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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 238 DE 20 DE OUTUBRO DE 2022


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 2 | nº 238 |20 de outubro de 2022



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Boi gordo: escalas de abate alongadas mantêm fraco o apetite comprador dos frigoríficos

O preço do boi gordo “comum” (destinado ao mercado doméstico) segue valendo R$ 282/@ no mercado paulista; vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 265/@ e R$ 275/@, respectivamente, informou a Scot


Os preços da arroba do boi gordo no mercado físico brasileiro não registraram maiores variações na quarta-feira, 19 de outubro, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. A IHS Markit diz que ainda se nota a pressão baixista em grande parte das praças pecuárias do País, estimulada sobretudo pelas escalas de abate formadas com volumes que atendem minimamente os compromissos de curto prazo. Em média, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros variam entre 7 e 10 dias, calcula a IHS. Para a consultoria, o pouco volume de boiada gorda que surge no mercado spot acaba atendendo a demanda atual, o que significa dizer que a pressão de baixa na arroba deve continuar ao longo deste mês de outubro. Segundo a Scot Consultoria, com escalas de abate confortáveis nas praças paulistas, as cotações dos animais terminados se mantiveram estáveis na quarta-feira. O preço do boi gordo “comum” (destinado ao mercado doméstico) seguiu valendo R$ 282/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram negociadas em São Paulo por R$ 265/@ e R$ 275/@, respectivamente (valores brutos e a prazo). O “boi-China” foi negociado por R$ 285/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo), acrescentou a Scot. Na avaliação da IHS, devido à lentidão das vendas de carne nesta segunda quinzena de outubro, os frigoríficos devem permanecer atuando de forma cadenciada nas compras de animais gordos, limitando os volumes adquiridos, com foco em manter equalizada a produção e evitar formação de estoques nas câmaras frias. Por outro lado, observa a IHS, o mercado segue atento ao desempenho das exportações brasileiras de carne bovina. “Apesar dos recordes nos embarques brasileiros registrados nos últimos meses, o que se observa neste momento é uma maior pressão chinesa para reduzir os preços internacionais da proteína”, relata a IHS. “A escala do dólar no cenário global contribuiu significativamente para remover boa parte do poder de compra dos chineses, haja visto que o dólar DXY (dólar frente as principais moedas) avança 17% em 2022”, afirma a IHS. Contratos de exportação de carne bovina brasileira começam a registrar recuos nos preços em dólares por toneladas e, as indústrias seguem em queda de braço com os importadores do país asiático, acrescenta a IHS. No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos seguem estáveis, não apresentando variações na quarta-feira. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 281/@ (à vista) vaca a R$ 261/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 268/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 268/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 256/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 254/@ (à vista) vaca a R$ 245/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca R$ 250/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca a R$ 2561/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 261/@ (à vista) vaca a R$ 251/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 242/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 259/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).

PORTAL DBO


SUÍNOS


Suíno vivo em São Paulo sobe 5,06%, a R$ 7,47/kg

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 141,00/R$ 145,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,40/R$ 10,70 o quilo

Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (18), houve aumento de 5,06%, alcançando R$ 7,47/kg, incremento de 2,54% no Paraná, atingindo R$ 6,86/kg, alta de 1,23% em Santa Catarina, custando R$ 6,57/kg, avanço de 0,67% em Minas Gerais, valendo R$ 7,55/kg, e de 0,30% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,66/kg.

Cepea/Esalq


China liberará sexto lote de carne suína congelada das reservas

A estatal de planejamento da China disse na quarta-feira que liberará seu sexto lote de carne suína congelada das reservas, após o aumento recente dos preços do suíno. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) também disse em comunicado que trabalharia para garantir o fornecimento de suínos e estabilizar os preços, e continuaria liberando reservas de carne suína.

REUTERS


FRANGOS


Preços em queda; ave no atacado de SP caiu 1,94%

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,50/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 1,94%, valendo em R$ 7,60/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o valor ficou estável em R$ 5,23/kg, da mesma forma que Santa Catarina, custando R$ 4,20/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (18), a ave congelada ficou estável em R$ 8,07/kg, enquanto o frango resfriado teve queda de 0,123%, fechando em R$ 8,10/kg.

Cepea/Esalq


EMPRESAS


BRF estima que economizou R$ 3,5 mi em setembro com inteligência territorial

Empresa monitora as fazendas na Amazônia e no Cerrado das quais compra grãos


A BRF está investindo em inteligência territorial para monitorar as fazendas das quais compra grãos nos biomas Amazônia e Cerrado. A dona das marcas Sadia e Perdigão se comprometeu a mapear esse elo da cadeia até 2025. Atualmente, a empresa monitora mais de 7 milhões de hectares de lavouras em sete Estados — cerca de 90% dos fornecedores diretos. A tecnologia aprimorou o fluxo de compras e o controle de estoques de grãos da BRF. A companhia estima que seu uso gerou uma economia de R$ 3,5 milhões em setembro. Isso significa que a companhia “recuperou” mais de um terço do investimento realizado em seu projeto de agroindústria 4.0 no ano passado, que chegou a R$ 10 milhões. O algoritmo da plataforma também consegue apontar quais lavouras têm maior risco de quebra, ao cruzar dados de solo e clima de mais de 30 anos. “Até o presente momento conseguimos monitorar dois mil contratos com base em risco de quebra e de não entrega do produto, o que representa um volume de mais de um milhão de toneladas de grãos monitorados”, conta Gilson Ross, Diretor de Operações e compras de commodities da BRF.

VALOR ECONÔMICO


MEIO AMBIENTE


MPF conclui pactos com frigoríficos no Amazonas

As dez maiores empresas do ramo assinaram TACs para não adquirir gado de áreas desmatadas no Estado


No Arco do Desmatamento, bois comem em pastos abertos no que já foi a Floresta Amazônica. Dentre os mais de 250 municípios que compõem essa região marcada por crimes ambientais, Boca do Acre, no sul do Amazonas, chama a atenção por concentrar tanto 10% das áreas abertas de forma irregular no Estado quanto por ter o segundo maior rebanho amazonense. Na cidade onde foram desmatados 200 quilômetros quadrados em 2021, há quase sete bois para cada habitante. São 35 mil pessoas e 235 mil cabeças de gado, ou quase 16% do total estadual, que soma 1,5 milhão de animais. Esse retrato torna a recente assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal (MPF) e o Nosso Frigorífico, abatedouro que atua em Boca do Acre, particularmente emblemático. Na semana passada, a empresa comprometeu-se publicamente a não adquirir animais de fazendas que desmataram ilegalmente ou que façam parte da lista suja do trabalho escravo. O Nosso Frigorífico foi o último dos dez maiores abatedouros do Estado a fechar um acordo com o MPF. Desde 2009, um grupo de trabalho do Ministério Público tenta coibir o desflorestamento na Amazônia Legal ao bloquear a comercialização de gado de fazendas irregulares. Ao todo, mais de 100 plantas de abate, de nove Estados, assumiram compromisso com a iniciativa - de gigantes como JBS, Marfrig e Minerva até pequenas empresas regionais. O alvo é frigoríficos com registro federal e estadual, que, em tese, são os que abatem mais gado. Em 2014, a Amazona, então dona da planta que hoje pertence ao Nosso Frigorífico, chegou a assinar um acordo com o poder público. Porém, três anos depois, uma investigação do MPF descobriu que a empresa continuava comprando gado criado em áreas desmatadas. “E estamos falando de fornecedores diretos - ou seja, a fazenda responsável pelo último ciclo do boi”, disse Rafael Rocha, procurador da República no Amazonas, durante painel no evento “Diálogos pelo Clima”, organizado pelo programa Copaíbas. Depois de longo diálogo entre as partes, os donos do Nosso Frigorífico aceitaram firmar o novo acordo. Rocha coordena o grupo de trabalho responsável pelo Carne Legal. Ele explica que, a cada seis meses, essas empresas devem enviar a lista de fornecedores atualizada, apontando produtores que tenham sido descredenciados por não atender as exigências do acordo. Caso descumpram a TAC, os frigoríficos arcarão com uma multa equivalente a 50 vezes o valor da arroba do boi por cabeça de gado comprada de fornecedores irregulares. Segundo o procurador da República, o próximo passo é iniciar o processo de auditorias, que vai atestar se a indústria está realmente cumprindo o combinado. O trabalho está mais adiantado no Pará, onde o projeto começou há 13 anos. De acordo com Rafael Rocha, ainda é difícil mensurar o impacto real da iniciativa. Mas, em 2017, a ONG internacional Union of Concerned Scientists estimou que o projeto ajudou a reduzir o desmatamento ilegal na Floresta Amazônica em 60%. “Ainda não temos números fechados, mas é perceptível a quantidade de produtores que nos procuram para obter a regularização. Claro que fazemos exigências, como eles não poderem usar a área desmatada, porque senão parece que o crime compensa. Ele desmata e depois assina um acordo com o MP e volta para o mercado”, explica Rocha. O procurador da República afirma, também, que essa é apenas uma das muitas portas que se precisa fechar para acabar com o desmatamento atrelado à pecuária. A cadeia produtiva é complexa e é difícil confirmar se um produtor que desmatou realmente vendeu a um frigorífico, já que a Guia de Trânsito Animal (GTA) é auto declaratória e pode não ter todas as informações necessárias sobre o destino dos animais. “Pode estar lá que o lote foi vendido a um frigorífico, mas a empresa pode ter recusado ao saber a procedência do lote, e isso não constar na GTA”, diz Rocha. Dada a complexidade, ele defende uma discussão ampla com os agentes da cadeia, de forma a agregar outros mecanismos para coibir o desmate para a criação de gado. Karen Oliveira, diretora para políticas públicas e relações governamentais da The Nature Conservancy (TNC) no Brasil, também participou do evento e endossou o discurso de que é preciso uma abordagem em múltiplas frentes, desde pagamento por serviços ambientais e entrega de títulos de terra até ações ostensivas da polícia.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Governo fixa em R$1,8 bi outorga mínima para venda de hidrelétrica da Copel

O governo brasileiro estabeleceu o valor mínimo de 1,83 bilhão de reais a ser pago à União no leilão de desestatização da usina hidrelétrica Foz do Areia, da Copel, em um importante passo para que a estatal paranaense possa manter parte da concessão de seu maior ativo de geração


Em portaria publicada na quarta-feira, o Ministério de Minas e Energia trouxe diretrizes sobre os valores da nova outorga da hidrelétrica, prazos de pagamento e disposições ao futuro novo concessionário do ativo. Com 1.676 megawatts (MW) de capacidade instalada, a hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia), localizada no Paraná, é o principal ativo de geração da Copel e tem sua concessão expirando em dezembro de 2024. A alienação do controle da usina é uma condição para que a Copel consiga manter a hidrelétrica em seu portfólio, ainda que com uma participação minoritária, e renovar a concessão. A Cemig é outra estatal com hidrelétricas em situação semelhante, que deverão passar por privatização. Em teleconferência realizada em agosto, o presidente da Copel, Daniel Slaviero, havia indicado a intenção de realizar o leilão de privatização do ativo no último trimestre de 2023. Ainda não se sabe qual percentual será vendido. "Nossa expectativa é de alta competição pelo ativo, foi todo returbinado, fizemos investimento em quatro turbinas... Realmente está um ativo muito interessante para o sistema elétrico brasileiro", comentou Slaviero, na ocasião. Em comentário a clientes, a analista do Credit Suisse Carolina Carneiro avaliou positivamente o valor anunciado pelo governo na quarta-feira, acrescentando que geradores podem se interessar pelo ativo, embora ainda não haja data fixada para o leilão. Segundo regras já publicadas pelo governo no Decreto nº 9.271/2018, a venda do controle deve ocorrer até 12 meses antes do fim do contrato de concessão da hidrelétrica. A União irá celebrar novo contrato de concessão para a UHE Foz do Areia pelo prazo de 30 anos, e o regime de exploração da usina será alterado de “Serviço Público” para “Produção Independente de Energia (PIE)”. "A desestatização da subsidiária da Copel GT representa uma importante medida para trazer mais competitividade e capacidade de investimento à empresa, contribuindo para geração de empregos e renda no país", disse o ministério em nota. A desestatização da empresa será conduzida pelo governo do Estado do Paraná, acrescentou o ministério.

Reuters


CAI Intenção de contratar temporários no PR

As contratações de funcionários temporários para as vendas de fim de ano no Paraná em 2022 devem ficar abaixo de 2020 e 2021, os dois piores anos da pandemia, quando o comércio foi impactado pelas medidas restritivas


Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR) mostra que 20,2% das empresas do estado pretendem ter colaboradores temporários nesse ano. Índice menor do que em 2021, quando a intenção de contratação de temporários foi de 37,5%, e de 2020, quando foi de 25,5%. Na avaliação da Fecomércio PR, a redução na intenção de contratação representa uma maior estabilidade no mercado de trabalho. Para o Coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio-PR, Rodrigo Schmidt, 2020 e 2021 foram marcados por grandes oscilações de dispensas e contratações justamente pela imprevisibilidade gerada pela crise sanitária da Covid-19. Cenário que em boa parte já se estabilizou nesse ano. “A perspectiva é positiva para o comércio no último trimestre de 2022, que também será alavancado pela Black Friday, Copa do Mundo e as tradicionais celebrações de fim de ano, com o comércio de bens se destacando, o que se reflete nas vagas mais ofertadas. Da mesma forma, os setores de turismo e serviços demonstram a pretensão de contratar trabalhadores de forma temporária para o reforço de suas equipes”, avalia Schmidt em nota da Fecomércio-PR. Outro indicador positivo, aponta a entidade, é o fato de que 87% das empresas que pretendem contratar temporário afirmaram haver chance de efetivação dos trabalhadores. A maior parte das empresas, 54,9%, pretende contratar entre dois e cinco colaboradores temporários para as vendas de fim de ano. Já as que planejam contratar apenas um colaborador por tempo determinado somam 31%. As empresas que devem contratar entre seis e dez temporários somam 5,6%. Já as que não contratarão são 7%. As que não sabem representam 1,4%. O setor que mais deve contratar temporários é o comércio de bens, com 27,9%. Em seguida vem turismo (17,6%) e serviços (12,3%).

GAZETA DO POVO


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar avança ante real com retorno de temores sobre inflação e aperto monetário

O dólar avançou frente ao real na quarta-feira, impulsionado pela retomada da cautela internacional depois que dados de inflação mais altos do que o esperado nas principais economias aumentaram a pressão para que os bancos centrais sigam elevando os custos dos empréstimos a ritmo acentuado.


A moeda norte-americana à vista subiu 0,39%, a 5,2753 reais na venda. Na B3, às 17:05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,54%, a 5,2840 reais. "O que está pesando é, como sempre, desde o começo do ano, o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e questões de inflação persistentemente alta", disse Bruno Mori, economista e planejador financeiro pela Planejar. Dados da quarta-feira mostraram que a inflação no Reino Unido voltou a uma máxima em 40 anos de 10,1%, enquanto na zona do euro o avanço dos preços ao consumidor em setembro foi revisado para baixo a 9,9% na base anual, nível que ainda é recorde. As leituras, que vieram após dados da semana passada mostrarem alta maior do que o esperado dos preços ao consumidor dos Estados Unidos em setembro, aumentam a pressão sobre os bancos centrais das economias desenvolvidas para que sigam apertando sua política monetária agressivamente, mesmo em meio a riscos crescentes de recessão. Sinal do pessimismo em relação ao desempenho da atividade diante de altas sucessivas de juros nos EUA, uma pesquisa do Federal Reserve mostrou que contatos empresariais, comunitários e trabalhistas do banco central estão preocupados com o enfraquecimento da demanda. No Brasil, uma medida da volatilidade implícita do real para os próximos três meses vem caindo desde que disparou em agosto passado para o maior patamar desde o início da pandemia. Ao mesmo tempo, o real segue oferecendo retornos atraentes para estratégias de "carry trade", que buscam lucrar com diferenciais de juros entre duas economias. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, fator visto como o principal responsável pela queda de 5,35% do dólar frente ao real no acumulado do ano. No entanto, "esperamos alguma deterioração à frente, tanto do lado externo quanto nos cenários domésticos, dadas as incertezas iminentes em torno da política fiscal, que provavelmente aumentarão durante o período da campanha eleitoral" brasileira, ponderou o Citi. O Citi projeta o dólar em 5,30 reais num curto prazo, período que nos critérios do banco engloba os próximos três meses.

REUTERS


Ibovespa descola de NY e fecha em alta, impulsionado por Petrobras

Os papéis da estatal acompanharam a alta do petróleo e o cenário político e subiram 3,71% (ON) e 3,54% (PN)


Influenciado pelo pregão negativo em Nova York e com os principais índices acionários do mundo recuando de olho no avanço do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano), o Ibovespa teve ganhos limitados e só conseguiu avançar na sessão por conta de nova performance positiva das ações da Petrobras, que acompanharam a alta do petróleo e o cenário político e subiram 3,71% (ON) e 3,54% (PN). Após ajustes, o referencial local registrou alta de 0,46%, aos 116.274 pontos. No exterior, S&P 500 recuou 0,67%, aos 3.695 pontos, Dow Jones registrou queda de 0,33%, aos 30.423 pontos e Nasdaq perdeu 0,85%, aos 10.680 pontos.

VALOR ECONÔMICO


Recuo no Monitor do PIB em agosto é o pior em três meses, diz FGV

O resultado, o pior desde maio deste ano, foi influenciado por enfraquecimento nos ritmos de consumo das famílias e das atividades de indústria e de serviços


A queda de 0,8% na atividade econômica em agosto ante julho, anunciada ontem na leitura do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), foi o resultado mais fraco para o indicador desde maio de 2022 (-0,09%), informou Claudio Considera, economista da FGV. O coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da fundação (FGV/Ibre) afirmou que o resultado foi influenciado por enfraquecimento nos ritmos de consumo das famílias e das atividades de indústria e de serviços. Até agosto, notam-se sinais de perda de força no consumir do brasileiro, cujo avanço é inibido por inflação persistente. Esse cenário afeta encomendas às indústrias; demanda por serviços; e, também, o resultado de consumo das famílias como um todo, na economia, comentou. Considera chamou atenção para outro aspecto desfavorável na performance do Monitor: a evolução da taxa acumulada em 12 meses, que ficou em 2,4% até agosto foi o menor resultado desde junho de 2021 (1,9%). "A atividade [econômica] em 12 meses está desacelerando [até agosto] " alertou o técnico. Para o especialista, o desempenho do Monitor indica que o país está caminhando para uma alta de 2% no PIB de 2022. No ano passado, a economia brasileira cresceu 4,6% ante 2020, segundo o IBGE. O técnico reconheceu que, ao se olhar o Monitor do PIB anunciado hoje, não há muitas boas notícias na atividade econômica até agosto, tanto pelo lado da demanda quanto pelo lado da oferta. Pelo lado da oferta, citou a evolução fraca de serviços, até agosto. Esse setor, que representa mais de 70% do PIB, passa atualmente por processo de retomada, lembrou ele. "Serviços não está mais subindo como estava", notou Considera. No Monitor do PIB, serviços caiu 0,4% em agosto ante julho, pior resultado desde janeiro de 2022 (-1,1%). No trimestre finalizado até agosto, a atividade ainda sobe 4,1% ante igual período em 2021, taxa mais fraca desde março de 2022 (3,7%). Em agosto ante agosto de 2021, serviços sobe 4,4%, melhor resultado nessa comparação desde maio (4,5%). "Mas é favorecido por base de comparação fraca referente ao ano passado", notou. Ainda pelo lado da oferta, indústria também não mostrou boas notícias na margem até agosto, no Monitor do PIB, acrescentou o economista. Embora tenha crescido 2,3% no trimestre finalizado em agosto ante igual período em 2021, com expansão de 3,3% ante agosto de 2021, no indicador da FGV a atividade industrial caiu 0,8% em agosto ante julho, pior resultado desde maio de 2022 (-3,1%). Também na margem, mas pelo lado da demanda, o consumo apresentou sinais de perda de fôlego no indicador, alertou ainda o especialista. No Monitor do PIB, o consumo das famílias cresce 5,1% em agosto ante agosto de 2021; com expansão de 4,4% no trimestre encerrado em agosto ante igual período no ano passado. Mas, em agosto ante julho, o consumo cai 0,5%, pior resultado desde janeiro desse ano (-1,9%). De maneira geral, foi a inflação persistente, até agosto, que influenciou para baixo os diferentes campos do Monitor do PIB da FGV, pelos lados da oferta e da demanda, notaram ele. O especialista comentou que, mesmo que o IPCA tenha anunciado três deflações sucessivas, em julho, agosto e setembro, essas quedas de preços na prática não são sentidas pela maioria dos consumidores brasileiros.

VALOR ECONÔMICO


BC injeta US$1 bi no mercado via leilão de linha

O Banco Central vendeu na quarta-feira 1 bilhão de dólares em leilões de venda de moeda conjugados com leilões de compra no mercado interbancário, em operação a que recorre principalmente em momentos de falta de liquidez


O BC anunciou o edital dos leilões de linha, como são conhecidos, na noite de terça. Ao realizá-los na quarta, aceitou duas propostas, com taxa de corte de 5,350000%. A colocação de liquidez será liquidada no próximo dia 21 e a recompra de moeda está prevista para 2 de fevereiro de 2023. A operação da quarta-feira foi semelhante a leilões de venda conjugados com leilões de compra realizados nos dias 23 e 27 de setembro. Mais cedo, a autarquia também vendeu 3 bilhões de dólares em leilões separados de venda com compromisso de recompra, mas desta vez para fins de rolagem do vencimento de 3 de novembro de 2022, de forma que não há injeção de novos recursos no mercado. O Citi disse em relatório que a razão para a realização dos leilões da quarta-feira parece ser a dificuldade para financiamento em dólares em meio à demanda pela moeda norte-americana à vista. "Os leilões não devem impactar o mercado de câmbio à vista, mas devem ajudar o financiamento de curto prazo em dólares a se normalizar", avaliou o banco. "Se o estresse de financiamento persistir, mais leilões são prováveis."

REUTERS


Fluxo cambial no Brasil ficou negativo em US$1,833 bi na semana passada, diz BC

O Brasil voltou a registrar saída líquida de moeda estrangeira pelo câmbio contratado na semana passada, que foi encurtada pelo feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida no último dia 12, com rombos tanto na conta comercial quanto nas operações financeiras, mostraram dados do Banco Central na quarta-feira


O fluxo cambial ficou deficitário em 1,833 bilhão de dólares entre 10 e 14 de outubro, após registrar saída de 184 milhões na semana anterior. A conta financeira teve perda líquida de 1,615 bilhão de dólares nos cinco dias findos em 14 de outubro, depois de registrar superávit de 899 milhões na semana anterior. Enquanto isso, as operações comerciais registraram rombo de 218 milhões de dólares na semana passada, contra saída de 1,083 bilhão vista no período de 3 a 7 de outubro. Até agora no mês, há déficit de 2,017 bilhões de dólares no fluxo cambial, informou o Banco Central. Em período equivalente do ano passado, englobando os nove primeiros dias úteis de outubro, o país acumulava perda líquida de 1,045 bilhão de dólares pelo câmbio contratado. No ano, o fluxo cambial ainda está positivo em 15,318 bilhões de dólares.

REUTERS


Custos de produção no campo recuam pelo quarto mês seguido no RS

Queda foi de 4% em setembro, diz a Farsul; mesmo com o recuo no mês passado, indicador subiu mais que o IPCA nos últimos 12 meses


Em setembro, puxado pela queda dos preços dos fertilizantes, o índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) no Rio Grande do Sul caiu 4,04% em relação a agosto, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Esse foi o quarto declínio mensal consecutivo. Desde janeiro deste ano, o indicador tem deflação de 2,46%, mas, nos últimos 12 meses, os custos de produção acumulam alta de 12,44%. "Não podemos esquecer que em 2021 o índice tinha acumulado inflação de 51,39%. Logo, a queda do índice era esperada em algum momento depois de tantas altas acumuladas no passado", diz a Assessoria Econômica da Farsul no relatório divulgado na quarta-feira. O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) também seguiu em queda e registrou deflação de 1,63% em setembro. O recuo deveu-se à desvalorização de soja e trigo, disse a federação. Mesmo com a queda em setembro, o indicador acumula alta de 6,55% nos últimos 12 meses e de quase 8,5% desde janeiro. "A alta dos custos de produção é mais acelerada do que a dos preços, o que estreita as margens de lucro da atividade", destacou a Farsul. Os preços pagos aos produtores aumentaram menos que o preço dos alimentos aos consumidores, já que o IPCA Alimentos subiu 11,71% em 12 meses. A federação destacou também que os custos de produção aumentaram mais do que o índice geral de inflação nos últimos 12 meses. Nesse período, o IPCA subiu 7,17% e o IICP, 12,44%.

VALOR ECONÔMICO


Crescimento do Brasil de 2019 a 2022 deve ser de 1,14%, diz FMI

Organismo mundial coloca o desempenho brasileiro abaixo do apresentado pela maioria dos países emergentes


Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que o Brasil deve registrar no um crescimento médio do PIB de 1,14%, um resultado bem inferior ao que deve ser alcançado por um grupo de 24 países emergentes e também entre 19 nações da América Latina e do Caribe. Entre os 24 países que servem de referência para o MSCI Emerging Markets Index, o desempenho do PIB do Brasil de 2019 a 2022 fica na 18.ª posição. Em relação às 19 nações da América Latina e do Caribe que apresentaram crescimento médio nestes quatro anos, o Brasil alcança o 12.º lugar. Essa análise compara o desempenho da economia dos países em quatro anos e considera o impacto da pandemia para todos. Ela foi realizada com base em dados do FMI. Os números relativos ao desempenho do produto interno bruto de todos os países em 2022 são as projeções do FMI divulgadas na semana passada pelo relatório Perspectiva da Economia Global. No caso dos 24 países que fazem parte do índice MSCI de emergentes, a China alcança a primeira posição, com um avanço médio do PIB de 4,84% entre 2019 e 2022. Ela é seguida por Egito, Turquia, Taiwan, Colômbia e Hungria. O Brasil apenas superou o desempenho de Kuwait, México, República Tcheca, Catar, África do Sul e Tailândia. Em relação às nações da América Latina, a liderança ficou com a República Dominicana, com um crescimento médio de 3,73% no período. O Brasil ficou atrás de 11 países, entre eles Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Belize, Nicarágua e Chile. A alta média de 1,14% do PIB nacional só superou a de Aruba, México, Dominica, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina. O Brasil cresceu 1,2% em 2019, mas o Produto Interno Bruto caiu 3,9% em 2020 sob os efeitos da pandemia. No ano seguinte, ocorreu uma expansão de 4,6%. Para 2022, o FMI estima um avanço de 2,8% do PIB. Dessa forma, a média atingiu 1,14%, com casas decimais arredondadas. Nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2022, o crescimento médio foi de 2,45%. Nos oito anos da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa foi de 4,0% entre 2003 e 2010. Durante os seis anos incompletos da gestão de Dilma Rousseff, de 2011 até o fim de agosto de 2016, o indicador atingiu apenas 0,29%, dada a maior recessão da história registrada em 2015 e no ano seguinte. Nos dois anos inteiros do governo de Michel Temer como presidente (2017 e 2018), a média foi de 1,55%. Para especialistas internacionais, entre os fatores que levaram ao desempenho abaixo da média estão a necessidade de reformas estruturais, os conflitos institucionais frequentes em Brasília e a política ambiental do atual governo, que permitiu o aumento expressivo do desmatamento. Um dos principais fatores que podem explicar o crescimento tão baixo do Brasil de 2019 a 2022, segundo analistas, é a desarmonia entre as políticas fiscal e monetária a partir de 2021, com o abandono do teto de gastos. Neste ano, o governo também não cumpriu tal regra constitucional considerando o aumento de despesas assistenciais durante a disputa eleitoral.

O ESTADO DE SÃO PAULO


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