redução de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com ferramenta elaborada pelo BNDES em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o volume total de carbono capturado será de 13.027 toneladas, o que equivale ao plantio de mais de 91 mil árvores.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Cocamar anuncia R$ 107 milhões em sobras aos cooperados
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial anunciou no final da tarde de quinta-feira (15/12) a distribuição de um total líquido R$ 107,291 milhões em sobras do exercício 2022 aos seus cooperados
Os cheques com os valores proporcionais à participação de cada um, vão ser entregues a partir das 8h da segunda-feira (19) nas unidades de atendimento da cooperativa, nos Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Quanto mais o cooperado entregou a produção e adquiriu seus insumos na cooperativa, mais ele tem a receber. Os valores retornados são de R$ 4,50 por saca de soja, R$ 1,20 por saca de milho, R$ 11,00 por saca de milho AP (baixo padrão), R$ 1,20 por saca de sorgo, R$ 5,00 por saca de trigo dos tipos II e III, R$ 1,20 por saca de trigo comum, R$ 12,00 por saca de café e R$ 0,25 por caixa de laranja. Além disso, o produtor vai reaver 0,5% do que investiu em aquisições de defensivos e sementes e 4% em compras de fertilizantes Viridian (produzidos pela própria Cocamar). “Estamos no melhor momento da Cocamar em sua história”, disse o presidente do Conselho de Administração, Luiz Lourenço, ao explicar que embora tendo passado por uma forte quebra de safra no ciclo de verão 2021/22, a cooperativa deve finalizar o ano com um faturamento ao redor de R$ 11,100 bilhões, 12% acima na comparação aos R$ 9,690 bilhões registrados em 2021. A Cocamar divulgou os números da distribuição de sobras durante reunião da diretoria executiva com integrantes dos Conselhos de Administração, Fiscal e Consultivo, sendo o montante 23% superior em relação ao do último exercício. O presidente executivo Divanir Higino lembrou que se forem somados outros valores às sobras, como a participação dos cooperados em vários programas mantidos pela cooperativa, como produção de soja para semente, soja avariada, milho avariado, Selo Social (conferido a pequenos produtores de soja e milho), trigo para semente, trigo branqueador e laranja vendida para o mercado solidário internacional, além de restituição de ICMS, o montante cresce em R$ 18,192 milhões. E, se adicionado ainda o crédito em conta-capital dos cooperados, são mais R$ 47.827 milhões. “Estamos falando de um retorno ao cooperado de R$ 173,310 milhões, o que é extremamente expressivo”, destacou Higino.
COCAMAR
Integrada: Distribuição de sobras aos cooperados é antecipada
A Integrada deve fechar o ano de 2022 com um faturamento acima de R$ 8 bilhões, atingindo a meta estabelecida para 2025, durante o planejamento estratégico ROTA 843
Diante deste cenário, a cooperativa antecipa a distribuição de parte das sobras referentes a 2022. O pagamento está disponível para todos os 12 mil cooperados desde a quinta-feira (15/12). Ao todo, foram antecipados R$ 23,3 milhões aos cooperados que entregaram e comercializaram a produção de soja e outros produtos. Os agricultores receberam R$ 1,50 por saca de soja, de acordo com o volume movimentado. “A antecipação da distribuição das sobras é resultado de um trabalho de excelência dos nossos associados, que confiam na cooperativa, e dos nossos colaboradores que oferecem assistência técnica e apoio comercial para sempre gerar valor ao cooperado”, disse o diretor presidente da Integrada, Jorge Hashimoto. Para o cooperado Samuel Faustino, a antecipação das sobras antes do fechamento do ano é fundamental para o agricultor, que pode investir na própria safra em andamento como também nas festas de fim de ano. “Este é o décimo-terceiro do agricultor, e já se tornou tradição na Integrada. É um incentivo para nós e demonstra que a cooperativa está sendo bem conduzida”, complementa o cooperado. A distribuição do total das sobras será realizada após a Assembleia Geral Ordinária da Integrada, marcada para fevereiro de 2023.
Imprensa Integrada
INTERNACIONAL
Principais exportadores e importadores de carne bovina em 2023
A produção global de carne bovina deverá ser levemente menor em 2023 à medida que a queda na produção na América do Norte e na União Europeia (UE) compensará os ganhos em Brasil, China e Austrália, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA)
A produção no Brasil deverá aumentar em 1% apoiada pela firme demanda global em mercados chave, apesar dos maiores custos dos insumos e de um mercado doméstico fraco, que conterão um pouco o crescimento. Na China, os maiores estoques de gado deverão apoiar um crescimento na produção de carne bovina. Na Austrália, a produção deverá aumentar em 13% devido às melhores condições das pastagens. As exportações globais de carne bovina em 2023 deverão cair em 1% devido à menor demanda de importação, particularmente da China. No entanto, espera-se que as exportações totais mais baixas da América do Norte e da Índia beneficiem a Austrália e o Brasil. A redução da concorrência da América do Norte no Leste Asiático e a recuperação da produção da Austrália permitirão à Austrália aumentar seus embarques e aumentar a participação no mercado. Enquanto isso, as exportações do Brasil deverão ser recordes, já que as exportações agregadas de seus principais concorrentes (Argentina, Paraguai, Uruguai e Índia) devem cair 3%. Estoques menores de gado devem pesar sobre as ofertas exportáveis da Argentina, Paraguai e Uruguai. Quanto à Índia, espera-se que as exportações permaneçam inalteradas em 2022, com crescimento limitado para vários mercados. A produção de carne bovina dos EUA deve cair 6% devido aos estoques de gado mais apertados. Em 2022, as condições de seca em grande parte dos Estados Unidos resultaram em altas taxas de abate e colocação de gado antes do normal em confinamentos. Isso resultará em um rebanho de gado menor em 2023. As exportações dos EUA deverão ser 14% menores que o volume recorde de 2022, pois a oferta mais restrita de gado e a potencial retenção do rebanho de novilhas se refletirão na menor produção de carne bovina, restringindo assim os suprimentos exportáveis. No entanto, espera-se que as exportações dos EUA permaneçam historicamente elevadas devido à demanda firme nos principais mercados.
USDA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Em 2020, 66,1% do PIB do Paraná foi gerado no Interior do Estado
No início da década passada, os dez maiores municípios do Paraná respondiam por 56,8% do PIB. Em 2018, o índice era de 50,9% e, no mais recente levantamento, de 49,3%
Os municípios do Interior do Paraná responderam por 66,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná em 2020. Divulgado na sexta-feira (16), este é o maior percentual de participação das localidades de fora Região Metropolitana de Curitiba (RMC) na economia desde o início da série histórica realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O movimento de descentralização da produção de riquezas no Estado pode ser verificado na evolução das grandes economias municipais. Segundo o diretor-presidente do Ipardes, Marcelo Curado, o resultado pode ser explicado, em parte, pelo aumento dos investimentos no ramo agroindustrial. “Diante dos vultosos investimentos produtivos que continuam sendo realizados no Interior do Estado, principalmente no setor agroindustrial, não surpreende o avanço desses municípios, tornando o Estado mais equilibrado em termos econômicos”, afirma. No caso da RMC, que foi responsável por 33,9% do PIB estadual em 2020, o economista pondera que as medidas restritivas implementadas em função da pandemia, sobretudo naquele ano, contribuíram com a desaceleração econômica no período. Ele lembra que o setor de serviços, que corresponde pela maior fatia do PIB nos 29 municípios que compõe a região, incluindo a Capital, foi o mais impactado pela redução na circulação de pessoas. No cenário nacional, em 2020, nove municípios responderam por quase 25% do PIB nacional. Entre eles está a Curitiba, acompanhada de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Osasco, Porto Alegre e Guarulhos. Em 2002, apenas quatro municípios, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, tinham essa parcela da economia nacional.
Agencia Estadual de Notícias
Brasil e Paraguai ganham nova ponte para desafogar tríplice fronteira
Mas a liberação ao tráfego ainda não tem data para acontecer
Pleiteado há quatro décadas, um caminho alternativo para desafogar o tráfego intenso na fronteira entre o Brasil - pela cidade de Foz do Iguaçu - e o Paraguai - por Cidade do Leste - saiu do papel. A Ponte da Integração ficou pronta, após três anos de trabalhos. A liberação ao tráfego, entretanto, ainda não aconteceu, e a inauguração oficial, anunciada e cancelada por diversas vezes, não tem nova data para acontecer. A ponte começou a ser erguida em 2019 com o investimento de R$ 702 milhões da Itaipu Binacional. São R$ 366 milhões para a ponte e outros R$ 336 para todas as obras de infraestrutura necessários para o entorno. Essas não devem estar prontas, pelo menos, até o fim do próximo ano. A Ponte da Integração será a segunda estrutura a fazer a conexão entre os dois países pelo Paraná. Até lá, a fronteira entre Brasil e Paraguai, na ligação entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, ocorre há 57 anos pela Ponte Internacional da Amizade, onde está o maior movimento diário em fronteiras de todo o Brasil. Pesquisa de tráfego e perfil de turistas na Tríplice Fronteira revela que passam pela Ponte da Amizade, diariamente, 41,2 mil veículos e 82,4 mil pessoas. Quem vem e quem vai convive com grandes congestionamentos, filas intermináveis e longas esperas. O que são as obras no entorno da Ponte da Integração. A Perimetral Leste se inicia na Ponte da Integração (Brasil-Paraguai), passando pelo bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, até chegar à Ponte da Fraternidade (Brasil-Argentina). O trecho segue em obras e inclui, além de 15 quilômetros de rodovia, um viaduto de acesso à Ponte Tancredo Neves, na ligação entre Brasil e Argentina, e viadutos de acesso ao Porto Iguaçu e no entroncamento com a Rodovia das Cataratas (BR-469), que dá acesso às Cataratas do Iguaçu. O traçado da via passará pela Avenida Maria Bubiak, na altura da Avenida Felipe Wandscheer. O percurso cruza a Avenida República Argentina passando próximo ao Distrito Industrial até chegar à BR-277. O projeto contempla ainda a construção de duas aduanas nas fronteiras com o Paraguai e a Argentina. Para que tudo isso seja possível, ao menos 190 imóveis estão sendo desapropriados. A expectativa é para que toda a estrutura complementar seja concluída em 2023.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem queda ante real na contramão do exterior
O dólar caiu frente ao real na sexta-feira, na contramão do exterior, em movimento que alguns investidores atribuíram a entraves na tramitação da PEC da Transição e da Lei das Estatais no Congresso
A moeda norte-americana à vista caiu 0,42%, a 5,2925 reais na venda. A previsão era que a PEC da Transição pudesse ter sua análise iniciada no plenário da Câmara na quinta-feira, mas a votação foi adiada para a próxima terça-feira em meio a clima de apreensão influenciado pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da validade das emendas de relator --que só deve ser retomado na próxima semana-- e também pelas discussões sobre as nomeações do próximo governo. A PEC da Transição, da forma como saiu do Senado, permite a expansão do teto de gastos em 145 bilhões de reais para pagamento do Bolsa Família e o desbloqueio de dotações provisionadas que seriam canceladas até o fim de 2022. Analistas também disseram que falas recentes do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, colaboraram para a descompressão de riscos fiscais nos últimos dias. No exterior, o dólar tinha pouca alteração contra uma cesta de pares fortes, conforme investidores tentavam avaliar os efeitos dos ciclos de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou sua taxa de juros nesta semana em 0,50 ponto percentual, desacelerando o ritmo de aperto após subir os custos dos empréstimos em 0,75 ponto em cada uma de suas três reuniões anteriores. No entanto, as mais recentes projeções econômicas trimestrais do Fed mostram que as autoridades veem os juros em 5,1% no final do próximo ano, nível elevado que reforçou temores de uma recessão na maior economia do mundo. Em setembro, eles projetavam que 2023 terminaria com a taxa básica em 4,6%.
REUTERS
Ibovespa recua com NY e queda de varejistas
O Ibovespa caiu na sexta-feira pressionado por recuo em Wall Street, onde o temor de recessão econômica foi dominante após alta de juros nesta semana, e em meio a uma série de indefinições políticas no Brasil
Vale foi a maior influência negativa, em sessão também de queda para varejistas, enquanto Itaú Unibanco e Banco do Brasil limitaram as perdas. De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,97%, a 102.735,84 pontos. Na mínima, o índice cedeu a 102.248,42 pontos, e, na máxima, subiu a 104.017,56 pontos. Na semana, também segundo dados preliminares, o índice acumulou baixa de 4,4%. O volume financeiro da sessão somou 22,6 bilhões de reais, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações.
REUTERS
Tesouro projeta dívida bruta em 73,7% do PIB em 2022 e vê nível alcançar 81,8% em 2026 com PEC
O Tesouro Nacional projeta que a dívida bruta do governo encerrará este ano em 73,7% do PIB, informou a pasta na sexta-feira, no que seria o menor nível do indicador desde setembro de 2017
O dado mais recente disponibilizado pelo Banco Central mostra que a dívida bruta do governo geral estava em 76,8% do PIB em outubro deste ano. Os cálculos, presentes no Relatório de Projeções Fiscais do Tesouro, apontam que a PEC da Transição, no formato aprovado pelo Senado, levaria a dívida bruta a 81,8% do PIB em 2026, último ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, considerando que o gasto adicional com o Bolsa Família será mantido em todos os anos da gestão. O patamar é 2,7 pontos percentuais acima do cenário de referência usado pela pasta, que já incorporava um gasto adicional de 100 bilhões de reais em 2023, citando "incertezas atuais quanto às alterações do teto". "As projeções ilustram um cenário desafiador para a condução da política fiscal nos próximos anos, apontando a necessidade de consolidação fiscal e a proposição de regras fiscais capazes de promover a sustentabilidade da dívida pública", informou a pasta. O texto da PEC estabelece ainda que o governo eleito terá até agosto de 2023 para enviar ao Congresso uma lei complementar para definir o novo arcabouço fiscal do país em substituição ao teto de gastos. Na nota, o ministério defende que a nova regra preveja medidas de redução de despesa ou de aumento de receitas para melhorar a trajetória da dívida. "A postergação destas medidas resulta em maiores juros nominais pagos pelo Tesouro Nacional e aumento do risco país, com reflexos negativos para o crescimento econômico e para a inflação", disse. O órgão disse que a adoção de uma regra única, no lugar do teto e da meta de resultado primário, simplificaria o atual arcabouço, em que convivem regras com objetivos distintos. Indicado para chefiar o Ministério da Fazenda a partir de 2023, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ainda não apresentou a proposta do governo eleito para a área fiscal, mas disse que está avaliando diversas medidas apresentadas à sua equipe, inclusive a do Tesouro.
REUTERS
FGV registra variação de 0,1% em outubro na atividade econômica
O Monitor do PIB-FGV mostra crescimento de 0,1% na atividade econômica em outubro, em comparação a setembro, considerando-se dados com ajuste sazonal
Na comparação interanual, o crescimento da economia em outubro foi de 2,8%. Na análise trimestral interanual, a economia cresceu 3,3% no trimestre móvel encerrado em outubro.
O dado foi divulgado na sexta (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em outubro deve-se, principalmente, ao bom desempenho do setor de serviços e do consumo. “Assim como tem ocorrido durante todo o ano de 2022, esses componentes seguem contribuindo positivamente apara o desempenho da economia. Após dois recuos consecutivos da atividade econômica, o crescimento de 0,1% é considerado modesto, porém não deixa de mostrar que a economia ainda dá indícios de crescimento, apesar da maior influência do aperto monetário causado pelos altos juros”, disse. Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até outubro de 2022, em valores correntes, foi de R$ 8,158 trilhões. O consumo das famílias cresceu 5,7% no trimestre móvel terminado em outubro. Conforme a pesquisa, a contribuição positiva do consumo de produtos não duráveis segue aumentando desde o segundo trimestre. O principal motor do crescimento do consumo continua sendo os serviços. Após ter apresentado mais de um ano de queda (desde o terceiro trimestre de 2021), o consumo de produtos duráveis cresceu no trimestre móvel findo em outubro. A Formação bruta de capital fixo (FBCF), que são os investimentos, cresceu 6,4% no trimestre móvel terminado em outubro com relevante contribuição do segmento de máquinas e equipamentos. Apesar de iniciado o ano contribuindo negativamente para a FBCF, no trimestre móvel findo em outubro a contribuição de máquinas e equipamentos representou cerca de 70% do crescimento do componente. Segundo o estudo, esse crescimento é explicado principalmente pelo desempenho das máquinas e equipamentos importados, com destaque para o segmento de caminhões, ônibus, reboques e carrocerias. A exportação de bens e serviços cresceu 11,4% no trimestre móvel encerrado em outubro. À exceção da exportação de produtos da extrativa mineral, os demais segmentos contribuíram positivamente para esse crescimento. A importação de bens e serviços aumentou 11,9% mesmo período. As maiores contribuições para esse crescimento foram a importação de serviços (5,6%), de bens intermediários (4,7%) e de bens de capital (2,9%). “Os demais segmentos da importação retraíram, porém em pequena magnitude, o que explica a pouca contribuição na redução do crescimento das importações”, diz o Ibre/FGV.
AGÊNCIA BRASIL
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