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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 1015 DE 18 DE DEZEMBRO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 1015 | 18 de dezembro de 2025

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL  


Oferta enxuta de boiadas e exportações fortes sustentam preços do boi gordo

O mercado brasileiro do boi gordo segue operando com lentidão, refletindo a escassez de oferta de animais para abate e uma posição mais cautelosa dos vendedores e compradores, informam os analistas. No PARANÁ: Boi: R$315,00 por arroba. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de dez dias. Boi China: PARANÁ: R$ 324,50/@ (à vista) e R$ 328,00/@ (prazo)

 

“O consumidor segue priorizando as compras de Natal, o que reduz a procura por carne e outros itens de consumo básico; após o dia 20, já no fim de semana, a demanda por carne voltada aos churrascos de fim de ano tende a crescer de forma gradual e consistente”, adiantam os analistas da Agrifatto. Na quarta-feira (17/12), a Agrifatto não apurou mudanças nos preços da arroba nas 17 praças monitoradas diariamente – ou seja, a tabela é a mesma de terça-feira (16/12). Na praça paulista, pelos dados da Agrifatto, o boi gordo sem padrão-exportação segue valendo R$ 320/@, enquanto o “boi-China” está cotado em 320/@. 

Nas outras 16 regiões acompanhadas, o valor médio do boi gordo se manteve em R$3 04,25/@, acrescenta a consultoria. Pelos números da Scot, as cotações dos machos terminados e da vaca gorda andaram de lado nesta quarta-feira em São Paulo, mas o preço da novilha sofreu queda diária de 2/@. Com isso, apurou a Scot, o boi gordo destinado ao mercado interno paulista está cotado em R$ 321/@, a vaca em R$ 302/@, a novilha em R$ 312/@ e “boi- China” em R$ 325/@. Ágio de R$4,00/@ (valores brutos, no prazo). “A boa demanda por carne bovina no mercado doméstico e o bom desempenho das exportações seguem sustentando as cotações firmes no Estado”, ressaltou Scot. No mercado futuro, nas últimas três sessões da B3 – de sexta-feira passada até esta terça-feira -, os preços do boi gordo apresentaram quedas, informa a Agrifatto. O contrato com vencimento em janeiro/26 fechou o pregão cotado a R$ 321,50/@, com baixa de 0,29% em relação ao dia anterior. O mercado chinês apresenta um cenário de baixa liquidez e desafios logísticos, com exportadores relatando um ritmo de novos negócios “praticamente zero” na última semana, informa a Agrifatto. Além disso, diz a consultoria, a fluidez comercial é prejudicada por gargalos operacionais no porto de Xangai, dificultando a liberação de contêineres e a dinâmica das remessas antes do período festivo.  Cotações do boi gordo, conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$320,00 a arroba. Boi China: R$330,00. Média: R$325,00. Vaca: R$305,00. Novilha: R$315,00. Escalas de abates de dez dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$315,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de dez dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$315,00. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de dez dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de nove dias. TOCANTINS: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de nove dias. PARÁ: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de dez dias. GOIÁS: Boi comum: R$315,00 a arroba. Boi China/Europa: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de nove dias. RONDÔNIA: Boi: R$280,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de doze dias. MARANHÃO: Boi: R$295,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de nove dias. Preços brutos do “boi-China” na terça-feira (16/12), de acordo com levantamento diário da Scot Consultoria: SÃO PAULO: R$ 321,50/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). MINAS GERAIS (Exceto região Sul): R$ 316,50/@ (à vista) e R$ 322,00/@ (prazo). MATO GROSSO: R$ 302,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). MATO GROSSO DO SUL: R$ 311,50/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo). GOIÁS: R$ 311,50/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo). PARÁ/PARAGOMINAS: R$ 302,00/@ (à vista) R$ 305,00/@ e (prazo). PARÁ/REDENÇÃO E MARABÁ: R$ 302,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). RONDÔNIA: R$ 277,00/@ (à vista) e R$ 280,00/@ (prazo). ESPÍRITO SANTO: R$ 306,50/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). TOCANTINS: R$ 300,00/@ (à vista) e R$ 303,00/@ (prazo).

PORTAL DBO/AGRIFATTO/SCOT CONSULTORIA

 

Brasil supera os EUA e assume liderança na produção mundial de carne bovina

Relatório do USDA mostra liderança inédita do Brasil em 2025, em meio a mudanças no ciclo pecuário dos EUA; para 2026, no entanto, há novas alterações

 

Brasil deve encerrar o ano com produção de 12,35 milhões de toneladas de carne bovina |

O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina, porém, em 2025, o País ocupará ainda o posto de principal produtor da proteína vermelha, superando os Estados Unidos em volume total produzido. O marco inédito aparece nas estimativas recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). De acordo com o USDA, o Brasil deve encerrar este ano uma produção estimada em 12,35 milhões de toneladas. Enquanto isso, os Estados Unidos — historicamente, o maior produtor global de carne bovina — ficam em 11,81 milhões de toneladas. O avanço brasileiro ocorre em um ano de produção recorde, ao mesmo tempo em que o rebanho norte-americano enfrenta restrições do ciclo pecuário. Produção de carne bovina – Brasil X EUA (1.000 toneladas – equivalente carcaça)

País        2021     2022     2023     2024     2025*   2026*

Brasil     9,750    10,350 10,950 11,850 12,350 11,700

EUA       12,734 12,890 12,287 12,291  11,814 11,712

Em princípio, o marco brasileiro, no entanto, é pontual: as projeções para 2026 indicam queda da produção nacional e a retomada da liderança pelos norte-americanos, segundo o relatório ‘Pecuária e aves: mercados e comércio mundial’, divulgado nesta semana. Para 2026, a produção brasileira é projetada em 11,7 milhões de toneladas — uma queda de 5% em relação ao recorde de 2025. Já os Estados Unidos, mesmo com redução de 1%, devem produzir 11,71 milhões de toneladas, retomando a primeira posição, ainda que por margem mínima. Segundo o USDA, a retração no Brasil está diretamente ligada à redução do abate de fêmeas, estratégia adotada pelos pecuaristas para retenção de matrizes e recomposição do rebanho — um movimento clássico de virada do ciclo pecuário. Movimento semelhante é observado na Austrália, outro grande exportador, que também reduz o abate para preservar o plantel reprodutivo. O relatório do USDA aponta ainda que, após um crescimento expressivo em 2024 e 2025, o comércio global de carnes entrará em desaceleração em 2026. As exportações mundiais de carne bovina e suína devem cair, enquanto apenas o frango mantém trajetória de alta, alcançando nível recorde.

O ESTADO DE SÃO PAULO/AGRO

 

SUÍNOS

 

China reduz tarifas sobre carne suína da UE após 18 meses de investigação

Ministério do Comércio informou que aplicará tarifas entre 4,9% e 19,8% sobre as importações de carne suína da UE por um período de cinco anos, com início na quarta-feira

 

A China reduziu drasticamente, na terça-feira, as tarifas sobre as importações de carne suína da União Europeia, avaliadas em mais de US$ 2 bilhões, na decisão final de uma investigação antidumping amplamente vista como uma resposta às taxas do bloco sobre veículos elétricos chineses. O Ministério do Comércio informou que aplicará tarifas entre 4,9% e 19,8% sobre as importações de carne suína da UE por um período de cinco anos, com início na quarta-feira. Os valores são significativamente menores do que a faixa de 15,6% a 62,4% imposta em uma decisão preliminar em setembro. Para os produtores europeus, que dependem fortemente do mercado chinês para a exportação de miúdos, a medida representa um alívio parcial. Segundo Even Rogers Pay, diretor da consultoria Trivium China, o resultado reflete 18 meses de esforços conjuntos para encontrar uma solução negociada para este e outros conflitos comerciais. Ele destaca que as taxas mais baixas sinalizam que as negociações têm sido construtivas para o relacionamento entre as partes. A investigação chinesa, iniciada em junho do ano passado, atingiu grandes exportadores como Espanha, Holanda e Dinamarca. Além da carne suína, a China conduz uma investigação sobre subsídios em laticínios da UE e já impôs medidas antidumping contra o conhaque europeu, permitindo que exportadores evitem taxas caso concordem com um preço mínimo de venda. Apesar das visitas recentes do presidente francês Emmanuel Macron e do rei Felipe, da Espanha, a Pequim, as conversas ainda não resultaram em um acordo definitivo sobre todas as frentes de disputa.

VALOR ECONÔMICO

 

GOVERNO

 

UE faz acordo final sobre salvaguarda agrícola para produtos do Mercosul

Gatilho para abrir investigação, e colocar barreiras, será acionado quando alta de importação chegar a 8%

 

A versão final de salvaguarda agrícola adicional no Acordo de Parceria União Europeia–Mercosul foi aprovada ontem à noite pelo Conselho Europeu (que reúne os governos dos Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu, na tentativa de atenuar a resistência de alguns países à conclusão do acordo birregional. A Comissão Europeia, braço executivo da UE, e o Conselho Europeu haviam apresentado uma proposta pela qual um gatilho seria acionado para abrir investigação visando barrar surtos de importações agrícolas vindas do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai quando houvesse uma alta de 10%. O Parlamento Europeu endureceu a proposta, reduzindo esse gatilho para 5%. Nesta noite, as instituições chegaram a um acordo estabelecendo que a investigação será acionada a partir de um aumento de 8% nas importações de produtos sensíveis — como carne bovina, frango e açúcar — provenientes do Mercosul. Outras alterações, como monitoramento mais amplo das importações a outros produtos, foram feitas, sempre visando atender países mais protecionistas. A questão que permanece é se, com isso, os líderes da UE darão sinal verde na quinta-feira para que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assine o acordo com o Mercosul no sábado, em Foz do Iguaçu. França e Itália consideram essa assinatura prematura e pedem mais tempo — e mais barreiras agrícolas. A salvaguarda adicional é assunto interno da UE. Ela pode fazer como quiser. Ao Mercosul, restará constatar se, uma vez aplicada por Bruxelas, respeita o texto do acordo global que foi negociado - e não é o caso. Assim, o Mercosul terá de decidir por retaliação. Também poderá copiar o mesmo instrumento para barrar mais facilmente produtos industriais da UE nas mesmas situações. A Presidência do Conselho e o Parlamento Europeu, ao anunciarem a versão final da salvaguarda adicional, falam em reforço da proteção aos agricultores, embora, na prática, trate-se de uma barreira mesmo. E que garante, na visão deles, que as medidas de salvaguarda possam ser aplicadas de forma rápida e eficaz caso as importações do Mercosul ''causem ou ameacem causar prejuízos graves''. Um comunicado do Conselho Europeu afirma que o entendimento “não prejudica as discussões em curso no Conselho sobre a assinatura e a conclusão do Acordo de Parceria UE–Mercosul e do Acordo Comercial Provisório”. Segundo o texto, o acordo preliminar alcançado com o Parlamento Europeu sobre o regulamento de salvaguarda da UE “garantirá uma ação rápida para proteger os agricultores da UE em caso de aumentos prejudiciais das importações”. “Com esta e outras medidas, foram envidados grandes esforços para dar resposta às preocupações e abrir caminho à aprovação do acordo crucial entre a UE e o Mercosul”, diz o comunicado, que insiste ser “vital que a UE diversifique as suas parcerias comerciais e estratégicas em tempos como estes” - defendendo na prática a assinatura do acordo global.

VALOR ECONÔMICO

 

EMPRESAS

 

Cocamar anuncia distribuição de R$ 200 milhões aos cooperados

O valor é superior aos R$ 169 milhões pagos no exercício do ano passado. Cooperativa conta com cerca de 20 mil associados

 

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial informou que começou a fazer na quarta-feira (17/12) a distribuição aos seus 20 mil cooperados de pouco mais de R$ 200 milhões, provenientes de sobras do exercício 2025. O valor é superior aos R$ 169 milhões pagos no exercício do ano passado. Segundo informou a cooperativa, o valor é uma antecipação de recursos e haverá uma complementação a ser paga após a realização, em fevereiro de 2026, da assembleia geral ordinária de prestação de contas do exercício. Do valor a ser pago, R$ 122 milhões se referem às sobras efetivamente. Outros R$ 42,3 milhões são de programas aos produtores e R$ 35,2 milhões são de crédito em conta-capital. “Tivemos mais um ano desafiador, com quebra na safra de verão 2024/25, preços deprimidos e outras dificuldades, mas a Cocamar chega ao final do exercício retornando um volume recorde de resultados aos cooperados”, afirmou em comunicado o presidente executivo da Cocamar, Divanir Higino. Segundo Higino, a distribuição de sobras “é fruto do apoio e da confiança do cooperado na Cocamar, que fortalece a cooperativa, e de uma gestão moderna e transparente, bem como de um planejamento estratégico muito bem definido”. O vice-presidente executivo da Cocamar, José Cícero Aderaldo, disse que o retorno aos cooperados inclui, além das sobras, investimentos realizados nas estruturas das unidades, para prestar um bom atendimento. “Em outras regiões do país, a presença da Cocamar é reivindicada por produtores para suprir a falta de estruturas adequadas”, afirmou.

GLOBO RURAL

 

MEIO AMBIENTE

 

Parlamento da UE aprova acordo que atrasa de um ano na lei de antidesmatamento

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira um acordo da UE para adiar sua lei antidesmatamento em um ano, até dezembro de 2026, eliminando o penúltimo obstáculo legal antes que o adiamento possa ser transformado em lei.

 

O Parlamento votou para aprovar o adiamento, com 405 parlamentares a favor, 242 contra e 8 abstenções. O adiamento ainda requer a aprovação formal dos países da UE -- que devem aprovar o acordo sem alterações ainda esta semana.

REUTERS

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

PIB do Paraná cresce 2,9% nos três primeiros trimestres

acima da média nacional

A agropecuária foi o setor que registrou a maior expansão no Estado, da ordem de 12,8%,

acompanhada por serviços (2,4%) e indústria (0,3%). No cômputo geral, incluindo os impostos, o PIB do Paraná alcançou R$ 585 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses de 2025. 

 

O Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 2,9% no acumulado dos três primeiros trimestres de 2025, em comparação a idêntico intervalo de 2024. Essa taxa é superior à variação real do PIB brasileiro no mesmo período, que atingiu 2,4%. Os números foram apresentados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) na quarta-feira (17). A agropecuária foi o setor que registrou a maior expansão no Estado, da ordem de 12,8%, acompanhada por serviços (2,4%) e indústria (0,3%). Em valores monetários, o setor primário paranaense gerou R$ 72 bilhões, enquanto as atividades industriais e de serviços foram responsáveis por R$ 139 bilhões e R$ 308 bilhões, respectivamente, no período de janeiro a setembro deste ano. No cômputo geral, incluindo os impostos, o PIB do Paraná alcançou R$ 585 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses de 2025, subindo para R$ 762 bilhões quando é considerado um período exato de 12 meses (de outubro de 2024 a setembro de 2025). Esse último valor corresponde a 6,1% do total nacional, acima, por exemplo, da participação de 5,6% do Estado na população brasileira, o que é indicativo do maior adensamento econômico do Paraná. Segundo Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes, os últimos resultados comprovam a boa conexão entre os agentes econômicos locais e as políticas do Governo do Estado. “No Paraná, registramos crescimento econômico mesmo em um contexto de altas taxas de juros, grandes intempéries climáticas e restrições impostas pelo mercado internacional, demonstrando que a política de desenvolvimento do Estado, calcada em investimento público em infraestrutura e atração de capitais produtivos privados, está na direção correta”, afirma.

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS

 

UE redesenha sua estratégia agrícola até 2035; saiba os efeitos para o Brasil

Relatório da Comissão Europeia aponta crescimento agrícola mais lento, regras ambientais mais rígidas e impactos diretos para exportações brasileiras

 

A União Europeia (UE) projeta uma agricultura mais contida, ambientalmente regulada e menos direcionada à expansão de commodities na próxima década. É o que mostra o EU Agricultural Outlook 2025–2035, divulgado pela Comissão Europeia. O documento traça um cenário de crescimento mais lento da produtividade, redução marginal da área agrícola e reconfiguração do papel do bloco no comércio internacional de alimentos. Esse movimento tem implicações diretas e indiretas para o Brasil, tanto como fornecedor estratégico quanto como concorrente em mercados globais. Segundo o relatório, a produtividade agrícola da UE continuará crescendo até 2035, mas em ritmo inferior ao observado no período 2015–2025. O documento atribui essa desaceleração à combinação de eventos climáticos mais frequentes, custos elevados de insumos, sobretudo fertilizantes e energia, e à transição para sistemas produtivos mais sustentáveis, que impõem limites ao uso de fatores de produção. Na prática, a UE reconhece que sua agricultura entra em uma fase de crescimento estruturalmente mais limitado, restringindo ganhos de escala e competitividade. Entretanto, o estudo reforça que o bloco manterá autossuficiência elevada em determinados itens, assegurando a segurança alimentar interna. “A UE deve manter sua autossuficiência em cereais, carnes e produtos lácteos, enquanto continuará sendo importadora líquida de oleaginosas e leguminosas, embora as importações devam diminuir até 2035”, traz o relatório. Apesar de uma perspectiva de menor importação, o reconhecimento das limitações ambientais e climáticas que dificultam uma substituição plena das compras externas, favorece o Brasil. Nesse contexto, o País deve seguir como fornecedor estratégico de soja, farelo e óleos vegetais, insumos essenciais para a ração animal e para a indústria alimentar europeia. A diferença em relação ao passado está nas condições de acesso ao mercado. A UE deixa claro que as importações estarão cada vez mais condicionadas a critérios ambientais, como rastreabilidade e conformidade climática. “As políticas ambientais e o Regulamento sobre Produtos Livres de Desmatamento devem influenciar os preços de importação e os padrões de origem dos produtos”, destaca o documento. Para o agronegócio brasileiro, isso significa que a vantagem comparativa em volume precisará ser acompanhada de governança ambiental e transparência, sob risco de perda de competitividade. Outro fator relevante é a pecuária. Segundo o documento, o consumo de carne na UE deve recuar levemente, em média, 0,5 quilos por habitante (-1,3% entre 2025 e 2035), ao contrário de outras regiões do mundo, onde o consumo segue em alta. 

“Essa queda geral deve vir acompanhada de uma mudança na cesta do consumidor, com a continuidade da substituição do consumo de carne bovina e suína por carne de frango”, aponta o levantamento, indicando que esse movimento tende a reduzir a presença europeia nos mercados internacionais dessas proteínas, abrindo espaço para exportadores como o Brasil. 

No caso da carne bovina, o documento salienta que a demanda global por importações deve crescer 1,1 milhão de toneladas entre 2023-2025 e 2035, impulsionada pelo aumento do consumo na China, Vietnã, Oriente Médio e África Subsaariana. “Também se espera demanda contínua ou crescente por parte de parceiros comerciais da UE, como Reino Unido, Balcãs, Oriente Médio e Norte da África”, acrescenta. Enquanto isso, na carne suína espera-se uma estabilidade na demanda mundial por importações, ficando em torno de 10,5 milhões de toneladas até 2035. “A recuperação da capacidade produtiva na China e no Vietnã tende a reduzir a demanda de importações desses mercados, apesar da continuidade de surtos de PSA. Em contrapartida, algumas regiões da África e da Ásia, como a Malásia, podem ampliar as compras externas”, aponta. O estudo mostra que, entre 2025 e 2035, o Reino Unido deve se tornar o principal destino das exportações europeias de carne suína, substituindo a China. Além disso, a menor demanda chinesa pela carne de porco pode intensificar a concorrência com Estados Unidos, Canadá e Brasil em outros mercados asiáticos. Em contraste ao cenário previsto para carne bovina e suína, a produção e o consumo de carne de aves devem crescer na UE na próxima década, impulsionada pela percepção de menor impacto ambiental e maior eficiência produtiva. Isso sinaliza concorrência no cenário global para o Brasil, mas também oportunidade ao País que é líder global nesse segmento. Conforme os dados, o consumo per capita de carne de frango na UE deve subir de 15,1 quilos por ano, na média de 2023-2025, para 16,5 quilos até 2035. Já a produção deve aumentar em cerca de 965 mil toneladas, o equivalente a uma expansão média de 0,7% ao ano. Um fator de atenção à produção local é a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Diferentemente de anos anteriores, a doença não deve mais se restringir a períodos sazonais e pode ocorrer ao longo de todo o ano. “O que pode desafiar o setor nos próximos anos”, destaca. Com isso, para atender ao aumento do consumo interno, a UE deve ampliar as importações de carne de frango nos próximos anos. As compras externas estão projetadas para crescer a uma taxa média de 1,1% ao ano até 2035, alcançando cerca de 955 mil toneladas. O Brasil é apontado como um dos principais fornecedores ao bloco nos próximos anos, assim como ocorreu em 2025.

O ESTADO DE SÃO PAULO/AGRO

 

ECONOMIA

 

Dólar sobe pela quarta sessão e supera R$5,50

O dólar emplacou a quarta alta consecutiva no Brasil na quarta-feira, voltando a superar os R$5,50, em meio a preocupações em torno da candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência em 2026, enquanto no exterior a divisa norte-americana também sustentou ganhos.

 

O dólar à vista fechou o dia em alta de 1,07%, aos R$5,5223. No ano, porém, a moeda acumula baixa de 10,63%. Às 17h07, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,13% na B3, aos R$5,5350. Na terça-feira, o dólar já havia sido impulsionado por uma pesquisa Genial/Quaest, que mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bem colocado na disputa presidencial em relação a seus adversários de direita. Em um dos cenários estimulados do levantamento, Lula obteve 41% das intenções de voto em primeiro turno para presidente, com Flávio com 23% e Tarcísio com 10%. Lula venceria todos os oponentes em um eventual segundo turno. Por trás da pressão recente sobre os ativos brasileiros está a leitura de que a opção da direita por Flávio sepulta a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido do mercado, potencialmente favorecendo a reeleição de Lula. Na quarta-feira, os temores em relação a Flávio foram intensificados após nota do site Metrópoles informar que o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, disse a integrantes do mercado que Tarcísio tentará a reeleição em São Paulo e que Flávio deve mesmo disputar o Planalto. Neste contexto, Flávio embarcou para São Paulo no início da tarde para novo encontro com representantes do mercado, dando continuidade ao esforço de aproximação com a Faria Lima. No exterior, os agentes seguiam especulando sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve no curto prazo. Além disso, o dólar subiu ante a libra com a expectativa de corte de juros pelo Banco da Inglaterra na quinta-feira.

REUTERS

 

Ibovespa fecha em queda com nova correção tendo juros e eleição no radar

O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, com a ausência de sinais claros sobre taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, além de receios envolvendo o cenário eleitoral de 2026 avalizando novo movimento de realização de lucros, após fortes ganhos acumulados na bolsa em 2025.

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,79%, a 157.327,26 pontos, após marcar 156.350,81 pontos na mínima e 158.610,62 pontos na máxima. No ano, ainda sobe mais de 30%, tendo superado 165 mil pontos pela primeira vez na sua história no começo do mês. O volume financeiro somou R$66,88 bilhões nesta quarta-feira, marcada ainda por vencimento de opções sobre o Ibovespa e de contrato futuro do índice. De acordo com o operador de renda variável Patrick Buss, da Manchester Investimentos, é um novo dia, mas os motivos para a queda da bolsa são os mesmos - perspectivas para a Selic e eleições do próximo ano. No caso das perspectivas para os próximos passos do Banco Central, mesmo com muitos economistas reiterando previsão de corte da Selic em janeiro, ele avalia que o mercado tem começado a descartar tal possibilidade e começou a ajustar a aposta de uma redução apenas em março. Em relação ao cenário eleitoral, mesmo com expectativas de maior volatilidade apenas no próximo ano, a partir do final do primeiro trimestre, o noticiário sobre potenciais candidatos de oposição continua no radar, principalmente sinalizações de que Flávio Bolsonaro (PL) deve mesmo concorrer ao Planalto. Investidores temem uma divisão na oposição com a entrada de Flávio Bolsonaro, o que poderia reduzir as chances de uma eventual vitória sobre Lula. Uma das esperanças no mercado com uma mudança em Brasília é de melhora no quadro fiscal do país, dada a trajetória crescente da dívida pública em relação ao PIB. A queda na bolsa ainda teve como pano de fundo o viés negativo nos pregões em Wall Street, onde o S&P 500 fechou em baixa de mais de 1%, com preocupações persistentes sobre inteligência artificial pesando sobre as ações de tecnologia.

REUTERS

 

Brasil tem fluxo cambial positivo de US$3,108 bi em dezembro até dia 12, diz BC

O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$3,108 bilhões em dezembro até o dia 12, em movimento puxado pela via comercial, informou na quarta-feira o Banco Central.

 

Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$1,146 bilhão em dezembro até o dia 12. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de dezembro até o dia 12 foi positivo em US$4,254 bilhões. Na semana passada, de 8 a 12 de dezembro, o fluxo cambial total foi negativo em US$1,601 bilhão. No acumulado do ano até 12 de dezembro, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$16,646 bilhões.

REUTERS

 

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