Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 200 |25 de agosto de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: a tendência é de baixa nos preços no curto prazo
Com escalas confortáveis e o consumo doméstico ainda patinando, frigoríficos reduzem drasticamente as ofertas de compras de animais terminados
“Na quarta-feira, 24 de agosto, os fundamentos permaneceram os mesmos das semanas anteriores, com as indústrias brasileiras atuando de maneira limitada nas operações de compra de lotes de boiada gorda disponíveis no mercado spot”, relatou a IHS Markit. Neste momento, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros seguem estáveis e, em muitos casos, girando com volumes entre 5 e 7 dias. “Os frigoríficos, sobretudo os médios e pequenos, que atuam com a escala de produção voltada ao mercado doméstico, seguem testando patamares inferiores nas cotações da arroba e, em muitos casos, conseguem êxito nesta estratégia, renovando a pressão de baixa em todo o mercado”, observa a IHS Markit. Entre as praças cobertas pela consultoria, a IHS destaca as quedas da quarta-feira em Goiânia e Rio Verde, ambos no Goiás – o valor do boi gordo recuou de R$ 290/@ para R$ 280/@. A consultoria também apurou retração de preço na região do Triângulo Mineiro, MG, com recuo de R$ 290/@ para R$ 280/@. Em Tocantins, mais especificamente na praça de Gurupi, o boi saiu de R$ 270/@ para R$ 265/@ na quarta-feira. No mercado atacadista da carne bovina, relata a IHS, a procura pela proteína segue irregular, sem previsão de recuperação neste final de mês. Pelo levantamento da Scot Consultoria, nas praças do interior de São Paulo, os preços do boi gordo ficaram estáveis na quarta-feira, após o recuo de R$ 2/@ observado no dia anterior. Com isso, o animal macho terminado é negociado por R$ 293/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas seguem valendo R$ 274/@ e R$ 288/@, respectivamente (preços brutos e a prazo. O boi-China, seguiu apregoado em R$ 305/@ (preço bruto e a prazo) em São Paulo, acrescenta a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 265@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 280/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca a R$ 260/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 275/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 275/@ (prazo) vaca R$ 260/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 321/@ (à vista) vaca a R$ 297/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 262/@ (prazo) vaca a R$ 255/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 275/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 270/@ (prazo) vaca a R$ 250/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 260/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista);
MA-Açailândia: boi a R$ 265/@ (à vista) vaca a R$ 255/@ (à vista).
PORTAL DBO
Conab vê aumento do abate de bovinos em 2023 e 1º avanço na produção de carne em 5 anos
Em sua primeira projeção para a produção pecuária de 2023, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou os abates de bovinos do Brasil em 30,1 milhões de cabeças, alta de 2,7% no comparativo anual, em um momento de reversão no ciclo produtivo após anos de retenções de fêmeas
De acordo com relatório de perspectivas divulgado na quarta-feira, a estatal disse que esse incremento nos abates abre espaço para um aumento na produção de carne bovina na ordem de 2,9%, diante da possibilidade de início no processo de descarte de vacas, característico do atual momento do ciclo pecuário. Caso essa previsão seja confirmada, seria o primeiro aumento na produção de carne do Brasil desde 2018, a partir de quando o país registrou seguidas reduções na oferta de cortes bovinos, segundo dados da estatal. O avanço na produção da carne também deve possibilitar um acréscimo na ordem de 5% nas vendas da proteína ao mercado externo e ligeira elevação na disponibilidade per capita em 2023, se aproximando dos 26 quilos por habitante ao ano. O cenário indica algum alívio nas despesas com bezerro, após um período de retenção de matrizes, mas manutenção de custos altos em outros segmentos da pecuária. "Apesar de haver previsão de queda do preço médio do bezerro, tal movimento não é suficiente para motivar uma queda geral nos custos, uma vez que a suplementação animal também tem sofrido com recentes altas", disse em nota o gerente de Produtos Pecuários da Conab, Gabriel Correa.
REUTERS
SUÍNOS
Suínos: preços para o animal vivo cedem na maioria das praças
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 137,00/R$ 143,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 10,10/R$ 10,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (23), houve recuo de 0,77% em Minas Gerais, atingindo R$ 7,74/kg, baixa de 0,39% em São Paulo, chegando em R$ 7,60/kg, retração de 0,30% em Santa Catarina, valendo R$ 6,61/kg, e de 0,30% no Paraná, com valor de R$ 6,71/kg. O único aumento foi no Rio Grande do Sul, na ordem de 0,62%, fechando em R$ 6,53/kg.
Cepea/Esalq
Vietnã suspende vacina contra peste suína africana após morte de porcos
O Vietnã suspendeu temporariamente o uso de sua primeira vacina local contra a peste suína africana depois que dezenas de porcos inoculados com as vacinas morreram este mês, informou a mídia estatal na quarta-feira
Os porcos estavam entre cerca de 600 suínos em várias fazendas na província central de Phu Yen que foram testados com a vacina NAVET-ASFVAC desenvolvida pela Navetco, uma empresa de propriedade do Ministério da Agricultura, informou o jornal Nhan Dan. “Criamos um grupo de trabalho para viajar à província para investigar as mortes dos porcos”, disse uma autoridade do Ministério da Agricultura, que não quis ser identificada porque não está autorizada a falar com a mídia. A Navetco não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. A peste suína africana é inofensiva para os humanos, mas muitas vezes fatal para os suínos. Tem origem na África antes de se espalhar para a Europa e a Ásia e matou centenas de milhões de porcos. Foi detectada pela primeira vez no Vietnã em 2019 e forçou o país a abater cerca de 20% de seu rebanho de suínos no ano seguinte. Até agora neste ano, o surto se espalhou para 753 áreas em 47 províncias do Vietnã, levando ao abate de 36.500 porcos, segundo o Ministério da Agricultura. O Vietnã anunciou em junho que havia desenvolvido com sucesso uma vacina para administrar a suínos para combater a peste suína africana, com o objetivo de se tornar o primeiro país a produzi-la comercialmente e exportá-la.
O Ministério da Agricultura destinou 600 mil doses da vacina para uso doméstico a partir de julho deste ano.
REUTERS
FRANGOS
Mercado do frango com preços em queda
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja baixou 1,64%, atingindo R$ 6,00/kg, enquanto o frango no atacado cedeu 0,27%, custando R$ 7,30/kg
Na cotação caso do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,25/kg, assim como no Paraná, valendo R$ 5,49/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (23), tanto a ave congelada quanto a resfriada recuaram 0,12%, custando, respectivamente, R$ 8,08/kg e R$ 8,10/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Brasileiro vai consumir 95 kg de carne em 2023, segundo a Conab
Consumo de carnes suína e de frango aumenta, mas a de boi, devido aos preços elevados, vem caindo
O consumo de carne pelo brasileiro deverá atingir 95,3 quilos per capita no próximo ano. O volume supera o deste ano, que foi de 92,6 kg, mas apenas retorna ao patamar de 2021. A queda de renda provoca uma substituição das proteínas, com o consumidor indo em busca de produto mais acessível economicamente. Em 2019, os brasileiros consumiam 33,9 quilos de carne bovina. O apetite chinês sobre o produto brasileiro fez o preço disparar, e a carne bovina perdeu competitividade no mercado interno, em relação às demais. No próximo ano, mesmo com uma recuperação de 1,1% em relação à quantidade consumida neste ano, os consumidores vão comprar 25,9 kg por pessoa. Já a carne suína vem obtendo uma preferência maior. O patamar de consumo interno dessa proteína aumentou 19% em seis anos, apesar do crescimento das exportações para a China. Devido à peste suína africana, os chineses, os principais produtores e consumidores de carne suína no mundo, tiveram de diminuir seu rebanho. Mesma tendência ocorre com a carne de frango. Nos últimos seis anos, o consumidor brasileiro elevou em 13% a compra anual dessa proteína. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que, pela primeira vez, incorporou as proteínas nas perspectivas de produção, consumo e exportações agropecuárias nas estatísticas anuais da empresa. O cenário para o próximo ano é bastante desafiador para as proteínas, mas o setor de carne bovina, devido à continuidade da demanda externa, terá margens positivas. A produção cresce 2,9% e vai a 8,7 milhões de toneladas. As exportações, na avaliação da Conab, sobem 5%, para 3,1 milhões de toneladas. Suinocultura e avicultura terão cenários ainda mais desafiadores e dependerão muito da supersafra de grãos esperada para o país. Os custos de produção se mantêm elevados nesses setores, e as margens podem ser negativas. Sergio De Zen, diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, destaca que o cenário para a suinocultura é bem diferente do das demais carnes. O setor foi muito dependente do mercado russo há alguns anos. Agora, as exportações brasileiras estão concentradas na China. As demais proteínas têm um leque maior de países importadores do Brasil. As exportações de 2023 de carne suína melhoram em relação às deste ano, período em que a China pisou no freio nas compras do produto brasileiro. Para o próximo ano, a Conab prevê vendas externas de 1,18 milhão de toneladas, com evolução de 9%. No setor de avicultura, a produção de carne sobe para 15,6 milhões de toneladas, com alta de 2,5%, mas as exportações caem para 4,48 milhões, um recuo de 1,7%.
FOLHA DE SP
Aves e Suínos: Menores margens em 2023, diz CONAB
Os produtores de carnes, principalmente de aves e suínos, se deparam com o desafio de gerenciar os custos de produção, diante de preços de milho em patamares mais altos --principal insumo da ração. Neste cenário de custos elevados, a tendência é de uma menor margem de rentabilidade, alertou a Conab
Os abates de aves projetados para 2023 tendem a apresentar crescimento de 3,2% em relação a este ano, sendo estimados em 6,29 bilhões de cabeças de frangos, enquanto as exportações devem ter uma ligeira queda de 1,7%, podendo chegar a 4,5 milhões de toneladas. "Essa combinação de fatores resulta em um provável aumento da oferta interna na ordem de 4,2%, elevando a disponibilidade per capita acima dos 51 kg/hab/ano", afirmou a estatal. No caso da suinocultura, ainda segundo a análise da Conab, a tendência para 2023 é de um aumento na ordem de 6,7% nos abates que, por sua vez, não deve se converter totalmente em aumento na produção da proteína em virtude do menor peso médio esperado diante dos elevados custos na alimentação dos plantéis. Outro fator a ser considerado é a recuperação dos rebanhos chineses, atingidos fortemente pela peste suína africana (PSA) a partir de 2018, que vem impactando nas cotações internas de suíno vivo, além de influenciar na redução das exportações para a China. "No entanto, com a abertura de novos mercados, a exemplo de outros países do Sudeste Asiático e do Canadá, essa queda tende a ser amenizada", disse o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
REUTERS
EMPRESAS
Castrolanda: agroleite 2022 atinge três dígitos em negócios e público
O Agroleite 2022, realizado entre os dias 16 e 20 de agosto, em Castro (PR), superou todas as expectativas da organização, uma edição histórica. O reencontro vivenciado pela cadeia produtiva do leite da América Latina atingiu a marca dos três dígitos em negócios e número de visitantes.
As 200 empresas expositoras efetivaram operações que totalizaram R$ 149 milhões. O gerente distrital da Sicoob Sul, Everton Carlos Zarpellon, relata que a agência protocolou mais de R$ 72 milhões em operações de crédito, o dobro da meta estipulada para ser concretizada durante o evento. Para o gerente comercial da franquia da Ilumisol de Castro, Rudnei Ceulei, o resultado do evento foi melhor do que os anos anteriores, a empresa vendeu R$ 2 milhões nessa edição. “O pessoal veio para a feira para fechar negócios”, ressalta. Ceulei explica que devido mudança na legislação quem investir em energia solar no ano que vem precisará pagar uma taxa, o que está impulsionando os produtores a adiantarem a compra. Romano Vinícius Vizinoni, consultor de vendas da MacPonta, concessionária John Deere, comenta que além das vendas concluídas, entre maquinários e consórcios da marca, a empresa sai do Agroleite com mais de R$ 7 milhões em intenções de venda e aguarda a disponibilidade dos produtos na fábrica. Os diversos atrativos da programação oficial trouxeram mais de 120 mil pessoas para a Cidade do Leite, recinto de exposições da Cooperativa Castrolanda. Foram registrados visitantes de vários estados brasileiros como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Goiás, e de países como Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai. O Agroleite é promovido anualmente pela Cooperativa Castrolanda e conta com vários painéis e fóruns para promoção do conhecimento. Seung Lee, diretor executivo, cita que as palestras trouxeram temas técnicos sobre a cadeia do leite e os outros segmentos em que a cooperativa está inserida, além de questões voltadas ao mercado. “O Agroleite oportuniza o debate de assuntos do interesse dos produtores e o contato com as empresas e as novas tecnologias”, afirma.
Imprensa Castrolanda
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Governo mantém redução de 35% no IPI, mas exclui produtos da Zona Franca de Manaus
O governo federal editou um novo decreto sobre a redução do IPI, após decisões liminares do ministro do STF Alexandre de Moraes sobre o tema
O governo federal editou na quarta-feira (24) um novo decreto sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), após decisões liminares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O ministro suspendeu trechos de três decretos que cortavam em 35% o IPI da maioria dos produtos fabricados no país. Ele havia proibido a redução do tributo em produtos concorrentes aos fabricados na Zona Franca de Manaus (ZFM). O decreto foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU). O governo restaurou as alíquotas de IPI de 109 produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. "Nesse novo decreto, além dos 61 produtos anteriores, a gente adiciona mais 109 produtos. No total, teremos 170 produtos cujas alíquotas ficam no patamar original desde as primeiras reduções em fevereiro deste ano", disse o Secretário Especial de Produtividade e Competitividade, Alexandre Ywata. Entre esses 170 itens estão xarope de refrigerantes, isqueiro, carregador de bateria, lâmina de barbear, caixa registradora, relógio de pulso, caneta esferográfica e máquina de lavar louça. Já entre os produtos que receberam a redução de 35% do IPI estão geladeiras, fogões de cozinha, produtos de limpeza, insumos metalúrgicos (aço, cobre, alumínio, etc.), móveis, chocolates, sorvetes, cervejas, vinhos, pneus para automóveis e para máquinas agrícolas. Na prática, o Ministério da Economia blindou os produtos da Zona Franca para atender a determinação do STF e liberar a redução do imposto em aproximadamente 4 mil itens fabricados em outras regiões do país. Moraes atendeu a pedido de empresas da Zona Franca, que alegavam que o corte do IPI tornaria inviável a atividade na região. Como as empresas instaladas na Zona Franca são isentas de IPI e geram créditos do tributo, a redução de alíquotas em todo o país tira a vantagem competitiva do polo industrial. De acordo com o Ministério da Economia, o aumento das alíquotas, na maior parte dos produtos, tem impacto fiscal neutro. A exceção são os xaropes concentrados de bebidas, que estão submetidos a um regime especial de IPI. A restauração das alíquotas desses produtos terá custo para o governo de R$ 164,3 milhões em 2022, R$ 715,4 milhões em 2023 e R$ 761,7 milhões em 2024.
GAZETA DO POVO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em alta com realização de lucros e cautela antes de discurso de Powell
Moeda americana encerrou a sessão com ganho de 0,25%, a R$ 5,1117
Depois de uma manhã de volatilidade, o dólar firmou alta contra o real ao longo da tarde e fechou o dia com ganho de 0,25%, a R$ 5,1117. A consolidação da tendência é atribuída à uma realização de lucros, ao mesmo tempo em que os mercados aguardam o simpósio de Jackson Hole, que começa hoje, tendo como foco o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, na sexta-feira. O dólar futuro para setembro avançava 0,10%, a R$ 5,1205, por volta das 17h50. No exterior, ao fim do dia, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas desenvolvidas, operava praticamente estável, com avanço de 0,03%, aos 108,66 pontos. Investidores aguardam respostas sobre os rumos da política monetária americana nas falas de Powell, em Jackson Hole, na sexta-feira, em meio a dados americanos mistos e falas de dirigentes da autarquia apontando para a necessidade uma postura mais “hawkish” (favorável ao aumento de juros) por parte do banco. “Como os dados [dos Estados Unidos] ainda estão vindo bastante inconclusivos, o mercado espera ter uma sinalização mais clara do banco central americano sobre o futuro dos juros por lá”, diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. “Logo, o sentimento é de cautela e por isso que vemos essa volatilidade de forma geral nos mercados”, complementa. Os investidores também atentaram ao quadro doméstico, cujo destaque do dia foi a divulgação do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). “O mercado esperava um dado um pouco melhor do IPCA-15”, diz Sergio Zanini, gestor da Galapagos Capital. “Isso ocasionou um pouco de realização nos juros e o real, que tinha performado muito melhor que os pares ontem, hoje devolveu um pouco do otimismo”, completa. O indicador ficou em -0,73% em agosto, após alta de 0,13% em julho. Em agosto de 2021, o IPCA-15 tinha subido 0,89%. A taxa é a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em novembro de 1991.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa fecha praticamente estável, enquanto mercado aguarda POWELL
Agentes seguem esperando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que ocorre na sexta-feira no simpósio de Jackson Hole
O Ibovespa praticamente não saiu do lugar na quarta-feira, em nova sessão de cautela nos mercados globais. Agentes seguem esperando o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que ocorre na sexta-feira no simpósio de Jackson Hole. Durante a sessão, ações domésticas avançaram após nova queda da inflação e empresas ligadas às commodities metálicas passaram por correção. Ao fim do dia, o referencial registrou leve alta de 0,04%, aos 112.897 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 19,75 bilhões no Ibovespa e R$ 24,97 bilhões na B3. No âmbito internacional, o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed) segue causando apreensão entre investidores. Na noite de ontem, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, que não vota nas decisões de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), disse que os aumentos de juros só devem começar a ser relaxados quando houver indícios convincentes de que a inflação está se aproximando da meta de 2% ao ano. O mercado continua dividido acerca da decisão de política monetária do Fed em setembro, mas as apostas em aumento de 0,75 ponto porcentual ficaram mais fortes ontem. Agora, de acordo com o CME Group, os futuros dos Fed Funds indicam que 60,5% do mercado aposta em alta de 75 pontos-base e 35,5%, em elevação de 50 bps, o que em teoria diminui o espaço para o rali dos ativos de risco. Localmente, o IPCA-15 de agosto registrou deflação de 0,73% em agosto, de acordo com o IBGE. A mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data era de deflação de 0,83%, mas o resultado ficou dentro das projeções, que iam de deflação de 1,01% a deflação de 0,38%. Agora, nos 12 meses até agosto, o IPCA-15 registra inflação de 9,6%; e no acumulado do ano a inflação é de 5,02%. Com isso, ações ligadas à economia doméstica retomaram seu movimento altista, diante da expectativa de que o ciclo de alta de juros chegou ao fim por aqui após novo dado inflacionário.
VALOR ECONÔMICO
IPCA-15 tem queda de 0,73% em agosto por combustíveis e energia elétrica
O IPCA-15 registrou em agosto a maior deflação desde 1991, sob os efeitos de medidas que ajudaram na queda dos preços de combustíveis e energia elétrica, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 10% pela primeira vez em um ano
Com essa leitura, o IPCA-15 passou a acumular em 12 meses alta de 9,60%, de 11,39% no mês anterior, mas ainda bem acima do teto da meta oficial para a inflação neste ano, de 3,50%, com margem de 1,50 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA --já abandonada pelo Banco Central. Já a maior alta em agosto foi registrada pelos preços de Alimentação e bebidas, de 1,12%, com aumento de 14,21% nos preços do leite longa vida. Frutas (2,99%), queijo (4,18%) e frango em pedaços (3,08%) também subiram, e com isso os custos da alimentação no domicílio se elevaram 1,24% em agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve neste mês recuo de 0,73%, depois de alta de 0,13% em julho, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira deflação mensal do índice --considerado uma prévia do IPCA, que baliza o regime de metas de inflação-- desde maio de 2020 (-0,59%), a primeira para agosto desde 2010 (-0,05%) e a menor taxa de variação desde o início da série histórica, em novembro de 1991. No entanto, a queda dos preços foi menos intensa do que se esperava em pesquisa da Reuters, que apontava recuo de 0,81%. A expectativa para o dado em 12 meses era de avanço de 9,5%. Os preços dos combustíveis tiveram em agosto queda de 15,33%. A gasolina recuou 16,80% --dando a maior contribuição negativa ao índice do mês (-1,07 ponto percentual) -- e o etanol, 10,78%. Com isso, o grupo Transportes apresentou queda de 5,24%. Já os custos de Habitação caíram 0,37%, com as contas da energia elétrica residencial ficando 3,29% mais baratas. O resultado do mês ainda mostrou efeito residual da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Analistas alertam que a melhora do mercado de trabalho e nova rodada de estímulos fiscais apresentam riscos de alta para a inflação no médio prazo. O BC elevou no início de agosto a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75%, e disse que avaliará a necessidade de ajuste residual nos juros em sua reunião de setembro. O BC alertou ainda que o prolongamento de políticas temporárias de apoio à renda pode elevar prêmios de risco do país e as expectativas de inflação. Na véspera, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, disse que a inflação de 2022 no Brasil será de aproximadamente 6,5% ou talvez um pouco menor, ressaltando não estar celebrando esse possível resultado.
IBGE
Produção brasileira de grãos deverá superar 300 milhões de toneladas em 2022/23
Segundo a Conab, volume vai crescer 13,5% ante 2021/22 e alcançar 308 milhões de toneladas
A produção brasileira de grãos deverá bater um novo recorde na safra 2022/23, segundo as primeiras projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a temporada, apresentadas na quarta-feira. Impulsionada por aumento de área e boa rentabilidade nas culturas de soja, milho e algodão, a colheita poderá crescer 13,5% e somar 308 milhões de toneladas, apesar do aumento dos custos de produção — isso, claro, se o clima for favorável. Se confirmada a projeção, será a primeira vez que a colheita brasileira de grãos vai superar a marca de 300 milhões de toneladas. Mais de 90% do volume, ou 294,3 milhões de toneladas, virão das lavouras de soja, milho, algodão, arroz e feijão. Para a safra 2021/22, a Conab calcula produção total de 271,4 milhões de toneladas, com algumas colheitas ainda em fase de finalização, como milho, trigo e algodão. Soja Segundo a estatal, a produção de soja chegará 150,36 milhões de toneladas em 2022/23, 21% mais que em 2021/22 e um novo recorde. Mesmo com os custos mais altos, os preços atrativos da oleaginosa no mercado internacional deverão estimular um aumento de 3,5% da área plantada, para 42,4 milhões de hectares. A produtividade do ciclo 2022/23 também deverá apresentar recuperação depois da seca que afetou a região Sul e parte de Mato Grosso do Sul no início deste ano. Com rendimento melhor das lavouras e volume maior de produção, a Conab acredita que as exportações de soja vão crescer 22,2% e chegar a 92 milhões de toneladas em 2022/23, outro recorde — o Brasil lidera a produção e as exportações globais do grão. Já os estoques brasileiros poderão subir de 3,9 milhões de toneladas para 9,9 milhões de toneladas, mesmo com uma relação entre oferta e demanda mais ajustada no mundo. Com o avanço da soja, a área cultivada com milho também deverá crescer na segunda safra do ciclo 2022/23 e contribuir para uma produção total estimada em 125,5 milhões de toneladas, alta de quase 10% ante 2021/22. Para a safrinha é esperado um aumento de 8,2% no volume colhido, para 94,53 milhões de toneladas. Na primeira safra, a área deverá cair 0,6%, estima a Conab, e a produção deverá chegar a 28,98 milhões de toneladas. Algodão No caso do algodão, a estatal indica colheita de 2,92 milhões de toneladas da pluma (7% mais que em 2021/22), com aumentos de área e de produtividade. É esperada também uma retomada das exportações para um patamar próximo a 2 milhões de toneladas. O cenário é embalado pelos bons preços da fibra definido em vendas antecipadas, que garantem boa rentabilidade da atividade. Mas as incertezas sobre a economia mundial, com possibilidade de recessão em alguns países e diminuição da demanda, mantêm o segmento em alerta. Arroz e feijão Arroz e feijão têm cenários semelhantes projetados pela Conab, com leve redução de área e produções ajustadas às demandas — e de normalidade em relação ao abastecimento interno. As culturas são impactadas pela boa rentabilidade de “concorrentes” como soja e milho. A produção de arroz na safra 2022/23 deverá ficar em torno de 11,2 milhões de toneladas, diz a Conab. A colheita de feijão tende a seguir próxima de 3 milhões de toneladas.
VALOR ECONÔMICO
Inflação do IPCA-15 segue acima de 10% em quatro capitais; Salvador, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro
Alta no Brasil desacelerou para 9,60% em 12 meses até agosto, diz IBGE
A inflação acumulada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) ainda está em dois dígitos, acima de 10%, em 4 das 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, a alta verificada em 12 meses desacelerou para 9,60% até agosto, informou na quarta-feira (24) o instituto. O índice acumulado estava acima de 10% havia 11 divulgações, desde setembro de 2021. De acordo com o IBGE, Salvador registrou a maior inflação medida pelo IPCA-15 até agosto: 10,88%. A alta estava em 12,74% até julho. Na metrópole baiana, vestuário (29,36%) e alimentação e bebidas (15,05%) foram os grupos de produtos e serviços com as maiores variações em 12 meses até agosto. São Paulo teve a segunda maior alta no período. O IPCA-15 subiu 10,39% até agosto na região metropolitana da capital paulista. Vestuário (17,03%) e alimentação e bebidas (15,95%) também foram os grupos com os avanços mais intensos. O IPCA-15 acumulado estava em 11,57% até julho em São Paulo. Rio de Janeiro (10,17%) e Curitiba (10,07%) são as outras duas metrópoles que ainda acumulam alta de dois dígitos em 12 meses. A outra ponta da lista é ocupada por Belém. A região metropolitana da capital paraense registrou inflação de 7,20% até agosto. É a variação menos intensa nas capitais. Porto Alegre (7,93%) e Goiânia (8,35%) vêm na sequência. Até julho, 10 das 11 metrópoles tinham IPCA-15 acima de 10%. Curitiba mostrava a maior variação até o mês passado (12,75%), e Belém (9,10%), a menor.
FOLHA DE SP
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