CLIPPING DO SINDICARNE Nº 978 DE 27 DE OUTUBRO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 978 | 27 de outubro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Em 7 dias, boi gordo sem padrão-exportação tem alta de R$ 4/@ e “boi-China” sobe R$ 6/@ em SP
Retomada das chuvas tende a favorecer a retenção dos animais, elevando a dificuldade dos frigoríficos em negociar boiadas prontas para abate. No PARANÁ: Boi: R$315,00 por arroba. Vaca: R$285,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de nove dias.
Mais uma semana de alta nas cotações no mercado do boi gordo em São Paulo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na sexta-feira (24/10), o preço do boi gordo “comum”, destinado ao mercado interno, fechou em R$ 311/@, enquanto o “boi-China” encerrou a semana em R$ 316/@ – o que significou avanço de R$ 4/@ e R$ 6/@, respectivamente, no comparativo semanal. “A demanda está firme e a oferta segue menor do que a registrada em setembro”, destaca Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Apesar dos sinais de um consumo doméstico mais fraco ao longo desta semana, o bom desempenho da exportação colabora com a firmeza do mercado do boi, destacou Fabbri. Em outubro/25, até a terceira semana, o Brasil exportou 201,3 mil toneladas de carne bovina in natura, com volume médio diário 26,1% superior ao registrado em outubro de 2024. O preço médio da tonelada exportada foi 18,1% maior na comparação anual. “A apreciação do dólar ante o real em outubro, em comparação a setembro, favoreceu o setor exportador”, apontou Fabbri. Quanto à oferta de boiadas, diz Fabbri, a retomada das chuvas tende a dar um fôlego para maior retenção ou mesmo para o incentivo às programações de estação de monta nas propriedades. “A oferta de bovinos confinados está maior, é verdade, mas as indústrias que não trabalham com parceria ainda buscam boiadas no mercado e têm encontrado maior dificuldade”, ressalta o analista, acrescentando que, juntos, tais fatores, “devem manter os preços do boi gordo firmes no curto prazo”. Cotações do boi gordo desta quarta-feira (24/9), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abates de dez dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de dez dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$315,00. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$285,00. Novilha R$300,00. Escalas de nove dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de dez dias. TOCANTINS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de dez dias. PARÁ: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de dez dias. GOIÁS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China/Europa: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de dez dias. RONDÔNIA: Boi: R$275,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de doze dias. MARANHÃO: Boi: R$285,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias.
Agrifatto/Portal DBO/Scot Consultoria
Agrifatto: frigoríficos passam a operar com escalas de abate mais curtas
Mato Grosso se destaca pelo maior recuo nas programações entre as praças monitoradas pela consultoria
Ao longo desta semana (20 a 24 de outubro/25), as programações de abate dos frigoríficos recuaram em relação ao quadro registrado na semana anterior (13 a 17 de out/25), informa o boletim semanal da Agrifatto. A média nacional das programações de abate dos frigoríficos teve queda de 1 dia útil, ficando em 7 dias úteis, “caracterizando escalas encurtadas”, observa a Agrifatto. O Mato Grosso se destacou, apresentando redução nas suas programações em 2 dias úteis no comparativo semanal, encerrando a semana em 7 dias úteis. As praças goiana e paraense seguiram o mesmo movimento de queda, com recuo de 1 dia útil, fechando a sexta-feira (24/10) encerramento em 7 dias úteis para ambas. As demais regiões monitoradas pela Agrifatto não apresentaram variação semanal. No entanto, São Paulo e Minas Gerais seguem com programações encurtadas, ambas em 8 dias úteis. No Paraná e Mato Grosso do Sul, as escalas encerraram a semana em 7 dias úteis. Por sua vez, Tocantins e Rondônia finalizaram a 43ª semana do ano com 8 e 10 dias úteis de programação, respectivamente, informou.
Portal DBO
SUÍNOS
Mercado de suínos segue estável em São Paulo e Minas, mas cai no Sul
Setor espera reação nos preços a partir de novembro
Os preços pagos pelo quilo do suíno vivo se mantêm estáveis em São Paulo e Minas Gerais, segundo as associações de criadores dos dois Estados. Em São Paulo, o valor segue em R$ 9,33 por quilo, enquanto em Minas o preço médio está em R$ 8,30. Em Santa Catarina e no Paraná, houve nova queda. No estado catarinense, o valor recuou para R$ 8,50 por quilo. Já no Paraná, a média fechou a semana em R$ 8,41, queda de 0,88%. O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Valdomiro Ferreira, disse que o mercado está calmo, sem represamento de animais. A expectativa do setor é de que as cotações voltem a subir no início de novembro.
Notícias Agrícolas
FRANGOS
Frango/Cepea: Preço da carne segue em forte alta e caminha para patamar pré-gripe
Recuperação das cotações internas está atrelada à retomada dos embarques nacionais, além do aquecimento do mercado doméstico
Em forte alta, os preços da carne de frango caminham para patamares pré-gripe aviária – registrada em maio deste ano –, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a recuperação das cotações internas está atrelada à retomada dos embarques nacionais, além do aquecimento do mercado doméstico. Dentre todos os países que suspenderam as compras de carne de frango do Brasil por conta do caso da gripe aviária, a China é a única que se mantém afastada. A União Europeia anunciou a retomada das aquisições na segunda quinzena de setembro, quando o setor brasileiro começou a registrar um movimento de recuperação, que vem se sustentando, conforme análises do Cepea. Colaboradores consultados pelo Centro de Pesquisas indicam tendência de manutenção de preços firmes para os produtos avícolas até o encerramento de 2025. Além da forte retomada das exportações, o incremento da demanda doméstica, impulsionada pelo maior valor pago por aves natalinas no período festivo reforça essa expectativa
Cepea
Brasil retoma exportações de carne de frango e amplia acesso de produtos agropecuários à Malásia
Após reunião bilateral, ministro Carlos Fávaro anunciou seis novos mercados
Em missão oficial ao Sudeste Asiático, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se na sexta-feira (24) com o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar da Malásia, Mohamad Sabu. O encontro resultou na retomada do comércio de carne de frango brasileira com o país asiático e na abertura de seis novos mercados para produtos agropecuários do Brasil. A reunião integra a missão liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realiza visitas oficiais à Indonésia e à Malásia entre os dias 23 e 28 de outubro, com foco no fortalecimento das parcerias estratégicas e na ampliação da presença brasileira na região. Entre os principais temas discutidos esteve a reabertura do mercado malaio para a carne de frango brasileira, suspenso em razão de medidas sanitárias relacionadas à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). O ministro Fávaro destacou a importância de reduzir o período de interdição, atualmente de 12 meses, e de implementar o sistema de regionalização, permitindo a retomada mais ágil das exportações de carne de frango e material genético avícola. “Chegamos da Indonésia à Malásia e viemos direto para o Ministério da Agricultura malaio, onde realizamos a primeira reunião bilateral com ótimas notícias. A principal delas é a retomada do comércio de frango brasileiro com a Malásia, um processo que poderia levar 12 meses, mas conseguimos antecipar para apenas três”, afirmou Fávaro. O encontro também ampliou o acesso de novos produtos brasileiros ao mercado malaio. O governo da Malásia autorizou a importação de pescados extrativos e de cultivo, gergelim, melão e maçã, além de formalizar a abertura do mercado para ovos em pó e antecipar a missão de auditoria que avaliará 16 plantas brasileiras de carne suína. “Frango, suínos, frutas, grãos, gergelim, ovos. É o Brasil gerando oportunidades na Malásia, abrindo espaço para nossos produtores e fortalecendo o agronegócio brasileiro”, comemorou o ministro Fávaro. A reunião marcou mais um avanço na missão brasileira ao Sudeste Asiático, reforçando o papel do Brasil como parceiro estratégico na segurança alimentar global. Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Malásia alcançou US$ 487,2 milhões, sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. A Malásia ocupa a 23ª posição entre os principais destinos das exportações do Brasil. No agronegócio, o Brasil exportou US$ 1,26 bilhão em 2024, com
MAPA
INTERNACIONAL
Exportação argentina de carne bovina volta a crescer e atinge maior volume mensal de 2025
Alta dos preços internacionais, câmbio favorável e redução de impostos impulsionam embarques, mas projeções indicam queda em relação ao recorde do ano passado
As exportações argentinas de carne bovina atingiram em agosto o maior volume mensal de
2025, com 85 mil toneladas equivalentes de carcaça (TEC) embarcadas. O resultado representa uma recuperação expressiva desde a mínima registrada em março (52 mil TEC) e aproxima o país dos picos de agosto e setembro do ano passado, quando foram exportadas 86 mil e 89 mil toneladas, respectivamente. O avanço foi sustentado por um cenário internacional mais favorável: os preços da carne subiram, o câmbio se valorizou e o governo argentino reduziu em julho a alíquota dos impostos de exportação em 1,75 ponto percentual. Em relação aos destinos, houve aumento das vendas para a União Europeia (+1.400 t), Israel (+500 t) e Brasil (+100 t), enquanto México (-1.000 t), Chile (-400 t) e Rússia (-300 t) registraram retração. Os embarques para China e Estados Unidos permaneceram praticamente estáveis, com destaque para o incremento de 3.500 toneladas para o mercado chinês em comparação a julho. A China continua liderando as compras da carne argentina, seguida pela União Europeia, Estados Unidos, Israel e Chile, consolidando os cinco principais destinos do produto. Os valores FOB médios mostram estabilidade em relação a julho, com leve alta de 3% para a China, manutenção para Israel e pequenas quedas entre 2% e 15% nos demais mercados. Mas, na comparação anual, o desempenho é notável: China +60%, União Europeia +20%, Israel +39%, Chile +30% e Estados Unidos +45%. O aumento médio ponderado dos preços é de +39%, deixando o valor de agosto apenas 7% abaixo do pico histórico de abril de 2022. Apesar do bom desempenho, as exportações acumuladas nos oito primeiros meses do ano somam 536 mil TECs, queda de 12% em relação ao mesmo período de 2024. No acumulado de 12 meses, o volume chega a 858 mil TECs, 2% abaixo do observado um ano antes. As projeções indicam que o país não deve repetir o recorde de 930 mil toneladas exportadas em 2024. Para igualar o desempenho, seria necessário embarcar quase 100 mil TECs por mês entre setembro e dezembro, algo considerado improvável por analistas do setor.
Notícias Agrícolas
AGRIFATTO: Carne argentina dificilmente será a solução para a inflação dos EUA
“Com o rebanho em recomposição e uma produção ajustada, a Argentina equilibra sua imagem de fornecedor estratégico com a necessidade de preservar sua base produtiva”, disse a consultoria
A carne argentina pode até reforçar o abastecimento norte-americano, mas dificilmente será a solução para a inflação dos EUA, acreditam os analistas da Agrifatto, que divulgaram um relatório detalhado sobre o assunto aos seus assinantes. Segundo a Agrifatto, as recentes declarações de Donald Trump sobre a intenção de aumentar as compras de carne bovina da Argentina reacenderam o debate sobre o comércio internacional da proteína. Depois de um período de abates intensos e forte descarte de fêmeas, relata a consultoria, a Argentina começa a sinalizar mudança no ciclo pecuário. Entre janeiro e setembro de 2025, foram abatidos 10,15 milhões de bovinos no país, com ligeira queda de 0,88% em relação ao mesmo período do ano anterior. No período em questão, os pecuaristas argentinos reduziram levemente o envio de fêmeas aos frigoríficos, categoria que representou 47,28% do total abatido nos primeiros nove meses deste ano. Tal recuo no abate da categoria, diz a Agrifatto, indica o início da retenção de matrizes e a recomposição do rebanho após o ciclo de descarte de 2024. “Embora tenha capacidade para ampliar as exportações, a Argentina enfrenta limitações estruturais de oferta no curto prazo”, ressaltam os analistas da consultoria.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projeta uma redução de 3,18% na produção argentina de carne bovina em 2025, para 3,08 milhões de toneladas. “Com o rebanho em recomposição e uma produção ajustada, o país equilibra sua imagem de fornecedor estratégico com a necessidade de preservar sua base produtiva”, observa a Agrifatto. Atualmente, a Argentina possui cerca de 30 frigoríficos habilitados a exportar para os EUA. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a Argentina exportou 27,8 mil toneladas de carne bovina aos EUA, com aumento de 7,5% sobre igual período do ano passado. Em faturamento, os embarques cresceram 46,4%, considerando a mesma base de comparação, totalizando US$ 207,3 milhões. O preço médio da proteína argentina exportada alcançou US$ 7.444 por tonelada, refletindo a demanda crescente do mercado norte-americano.
Portal DBO
GOVERNO
Brasil e EUA iniciaram negociação ainda no domingo para suspensão de tarifas
O presidente dos EUA, Donald Trump, aceitou o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e determinou que sua equipe inicie ainda no domingo, em Kuala Lumpur, negociações para suspender o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros durante o período de tratativas para solução definitiva.
Para o governo brasileiro, o saldo da conversa entre Lula e Trump foi a superação de problemas de política interna antes levantados por Washington, com o diálogo agora concentrado em comércio – ou seja, o diálogo bilateral é agora com o governo, e não com a família Bolsonaro.
Com a China, os Estados Unidos suspenderam tarifas pesadas enquanto negociam um acordo com Pequim. A expectativa brasileira é que o mesmo ocorra rapidamente com o Brasil. Foram 45 minutos de conversa “muito positiva, muito produtiva”, resumiu o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Segundo ele, os presidentes trataram de todos os assuntos. Durante cerca de nove minutos, Trump respondeu a perguntas. Afirmou ser “uma grande honra estar com o presidente do Brasil, um grande país. É um país grande e bonito”. Em seguida, disse acreditar que os dois lados seriam capazes de firmar “acordos muito bons” e que “acabaremos tendo um relacionamento muito bom”. “Vamos discutir isso [as tarifas] por um tempo. Nós nos conhecemos, sabemos o que cada um quer”, disse Trump. Lula comentou que havia levado um documento com dados já traduzidos para o inglês. Questionado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Trump o elogiou na frente de Lula: “Sempre gostei dele. Sinto muito pelo que aconteceu. Sempre achei que era uma pessoa direta, mas passou por muita coisa.” Perguntado se haveria algo que o Brasil pudesse oferecer para melhorar as relações bilaterais, Trump respondeu: “Provavelmente. Saberemos em 15 minutos. Eles podem oferecer muito, e nós também.” Trump só não continuou respondendo porque Lula parecia ansioso para iniciar logo a parte privada da reunião. Quando Lula comentou que poderia faltar tempo para a conversa bilateral, Trump observou que o teor das perguntas até eram “aborrecidas” e parou de responder. A conversa, que durou 45 minutos, contou, do lado americano, com os secretários do Tesouro, Scott Bessent, e de Estado, Marco Rubio, além do chefe do USTR (agência de representação comercial dos EUA), Jamieson Greer. Do lado brasileiro, participaram o ministro Mauro Vieira, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa, e o assessor internacional Audo Faleiro. Segundo Mauro Vieira, o encontro foi “muito descontraído, até alegre”. Segundo ele, Trump elogiou a trajetória política de Lula, destacando o fato de ter sido duas vezes presidente, “de ter sido perseguido judicialmente no Brasil, de provar sua inocência e de conquistar um terceiro mandato”, conforme Vieira. Ficou acertado que haverá visitas recíprocas. Trump manifestou o desejo de ir ao Brasil, e Lula disse que aceitaria com prazer um convite para visitar os Estados Unidos. O ponto central da conversa foi mesmo o tema das tarifas. Lula insistiu que a justificativa americana para impor o tarifaço não se aplica ao Brasil, já que, nos últimos 15 anos, os EUA registraram superavit comercial de US$ 410 bilhões na relação bilateral. Ele entregou a Trump um documento com esses dados, em inglês. Lula pediu então a suspensão temporária das tarifas durante o período de negociação e Trump concordou com a importância de discutir o tema rapidamente. A ênfase foi forte, a ponto de ambos decidirem que as equipes técnicas se reuniriam ainda neste domingo, em Kuala Lumpur. “Trump, muito simpático, ouviu com atenção e orientou sua equipe a negociar para chegar a bom termo”, relatou Márcio Rosa.
Não se esperavam decisões imediatas na reunião entre os ministros dos dois lados, mas o objetivo é definir cronograma para concluir as negociações em poucas semanas, abordando cada setor afetado pelo tarifaço. Segundo participantes, Trump não fez nenhum pedido específico em troca da demanda brasileira. Quem mencionou Bolsonaro na conversa, na verdade, foi o próprio Lula, ao discutir a aplicação da Lei Magnitsky, argumentando que não fazia sentido a punição a autoridades brasileiras. Ele disse que o processo judicial contra o ex-presidente foi correto e respaldado em provas robustas. O governo brasileiro saiu entusiasmado com o resultado do encontro. Primeiro, pela decisão de iniciar as negociações sobre as tarifas com urgência. Segundo, pelo clima de abertura e escuta do governo americano.
Segundo o Palácio do Planalto, em nenhum dos temas houve tom de confronto. Pelo contrário, o ambiente foi de entendimento. “O saldo final é ótimo”, afirmou Mauro Vieira. “O presidente Lula manteve um diálogo muito franco e colaborativo com Trump, e a reciprocidade foi verdadeira”, acrescentou Márcio Rosa. A reunião neste domingo entre Mauro Vieira e Márcio Rosa, de um lado, e os secretários americanos Bessent, Rubio e o chefe do USTR Greer estava sendo acertada em meio a agendas cheias dos dois lados.
Valor Econômico
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Exportação de carne bovina cresce quase 50% em Paranaguá
Terminal é o maior da América Latina para movimentação de contêineres refrigerados.
O volume de carne bovina congelada exportada pelo porto de Paranaguá (PR)bateu recorde. Ente janeiro e setembro deste ano, foram enviadas 736 mil toneladas do produto, de acordo com a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá. O volume é 49% superior aos embarques no mesmo período de 2024, quando chegaram a 493 mil toneladas, e 9% maior que o acumulado em todo o ano de 2024 (675 mil toneladas). Com isso, a participação do terminal nos embarques de carne bovina passou de 23% em 2024 para 30% em 2025. A China é o principal destino da carne bovina embarcada na TCP, com quase 60% das cargas. Estados Unidos (7,5%), Rússia (4,5%), México (4%) e Itália (2,7%) completam a lista dos cinco principais importadores. Segundo a Secex, as exportações de carne bovina foram de 2,44 milhões de toneladas nos nove primeiros meses do ano, alta de 16% em relação ao mesmo período de 2024. A receita com os embarques cresceu 35,4% e chegou a US$ 12,4 bilhões, próxima do faturamento total de 2024, de US$ 12,8 bilhões. As exportações de carne de frango congelada seguem como o principal produto exportado pela TCP. Até setembro, o volume total de embarques foi de 1,724 milhão de toneladas, o maior registrado entre os terminais portuários do país. O empreendimento é responsável por 44% das exportações do setor. Apenas em agosto de 2025, foram exportadas 228 mil toneladas de carne de frango congelada. "A retomada das importações do produto brasileiro na maioria dos principais mercados traz uma perspectiva positiva para o último trimestre deste ano”, explica, em nota, Giovanni Guidolim, gerente comercial da TCP. Os principais importadores da carne de frango exportada pela TCP de janeiro a setembro foram Emirados Árabes Unidos (8,8%), China (8,2%), Japão (7,1%), África do Sul (7%) e México (6,5%). Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne de frango foram de 3,876 milhões de toneladas no acumulado dos nove meses de 2025, recuo de 1% na comparação com as 3,917 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2024. O faturamento chegou a US$ 7,166 bilhões. Em 2024, a TCP concluiu as obras de ampliação do pátio destinado à armazenagem de contêineres refrigerados, que passou de 3.624 para 5.268 tomadas. O empreendimento tem agora o maior parque para armazenagem desse tipo de contêiner da América do Sul. Entre janeiro e setembro, a movimentação de cargas refrigeradas no terminal de Paranaguá aumentou 7% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a 106.275 contêineres. Boa parte deste aumento de volume está relacionado a manutenção no desempenho de exportações de carne de frango e a conversão de novos clientes, principalmente no segmento de carne bovina, disse a TCP. O portfólio de linhas marítimas da TCP conta com 25 escalas semanais e 21 serviços marítimos.
Valor Econômico
Paraná cresce acima da média nacional em agosto, aponta Banco Central
O Paraná superou as médias de Rio Grande do Sul (0,64%), São Paulo (-0,03%), Bahia (-0,04%), Rio de Janeiro (-0,27%), Pará (-0,53%), Ceará (-0,62%), Espírito Santo (-0,85%), Pernambuco (-0,89%), Goiás (-1,10%), Santa Catarina (-1,27%), Minas Gerais (-1,36%) e Amazonas (-3,18%).
A atividade econômica do Estado do Paraná, apresentou expansão de 1,5% em agosto de 2025, em comparação ao mês anterior. Essa taxa, ajustada sazonalmente, é a maior entre os 13 estados pesquisados pelo Banco Central no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR). O estudo foi feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e divulgado na sexta-feira (24). No confronto com o resultado nacional, o crescimento paranaense foi três vezes superior, visto que a atividade econômica brasileira avançou 0,40% no período. O desempenho do Paraná pode ser atribuído principalmente à indústria, que contabilizou incremento de 4,2% no seu volume de produção em agosto, na comparação com julho, de acordo com o IBGE. Adicionalmente, a produção estadual de grãos registrou crescimento de 23% em relação à safra de 2024. Segundo Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes, a performance da atividade econômica do Estado é resultado do propício ambiente para o desenvolvimento produtivo. “O investimento em infraestrutura, propiciado pelo equilíbrio das contas públicas, o elevado patamar do capital humano, os incentivos governamentais e a competência da classe empresarial explicam os destacados resultados”, analisa.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fechou perto da estabilidade no Brasil em dia de IPCA-15 e inflação nos EUA
O dólar fechou a sexta-feira perto da estabilidade ante o real, pouco abaixo dos R$5,40, com as cotações cedendo pela manhã após divulgação de um índice de preço mais baixo que o esperado nos Estados Unidos, mas se recuperando depois em sintonia com o exterior.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,14%, aos R$5,3930. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,25% e, no ano, recuo de 12,72%. Às 17h22, na B3 o dólar para novembro subia 0,13%, aos R$5,4005. Pela manhã o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI avançou 0,3% no mês passado, depois de ter subido 0,4% em agosto. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta 3,0%, após avançar 2,9% em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,1% em relação ao ano anterior. Os números fizeram os investidores elevarem as apostas de cortes sucessivos de juros nos Estados Unidos, o que pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e sobre o dólar ante as demais moedas. No Brasil, o aumento da perspectiva de corte da taxa básica Selic já no início de 2026 -- refletida na queda da curva de DIs (Depósitos Interfinanceiros) na sexta-feira -- também atuou para que o dólar saísse das mínimas da manhã e se reaproximasse da estabilidade, avaliou Laís Costa, analista da Empiricus Research. Na abertura da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 -- considerado uma espécie de prévia da inflação oficial -- teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25%. A taxa do IPCA-15 em 12 meses até outubro foi a 4,94%, abaixo dos 5,32% de setembro e da projeção de 5,01% dos economistas. Para alguns profissionais, os números do IPCA-15 e do próprio CPI elevaram as chances de um corte da Selic já em janeiro -- algo que, em tese, seria um fator altista para o dólar ante o real. O diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, avaliou que o cenário atual não deixa muito espaço para o dólar renovar uma mínima no ano -- após ter marcado o menor valor de fechamento para 2025 em 16 de setembro, de R$ 5,2987. “Este ano, fazer uma nova mínima é meio difícil. Com o Fed voltando a cortar juros, o dólar se aproximar de R$5,33 ou R$5,32 é razoável, mas talvez não muito abaixo disso”, avaliou.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com inflação abaixo do esperado e quase zera perda no mês
O Ibovespa fechou com uma alta modesta na sexta-feira, marcada pela divulgação de dados de inflação abaixo das previsões no Brasil e nos Estados Unidos, mas fraqueza de blue chips, principalmente Petrobras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,31%, a 146.172,21 pontos, após marcar 147.239,76 na máxima e 145.720,98 na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$14,56 bilhões. Com tal resultado, o Ibovespa acumulou um ganho de 1,93% na semana, praticamente zerando as perdas no mês, com outubro agora mostrando uma variação negativa de apenas 0,04%. Na cena brasileira, o IBGE mostrou que o IPCA-15 aumentou 0,18% em outubro, após alta de 0,48% em setembro, ficando também abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25%. Em 12 meses, a taxa ficou em 4,94%, contra previsão de 5,01%. "Em momentos de mudança de ciclo econômico a tendência é de que tenhamos dados ruins, seguidos de dados bons", observou o economista Luís Otavio Leal, da G5 Partners. "Enquanto em setembro o IPCA-15 veio menor do que o esperado, mas a sua estrutura veio ruim, agora em outubro vemos também um resultado abaixo do projetado, mas, desta vez, com uma estrutura também muito auspiciosa", afirmou. "Juntando esse resultado à recente redução nos preços da gasolina, mudamos a nossa projeção para o IPCA do ano de 4,80% para 4,60%, mas mantemos a nossa expectativa de que os juros só comecem a ser reduzidos na reunião de janeiro de 2026". Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,3% em setembro, menor do que o acréscimo de 0,4% em agosto e abaixo da previsão de aumento de 0,4%, segundo divulgou o Departamento do Trabalho. Para a equipe do C6 Bank, a persistência da inflação acima da meta e o risco de uma pressão maior sobre os preços à frente em razão das tarifas comerciais deveriam manter o Federal Reserve cauteloso sobre os próximos passos de política monetária.
Reuters
IPCA-15 sobe menos do que o esperado em outubro com queda de energia elétrica
Os preços dos combustíveis pressionaram o IPCA-15 e a queda dos alimentos perdeu força em outubro, mas ainda assim o índice subiu menos do que o esperado no mês em meio ao recuo dos custos de energia, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 5%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior, e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,25%. Com o resultado mensal informado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa em 12 meses foi a 4,94%, de 5,32% em setembro e contra projeção de 5,01%. A meta oficial de inflação é de 3,0% pelo IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. "Do ponto de vista qualitativo, o resultado também foi melhor do que o esperado: os principais indicadores de inflação subjacente vieram abaixo das estimativas. Esse desempenho coloca uma assimetria baixista para o IPCA deste ano, com probabilidade moderada de encerrar 2025 dentro da banda da meta", disse em nota Igor Cadilhac, economista do PicPay. O maior impacto positivo em outubro foi exercido pelo grupo Transportes, com alta de 0,41% após queda de 0,25% em setembro. Esse resultado foi influenciado principalmente pelos combustíveis, que subiram 1,16%, e pelas passagens aéreas, com alta de 4,39%. O etanol (3,09%), a gasolina (0,99%) e o óleo diesel (0,01%) apresentaram altas, enquanto o gás veicular teve queda de 0,40%. No entanto, a Petrobras anunciou nesta semana redução em 4,9% do preço médio da gasolina vendida em suas refinarias a distribuidoras a partir de 21 de outubro, em momento em que o seu combustível está mais caro do que o produto vendido no exterior. Já o grupo Habitação mostrou desaceleração da alta a 0,16% em outubro, depois de ter subido 3,31% em setembro, uma vez que a energia elétrica residencial passou a cair 1,09%, após ter disparado 12,17% no mês anterior. Em outubro, a bandeira tarifária para a conta de energia é vermelha patamar 1, com cobrança adicional de R$4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, depois de ser adotada a bandeira vermelha patamar 2 em setembro. Já os custos de Alimentação e Bebidas, com forte impacto no bolso dos consumidores, registrou um recuo de apenas 0,02% em outubro, contra queda de 0,35% no mês anterior. Segundo o IBGE, a alimentação no domicílio registrou queda de 0,10%, após recuar 0,63% em setembro, com deflações nos preços de cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%). Destacaram-se entre as altas o óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%). Com a taxa básica de juros mantida em 15%, o Banco Central disse que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação. O BC prevê que a inflação irá se aproximar do centro da meta no primeiro trimestre de 2028. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que a expectativa de especialistas é de que a inflação termine este ano a 4,70%, com a Selic a 15%.
Reuters
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