CLIPPING DO SINDICARNE Nº 859 DE 12 DE MAIO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 859|12 de maio de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOI: Frigoríficos seguem pressionando por novas quedas nos preços
Segundo a Agrifatto, a partir desta semana, é esperada uma redução sazonal do consumo doméstico pela proteína bovina. Outro fator baixista para os preços da arroba é a possibilidade de elevação de oferta de “boiadas de capim” neste período final de safra, uma estratégia que visa aliviar os pastos antes da chegada do período mais seco nas regiões pecuárias do Brasil-Central. No Paraná, o boi vale R$315,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de oito dias.
Diante deste cenário, os frigoríficos brasileiros seguem pressionando por novas quedas nas cotações do boi gordo, amparados pelo padrão histórico de desvalorização da arroba em maio em relação aos preços de abril. Apesar da pressão de baixa, os preços dos animais terminados fecharam com estabilidade na sexta-feira (9/5) na maioria das praças do País. Pelos dados da Agrifatto, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 315/@ no mercado paulista, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 325/@. “Nas 17 praças monitoradas, os preços ficaram inalterados”, ressaltou a Agrifatto. Segundo o levantamento diário da Scot Consultoria, nas regiões de São Paulo, o boi gordo vale R$ 318/@, a vaca gorda é negociada por R$ 285/, a novilha gorda está cotada em R $303 e “boi-China” é comercializado por R$ 323/@ (todos os preços são brutos e com prazo). No mercado futuro, dando sequência ao cenário de incerteza, a B3 voltou a apresentar queda na quinta-feira (8/5). O contrato com vencimento em outubro/25 fechou o pregão cotado a R$ 336,15/@, com retração diária de 1%. Pelo levantamento semanal da Agrifatto, a programação de abates permaneceu alongada nesta semana nas principais regiões pecuárias. A média brasileira ficou em 10 dias úteis, um avanço de 1 dia em relação à semana anterior – foi a maior programação desde 27 de dezembro de 2024. Porém, diz a Agrifatto, a programação atual está abaixo do registrado há um ano, quando encerrou a semana com 11 dias úteis. Ao longo desta semana, o Mato Grosso se destacou entre as praças monitoradas, com avanço de 2 dias na programação, encerrando a semana com 9 dias úteis, segundo o levantamento da Agrifatto. A praça paulista também registrou alta de 1 dia útil, chegando a 11 dias úteis de escala. Por outro lado, Paraná, Goiás e Pará foram as únicas praças que apresentaram recuo na programação, com redução de 1 dia útil cada em comparação com a semana anterior. Por sua vez, o Paraná encerrou a semana com 8 dias, Goiás com 9 dias e o Pará com 11 dias úteis programados. Em Rondônia e Minas Gerais, as escalas permaneceram estáveis em 10 dias úteis. Mato Grosso do Sul e Tocantins também não apresentaram alterações, encerrando a semana com 9 e 10 dias úteis, respectivamente, segundo a Agrifatto.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Preço da carne bovina exportada pelo Brasil sobe com oferta restrita e guerra comercial
Valor médio pago em abril ficou 11% maior do que no mesmo período de 2024
Com a produção mundial de carne bovina em queda devido a problemas climáticos nos principais países produtores em um momento sazonal de escassez e animais prontos para a abate, as exportações brasileiras de carne bovina estão registrando aumento não só em volume, mas também em preço. De acordo com dados da secretaria de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o preço médio recebido pelos exportadores brasileiros de carne bovina em abril foi de US$ 5.030,30 por tonelada, valor 11% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Em volume, o aumento das exportações foi de 16,3% na mesma comparação, com 241,6 mil toneladas embarcadas. “Quando analisamos o mercado mundial, quem está produzindo carne em larga escala é o Brasil. Isso foi uma realidade no ano passado e é uma realidade este ano. O Brasil está sendo muito procurado por essa demanda global e tornou-se a alternativa da vez para fornecimento de carne bovina”, observa o coordenador de mercados da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias. Como exemplo, ele cita as previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que aponta queda de 110 mil toneladas na produção mundial de carne bovina de 61,66 milhões de toneladas no ano passado para 61,5 milhões de toneladas este ano. Dentre os países em que este declínio está mais acentuado, destacam-se os EUA – hoje segundo principal destino das exportações brasileiras de carne bovina. Com o menor rebanho desde 1951, o mercado americano dobrou as importações de carne bovina do Brasil este ano, passando de 44 mil toneladas nos três primeiros meses de 2024 para 88 mil toneladas em 2025. Durante teleconferência de apresentação dos resultados da Minerva, o diretor de finanças e relações com investidores da companhia, Edison Ticle, também mencionou o cenário americano como ponto positivo para os preços da carne bovina brasileira no exterior, com altas de 5% a 10%. “A gente vê o mercado americano muito forte ainda e mercado chinês recuperando bastante em volume e preço, principalmente preço, a partir desse segundo trimestre”, comentou o executivo. Outro destino importante das exportações brasileiras, com cerca de 50% de participação, a China também tem aumentado as compras de carne bovina este ano em meio à guerra comercial com os EUA. “Tem 390 frigoríficos americanos que não tiveram o credenciamento renovado em fevereiro e os demais enfrentam tarifas muito altas, o que inviabiliza negociações entre Estados Unidos e China” destaca o coordenador de mercados da Safras & Mercado. Nesse cenário, a expectativa é de que o Brasil continue ampliando sua participação no mercado internacional nos próximos meses. “Mesmo com o valor cobrado pela tonelada de carne bovina crescendo, o Brasil continua com a arroba mais barata do mundo”, observa a diretora executiva da Agrifatto Consultoria, Lygia Pimentel. A avaliação dela é de que os preços continuarão em alta, refletindo não só a menor oferta global, mas também a disputa comercial entre os dois países. “Esperamos que o próprio mercado brasileiro se valorize nos próximos meses com a virada do ciclo pecuário para fase de alta, fazendo com que talvez deixemos de ser a arroba mais barata do mundo. Mas, se o Real continuar se desvalorizando, pode ser que, mesmo aumentando o valor nominal, a carne bovina do Brasil continue competitiva lá fora”, avalia Pimentel. Com isso, a previsão é de preços mais altos para o consumidor brasileiro também. “Realmente, o consumidor brasileiro não consegue competir com o mercado internacional”, reconhece o analista de commodities da Datagro, João Figueiredo. O resultado esperado, afirma, é uma queda e 3,5% no consumo nacional de carme bovina este ano, com o consumidor brasileiro migrando para proteínas mais baratas como frango e suíno. “As taxas de desemprego estão em patamares baixos, mas a inflação de alimentos já começa a virar o centro da discussão de novo, com taxas de juros mais altas e maior endividamento da população. Por isso, o mercado interno não deve ter a mesma performance de consumo que teve no passado”, completa Figueiredo.
Globo Rural
SUÍNOS
Estabilidade no mercado de suínos na sexta-feira (9)
A semana de negociações para o mercado de suínos termina na sexta-feira (9) com cotações, na maioria, estáveis. Segundo análise do Cepea, os preços do suíno vivo e da carne vêm registrando pequenas oscilações, refletindo um alinhamento entre oferta e demanda no mercado nacional.
Diferentemente do esperado, as vendas neste início de maio seguem em ritmo normal, sem indícios de aquecimento significativo do consumo, mesmo com o pagamento de salários e/ou adiantamento de pedidos por conta do Dia das Mães. Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 162,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 12,90/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (8), houve queda de 0,35% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,53/kg, e alta de 0,25% em Santa Catarina, valendo R$ 8,18/kg. Os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 8,20/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,13/kg), e São Paulo (R$ 8,56/kg).
Cepea/Esalq
Carne suína: receita com exportações cresce 24% em abril
Embarques para Argentina aumentaram 630% no mês passado. O Brasil somou uma receita de US$ 301,5 milhões com as exportações de carne suína, in natura e processada, no mês de abril.
O valor é 24,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Exportações de carne suína sobem 5,3% no primeiro trimestre de 2024. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O volume de embarques também cresceu nesse comparativo. Foram enviadas 129,2 mil toneladas no mês passado, 14,6% a mais do que em abril de 2024. Os cinco principais destinos das exportações de carne suína foram: Filipinas: 29,8 mil toneladas (+78,4%), com US$ 66,2 milhões (+90,4%); China: 15,1 mil toneladas (-30,0%), com US$ 32,4 milhões (-29,2%); Hong Kong: 12,2 mil toneladas (+34,1%), com US$ 29,9 milhões (+63,6%); Chile: 9,1 mil toneladas (+24,7%), com US$ 22,9 milhões (+45,8%); México: 7,3 mil toneladas (+121,6%), com US$ 16,7 milhões (+109,9%); Outro destaque foi a Argentina, oitavo principal país comprador em termos de volume. O Brasil vendeu para o país vizinho 5,9 mil toneladas em abril, o que é uma ampliação de 630% em relação ao mesmo período do ano passado. Em valores, essa comercialização representou US$ 16,5 milhões (+693%). “O resultado de abril reforça a tendência de alta nas exportações em 2025, com avanço nos principais mercados e expansão em destinos estratégicos da Ásia e América Latina. Além do aumento em volume, o setor registra uma valorização importante na receita, refletindo a qualidade do produto brasileiro e o reconhecimento internacional do nosso status sanitário”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Segundo a entidade, a expectativa é de que o ritmo das vendas siga crescendo, “impulsionado por novas aberturas de mercado, maior previsibilidade logística e negociações sanitárias em curso com mercados da América do Norte e do Sudeste Asiático”. Entre os estados exportadores, os principais foram: Santa Catarina – 66,3 mil toneladas, com alta de 6,8% em relação a abril de 2024; Rio Grande do Sul – 27,9 mil toneladas, com crescimento de 29,2%; Paraná – 21,5 mil toneladas, registrando expansão de 25,5%; Minas Gerais – 3,5 mil toneladas, incrementando em 114,7%; Mato Grosso – 2,9 mil toneladas, com retração de 26,7%. Na análise dos primeiros quatro meses do ano, o acumulado indica que foram embarcadas 466 mil toneladas de carne suína brasileira, alta de 15,9% em relação aos primeiros meses de 2024. O faturamento também subiu, 29,9%, e chegou a US$ 839,6 milhões.
O Estado de São Paulo
FRANGOS
Alta de 3,14% para o preço do frango vivo no Paraná na sexta-feira (9)
Altas pontuais nas cotações no mercado do frango, em meio a maioria de preços estáveis, fecharam a sexta-feira (9). Segundo análise do Cepea, os preços do frango abatido apresentam avanços no atacado da Grande São Paulo neste começo de maio.
De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, esse movimento de alta está atrelado ao aumento do poder de compra do consumidor brasileiro, impulsionado pelo pagamento de salários, e à proximidade do Dia das Mães – data em que tradicionalmente estimula as vendas no setor. De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo permaneceu estável, custando, em média, R$ 6,50/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,24%, custando, em média, R$ 8,30/kg. No caso do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, custando R$ 4,72/kg, enquanto no Paraná, houve aumento de 3,14% valendo R$ 5,26/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (8), tanto o preço da ave congelada quanto do frango resfriado ficou estável, valendo, respectivamente, R$ 8,73/kg e R$ 8,74/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Valores sobem neste início de maio
Movimento de alta está atrelado ao aumento do poder de compra do consumidor brasileiro
Os preços do frango abatido apresentam avanços no atacado da Grande São Paulo neste começo de maio. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, esse movimento de alta está atrelado ao aumento do poder de compra do consumidor brasileiro, impulsionado pelo pagamento de salários, e à proximidade do Dia das Mães – data em que tradicionalmente estimula as vendas no setor. No front externo, os embarques brasileiros de carne de frango se mantiveram estáveis de março para abril, mas a receita em Reais obtida pelos exportadores foi recorde para o mês, conforme mostra série histórica da Secex iniciada em 1997. Pesquisadores do Cepea indicam quem esse excelente desempenho financeiro foi garantido pela valorização do dólar frente ao Real e pela alta no preço médio dos produtos exportados.
Cepea
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Desembolso do crédito rural chega a R$ 298,6 bilhões em dez meses
Até o momento, o total do desembolso corresponde cerca de 80% do que foi concedido no mesmo período da safra 2023/2024
O montante do desembolso do crédito rural do Plano Safra 2024/25, considerando todos os produtores rurais, chegou a R$ 298,6 bilhões no período de julho/2024 a abril/2025. Considerando apenas os beneficiários do Pronamp e os demais produtores rurais, que são atendidos pelo crédito rural coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram desembolsados R$ 246,2 bilhões, sendo divididos em R$ 142,7 bilhões para custeio, R$ 52,2 bilhões para investimento, R$ 35,5 bilhões para a comercialização e R$ 15,9 bilhões para financiamentos em industrialização de produtos agropecuários. O montante de recursos desembolsados corresponde a cerca de 80% do que foi concedido no mesmo período da safra 2023/2024, perfazendo 61,5% dos R$ 400,6 bilhões programados para serem contratados em todas as finalidades de financiamento. Os financiamentos baseados em fontes controladas, aquelas que possuem taxas de juros diferenciadas e mais reduzidas em relação às praticadas pelo mercado, correspondem a 51% de todo o crédito concedido, com destaque para a Poupança Rural Equalizada e para os Recursos Livres Equalizados, com incremento de 20% e 171%, respectivamente, em relação à safra passada, e valores concedidos de R$ 21,8 bilhões e de R$ 31,6 bilhões. Quanto aos financiamentos baseados em fontes de recursos com taxas de juros livres, o destaque fica com a Poupança Rural Livre, com aumento de 124% em relação à safra passada e R$ 26 bilhões contratados e liberados. Os programas de investimento agropecuário ainda apresentam saldo de recursos a serem concedidos: o Prodecoop apresenta o maior, com 61% de saldo, enquanto o Pronamp, com 14% de saldo, tem a menor disponibilidade remanescente. A expectativa é que todo o recurso disponibilizado para o investimento seja aplicado até o final de junho, quando começará o novo ano agrícola, com os produtores rurais realizando inversões com os encargos financeiros atuais, os quais estão, em geral, 4,25 pontos percentuais abaixo da taxa SELIC, que está em 14,75% a.a. Os valores apresentados são provisórios e foram extraídos no dia 07 deste mês, do Sistema de Operações do Crédito rural e do Proagro (Sicor/BCB), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. Os valores definitivos só são divulgados após 35 dias do encerramento do mês considerado na avaliação.
MAPA
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar tem leve baixa ante real à espera de negociação entre EUA e China
Em uma sessão de liquidez reduzida, o dólar oscilou em margens estreitas na sexta-feira e fechou em leve queda, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas no exterior, em meio à expectativa pelas negociações tarifárias entre EUA e China no fim de semana.
A moeda norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,12%, aos R$5,6551. Na semana, a divisa ficou praticamente estável, acumulando baixa de apenas 0,02%. Às 17h39 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,14%, aos R$5,6810. No início do dia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial medida pelo IPCA foi de 0,43% em abril, abaixo do 0,56% de março. Apesar da desaceleração, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,53% em abril, ante 5,48% em março e bem acima da meta contínua perseguida pelo BC, de 3%. A abertura do indicador também trouxe itens desfavoráveis. A média dos núcleos de inflação ficou em 0,50% em abril, acima da projeção de 0,44%, conforme cálculos do banco Bmg. Serviços subjacentes avançaram 0,61%, ante projeção de 0,52% do Bmg. “O dólar ficou o dia inteiro em torno dos R$5,65, sem muita volatilidade e, ao que tudo indica, com um fluxo pequeno”, comentou João Oliveira, head da Mesa de Operações do Banco Moneycorp. “A expectativa é pela reunião do fim de semana entre EUA e China, que pode trazer boas notícias sobre tarifas”, acrescentou. Na quinta-feira, Trump disse esperar que haja negociações substanciais entre os dois países e afirmou que as tarifas não podem ir além de 145%. Na sexta, ele afirmou que uma tarifa de 80% para a China “parece correta”. "A China deveria abrir seu mercado para os EUA -- seria muito bom para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!", acrescentou Trump em uma postagem no Truth Social. Essa expectativa antes das negociações entre EUA e China fez o dólar ceder ante boa parte das demais divisas no exterior, incluindo pares do real como o peso mexicano e a lira turca. Às 17h25 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,26%, a 100,390. Para Oliveira, do Moneycorp, se as negociações entre os dois países forem bem-sucedidas, o dólar teria espaço para ceder ainda mais ante o real, para níveis mais próximos dos R$5,60 ou R$5,55. Em comentário a clientes enviado pela manhã, o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, recomendou aos importadores que comprem dólares na faixa dos R$5,65.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com ajuda de Itaú e confirma 5º ganho semanal
O Ibovespa voltou superar os 137 mil pontos na sexta-feira, mas perdeu o fôlego e fechou com um acréscimo discreto, apoiado principalmente no avanço de mais de 5% das ações do Itaú Unibanco, após um primeiro trimestre sólido, em uma sessão abarrotada de resultados corporativos.
Porto Seguro, PetroReconcavo, Lojas Renner, Copel e Assaí também tiveram uma repercussão positiva aos balanços, diferentemente de nomes como MRV&Co, CSN, Petz, Braskem, Magazine Luiza e Localiza, que sofreram perdas expressivas. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,21%, a 136.511,88 pontos, tendo marcado 137.286,01 pontos na máxima e 136.105,44 pontos na mínima do dia, encerrando a semana com acréscimo acumulado de 1,02% -- no quinto ganho semanal seguido. O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou R$29,7 bilhões. Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com decréscimo de 0,07%, com agentes à espera de reunião entre representantes dos Estados Unidos e da China no fim de semana para discutir tarifas, no que pode ser o primeiro passo para resolver as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Mais cedo na sexta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que tarifas de 80% sobre os produtos chineses "parecem corretas". De acordo o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, as declarações de Trump foram interpretadas pelo mercado como um gesto de flexibilização em meio ao impasse comercial. Além da batelada de balanços corporativos, o noticiário brasileiro também destacou o IPCA mostrando que a inflação no país voltou a desacelerar em abril, embora os preços dos alimentos e de saúde sigam pressionados, deixando a taxa acumulada em 12 meses no nível mais alto em pouco mais de dois anos.
Reuters
Alta do IPCA desacelera em abril, mas alimentos e saúde pesam e taxa em 12 meses avança
A inflação brasileira voltou a desacelerar em abril embora os preços dos alimentos e de saúde sigam pressionando, deixando a taxa acumulada em 12 meses no nível mais alto em pouco mais de dois anos em meio a um cenário desafiador depois de o Banco Central ter elevado novamente a taxa de juros. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,43%, depois de subir 0,56% no mês anterior.
Os dados informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira mostram ainda que, apesar da desaceleração, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,53% em abril, de 5,48% em março. Assim, o índice em 12 meses atinge o maior valor desde fevereiro de 2023 (5,60%) e segue bem acima da meta contínua de 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. "Desde 2023 a taxa não ficava três meses seguidos acima dos 5%. A taxa de desemprego diminuiu, houve aumento de empregados, aumento da massa salarial e renda, e isso pressiona a demanda. Por outro lado, os custos também estão mais altos e isso afeta o nível de preços", disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA. O maior peso no resultado do IPCA de abril foi exercido novamente pelo grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,82% em abril, embora tenha desacelerado em relação à taxa de 1,17% em março. A alimentação no domicílio subiu 0,83% e a alimentação fora teve alta de 0,80%. Contribuíram para esses resultados, segundo o IBGE, os avanços de batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%), café moído (4,48%) e lanche (1,38%). “O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante. Em abril, observamos também um maior espalhamento de taxas positivas no grupo, com índice de difusão passando de 55% para 70%, porém, envolvendo subitens de menor peso”, explicou Gonçalves. Também pesou no bolso do consumidor em abril a alta de 1,18% de Saúde e cuidados pessoais, segundo maior impacto no índice do mês, influenciado pelo aumento de 2,32% de produtos farmacêuticos. “O resultado é explicado pela autorização de reajuste de até 5,09% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março”, diz Gonçalves. Houve queda em abril apenas nos custos de Transportes, de 0,38%, depois de alta de 0,46% em março. Houve deflação tanto na passagem aérea (-14,15%) quanto nos combustíveis (-0,45%). A inflação de serviços, por sua vez, desacelerou a 0,20% em abril, de 0,62% no mês anterior, influenciada principalmente pelas passagens aéreas, passando a acumular em 12 meses alta de 6,03%.
Reuters
IPPA/Cepea: Preço ao produtor agropecuário sobe mais de 20% no 1º trimestre
Índice é impulsionado sobretudo por café, grãos e pecuária
Os preços pagos aos produtores agropecuários iniciaram 2025 em forte expansão. Segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) registrou avanço de 20,4% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2024. Na mesma comparação, os preços internacionais dos alimentos (FMI Food & Beverage Index – em US$) subiram 4%; os industriais (IPA-OG-DI produtos industriais), 7,1%; e a taxa de câmbio (R$/US$), 18%. De acordo com pesquisadores do Cepea, a elevação do IPPA/Cepea no início deste ano está relacionada às fortes altas observadas para o IPPA-Cana-Café/Cepea, de 36,7%, para o IPPA-Pecuária/Cepea, de 26,7%, e para o IPPA-Grãos/Cepea, de 12,4%. Já o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou baixa no primeiro trimestre de 2025, de 10%. Para o IPPA-Pecuária/Cepea, todos os produtos que compõem o Índice subiram no primeiro trimestre: arroba bovina (32,8%), suíno (31,6%), leite (25%), ovos (16,7%) e frango (6,9%). Quanto ao IPPA-Grãos/Cepea, o Índice foi influenciado pelas valorizações observadas para o algodão (1,5%), milho (27,7%), soja (9,5%) e trigo (17%). No caso do arroz, as cotações recuaram (-18,5%). O IPPA/Cepea nominal apresenta expressiva aderência com o FMI Food & Beverage Index (em R$) entre 2001 e 2025, sendo um indicativo forte da vigência da Paridade Preços Internacionais (PPI) entre os preços aos produtores agropecuários do Brasil e a média desses preços praticados no mercado internacional internalizados. Em determinados subperíodos, observam-se desvios moderados entre essas séries, possivelmente causados pela rigidez nos processos de ajuste de mercado. Por exemplo, em 2024, o IPPA/Cepea nominal foi superado pelo FMI Food & Beverage Index (em R$). Nos primeiros meses de 2025, o IPPA/Cepea nominal tem seguido uma trajetória de alta, enquanto o FMI Food & Beverage Index (em R$) tem registrado tendência de queda. No entanto, na comparação entre os primeiros três meses de 2024 e 2025, o FMI Food & Beverage Index (em R$) cresceu 22,8%.
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