CLIPPING DO SINDICARNE Nº 833 DE 01 DE ABRIL DE 2025
- prcarne
- 1 de abr.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 833 | 01 de abril de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Na abertura da semana, as cotações dos animais terminados ficaram estáveis
O indicador Datagro apresentou uma boa evolução entre as médias semanais, registrando um aumento de 1,85% na praça de São Paulo, fechando a sexta-feira (28/3) em R$ 319,13/@, enquanto o indicador Cepea teve avanço semanal de 1,35%, precificado em R$ 314,86/@. No Paraná, o boi vale R$315,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, na segunda-feira (31/3), as cotações dos animais terminados ficaram estáveis nas praças paulistas. Com isso, informa a Scot, o boi gordo “comum” segue cotado em R$ 317/@, a vaca gorda em R$ 284/@, a novilha em R$ 297/@ e o “boi-China” em R$ 320/@. As escalas de abate das indústrias paulistas atendem, em média, a sete dias. Na sexta-feira (28/03), o governo brasileiro formalizou um acordo com o Vietnã, cujo objetivo é fortalecer o comércio bilateral. Em relatório especial enviado aos seus assinantes, a Agrifatto faz uma análise mais profunda sobre o potencial deste novo mercado para o setor brasileiro de carne bovina. “O método de habilitação adotado pelos vietnamitas não exige visita in loco ao Brasil, apenas o envio de documentações para atender às exigências técnicas, o que pode acelerar o processo”, observa a Agrifatto. O Vietnã é uma economia emergente que tem registrado rápido crescimento e desenvolvimento nas últimas décadas, destacou a consultoria. “Como ocorre em países em ascensão econômica, o aumento da renda impulsiona o consumo de proteínas de origem animal, uma vez que a melhora nas condições financeiras leva à busca por alimentos seguros e de qualidade”, disse o relatório. Em 2024, relata a Agrifatto, o consumo de carne bovina no país totalizou 430 mil toneladas, das quais 34% foram importadas (cerca de 150 mil toneladas). No ano passado, continua a consultoria, a demanda per capita de carne bovina do Vietnã foi de 4,24 kg/hab./ano, ainda inferior ao da China, onde esse índice foi de 8,2 kg/hab/ano no mesmo período. No mesmo ano, detalha a consultoria, o Vietnã importou US$ 4,9 bilhões em produtos de origem animal, sendo que US$ 552,9 milhões (11%) tiveram o Brasil como origem. A Argentina foi o principal fornecedor, responsável por 35% dos embarques, segundo dados do Departamento Vietnamita de Estatísticas. O volume de produtos de origem animal representou 1,3% do total das importações do país. Segundo estimativa da Agrifatto, o Brasil tem potencial imediato para fornecer 50 mil toneladas anuais de carne bovina ao Vietnã, o que representa 30% das importações atuais do país e equivale a 1,5% do total exportado pelo Brasil no ano passado. “Como o preço médio da tonelada brasileira é 14% inferior à média ponderada global dos principais exportadores, a competitividade do Brasil pode ampliar ainda mais sua fatia de mercado”, acreditam os analistas da consultoria. No longo prazo, até 2035, a Agrifatto diz que o Brasil tem potencial para exportar 182 mil toneladas de carne bovina ao Vietnã. Cotações do boi gordo desta segunda-feira (31/3), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abates de sete dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$285,00. Novilha R$295,00. Escalas de seis dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de sete dias; Goiás — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias; Rondônia — O boi vale R$270,00 a arroba. Vaca a R$250,00. Novilha a R$255,00. Escalas de abate de dez dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$250,00. Novilha a R$255,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
SUÍNOS
Cotações estáveis no mercado de suínos na segunda-feira (31)
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 153,00, enquanto a carcaça especial caiu 0,86%, fechando em R$ 11,50/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (28), houve queda apenas em São Paulo, na ordem de 0,12%, chegando a R$ 8,19/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,49/kg), Paraná (R$ 7,65/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,85/kg), e Santa Catarina (R$ 7,58/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preço do frango vivo no Paraná subiu 3,56% na segunda-feira
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 6,00/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,65%, custando, em média, R$ 7,80/kg.
Na cotação do animal vivo, o valor não mudou em Santa Catarina, com preço de R$ 4,64/kg; já no Paraná, houve aumento de 3,56%, alcançando R$ 4,94/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (28), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com preços estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,33/kg e R$ 8,29/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Lucro líquido da Frigol aumentou 300% em 2024
Resultado do frigorífico saltou para R$ 219 milhões no ano passado. A Frigol é o quarto maior frigorífico de carne bovina do país
A Frigol, quarto maior frigorífico de carne bovina do país, teve lucro líquido de R$ 219 milhões em 2024, um salto de 300% em relação ao ano anterior, impulsionado por efeitos não recorrentes, recorde no volume de abates e vendas no mercado externo. De acordo com balanço da companhia divulgado nesta segunda-feira (31/3), houve um efeito positivo de R$ 141 milhões sobre o lucro, vindo do “imposto diferido de uma decisão favorável transitada em julgado”. Trata-se de créditos fiscais federais que foram recuperados. Do ponto de vista operacional, após aumentos de capacidade produtiva nas três unidades da empresa localizadas em Lençóis Paulista (SP), Água Azul do Norte (PA) e São Félix do Xingu (PA), a Frigol alcançou um recorde no volume anual de abates. Foram 665 mil bovinos, alta de 16% comparada ao total de 2023. Neste cenário, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) atingiu R$ 179 milhões, um avanço de 22% com margem de 5,1%. A receita líquida somou R$ 3,5 bilhões, crescimento de 13%. As vendas para o mercado externo representaram 52% da receita bruta, enquanto o mercado interno respondeu pelos outros 48%. A companhia destacou que a China continua sendo a maior compradora de carnes da Frigol, embora a participação do país asiático nas exportações da empresa tenha caído de 86% em 2023 para 78% no ano passado. Em contrapartida, houve aumento de 61% nos embarques para Israel, segundo maior comprador da Frigol, que passou a representar 10% do total exportado versus 7% um ano antes. Outros mercados também cresceram, com destaque para os primeiros embarques feitos para Canadá, Filipinas e Argélia, informou a companhia. A Frigol ainda encerrou o ano com um caixa de R$ 360 milhões, em linha com o registrado no final de 2023. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebtida ficou em 1,2 vez, “considerada extremamente saudável para o segmento”, de acordo com a empresa. “Mesmo em um ano de alta da arroba bovina, especialmente a partir do segundo semestre, e cenário de preços mais desafiador, mantivemos o crescimento dos resultados”, disse em nota Luciano Pascon, CEO da companhia.
Globo Rural
GOVERNO
IDR-PR leva estratégias para modernizar a pecuária de corte na região de Umuarama
Na propriedade da família Madeira, no município de Maria Helena, a pecuária de corte é a principal atividade econômica. Desde 2021, os proprietários contam com a assistência contínua do IDR-Paraná e esta ação direta está modernizando o trabalho dos pecuaristas
A adoção de novas práticas resultou na melhoria dos índices de produtividade e até mesmo da gestão do sítio. A idade de abate foi reduzida para 25,3 meses, contra a média do estado de 36 meses. Atualmente, a propriedade é uma das quatro Unidades de Referência (UR) em pecuária de corte que o IDR-Paraná mantém na região de Umuarama. No último dia 21 um dia de campo foi realizado no sítio e recebeu 152 produtores da região interessados em conhecer as inovações propostas pelo Instituto. O sítio Madeira tem 107,35 hectares, dos quais 105 hectares estão ocupados por pastagens e 2,35 hectares por capineiras que fornecem alimentação para os animais. A família trabalha com o sistema completo, ou seja, cria, recria e engorda. Os animais são o resultado de cruzamento industrial, nelore e angus, que contribui para a produção de animais mais precoces e com uma carne mais macia e com mais sabor, devido ao marmoreio de gordura. Com a assistência técnica do IDR-Paraná, a família vem adotando práticas como o planejamento forrageiro, o manejo das pastagens, o manejo nutricional e reprodutivo do rebanho. Os proprietários também contam com assessoria na gestão da propriedade. Todo esse empenho já rendeu resultados expressivos. No período de um ano (2023/2024) a taxa de natalidade do rebanho chegou a 94,52%. Além disso, o peso médio no abate ficou em 578 kg e o rendimento médio de carcaça em 53,75%. Esses números são os melhores argumentos para que outros pecuaristas se convençam de que é preciso modernizar a criação de gado de corte na região. Durante o dia de campo, os produtores viram, de perto como é possível tornar a pecuária de corte mais produtiva e lucrativa. Os extensionistas do IDR-Paraná mostraram a importância da nutrição para um melhor resultado econômico, além de discutirem problemas sanitários e entraves na produtividade de pecuária de corte. Os organizadores do dia de campo destacaram que o trabalho feito na propriedade é definido a partir da análise dos dados zootécnicos e econômicos levantados pelos proprietários. Para Cláudio Madeira, proprietário do sítio, a assistência técnica foi fundamental para que a produção fosse aprimorada. Segundo Cláudio, durante o dia de campo, os visitantes puderam compreender a importância da modernização para dar sustentabilidade econômica, ambiental e social à pecuária de corte. O extensionista Cleiton Pagliari Sangali, que presta assistência ao produtor, destacou que na propriedade é feito o uso estratégico da silagem de capiaçu, para suprir o déficit de volumoso no período de outono-inverno. Além disso, ele ressaltou que a família Madeira produz ração na propriedade, uma forma de assegurar a qualidade dos suplementos que são fornecidos aos animais, reduzindo os custos de produção. Com isso foi possível aumentar a lotação, para 2,7 UA (Unidade Animal) por hectare, enquanto a média no estado é de 1,4 UA/ha. Mais animais por área significa maior ganho para o produtor.
Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-PR)
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Governo do Paraná anuncia criação de Fundo Estadual para fomento ao agronegócio
Estruturado como FDIC, previsão é que o fundo ofereça até R$ 2,5 bilhões. Fundo atenderá produtores rurais de médio e grande porte do Paraná
O governo do Paraná anunciou na segunda-feira (31/3) a criação de um Fundo Estadual para fomento de projetos do agronegócio no Estado. A previsão é que o fundo ofereça até R$ 2,5 bilhões para complementar os recursos oficiais do Plano Safra. O fundo será estruturado no modelo de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC e será lançado na próxima quinta-feira (3/4) na B3, em São Paulo. Segundo o governo do Estado do Paraná, o Fundo atenderá produtores rurais de médio e grande porte, que poderão contratar créditos para financiar investimentos em agroindústrias, cooperativas e propriedades rurais. Os recursos também poderão ser acessados pela indústria em financiamentos voltados à modernização tecnológica, aumento da capacidade de produção, melhorias na infraestrutura logística de armazenagem e promoção da sustentabilidade do setor.
Globo Rural
Paraná: safra de soja sofre reajuste e perdas podem chegar a 5,3%
Deral revisa estimativa da safra de soja no Paraná
O levantamento mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) indicou um leve ajuste na expectativa de produção da safra de soja 2024/25 no Paraná. A estimativa, que no relatório anterior apontava para 21,18 milhões de toneladas, foi revisada para 21,06 milhões de toneladas. A colheita já alcançou 90% da área total de 5,76 milhões de hectares, consolidando os números da produção. No início da safra, a previsão era de 22,23 milhões de toneladas, mas as condições climáticas irregulares afetaram o rendimento, especialmente nas regiões Oeste e Norte, responsáveis por mais de 43% da área cultivada. Em contrapartida, a região Sul apresentou ganhos de produtividade acima do esperado. Até o momento, a perda registrada em relação à projeção inicial é de 5,3%, o que representa uma redução de 1,17 milhão de toneladas. O impacto financeiro estimado é de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Apesar das perdas, a safra se mantém favorável para os produtores. Os custos de plantio foram menores, e o preço médio de venda em 2025 é cerca de 13% superior ao registrado em março de 2024.
Agrolink
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai quase 1% ante o real
Em uma sessão marcada pela disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês e de trimestre, o dólar fechou a segunda-feira em baixa de quase 1% ante o real, na contramão do avanço da moeda norte-americana ante boa parte de demais divisas no exterior em meio à expectativa pela aplicação de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos a partir de quarta-feira.
A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,97%, aos R$5,7069. No ano, a divisa acumula queda de 7,64% ante o real. Às 17h03, na B3, o dólar para maio -- que nesta sessão passou a ser o mais líquido no Brasil -- cedia 0,94%, aos R$5,7355. No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as tarifas recíprocas que ele deve anunciar esta semana incluirão todos os países -- e não apenas um grupo menor de 10 a 15 países. Trump prometeu revelar um enorme plano tarifário na quarta-feira, que ele apelidou de "Dia da Libertação". Além do exterior, as cotações eram influenciadas pela disputa pela formação da Ptax no Brasil. No encerramento de trimestres a disputa é ainda mais acirrada, já que a Ptax serve de referência para balanços de empresas com operações internacionais. “O começo do pregão foi pautado nitidamente por uma cautela global. (As moedas) emergentes estavam se desvalorizando em bloco, meio que por conta da véspera do início do plano tarifário (nos EUA)”, comentou durante a tarde o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo, chamando a atenção ainda para a formação da Ptax. Formada a Ptax no início da tarde (R$5,7422 na venda), o dólar -- que já cedia naquele momento -- perdeu um pouco mais de força ante o real, em meio a movimentos técnicos. Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que agentes que atuaram para sustentar as cotações durante a manhã passaram, depois da Ptax, a “devolver” dólares ao mercado. O recuo do dólar ante o real estava na contramão do que era visto no exterior, onde a moeda norte-americana subia ante a maior parte das demais divisas. “Apesar de mais um dia de aversão ao risco e do fortalecimento do dólar em relação às moedas de países desenvolvidos, o real é uma das poucas divisas que se valoriza nessa segunda-feira”, comentou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Reuters
Ibovespa recua às vésperas de tarifas de Trump
O Ibovespa caiu mais de 1% na segunda-feira contaminado pela aversão ao risco no exterior, em meio ao esperado anúncio nesta semana de novas tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto GPA foi destaque positivo, saltando 13% após pedido de acionista por um novo conselho
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,25%, a 130.259,54 pontos, tendo oscilado a 130.114,96 pontos na mínima e a 131.900,92 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro no pregão somou R$20,52 bilhões. No mês, o Ibovespa subiu 6,08%, enquanto no acumulado dos primeiros três meses do ano avançou 8,29%. Trump disse no domingo que as tarifas recíprocas previstas para serem anunciadas na quarta-feira, 2 de abril, incluirão todos os países, não apenas um grupo menor de 10 a 15 países, o que pesou sobre o humor do mercado. O republicano já impôs tarifas sobre alumínio, aço e automóveis, além de taxas maiores sobre todos os produtos da China. "Os investidores estão preocupados com as tarifas e a incerteza sobre a economia norte-americana", afirmou o estrategista de ações do research da XP, Raphael Figueredo. "Embora a recessão não seja nosso cenário base, a probabilidade vem aumentando gradativamente." O Goldman Sachs elevou a probabilidade de recessão para os Estados Unidos de 20% para 35% e reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2025 de 2,0% para 1,5%. "Existe uma postura de cautela e busca por proteção antes da divulgação na quarta-feira de novas medidas de política tarifária dos EUA", acrescentou o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani. "Esse desempenho hoje é mais agudo, mas também não é muito diferente do que a gente assistiu ao longo do mês de março, uma incerteza crescente em função das dúvidas em relação à política externa norte-americana." Na cena doméstica, o noticiário ainda repercutiu falas da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, na segunda-feira, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará poucos vetos ao texto do Orçamento de 2025, aprovado pelo Congresso em 20 de março. Segundo Tebet, muitos dos ajustes a serem realizados pelo governo serão "técnicos".
Reuters
Mercado mantém projeções de inflação e faz ajustes em PIB e dólar, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, com a expectativa em relação ao crescimento econômico para 2025 recuando ligeiramente, enquanto a previsão para a expansão em 2026 se manteve estável, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior, após os especialistas chegarem a elevar as projeções por 19 semanas seguidas em determinado momento deste ano. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o PIB brasileiro cresça 1,97% neste ano, abaixo da expansão de 1,98% projetada na semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que o crescimento seja de 1,60%, mesmo número do levantamento da semana passada. Sobre as próximas decisões de política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, no que foi a 12ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. O resultado vem na esteira da divulgação do Relatório de Política Monetária pelo BC na semana passada, quando a autarquia piorou sua projeção de crescimento econômico do Brasil em 2025 a 1,9%, contra patamar de 2,1% estimado em dezembro. No documento, o BC ainda afirmou que em seu cenário de referência a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância da meta ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre. As projeções da autarquia apontam para uma inflação acumulada em 12 meses na faixa de 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres deste ano, caindo para 5,1% no final do ano. Os investidores também puderam avaliar dados do IPCA-15 de março, cuja alta desacelerou mais do que o esperado no mês apesar do forte aumento dos alimentos, mas ainda assim registrou a taxa em 12 meses mais elevada em dois anos mesmo em meio a um ciclo de alta de juros pelo Banco Central. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar em 2025 para R$5,92, de R$5,95 na semana passada, e manutenção da projeção para 2026 a R$6,00. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 6,74% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Reuters
Tecnologia e ganho de produtividade fazem cair ocupação no agro
Ocupação no setor caiu 3%, para 7,88 milhões de pessoas, em 2024. Trabalhador do campo precisa ser cada vez mais qualificado
A agropecuária cresceu 3% por ano, em média, no Brasil na última década — bem acima do aumento de 0,86% da economia como um todo —, mas progressivamente reduziu o número de pessoas ocupadas “dentro das porteiras”. Em 2024 não foi diferente e a ocupação no setor caiu 3%, para 7,88 milhões de pessoas, o menor patamar ao menos desde 2012, quando começou a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o terceiro ano seguido de queda. O desempenho foi no sentido contrário ao do mercado de trabalho nacional, já que o número total de trabalhadores no país cresceu 2,6% em 2024. O movimento reflete um modelo de crescimento do agro pautado em tecnologia e ganhos de produtividade. Com isso, o setor vem empregando cada vez menos trabalhadores com baixa qualificação, substituídos por máquinas e tecnologia. Outro fator que contribui para esse cenário, apontam especialistas, é a concentração em atividades voltadas ao comércio exterior, como soja e milho, em que há mais uso do capital e menos do trabalho. Ao mesmo tempo, é comum ouvir empresários e gestores de fazendas e empresas do setor reclamarem da dificuldade em encontrar mão de obra, principalmente para lidar com as inovações dentro das propriedades. As estatísticas mostram que há uma mudança no perfil do trabalhador do setor: recuou a participação daqueles de menor instrução e aumentou a parcela dos que têm escolaridade maior. “O universo agro, para crescer como temos observado, o fez com incorporação de tecnologia, fazendo inovações”, observa Felippe Serigati, pesquisador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV (FGV Agro). Com isso, há uma tendência de longo prazo de “liberação de mão de obra”, que é acentuada em épocas em que a margem dos produtores rurais diminui por causa de preços baixos ou custos altos, como foi na safra passada. A produtividade do trabalho na agropecuária cresce mais que a média geral da economia desde 2022. Em 2024, as taxas foram de 1,6% no campo e 0,1% na economia como um todo, de acordo com dados do Observatório da Produtividade Regis Bonelli do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A diferença foi ainda maior em 2023: 22,3% no agro e 2,3% no país. “A agropecuária é um setor dinâmico, com números muito fortes no PIB, mesmo com menos trabalhadores. Isso mostra ganho de produtividade. Há um outro perfil de trabalhador rural hoje: menos trabalhadores precários e mais trabalhadores qualificados”, aponta o economista do FGV Ibre Rodolpho Tobler. Professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Nicole Rennó Castro destaca que a realidade do emprego no agronegócio é diferente quando se analisa apenas os dados dentro da porteira — como é o caso do indicador do IBGE — em comparação quando se inclui as informações sobre o trabalho além do campo. “O trabalho no campo recua, mas se desloca para outras atividades. Há geração maior de empregos em serviços, como transporte e comercialização, a indústria de insumos tem gerado cada vez mais vagas, e tem a indústria, embora com menor força”, afirma. O Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro, publicação do Cepea e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), calcula em 28,424 milhões o total de trabalhadores no agronegócio, segundo o dado mais recente, do terceiro trimestre de 2024. Desse total, são 10,3 milhões em atividades de serviços ao agro e 8 milhões na agropecuária (dentro da porteira). Há ainda trabalhadores nas áreas de insumos (319 mil), autoconsumo agrícola (5 milhões) e indústria (4,8 milhões).
Globo Rural
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