Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 122 |06 de maio de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Estabilidade nas cotações da arroba, apontam consultorias
Em ritmo menor de negócios e com escalas de abate confortáveis para os frigoríficos, o mercado brasileiro do boi gordo segue em estabilidade na maioria absoluta das praças brasileiras, informam as consultorias que acompanham o setor pecuário
Na avaliação da IHS Markit, na quinta-feira, entre as principais praças pecuárias do Brasil, houve tímidos ajustes positivos nos preços da arroba no Mato Grosso do Sul, onde indústrias paulistas estiveram mais ativas na compra do gado local. No interior de São Paulo, informa a IHS, a oferta de gado gordo está mais apertada, o que explica a firmeza nos preços da arroba e a busca de alguns frigoríficos por lotes engordados em outras regiões pecuárias. Na região Norte, especificamente no Estado de Tocantins, houve espaço para recuo nos preços do boi gordo negociados na praça de Araguaína. Nas demais regiões do País, o mercado segue moroso, com muita cautela entre ambas as pontas (frigoríficos e pecuaristas). Na bolsa B3, os contratos futuros do boi gordo também seguem com poucas oscilações nos preços, refletindo a baixa liquidez dos negócios. Segundo levantamento da Scot Consultoria, ao longo da semana, considerando a média das 32 praças pecuárias monitoradas empresa, as cotações do macho terminado registraram ligeiro recuo de 0,3%. “Destaque para a região Sudoeste do Mato Grosso, onde a arroba do boi gordo sofreu desvalorização acumulada de R$ 5/@ desde segunda-feira (2/5), um reflexo da maior disponibilidade de animais terminados na região”, relata a zootecnista Thayná Drugowick, analista de mercado da Scot. Os preços das fêmeas também andam de lado no mercado paulista; a vaca é negociada a R$ 279/@ e a novilha gorda segue valendo R$ 312/@ (preços brutos e a prazo), acrescenta a Scot. Os negócios para o boi-China estão apregoados em R$ 330/@, base São Paulo. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 305/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 327/@ (prazo) vaca a R$ 286/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 296/@ (à vista) vaca a R$ 271/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 296/@ (prazo) vaca a R$ 273/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo) MT-Tangará: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 270/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 274/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca R$ 273/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 335/@ (à vista) vaca a R$ 305/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 282/@ (prazo) vaca a R$ 272/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 288/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 284/@ (prazo) vaca a R$ 268/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 262/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 263/@ (à vista) vaca a R$ 251/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 260/@ (à vista).
PORTAL DBO
Exportação de carne bovina in natura vai a 157,4 mil toneladas em abril
Em volume, aumento de 25,52% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 125,4 mil toneladas em 20 dias úteis.
Segundo a Secretária Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, as exportações de carne bovina in natura alcançaram 157,4 mil toneladas no mês de abril/22. Houve queda de 7,08% frente ao total embarcado no mês de março/22, que exportou 169,4 mil toneladas. De acordo com o analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, “tivemos diversas plantas embargadas e isso se refletiu no mês de abril, na qual a última semana de abril costuma ser mais lenta em termos de volume de exportação. Não podemos deixar de pontuar que o volume exportado neste mês teve um excelente desempenho”, comentou. A média diária exportada ficou em 8,2 mil toneladas, avanço de 32,10% frente à abril do ano passado, com 6,2 mil toneladas. O valor das exportações ficou em US$ 977,725 milhões, contra US$ 597,990 milhões em 2021. A média diária ficou em US$ 51,4 milhões, alta de 72,10%, frente a abril do ano passado, com US$ 29,899 milhões. Para o analista, o faturamento de abril vai atingir novamente 1 bilhão de dólares se considerar o volume de carne industrializada embarcada. Os preços médios em abril deste ano ficaram próximos de US$ 6.209 por tonelada, alta de 30,30% frente aos de abril de 2021, com US$ 4.765 mil por tonelada.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: mercado estável na quinta-feira (5)
No atacado da Grande São Paulo, também segundo dados do Cepea, a carcaça especial suína registrou média de R$ 8,88/kg em abril, avanço de 2,7% frente à de março
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 123,00/R$ 133,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,70 o quilo/R$ 10,00 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (4), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul, custando R$ 5,75/kg, e houve queda de 0,14% em Minas Gerais, chegando em R$ 6,96/kg. Foi registrada alta de 1,03% em Santa Catarina, alcançando R$ 5,88/kg, ampliação de 0,50% no Paraná, subindo para R$ 6,03/kg, e de 0,14% em São Paulo, fechando em R$ 7,06/kg.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: alta de 1,88% no Paraná, fechando a semana em R$ 6,06.
A semana em que é comemorado o Dia das Mães costuma ser uma das melhores em vendas para a proteína, mas desempenho nas comercializações ficou abaixo do esperado
No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 28/04/2022 a 04/05/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,88%, fechando a semana em R$ 6,06. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente estabilidade, podendo ser cotado a R$ 6,06", informou o Lapesui. Em São Paulo, segundo informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), a rodada de negociações desta quinta-feira terminou sem referência de preços. O valor praticado na semana anterior era de R$ 7,36/kg vivo. No mercado mineiro, o valor ficou estável em R$ 7,00/kg, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, conforme com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Já o mercado de Santa Catarina registrou queda, saindo de R$ 6,24/kg vivo para R$ 6,18.
AGROLINK
Exportações de carne suína in natura tem queda em relação a abril de 2021
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a receita obtida com as exportações de carne suína até o final de abril, US$ 181 milhões, representou 83,3% do montante obtido em todo abril de 2021, que foi de US$ 217 milhões
No volume embarcado, com 81.569 toneladas, elas representam 93,47% do total exportado em abril do ano passado, com 87.266 toneladas. Em relação a março, a receita de exportações de carne suína de abril foi 3,81% maior. No volume, leve alta de 0,27% frente a março de 2022. Em receita por média diária, com US$ 9.526,872, ela é 12,3% menor do que abril de 2021. No comparativo com a semana anterior, baixa de 10,35%. Nas toneladas por média diária, 4.293 toneladas, queda de 1,6% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, recuo de 10,47%. No preço pago por tonelada, US$ 2.219, ele é 10,9% inferior ao praticado em abril passado. Em comparação com a semana anterior, leve alta de 0,12%.
AGÊNCIA SAFRAS
Suínos/Cepea: Liquidez aumenta; preços do vivo e da carne sobem
Os preços do suíno reagiram em parte das praças acompanhadas pelo Cepea entre março e abril, visto que, no último mês, especialmente na segunda quinzena, a liquidez do suíno vivo e da carne aumentou
Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o animal no mercado independente posto no frigorifico teve média de R$ 6,15/kg em abril, alta de 4% frente à de março. Para a carne, o poder de compra reduzido da maior parte da população brasileira limitou altas mais significativas. No atacado da Grande São Paulo, também segundo dados do Cepea, a carcaça especial suína registrou média de R$ 8,88/kg em abril, avanço de 2,7% frente à de março.
Cepea
FRANGOS
Frango: preços com poucas alterações
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado ficou estável em R$ 7,55/kg, assim como o frango na granja, valendo R$ 6,50/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, enquanto Santa Catarina ficou estável em R$ 4,07/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,70/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (4) tanto a ave congelada quanto a resfriada subiram 0,38%, custando ambas R$ 7,92/kg.
AGÊNCIA SAFRAS
Exportação de carne de frango em abril/22 superou em 36,86% a receita obtida no mesmo mês de 2021
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne de aves in natura até o final de abril (19 dias úteis) ultrapassaram em receita e volume o que foi registrado no mesmo mês do ano passado
A receita obtida, US$ 749,6 milhões, superou em 36,86% o montante obtido em todo março de 2021, que foi de US$ 549 milhões. No volume embarcado, 387.180 toneladas, ele é 6,77% maior do que o total exportado em abril do ano passado, com 362.613 toneladas. Em relação a março, a receita superou em 6,8% o mês anterior. No volume, o crescimento foi de 0,57%. No faturamento por média diária, com US$ 39,4 milhões, ele é 44,1% maior do que abril de 2021. No comparativo com a semana anterior, houve baixa de 9,34%. Em toneladas por média diária, 20.377 toneladas, avanço de 12,4% no comparativo com o mesmo mês de 2021. Em relação à semana anterior, retração de 10,6%. No preço pago por tonelada, US$ 1.936, ele é 28,2% superior ao praticado em abril passado.
AGÊNCIA SAFRAS
EMPRESAS
ICMS/SC - PL DO GOVERNO QUE REDUZ ICMS DO LEITE E ALIMENTOS É APROVADO POR UNANIMIDADE
Foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei (PL) 78/2022 na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), na terça-feira, 3. De autoria do Governo do Estado, a proposta trata da redução de ICMS para do leite longa vida para 7% e dos alimentos servidos em bares e restaurantes para 3,2%, além de prorrogar a alíquota de 7% da cesta básica catarinense e a concessão de crédito presumido para a farinha com mistura para pães.
O projeto, enviado no início de abril para a Alesc, recebeu parecer favorável da Comissão de Finanças e Tributação na quarta-feira. É importante frisar que a proposta do Poder Executivo catarinense reduz impostos. Em um momento ainda delicado, pós-pandemia e de crise econômica, é necessário ter essa sensibilidade com a população e o Governo tem feito a sua parte, tem lutado pela justiça fiscal, disse a secretária de Estado da Fazenda (SEF) em exercício, Michele Roncalio. O benefício fiscal para a cesta básica terminaria no dia 30 de junho e, agora, foi ampliado até 31 de dezembro de 2023. São produtos considerados de consumo popular, que contam com alíquota reduzida de 7%, explica a diretora de Administração Tributária (DIAT) da SEF, Lenai Michels. Além do leite esterilizado longa vida e da manteiga, que retornam ao ICMS de 7%, a cesta básica é composta de itens como feijão, arroz, diversos tipos de farinhas, carnes e miudezas comestíveis de aves e suínos, misturas e pastas para a preparação de pães e mel. O relator do projeto, deputado estadual Altair Silva, reforçou que o Governo do Estado não aumentou impostos, em nenhum elo da cadeia produtiva. Inclusive, foi aberto o diálogo com os setores, para discutir incentivos. Sobre o leite, por exemplo, foi proposta a criação de um grupo de trabalho para estudar os benefícios e solucionar as demandas do segmento, salientou. O documento aprovado pelo plenário trata, ainda, da ampliação do prazo para concessão de crédito presumido para a farinha com mistura até 31 de dezembro de 2023 e redução do ICMS de 7% para 3,2% para alimentação em bares e restaurantes. Assim como no Rio Grande do Sul, o benefício não se aplica às bebidas. Após a aprovação, o projeto segue para sanção do governador Carlos Moisés, que deverá ser nos próximos dias. Apoio de entidades - O PL 78/2022, enviado pelo Poder Executivo, contou com diversas manifestações de apoio pela redução dos impostos, como pode ser verificado no anexo do projeto original, presente no site da Alesc neste link: bit.ly/386Mmbk. Um dos documentos, encaminhado pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) à SEF, solicita urgência na reinserção do leite longa vida à cesta básica e reforça a importância do alimento no consumo popular. Segundo a entidade, 92% do produto comercializado em Santa Catarina é originário do próprio Estado. Já o Sindicato dos Produtores Rurais de Chapecó ressalta que é necessário manter o ICMS do leite em 7%, para não prejudicar a competitividade da dos produtores e da indústria. No documento, o presidente do Sindicato Luiz Carlos Travi, cita que o momento ainda é delicado, pois além da pandemia há a crise hídrica. A manutenção do leite na cesta básica é fundamental para a viabilidade econômica do setor na agropecuária catarinenses, conclui.
SEF/SC, em 04.05.2022
"Copo meio cheio" da BRF é insuficiente para mercado digerir perdas
Na manhã em que a empresa falou sobre o prejuízo de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre, seu valor de mercado caiu para o menor nível da história
Depois de reportar prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre, a BRF acredita que o restante de 2022 será mais favorável. Em teleconferência, o CEO Lorival Luz afirmou que a correção de rota, que começou antes mesmo de o período de perdas acabar, já teve impacto positivo sobre os resultados em abril — inclusive no mercado brasileiro, que puxou os resultados do intervalo janeiro-março para baixo. No entanto, o copo meio cheio não foi suficiente para os investidores digerirem o fraco desempenho nos três primeiros meses do ano — que ficou “aquém do que se esperava e do potencial”, como definiu o executivo. Ontem, por volta de 11h20, com o forte declínio de suas ações ordinárias, o valor de mercado da dona da Sadia caiu para R$ 13,5 bilhões, o menor da história da companhia. Em um distante 2014, a empresa chegou a valer R$ 60 bilhões. O CEO disse que o mercado é soberano e está refletindo sobre o resultado e o contexto geral em que a BRF está inserida. Leia-se: um quadro complicado para originação de grãos, que representam 45% dos custos da companhia, e de inflação em alta, que esmaga o poder de compra da população. “Mas, olhando para a frente, porque considero que esse resultado está no retrovisor, enxergamos os próximos trimestres como bem mais positivos”. No intervalo de janeiro a março, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 121 milhões, uma queda de mais de 90% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil, a empresa registrou Ebitda negativo de R$ 411 milhões. Em fevereiro, enquanto comentava os resultados do último trimestre de 2021, o CEO alertou que o cenário em janeiro tinha sido complicado. Dado o tamanho da cadeia produtiva, os ajustes necessários para a BRF adequar-se à nova realidade custaram mais de R$ 800 milhões — cerca de R$ 400 milhões foram para enxugar estoques e produção. A estrutura interna também passa por mudanças, pensadas para simplificar processos e dar dinamismo que permita à empresa ela capturar oportunidades de mercado. A empresa deve anunciar novidades em breve, segundo Luz. “Podemos deixar de fazer algumas coisas”, mencionou, sem dar detalhes. “Mas não haverá venda de ativos ou fechamento de fábricas e centros de distribuição”. Fato é que a aposta da BRF em produtos de valor agregado mais alto deu de cara num muro resistente: a inflação generalizada no Brasil. “Quando o mix de produtos não está perfeitamente alinhado à demanda, a perda de margens costuma ser maior porque (isso) se reflete em mais estoques e redução no prazo de validade mais rapidamente, o que nos força a fazer descontos. Faremos adequações para o negócio rodar mais limpo”, diz. Fabio Mariano, que foi nomeado em abril como diretor vice-presidente financeiro, afirmou que a empresa optou por manter projetos de investimentos que estavam bem avançados em execução. “Mas seremos mais criteriosos nos próximos investimentos em relação ao retorno”, pontua, sendo endossado pelo CEO: “A matemática mudou”. No mercado internacional, com a queda da oferta de carne de frango nos Estados Unidos e na Ucrânia, a situação é um pouco mais favorável. Enquanto os ucranianos são prejudicados pela guerra com os russos, os americanos tentam controlar o surto de gripe aviária que já atingiu 31 Estados. As vendas da BRF para o mercado halal foram excelentes, segundo a administração, e devem continuar assim. Na Ásia, a perspectiva é positiva para o frango, mas o mercado para a carne suína merece atenção em virtude da recomposição dos estoques chineses.
VALOR ECONÔMICO
Avança o pagamento a credores da Chapecó Alimentos
Justiça autoriza rateio de R$ 446,7 milhões da massa falida, dos quais R$ 439,9 milhões serão reservados a quirografários. Desse grupo, a Aurora comprou duas unidades: a de Chapecó, pela qual pagou R$ 226 milhões, e a de Xaxim (SC), que custou R$ 173,8 milhões. A Globoaves ficou com o frigorífico de carne de frango localizado em Cascavel (PR), posteriormente vendido à cooperativa LAR
Dezoito anos depois do início do processo de falência da Chapecó Alimentos, o pagamento aos credores entrará agora em sua etapa final. Na última sexta-feira, o juiz Marcos Bigolin, da 3ª Vara Cível da comarca de Chapecó (SC), homologou o plano de rateio dos valores devidos aos credores quirografários (que não têm preferência legal nem garantias). Esse era o único grupo que ainda não tinha começado a receber da massa falida da companhia, que entrou em crise em meados dos anos 90 e quebrou na década seguinte. Os pagamentos no rateio autorizado pela Justiça somarão R$ 446,7 milhões, dos quais R$ 439,9 milhões serão reservados aos quirografários. A diferença será usada para saldar alguns dos chamados créditos privilegiados (que têm prioridade no recebimento), como tributários e alimentares. Com a nova homologação, os pagamentos aos credores já passam de R$ 850 milhões, afirma o advogado Alexandre Brito de Araujo, do escritório Cavallazzi, Andrey, Restanho & Araujo, que desde 2007 é o síndico responsável pela administração da massa falida. Além do valor do rateio, entram na conta os R$ 408 milhões desembolsados até o momento. O pagamento a ex-funcionários já ocorreu, e, segundo o advogado, um acordo paralelo permitiu acertar também os débitos com os produtores integrados, ainda que eles também fizessem parte do grupo dos quirografários. "Hoje, ficou apenas um pequeno saldo de dívidas trabalhistas, fiscais e de Refis (programa de recuperação fiscal)", diz. O Frigorífico Chapecó pediu concordata em 2004, em uma tentativa de evitar a falência, e quebrou no ano seguinte, mas suas unidades continuavam em operação, arrendadas a outras empresas. Na década passada, o escritório propôs fazer a "venda extraordinária" dessas estruturas, um instrumento que veta a negociação dos ativos por valores menores que os da avaliação judicial. "É o oposto do que costuma ocorrer em processos de falência", explica Araujo. "Nesses casos, os ativos são negociados na bacia das almas". Para conseguir usar esse instrumento, é preciso ter o aval dos detentores de pelo menos dois terços dos créditos da massa falida. Um grupo de credores formado por BNDES, Banco do Brasil e IFC - o braço do Banco Mundial para o setor privado -, entre outros, aceitou a proposta. Só a negociação de três frigoríficos que pertenceram à companhia rendeu cerca de R$ 530 milhões à massa falida. "E ainda temos mais unidades para vender", diz o advogado. BNDES e BB ajudaram a financiar algumas das aquisições. Fundado em 1952 na cidade catarinense da qual herdou o nome, o Frigorífico Chapecó chegou a ser o quarto maior produtor nacional de frangos, suínos e derivados. No início dos anos 90, em seu auge, a empresa tinha 5 mil funcionários, 3 mil produtores integrados e oito unidades industriais. Sua capacidade de abate diário era de 490 mil aves e 5 mil suínos, atividade em que ela detinha aquele que era considerado o melhor banco genético do país.
VALOR ECONÔMICO
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Primeiro complexo avícola do Oeste do Paraná completa 40 anos
Implantada como uma estratégia para agregar valor à produção agrícola, a avicultura se tornou a principal atividade em boa parte das propriedades rurais cooperadas à Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata)
A diversificação foi a saída para garantir renda aos produtores, que tiveram significativas perdas em uma estiagem intensa que afetou 70% da produção de grãos na região em 1978. Após todos investimentos para a engorda de frango, com construção de galpões, produção de ração e reprodução de pintainhos, o funcionamento da Unidade industrial começou em 5 de maio de 1982. “Precisávamos de uma alternativa caso tivesse mais perdas na lavoura. Foi neste momento que surgiu a ideia da diversificação. Investimos em todas as áreas: incubatório, matrizeiro, frigorífico... foi um grande desafio”, relembra o Diretor-Presidente, Valter Pitol, que na época era engenheiro agrônomo da cooperativa. Precursora do avanço no desenvolvimento econômico e social no campo e na cidade, a atividade é responsável por 58,43% de participação no faturamento bruto da cooperativa, que atua no mercado interno e também exporta para 76 países. A atividade trouxe oportunidades aos cooperados, que tiveram a chance de permanecer no campo, mantendo renda e qualidade de vida à toda família. “Acompanhamos o resultado de todo esse investimento. Os filhos e netos dos nossos produtores estão se profissionalizando para ficar na atividade. É um momento inverso do que vivíamos há quatro décadas, quando muitas famílias pensavam em deixar o campo”, diz Pitol.
O Complexo Avícola é formado por três fábricas de rações, com 80,4 mil toneladas produzidas por mês; seis matrizeiros de recria, com média de 130,3 mil matrizes alojadas/mês; 46 matrizeiros de produção, com 18 milhões de ovos/mês; dois incubatórios que produzem 18,9 milhões de pintainhos/mês, e abastecem 1.279 aviários no ciclo de produção de frango de corte, mantidos por 788 avicultores integrados. São mais de 180 produtos no portfólio. Com abate diário de 710 mil aves, a empresa tem como meta chegar a 1 milhão de cabeças/dia até 2027. Ano passado foram 200 milhões de cabeças, totalizando 477,3 mil toneladas de carne – a exportação atingiu 283,8 mil toneladas. “Evoluímos em todos os nossos processos, desde estrutura até o melhoramento genético. O manejo leva em conta o bem-estar animal, atendendo aos padrões zootécnicos e também dos nossos consumidores, seguindo o processo halal. O resultado do nosso trabalho é consequência do envolvimento de todos, do campo até a venda do produto final”, afirma o Superintendente de Produção, Irineu Dantes Peron.
Imprensa Copacol
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha acima de R$5 com disparada global da moeda por receio sobre estagflação
O dólar disparou na quinta-feira e voltou a fechar acima de 5 reais, pegando carona no rali global da moeda norte-americana por receios de que os juros nos Estados Unidos tenham de subir mais do que o esperado.
A cotação mais do que devolveu toda a queda da véspera, quando investidores mostraram alívio com sinalização do chefe do banco central dos EUA de que altas mais fortes dos juros não deveriam ocorrer. Mas o respiro não durou 24 horas, e nesta quinta voltou a prevalecer o medo de um choque monetário nos EUA, movimento com potencial para sacudir os mercados em todo o planeta e drenar liquidez de países emergentes como o Brasil. Assim, o dólar à vista fechou em alta de 2,34%, a 5,0166 reais na venda. A moeda variou entre alta de 0,58% (para 4,9305 reais) e ganho de 3,21% (para 5,0592 reais). Na quarta-feira, a divisa havia caído 1,26%, para 4,902 reais. O que começa a ganhar corpo na lista de preocupações de investidores é o risco de recessão, que seria fruto do aperto rápido das políticas monetárias globais, que por outro lado poderiam não ser capazes de barrar a inflação. O resultado disso seria a estagflação, fenômeno que tradicionalmente beneficia o dólar. "A inflação alta impede que os bancos centrais atuem, como nos períodos do passado recente, fornecendo suporte à economia e aos mercados na forma de juros mais baixos e adição de liquidez nos mercados", disse a TAG Investimentos em carta mensal. "Isso explica a pressão no mercado de commodities, assim como uma deterioração no ambiente para os ativos emergentes ao longo do mês, em que o Brasil acabou sendo duramente afetado", acrescentou. A gestora cita "um coquetel bastante perverso" para países como o Brasil: alta de juros no mundo desenvolvido, inflação alta, crescimento mais baixo (especialmente na China), menor demanda por commodities e consequente queda nos preços das matérias-primas. Depois de ter se valorizado ao longo do primeiro trimestre, o real depreciou em abril e segue em queda no saldo das primeiras sessões de maio. O dólar subiu 3,79% em abril e em maio avança 1,48%, após cair 14,55% nos três primeiros meses do ano.
REUTERS
Ibovespa despenca com releitura do mercado sobre Fed e após BC estender alta de juros
A BRF ON afundou 6,5%, após a processadora de aves e suínos anunciar prejuízo de 1,58 bilhão de reais no primeiro trimestre, com impacto da inflação no consumo e nos custos operacionais no Brasil. A recomendação do papel foi cortada pelo JPMorgan a "underweight"
O principal índice da bolsa brasileira teve forte queda na quinta-feira, seguindo Wall Street, à medida que o mercado reavaliou as comunicações de política monetária do banco central norte-americano que levaram à disparada das bolsas na véspera. Na cena local, a indicação de extensão do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central também pesou nos negócios. O Ibovespa caiu 2,81%, a 105.304,19 pontos, menor fechamento desde 11 de janeiro. O volume financeiro foi de 31,8 bilhões de reais. O índice tinha avançado 1,7% na quarta-feira, acompanhando salto das bolsas em Wall Street, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, por ora descartar uma alta de 0,75 ponto percentual no juro dos Estados Unidos. A declaração veio na sequência do anúncio de elevação em 0,5 ponto. Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, disse que houve releitura do mercado sobre as declarações do Fed. Powell "tentou vender a ideia de que a economia está forte e que teria um aperto monetário 'suave', além da questão de não aumentar 0,75 ponto, mas o cenário é muito incerto", disse o analista, citando fatores como inflação global, restrições na China, desaceleração econômica nos EUA e sanções à Rússia. "Como o mercado acha que a inflação dos EUA pode subir mais, os juros ficam pressionados", disse o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. Na curva de juros, traders precificam 75% de chance de alta de 0,75 ponto na próxima reunião do Fed. O Nasdaq afundou 5% e o S&P 500 caiu 3,6%. Internamente, a indicação do BC de uma alta menor do que 1 ponto na próxima reunião, adicionou pressão aos ativos.
REUTERS
Brasil tem superávit comercial de US$8,148 bi em abril, abaixo do esperado
A balança comercial brasileira registrou superávit de 8,148 bilhões de dólares em abril, informou o Ministério da Economia nesta quinta-feira, em mês marcado por forte aceleração de preços dos produtos e redução de 8% dos volumes comercializados com o exterior
O resultado é o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1998 com dados ajustados, perdendo apenas para o saldo de abril de 2021, que ficou positivo em 9,963 bilhões de dólares. O dado veio abaixo da expectativa de mercado, que apontava saldo positivo de 9,726 bilhões de dólares para o período, segundo pesquisa Reuters. O número do mês passado é resultado de 28,902 bilhões de dólares em exportações, que cresceram 16,7% em relação a abril de 2021, e 20,754 bilhões de dólares em importações, que registraram uma alta mais forte, de 35,7%. Do lado das vendas brasileiras ao exterior, houve uma aceleração de 19,9% no preço médio dos produtos exportados, enquanto a quantidade vendida caiu 8% no período. A corrente de comércio de abril, de 49,656 bilhões de dólares, foi a maior para o mês da série histórica. As exportações também representaram recorde para o mês. No recorte por setor, houve crescimento de 35,0% nas exportações da indústria de transformação e de 12,7% na agropecuária. A indústria extrativa teve valor médio reduzido em 10,2%. A Ásia seguiu reforçando as compras do Brasil, ampliando sua participação nas exportações de 47,0% do total em abril de 2021 para 52,5% no mês passado. A fatia da América do Norte caiu de 13,6% para 12,4%, enquanto a Europa teve queda de 17,9% para 17,5% e a América do Sul, de 11,5% para 9,4%. Nas importações, os preços médios saltaram 34,4%, ao passo que a quantidade comprada recuou 6,9%. Houve aceleração nos valores médios importados em todos os setores --58,1% na indústria extrativa, 35,5% na indústria de transformação e 33,0% na agropecuária. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o saldo comercial ficou em 19,947 bilhões de dólares, recorde para o período, resultado de 101,185 bilhões de dólares em exportações e 81,238 bilhões de dólares nas importações. Na divulgação dos dados de março, o Ministério da Economia revisou fortemente a projeção para o resultado da balança em 2022, impulsionada por melhor perspectiva para as exportações. De acordo com a estimativa da pasta, o saldo comercial do ano deve ficar positivo em 111,6 bilhões de dólares ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro.
REUTERS
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