CLIPPING DO SINDICARNE Nº 904 DE 15 DE JULHO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 904 | 15 de julho de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi-China” cai R$ 4/@ em SP, para R$ 310/@
Animal terminado sem padrão-exportação também recuou na praça paulista, batendo R$ 305/@ nesta segunda-feira (14/7). No PARANÁ: Boi: R$310,00 por arroba. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias.
Na segunda-feira (14/7), os frigoríficos do Estado de São Paulo reduziram as ofertas de compra de boiadas gordas e as indústrias que estavam fora do mercado especularam valores abaixo dos registrados na semana anterior, informou a Scot Consultoria. Como resultado, o boi gordo “comum” caiu R$ 3/@ e o “boi China” teve baixa diária R$ 4/@, para R$ 305/@ e R$ 310/@, respectivamente, no prazo, valores brutos, apurou a Scot. Os preços da vaca e da novilha gordas não mudaram em SP, e seguem valendo R$ 278/@ e R$ 293/@, respectivamente, acrescenta a consultoria. Pelos dados da Scot, as escalas de abate dos frigoríficos paulistas contabilizam 10 dias, em média. Na avaliação dos analistas da consultoria de Bebedouro (SP), a postura cautelosa dos frigoríficos se acentuou diante das incertezas provocadas pelo anúncio do tarifaço aos produtos brasileiros (de 50%, a partir de agosto/25) por parte dos Estados Unidos. Os analistas da Agrifatto também acreditam o impasse tarifário com o governo Trump tem impactado diretamente o mercado brasileiro do boi gordo no Brasil. “Após o anúncio das novas tarifas pelos EUA, os frigoríficos exportadores interromperam as compras”, afirma a consultoria, referindo-se aos negócios envolvendo lotes de animais terminados. Pelos dados da Agrifatto os preços do boi gordo não sofreram alteração na segunda-feira nas principais praças brasileiras. “O mercado segue completamente estagnado, aguardando os preços de balcão dos principais frigoríficos”, afirmam os analistas da Agrifatto, acrescentando que o preço do boi gordo “comum” se mantém em R$ 305/@ no mercado paulista, enquanto o animal com padrão-exportação vale R$ 315/@. Nas outras 16 regiões monitoradas diariamente pela consultoria, a média do boi gordo está em R$ 293,45/@. Na avaliação da equipe de analista da Agrifatto, o governo brasileiro deve adotar uma postura de cautela em relação ao imbróglio internacional. “O Brasil, altamente dependente do comércio exterior, não dispõe de espaço para embates prolongados com a maior economia do mundo, pois arriscaria perder competitividade para Austrália, Argentina e Uruguai”, dizem os analistas, citando alguns dos concorrentes no mercado global de carne bovina. Cotações do boi gordo desta segunda-feira (14/7), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00 Novilha: R$290,00 Escalas de abates de nove dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$305,00. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha R$290,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$305,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$310,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. PARÁ: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$285,00 a arroba. Boi China/Europa: R$295,00. Média: R$290,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de nove dias. RONDÔNIA: Boi: R$270,00 a arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$280,00 por arroba. Vaca: R$250,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de oito dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Volume exportado de carne bovina in natura alcança 104,1 mil toneladas até a segunda semana de julho/25
O volume exportado de carne bovina chegou em 104,1 mil toneladas até a segunda semana de julho/25, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No ano anterior, o volume exportado no mês de julho foi de 237,2 mil toneladas em 23 dias úteis.
Com relação à média diária exportada, ela está em 11,5 mil toneladas, avanço de 12,2% frente a média diária do ano anterior, que ficou em 10,3 mil toneladas. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 5.536 por tonelada, o que representa um ganho anual de 25,6%, quando se compara com os valores observados em julho de 2024, com US$ 4.409 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina na segunda semana de julho ficou em US$ 576,8 milhões, sendo que em julho do ano anterior a receita total foi de US$ 1,045 bilhão. A média diária do faturamento na segunda semana de julho ficou em US$ 64 milhões, um ganho de 40,9%, frente ao observado no mês de julho do ano passado, que ficou em US$ 45,4 milhões.
SECEX/MDIC
SUÍNOS
Queda na exportação de carne suína na primeira semana de julho
A carne de suína registrou ligeiro retrocesso na exportação em comparação a julho de 2024
Transcorridos nove dos 23 dias úteis de julho corrente, os embarques médios diários de carne suína foram inferiores a 4.500 toneladas/dia (5.183 toneladas/dia há um ano) registrando retração próxima de 13,5%. Neste caso, sofre menos a carne suína graças ao fato de seu preço médio continuar registrando evolução positiva – aumento de mais de 10% em comparação ao preço de um ano atrás. Mesmo isso, porém, não impede que sua receita apresente ligeira queda – 4,5% a menos que em julho/24.
SECEX/MDIC
FRANGOS
Embarques de carne de frango de julho continuam patinando
Na segunda semana de julho (6 a 12, cinco dias úteis) os embarques de carne de frango in natura permaneceram nos mesmos níveis da semana anterior, somando não mais que 75 mil toneladas.
A diferença é que a marca anterior, também de 75 mil toneladas, foi alcançada em quatro dias – o que significa que, de uma semana para outra o volume exportado recuou 20%. Três meses atrás, em idêntico período (9 dias úteis) ultrapassaram as 210 mil toneladas. Agora, no mesmo espaço de tempo, estão restritos a pouco mais de 150 mil toneladas, resultado que sinaliza para a totalidade do mês volume não muito além das 380 mil toneladas, cerca de 12% a menos que as pouco mais de 436,6 mil toneladas de julho de 2024. Nos quatro primeiros meses deste ano os embarques diários de carne de frango ficaram próximos das 21.500 toneladas. De maio para cá ficaram restritos a pouco mais de 16.500 toneladas diárias, o que sugere pelo menos 200 mil toneladas a menos desde o autoembargo declarado na virada da primeira para a segunda quinzena de maio passado. Naturalmente, a qualquer momento isso vai fazer falta no mercado internacional, dependente em mais de um terço do abastecimento brasileiro. Então, deve ser desencadeada a reversão ora aguardada. Mas pode demorar algum tempo até que isso aconteça, talvez não antes de agosto. Mesmo alcançado o volume projetado, o acumulado nos sete primeiros meses de 2025 deve continuar aquém dos 2,8 milhões de toneladas, permanecendo mais de 2% aquém dos cerca de 2,850 milhões de toneladas alcançadas entre janeiro e julho de 2024.
SECEX/MDIC
EMPRESAS
Previ zera posição em BRF; Marfrig e Molina compram
Fundo de pensão era acionista desde a década de 90
O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil não quis esperar para ver o que vai dar na fusão de BRF e Marfrig. A Previ zerou a posição histórica de sua carteira na sexta-feira, apurou o Pipeline. O fundo era acionista desde a década de 90, ainda quando Perdigão, e seguiu após a fusão com Sadia em 2009. Quem segue na ponta compradora é a Marfrig e o controlador Marcos Molina. A companhia comunicou que sua posição, somada ao fundo Mams, de Molina, chegou a 58,87%. Quando a fusão foi anunciada, em maio, a Marfrig tinha 50,5% da BRF. Minoritários da BRF, como a própria Previ, o fundo Latache e um membro da família Fontana, vêm pedindo adiamento da assembleia para discussão na CVM sobre o processo de definição da relação de troca - que consideram favorável à Marfrig. A documentação que embasou o preço foi entregue, após requerimento do regulador, com informações tarjadas - o que ensejou nova reclamação desse grupo de acionistas. Na sexta, a autarquia concedeu novo adiamento, por mais 21 dias. Em nota, a Previ confirmou a venda das ações remanescentes em BRF, “encerrando um ciclo de mais de três décadas de participação no ativo”, por entender que o preço proposto da fusão com Marfrig não atende ao melhor interesse de seus cotistas. “A decisão foi tomada em conformidade com a Política de Investimentos do plano, que orienta a realocação de ativos com base em critérios técnicos, priorizando a liquidez, a prudência e a aderência ao passivo do plano. Ou seja: o pagamento de benefícios dos associados. As ações foram negociadas por valor superior ao oferecido aos minoritários no caso de exercício do direito de recesso, se a fusão entre BRF e Marfrig se concretizar”, disse o fundo. “A Previ entende que a relação de troca proposta na fusão não reflete adequadamente o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários e, consequentemente, para os associados. Ao antecipar-se à efetivação da fusão, a Previ protege o patrimônio dos participantes e reafirma seu compromisso com decisões técnicas, fundamentadas e alinhadas aos melhores interesses do Plano 1.”
Valor Econômico
Fusão BRF-Marfrig: CVM suspende assembleia pela segunda vez
Adiamento atende pedidos de acionistas minoritários, que questionaram a falta de informações detalhadas sobre os termos da operação
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais brasileiro, decidiu, por unanimidade, suspender e adiar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF que analisaria a incorporação da companhia pela Marfrig. A AGE estava marcada para ocorrer nesta segunda-feira, 14, no entanto, foi adiada pela segunda vez. O adiamento atendeu a pedidos de acionistas minoritários, que questionaram a falta de informações detalhadas sobre os termos da operação, especialmente em relação à relação de troca e projeções financeiras, consideradas essenciais para a avaliação do negócio. A CVM condicionou o avanço da operação à entrega de documentos complementares, o que deve atrasar o calendário inicialmente previsto, gerando incertezas sobre a concretização do acordo. A fusão entre BRF e Marfrig, que busca criar a MBRF Global Foods Company — uma das maiores empresas globais do setor de proteínas — foi anunciada em maio deste ano. Entretanto, a conclusão do processo enfrenta resistência. As companhias, inicialmente, tinham marcado para 18 de julho a assembleia geral com os acionistas. No entanto, um dia antes, a CVM adiou a reunião por 21 dias. A decisão atendeu ao pedido do acionista Alex Fontana, membro da família fundadora da Sadia. Na ocasião, Fontana alegou a insuficiência de documentos. O argumento foi aceito pela CVM. Além disso, em 7 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) estabeleceu um prazo de 10 dias para que as empresas se manifestem sobre o questionamento protocolado pela Minerva, líder em exportação de carne bovina na América do Sul. A empresa alega riscos concorrenciais em caso de conclusão da operação, especialmente por conta da presença do fundo saudita Salic no capital tanto da Marfrig quanto da própria Minerva.
Encerrado o prazo, com ou sem manifestação, os autos devem retornar para nova análise do Cade.
Agro Estadão
INTERNACIONAL
Carne bovina: Cota Hilton rende US$ 350 milhões aos exportadores argentinos
Cortes de alta qualidade: Argentina tem uma participação de 44% no total da cota oferecida pela UE; Brasil responde por 15%
A Argentina utilizou integralmente a Cota Hilton para o ciclo 2024/2025, exportando um total de 29.350,4 toneladas para o mercado da União Europeia (EU), informou o jornal Clarin. A Cota Hilton é uma cota tarifária concedida pela UE para importações de carne bovina desossada de alta qualidade e alto valor. A Argentina é a principal favorecida, com 44% da cota global, à frente dos Estados Unidos e Canadá (17%), Brasil (15%), Austrália (11%), Uruguai (10%), Nova Zelândia (2%) e Paraguai (1%). A cota, que encerrou em 30 de junho/25, contemplava um volume autorizado aos exportadores argentinos de 29.389 toneladas, segundo o Ministério da Agricultura. Considerando a cota do Reino Unido, que foi cortada após o Brexit, as exportações argentinas atingiram 29.461,4 toneladas de uma cota total de 29.500 toneladas. Segundo o jornal argentino, os principais destinos da carne bovina de alta qualidade foram Alemanha e Holanda, seguidos por Itália, Espanha, Grécia e Portugal, refletindo a consolidação desses mercados como parceiros estratégicos para a cadeia de exportação do setor no país. Em receita, diz o Clarín, os embarques dentro da Cota Hilton somaram aproximadamente US$ 350 milhões, com preços médios chegando a US$ 18.000/tonelada. A cota para o ciclo 2025/2026 foi iniciada em 1º de julho, contemplando 69 empresas, entre frigoríficos e grupos de produtores-exportadores, informa o Clarín. Até o momento, a Argentina já executou 8,5% do total da nova cota, com preços médios em torno de US$ 18.000 por tonelada, confirmando o posicionamento da carne bovina argentina nos segmentos premium do mercado europeu.
Jornal Clarín
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Plano Safra 25/26: tempo de vencimento de várias operações ficou mais curto
Houve corte em algumas modalidades de investimentos. O prazo mais curto está em linha com o ciclo de produção e geração de receita no campo, segundo o ministério da Fazenda
O Ministério da Fazenda aposta na redução gradativa dos prazos de reembolso dos financiamentos a juros equalizados do crédito rural para tentar aumentar a eficiência do orçamento destinado à subvenção e diminuir gastos da União, que passa por aperto fiscal. No Plano Safra 25/26, o tempo de vencimento de várias operações ficou mais curto. O custeio passou de 12 para 11 meses, e a meta da Pasta é chegar a nove meses. Houve corte em algumas modalidades de investimentos. “No passado, quando os prazos eram de oito ou nove meses, o dinheiro ia e voltava. Um Plano Safra que equalizava 100, virava 180, 150. À medida que o prazo do custeio foi ampliado e chegou a um ano ou 13 meses, há uma contratação só”, explicou Gilson Bittencourt, subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, em conversa com jornalistas. O prazo mais curto, segundo ele, está em linha com o ciclo de produção e geração de receita no campo, o que não deve comprometer ou atrapalhar a capacidade de pagamento dos credores. “A nossa tese é, aos poucos, reduzir o prazo do custeio até chegar aos 9 meses, como era no passado”, afirmou. Segundo ele, a redução do prazo vai fazer com que o mesmo dinheiro possa ser emprestado mais de uma vez no mesmo ano-safra. “O dinheiro pode ter rodado duas vezes (...) É a famosa fábrica do dinheiro. Libero para você, você me paga, libero para o outro”, explicou. “Um mês a menos em contrato de 12 meses gera economia de 8% do custo. Se temos dois meses a menos, a economia é de 16% do custo anual com a equalização. Em um contrato com recurso obrigatório, com 10 meses em vez de 12, durante um ano é possível rodar o dinheiro duas vezes”, explicou Bittencourt. “Isso nos ajudou a reduzir o custo e vai reduzir no futuro”, completou. A mudança também faz parte de uma tentativa de simplificar o Manual do Crédito Rural (MCR). Antes, havia prazos diferentes para pequenos (Pronaf) e médios (Pronamp) produtores. Agora, os 11 meses valem para todos. Alguns contratos ainda são mais longos, como no caso da pecuária. Mesmo assim, a mudança no ciclo de criação no campo impulsionada pela expansão do mercado chinês, que só compra carne de animais com até 30 meses, também força a redução de prazos. “O ‘boi China’ forçou muito a redução. Antes, se engordava um boi em até cinco anos entre o nascimento e o abate. Hoje já tem gente produzindo, do nascimento ao abate, em dois anos”, pontuou. O prazo do financiamento para recria e engorda em sistema extensivo, ou seja, de criação a pasto, caiu de 24 meses para 20 meses. “Ainda estamos bem acima do que seria o ideal. Mas vamos devagar. São quatro meses a menos e 20% a menos de custo. São 20% a mais que o dinheiro no interior vai começar a rodar”, exemplificou. Na opinião de três bancos ouvidos pela reportagem, as alterações não vão gerar problemas operacionais na liberação dos financiamentos.
Globo Rural
Governo do Paraná adota medidas visando fomentar o agronegócio através de FIDCs
Incentivo à criação de fundos por parte de cooperativas e empresas, e a possibilidade de transferências de créditos de ICMS por meio desses fundos devem impulsionar o setor no Estado
O governo paranaense realizou recentemente duas importantes medidas para fomentar a cadeia produtiva do agronegócio local por meio dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório). A primeira medida foi a publicação de uma chamada para selecionar FIDCs para receberem recursos do programa Fomenta Paraná. A outra, tomada na área tributária, altera regras para permitir a transferência de créditos de ICMS recebidos de terceiros por meio desses fundos. A chamada de seleção dos fundos tem como objetivo permitir que cooperativas, empresas agrícolas e demais fornecedores do agronegócio busquem estruturar fundos próprios para captar recursos da Fomento Paraná, do mercado financeiro e via capital próprio, visando oferecer crédito a pessoas físicas ou jurídicas ligadas ao agronegócio, em projetos de investimentos localizados, exclusivamente, no território paranaense. A Fomento Paraná irá avaliar propostas enviadas por gestores até 15 de agosto, seguindo regras e parâmetros definidos no edital. O recurso investido nesses fundos será exclusivamente em cotas seniores e representará de 14% a 20% do fundo, com remuneração esperada de 4% ao ano. O montante investido poderá variar do mínimo de R$ 30 milhões até o máximo de R$ 80 milhões por fundo. Há a limitação de R$ 350 milhões a serem aplicados por gestora de investimento. A estimativa de duração do fundo será de 10 anos, com a intenção de financiar, em sua maioria, operações de CAPEX, com limite mínimo de 80% do patrimônio líquido do fundo, sendo que o ativo financiado deve estar localizado no Estado do Paraná. Para participar dessa chamada pública, o fundo já deve estar em fase pré-operacional ou em fase de constituição, com prestadores de serviços definidos, assim como toda a documentação legal pré-definida, seguindo os critérios estabelecidos na chamada pública. Dias após o governo paranaense anunciar a chamada de seleção dos fundos, conforme esperado, foi publicado o decreto 10.500/2025 viabilizando a transferência de créditos acumulados de ICMS da conta de FIDCs no âmbito do Siscred (Sistema de Controle de Transferência e Utilização dos Créditos Acumulados). Com esta alteração, empresas que adquirirem cotas de FIDCs voltados ao setor agroindustrial, mesmo que não possua créditos próprios de ICMS habilitados no Siscred, poderão transferir créditos recebidos de terceiros, desde que previamente habilitados. Os créditos habilitados recebidos de terceiros deverão ser transferidos aos destinatários em 36 parcelas mensais e iguais. Caso o valor do crédito habilitado no Siscred seja inferior ao valor adquirido em cotas do FIDC, poderá ser autorizada a transferência da diferença com crédito habilitado recebido de terceiro.
Notícias Agrícolas
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar sobe pela 4ª sessão com guerra tarifária no foco
O dólar subiu pela quarta sessão consecutiva ante o real nesta segunda-feira, novamente refletindo o desconforto do mercado com a guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos e seus efeitos sobre a economia brasileira.
A moeda norte-americana à vista fechou com elevação de 0,69%, aos R$5,5865, no maior valor de fechamento desde 5 de junho, quando encerrou em R$5,5871. A divisa acumulou ganho de 2,57% nas últimas quatro sessões, com as cotações incorporando prêmios de risco após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira uma tarifa de 50% sobre os produtos comprados do Brasil. Às 17h14, na B3, o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,29%, aos R$5,6085. Pela manhã o dólar demonstrou maior indecisão no Brasil, chegando a oscilar no território negativo em alguns momentos, mas durante a tarde a divisa se firmou em alta, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior. Por trás do movimento estavam as incertezas em torno da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Depois da tarifa de 50% para o Brasil, Trump ameaçou a União Europeia e o México com uma cobrança de 30%. Ativo que reflete mais diretamente os receios em relação à guerra tarifária, o dólar saiu de uma cotação mínima de R$5,5447 (-0,06%) às 10h58 para uma máxima de R$5,5940 (+0,83%) às 16h44, já na reta final da sessão do mercado à vista, logo após a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará nesta segunda-feira o decreto que regulamenta a lei brasileira de reciprocidade -- ferramenta fundamental para que o país possa retaliar os EUA na guerra tarifária. A liquidez menor favoreceu o pico do dólar, com a negociação da moeda para agosto somando menos de 150 mil contratos neste fim de tarde.
Reuters
Ibovespa recua puxado por Vale e Petrobras
No setor de proteínas, BRF ON caiu 4,55%, no segundo pregão seguido de baixa. O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, anunciou que encerrou sua participação na BRF, antecipando possíveis impactos negativos decorrentes da eventual incorporação de BRF e MARFRIG ON, que encerrou com estabilidade. No setor, MINERVA ON recuou 2,42%.
O Ibovespa abriu a semana em clima de cautela, marcando sua sexta queda consecutiva na segunda-feira, com as blue chips Vale e Petrobras entre as principais pressões e diante de novas ameaças tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump. Dados da atividade econômica doméstica piores do que o esperado também pesaram sobre o índice, com o IBC-Br, visto como um sinalizador do PIB, interrompendo quatro meses seguidos de expansão e registrando em maio sua primeira contração no ano, versus expectativa de estabilidade em pesquisa da Reuters. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,65%, a 135.298,99 pontos, alcançando 134.839,69 pontos na mínima e 136.186,67 pontos na máxima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$18,82 bilhões. Depois de anunciar tarifas contra a União Europeia e o México no final de semana, Donald Trump ameaçou na segunda-feira impor sanções aos compradores de petróleo russo, a menos que a Rússia aceite um acordo de paz em 50 dias, gerando novas tensões nos mercados e pressionando os preços da commodity. As pressões comerciais mais recentes de Trump refletiram nos preços do petróleo, que caíram mais de US$1 no mercado externo. Em Nova York, contudo, os índices de ações resistiram à nova rodada de ameaças do republicano e fecharam em alta, após uma abertura mista. Investidores mantiveram suas convicções diante de uma semana agitada, marcada por indicadores econômicos e pelo início da temporada norte-americana de resultados corporativos. No Brasil, a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos seguiu sob os holofotes. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará ainda nesta segunda decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade.
Reuters
Atividade econômica tem 1ª retração do ano em maio em resultado pior que o esperado, mostra BC
A atividade econômica brasileira interrompeu quatro meses seguidos de expansão e registrou em maio a primeira contração no ano, em resultado bem pior do que o esperado, mostraram dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), retraiu 0,7% em maio na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado informado pelo BC. A leitura do mês foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estabilidade, em meio a um cenário de política monetária restritiva. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,2%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,0%, de acordo com números não dessazonalizados. A abertura dos dados do BC mostrou que em maio houve grande peso da Agropecuária, com queda de 4,2% do IBC-Br do setor sobre o mês anterior. O IBC-Br da indústria também teve desempenho negativo, de 0,5%, enquanto o índice de serviços ficou estagnado. Excluindo a Agropecuária, o IBC-Br apresentou recuo de 0,3%. Dados do IBGE mostraram que em maio somente o setor de serviços apresentou ganhos, com alta de 0,1% no volume em relação ao mês anterior, mas abaixo do esperado. Já a produção industrial contraiu 0,5% e as vendas no varejo tiveram queda de 0,2%. Analistas apontam que a economia brasileira deverá registrar desaceleração gradual diante do impacto da política monetária restritiva, ainda que o mercado de trabalho robusto ajude a manter a resiliência da atividade econômica. Ainda assim, na sexta-feira o Ministério da Fazenda revisou para cima a previsão para o crescimento do país neste ano, a 2,5%, passando a ver uma desaceleração apenas marginal em 2026. No entanto, essas estimativas ainda não consideraram efeitos potenciais do aumento das tarifas sobre o Brasil pelos Estados Unidos de 10% para 50%, anunciado na semana passada pelo governo do presidente Donald Trump e que podem entrar em vigor em agosto. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,23%, indo a 1,89% em 2026. O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Reuters
Tarifaço de Trump e lei da UE embaralham a geopolítica do agro nacional
Mudanças no cenário externo afetam competitividade e atrapalham planejamento do setor. Carne bovina é um setor exposto tanto à taxação dos EUA quanto à lei antidesmatamento da União Europeia
Quando se prepara para atender os requisitos da lei antidesmatamento da União Europeia, que será aplicada a partir de janeiro de 2026, o agronegócio brasileiro enfrenta outro desafio: a taxação de 50% das exportações para os Estados Unidos. A situação se agravou, e nessa “tempestade perfeita”, as exportações do agro nacional a dois de seus maiores clientes — os EUA e a UE — podem ficar inviáveis ou perder competitividade, avaliam especialistas em comércio exterior e diplomatas com experiência em negociações comerciais. Para o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), as tensões comerciais com os americanos são mais graves do que os efeitos da lei da UE e uma preocupação imediata para o Brasil. Ele observa que, na crise com os EUA, o agronegócio não é o setor mais afetado da economia brasileira. Barbosa acredita que a indústria da aviação e setores como de alumínio e aço têm mais a perder com a taxação, na venda de produtos de valor agregado ou alta tecnologia embarcada, enquanto o agro é franco exportador de commodities. “Vai ter consequência, não sabemos qual é o nível de tarifa que o Brasil vai conseguir com os EUA. Porém, mesmo que seja acima dos 10% anteriores, ainda conseguiríamos nos manter competitivos na exportação de produtos agropecuários, mas tem que negociar”, afirmou ao Valor. Ainda assim, há produtos em que a venda seria inviável, como a carne bovina, cujo preço da tonelada pode saltar cerca de US$ 3 mil, conforme projeção da Agrifatto. Café, suco de laranja e ovos também teriam os embarques gravemente prejudicados. Os EUA são um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2024, o país representou 12% das exportações e 15,5% do total das importações brasileiras. “Se o Brasil entrar em uma escalada de retaliação, como a China fez, pode sair afetado. Temos mais a perder do que ganhar”, alertou o Cicero Zanetti de Lima, pesquisador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV (FGV Agro). Cerca de 30% das exportações brasileiras aos americanos são do agronegócio (US$ 12,1 bilhões). Em contrapartida, os EUA representam 2,5% das importações agrícolas brasileiras — principalmente insumos. Lima explica que a chegada de insumos americanos mais caros ao Brasil pode significar alta no preço de alguns alimentos por aqui.
Valor Econômico
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