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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 1014 DE 17 DE DEZEMBRO DE 2025

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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 5 | nº 1014 | 17 de dezembro de 2025

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL 

 

Preços do boi gordo caem em sete das 17 praças monitoradas pela Agrifatto

Na terça-feira (16/12), os analistas da consultoria indicaram queda nos valores da arroba nos Estados de MS, MT, PA, PR, RJ, SC e TO. No PARANÁ: Boi: R$315,00 por arroba. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de dez dias. Boi China: PARANÁ: R$ 324,50/@ (à vista) e R$ 328,00/@ (prazo)

 

Com maior conforto na “originação” (compra de boiadas gordas) e a menor pressão de compra, os frigoríficos brasileiros continuam tentando pagar valores menores pela arroba do boi gordo, informou a Agrifatto. “Como o volume de negócios superou marginalmente o abate programado, as indústrias conseguiram alongar as escalas de abate em um dia, que passaram a atender, em média nacional, cerca de dez dias úteis”, disse a consultoria. Na terça-feira (16/12), entre as 17 praças monitoradas pela Agrifatto, 7 delas registraram queda nos preços do boi gordo: MS, MT, PA, PR, RJ, SC e TO. No restante das regiões, incluindo São Paulo, os preços da arroba andaram de lado. Conforme os dados da Agrifatto, o boi gordo destinado ao interno está cotado em R$ 320/@, enquanto o “boi-China” foi negociado por R$ 330/@. 

Nas 16 outras praças acompanhadas pela Agrifatto, a média de preço do boi gordo recuou para R$ 304,25/@. Pela apuração da Scot Consultoria, o mercado do boi gordo segue “equilibrado”, com a oferta atendendo ao consumo. Os dados da Scot para São Paulo apontam um boi gordo sem padrão-exportação cotado em R$ 321/@, o “boi China” está em R$ 325/@, a vaca gorda em R$ 302/@ e a novilha terminada em R$ 314/@ (todos os preços são brutos, no prazo). “Nesse momento, cresce especialmente a procura por carnes próprias para grill, muito procuradas pelo food service, enquanto o consumo dos cortes dianteiros tende a reduzir naturalmente”, relatou a Agrifatto. É preciso considerar também o bom momento das indústrias exportadoras brasileiras de carne bovina in natura, que continuam operando com vendas diárias em ritmo bastante forte, conforme os dados parciais divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Durante dois dias consecutivos — sexta-feira passada e na segunda-feira (15/12), os preços futuros do boi gordo registraram queda. O papel com vencimento em janeiro de 2026, encerrou o pregão da B3 cotado a R$ 322,45/@, com queda de 0,43% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta terça-feira (16/12), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$320,00 a arroba. Boi China: R$330,00. Média: R$325,00. Vaca: R$305,00. Novilha: R$315,00. Escalas de abates de dez dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$315,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de dez dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$315,00. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de dez dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de nove dias. TOCANTINS: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de nove dias. PARÁ: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de dez dias. GOIÁS: Boi comum: R$315,00 a arroba. Boi China/Europa: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de nove dias. RONDÔNIA: Boi: R$280,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de doze dias. MARANHÃO: Boi: R$295,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$275,00. Escalas de abate de nove dias. Preços brutos do “boi-China” na terça-feira (16/12), de acordo com levantamento diário da Scot Consultoria: SÃO PAULO: R$ 321,50/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). MINAS GERAIS (Exceto região Sul): R$ 316,50/@ (à vista) e R$ 322,00/@ (prazo) MATO GROSSO: R$ 302,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). MATO GROSSO DO SUL: R$ 311,50/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo). GOIÁS: R$ 311,50/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo). PARÁ/PARAGOMINAS: R$ 302,00/@ (à vista) R$ 305,00/@ e (prazo). PARÁ/REDENÇÃO E MARABÁ: R$ 302,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). RONDÔNIA: R$ 277,00/@ (à vista) e R$ 280,00/@ (prazo). ESPÍRITO SANTO: R$ 306,50/@ (à vista) e R$ 310,00/@ (prazo). TOCANTINS: R$ 300,00/@ (à vista) e R$ 303,00/@ (prazo).

PORTAL DBO/AGRIFATTO/SCOT CONSULTORIA

 

Confinamento/Cepea: Abates programados para início de 2026 devem ter retorno positivo

A viabilidade econômica do confinamento de engorda de bovinos deve seguir positiva no primeiro trimestre de 2026, apontam cálculos realizados pelo Cepea

 

Segundo pesquisadores, o cenário ainda favorável de custo de produção, principalmente referente ao gasto com dieta, assim como a expectativa de preços firmes para o boi gordo sustentam a previsão da viabilidade. Na “média Brasil”, 7,54% dos abates estão programados para janeiro, fevereiro e março, conforme levantamento do Centro de Pesquisas. 

CEPEA

 

SUÍNOS

 

Mercado de Suínos fecha 2025 com crescimento expressivo e boas margens; 2026 exige cautela e atenção

O setor suinícola encerra 2025 com desempenho acima das expectativas, sustentado por aumento da produção, recorde nas exportações e recuperação das margens dos produtores.

 

Os números parciais de abate e exportação indicam um crescimento superior a 5% em toneladas de carcaças e cerca de 4% em cabeças abatidas em relação a 2024, com destaque para Minas Gerais (+11,7%), Rio Grande do Sul (+6,5%) e Mato Grosso do Sul (+5%). O peso médio das carcaças também evoluiu, passando de 92,23 kg em 2024 para 93,52 kg neste ano. O comércio exterior foi o principal impulsionador do setor. De janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 1,372 milhão de toneladas de carne suína (in natura e processada), um avanço de 10,4% sobre o mesmo período do ano anterior. Em receita, o crescimento foi ainda maior: +18,7%, somando US$ 3,29 bilhões contra US$ 2,77 bilhões em 2024. Os embarques cresceram fortemente para Filipinas, Chile, Japão, México, Vietnã e Argentina, que juntos somaram mais de 220 mil toneladas adicionais. Já as vendas para a China recuaram 72 mil toneladas. Essa diversificação de destinos (“pulverização”) garante maior estabilidade ao setor exportador, reduzindo a dependência do mercado chinês. Mesmo com maior oferta interna — o consumo per capita deve ultrapassar 20 kg/ano — os preços se mantiveram firmes. O pico de cotações ocorreu em setembro, impulsionado por recorde de exportações no mês (134 mil toneladas). A combinação de demanda aquecida e custos menores de insumos resultou em margens positivas durante todo o ano. A boa safra 2024/25 de milho e soja, com queda acentuada no preço do farelo, favoreceu a relação de troca e garantiu rentabilidade, segundo levantamentos da Embrapa Suínos e Aves. Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o crescimento da produção deve continuar em 2026, mas em ritmo mais moderado — cerca de 4%. As exportações podem avançar 3%, enquanto a disponibilidade interna tende a aumentar pouco mais de 4%. Apesar do risco de queda nos preços pela maior oferta, o cenário de menor abate de bovinos e possível valorização do boi gordo tende a sustentar o mercado suíno. Entre os pontos de atenção estão o custo de produção, que pode subir com a esperada redução na safra de milho e o aumento da demanda para etanol, além da investigação antidumping da China sobre a carne bovina brasileira, cujo resultado será divulgado em 26 de janeiro de 2026. Eventuais restrições às exportações poderiam afetar o equilíbrio do mercado de carnes no país. Mesmo com um cenário mais desafiador, 2026 deve continuar favorável à suinocultura brasileira. A combinação de diversificação de mercados, boa competitividade e oferta estável deve manter o setor em trajetória positiva — desde que não ocorram impactos sanitários ou geopolíticos relevantes.

ABCS

 

FRANGOS

 

Preço do Frango em dezembro já caiu 1,25% em relação a 2024

A expectativa de que o frango abatido viesse a apresentar o desempenho que, por tradição, tornou-se típico do mês de Festas vai se diluindo de vez, pois, em vez de registrar a valorização que tem marcado o período, completou a segunda semana de dezembro retrocedendo à mesma cotação do início do mês, aquela que, na verdade, prevaleceu na maior parte de novembro passado.

 

Em decorrência, alcança no mês valor – R$8,142/kg – que se encontra não mais que 0,69% acima do registrado no mês anterior, mas que permanece negativo em relação a dezembro de 2025. E a redução ora registrada, de 1,25% ainda tende a se ampliar, porquanto no ano passado ocorreu valorização bem maior na segunda quinzena do mês, possibilidade difícil de ocorrer em 2025. Enfim, parece estar claro que o frango não é mais prato das Festas, pois tornou-se comida de resistência dos outros 11 meses do ano. E isto não significa que em dezembro a avicultura saia prejudicada, pois o setor soube disponibilizar no período, pratos que o consumidor considera festivos. Frente a esse quadro, até mesmo a demanda pela ave viva cai drasticamente. Isso começou a ser observado em novembro e se intensificou ainda mais em dezembro corrente. Tanto que, nos últimos 60 dias, o preço pago pelo frango vivo recuou perto de 15%. Na semana passada a cotação máxima registrada em São Paulo ficou em R$5,40/kg, enquanto em Minas Gerais recuou para R$5,30/kg.

AVESITE 

 

GOVERNO

 

Regras de salvaguarda do Parlamento Europeu ameaçam comércio de produtos do Mercosul

Medida aprovada na terça-feira pode limitar os embarques com preferências tarifárias

Assinatura do acordo com o bloco sul-americano está prevista para o próximo sábado

 

O Parlamento Europeu endureceu ainda mais as regras para possíveis aplicações de salvaguardas contra exportações de produtos agropecuários do Mercosul para a União Europeia, com chances de praticamente inviabilizar o comércio de itens do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai com benefícios tarifários se o acordo entre os blocos entrar em vigor. Cresce na Europa a pressão contra a assinatura do acordo com o bloco sul-americano, prevista para o próximo sábado (20/12), em Foz do Iguaçu (PR). Um grupo de mais de 140 parlamentares quer que a Corte de Justiça opine sobre o tratado, processo que pode durar mais dois anos. Manifestações estão convocadas para a próxima quinta-feira (18/12) em Bruxelas com previsão de transformar a capital da Bélgica em um "barril de pólvora" com a participação de mais de 10 mil agricultores. Na terça-feira (16/12), o parlamento aprovou um pacote de salvaguardas mais rígido que o proposto inicialmente pela comissão europeia. A lei define a forma como a UE poderá suspender temporariamente as preferências tarifárias para o Mercosul se considerar que as importações de determinados produtos prejudicam os produtores europeus. A regra aprovada prevê que a Comissão Europeia poderá abrir investigação para aplicação da salvaguarda quando as importações de produtos agrícolas do Mercosul aumentarem, em média, 5% em volume em três anos. A proposta original é que esse gatilho seria acionado em caso de aumento de 10% da quantidade enviada à UE. A medida também valerá caso o preço desses itens importados caia no mercado europeu na mesma proporção. Ou seja, se o preço do açúcar – item importado pela UE do Mercosul – cair 5% aos produtores locais, poderá ser aberta investigação para aplicação de salvaguarda. As investigações também serão mais rápidas que o proposto originalmente: o texto aprovado nesta terça-feira alterou de seis para três meses em geral e de quatro para dois meses no caso de produtos sensíveis. A intenção é que as salvaguardas sejam aplicadas mais rapidamente.

O Parlamento Europeu ainda aprovou uma alteração que inclui um mecanismo de reciprocidade. A medida autoriza a Comissão Europeia a iniciar um inquérito e adotar medidas de salvaguarda se os produtos importados do Mercosul não cumprirem requisitos equivalentes em matéria de ambiente, bem-estar animal, saúde, segurança alimentar ou proteção laboral aplicáveis aos produtores da UE. Na visão dos eurodeputados, as salvaguardas podem assumir a forma de uma “obrigação de reciprocidade” para que os países do Mercosul apliquem as normas de produção da UE. As medidas aprovadas ainda serão debatidas pelo trílogo (formado pela Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho Europeu) a partir desta quarta-feira (17/12). O texto poderá mudar. “Estão indo muito longe daquilo que é aceitável”, disse uma fonte que acompanha o tema. Segundo ela, as medidas extrapolam aquilo que está previsto no capítulo de salvaguardas do acordo e representam “mecanismos dificilmente exequíveis”. A avaliação é que essas regras podem ser contestadas e impugnadas pelos países sul-americanos caso entrem em vigor posteriormente. Para o setor exportador brasileiro, a aplicação das salvaguardas, principalmente da reciprocidade, pode limitar os embarques com preferências tarifárias. Por outro lado, cadeias sensíveis às importações de produtos europeus podem ter uma carta na manga para se defender. Manifestações de agricultores europeus estão convocadas para a próxima quinta-feira em Bruxelas. A expectativa é que eles levem mais de 10 mil tratores às ruas da capital belga. “É um barril de pólvora”, disse a fonte.

VALOR ECONÔMICO

 

Brasil abre mercados nos Emirados Árabes, em Gana e no Peru

Acordos sanitários anunciados na terça-feira, 16, reforçam exportações e elevam para 511 o número de mercados abertos desde 2023

 

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias que garantem acesso de produtos do agronegócio a três novos destinos: Emirados Árabes Unidos, Gana e Peru. As autorizações, anunciadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) na terça-feira, 16, ampliam o portfólio de produtos exportados pelo Brasil. Nos Emirados Árabes Unidos, as autoridades locais autorizaram a importação de embriões bovinos produzidos no Brasil. A medida, segundo os ministérios, evidencia o reconhecimento da excelência genética do rebanho nacional e abre espaço para o fortalecimento da cooperação na área de melhoramento animal. Entre janeiro e novembro deste ano, o mercado emiradense adquiriu mais de US$ 2,3 bilhões em produtos agropecuários brasileiros. Em Gana, o aval concedido para a compra de bovinos vivos e sêmen bovino brasileiro amplia, também, as possibilidades de atuação do setor no continente africano, podendo impulsionar a prestação de serviços técnicos e de consultoria. Com cerca de 34 milhões de habitantes e consumo alimentar em expansão, o país importou mais de US$ 315 milhões em produtos do agronegócio brasileiro de janeiro a novembro. No caso do Peru, a autorização envolve a exportação de sementes de sorgo. Reconhecidas pela qualidade genética, elevada taxa de germinação e rigor sanitário, as sementes brasileiras devem contribuir para ganhos de produtividade e segurança alimentar no país parceiro. De janeiro a novembro de 2025, as vendas brasileiras ao mercado peruano superaram US$ 675 milhões. Com essas novas liberações, o Brasil chega à marca de 511 aberturas de mercado desde o início de 2023.

ESTADÃO/AGRO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Deral indica bom desenvolvimento do milho no Paraná

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná as lavouras de milho da safra de verão 2025/26 seguem se desenvolvendo com 2% já em maturação, 41% em frutificação, 33% em floração e 24% ainda em desenvolvimento vegetativo

 

Até aqui, 93% das plantas foram classificadas como em boas condições, 6% como em médias e 1% em condições ruins. No relatório, os técnicos do departamento indicam que as lavouras se encontram entre os estádios vegetativo, floração e início da fase reprodutiva, dependendo da região, com o milho apresentando, de modo geral, excelente desenvolvimento. “As chuvas regulares favoreceram o crescimento das plantas, com expectativa positiva para a safra. A pressão de pragas e doenças permanece baixa, e os manejos fitossanitários seguem conforme as condições climáticas permitem”, destaca a publicação. 

SEAB-PR/DERAL

 

Crise sanitária e encolhimento do rebanho devem forçar Europa a importar mais carne do Brasil

Apesar do avanço de salvaguardas e de um discurso cada vez mais protecionista dentro da União Europeia, a tendência para os próximos anos é de aumento das importações de carne bovina e de aves do Brasil. A avaliação é do analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, que aponta um descompasso estrutural entre oferta e demanda no bloco europeu.

 

Segundo Iglesias, a Europa enfrenta um processo contínuo de encolhimento do rebanho bovino ao longo desta década, além dos impactos recorrentes da influenza aviária de alta patogenicidade, especialmente no setor de carne de frango. Esse cenário reduz a capacidade produtiva interna e obriga o bloco a buscar fornecedores mais competitivos no mercado internacional, com destaque para o Brasil. “Hoje, o europeu precisa do produto brasileiro para se abastecer. Existe uma necessidade real de compra de carne do Brasil muito em função desse descompasso de produção que a Europa enfrenta”, avalia o analista. Em Portugal, a escassez de animais para abate e o redirecionamento de parte da produção para o mercado externo já refletem diretamente nos preços ao consumidor. O movimento acompanha uma tendência mais ampla no continente, onde a produção local não tem conseguido acompanhar o crescimento do consumo. Na França, a situação é agravada por novos focos de doenças no campo. A dermatose nodular contagiosa (DNC), enfermidade viral que afeta bovinos, sem risco para humanos, foi detectada pela primeira vez em uma fazenda na região de Savoie. O surto levou ao abate de mais de 70 animais em uma propriedade. Até o momento, cerca de 3 mil cabeças de gado já foram abatidas no país. De acordo com o Ministério da Agricultura francês, até o momento foram identificados 110 surtos da doença, atingindo 75 fazendas em diferentes regiões. A dermatose nodular se soma a outros desafios sanitários enfrentados pela agropecuária francesa. Na avicultura, a gripe aviária continua sendo uma ameaça relevante. As autoridades confirmaram um novo foco da doença na última sexta-feira (12) na região de Landes, no sudoeste do país, principal polo produtor de patos para foie gras e referência na produção avícola francesa. O avanço da doença reforça as dificuldades de abastecimento de carne de aves no mercado europeu. Ao mesmo tempo, Iglesias pondera que esse movimento de aumento das importações da Europa tende a ocorrer em meio a um ambiente de maior vigilância comercial. Medidas de salvaguarda e mecanismos de proteção podem ser acionados pela União Europeia como forma de conter o avanço das importações e proteger o produtor local. O Parlamento Europeu aprovou, nesta terça-feira, 16, o pacote de medidas legislativas que terá impacto direto no setor agrícola do bloco, incluindo novas salvaguardas comerciais relacionadas ao acordo com o Mercosul e a simplificação de regras da Política Agrícola Comum (PAC). A posição do Parlamento sobre o tratado comercial, aprovada por 431 votos a favor e 161 contra, estabelece mecanismos mais rigorosos para proteger os produtores europeus, permitindo a suspensão temporária de preferências tarifárias para produtos sensíveis, como carne bovina e aves, oriundos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, caso se verifique prejuízo à produção local. A dificuldade de competição, segundo Iglesias, é um fator concreto. Produzir carne na Europa tornou-se um processo cada vez mais caro, oneroso tanto para a indústria quanto para o produtor rural, em função de exigências ambientais, custos trabalhistas elevados e regras sanitárias rigorosas. Nesse contexto, a competitividade da carne brasileira se impõe de forma natural. “A alegação do produtor europeu de que não consegue competir com o produto brasileiro é verdadeira. Produzir carne hoje na Europa é muito custoso, e competir com o Brasil se torna extremamente difícil”, explica Iglesias. O desafio para a União Europeia, na avaliação do analista da Safras & Mercado, será equilibrar interesses muitas vezes conflitantes: atender à demanda interna por proteína animal, garantir o abastecimento do mercado e, ao mesmo tempo, manter o produtor local em níveis aceitáveis de rentabilidade e satisfação. Mesmo diante dessas tensões, Iglesias projeta que a necessidade de importação deve prevalecer. Para ele, o bloco europeu seguirá ampliando as compras de carne brasileira nos próximos anos — e já no próximo ano esse movimento tende a ficar mais evidente —, ainda que acompanhado de discursos políticos mais duros e de tentativas de controle comercial. “O cenário aponta para uma maior importação da Europa no próximo ano para a carne brasileira. Existe uma dependência crescente do produto do Brasil, mesmo com toda a dificuldade política e a resistência dos produtores locais”, conclui. 

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS


Portos do Paraná bate recorde histórico e ultrapassa 70 milhões de toneladas em 2025

A expectativa é aumentar ainda mais essa escala de movimentação, com previsão de alcançar entre 72 e 73 milhões de toneladas até o dia 31 de dezembro. Com isso, a Portos do Paraná irá superar o planejamento técnico, que previa uma movimentação de 70 milhões de toneladas somente a partir de 2035.

 

A Portos do Paraná alcançou a marca de 70 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e parte de dezembro de 2025, o que representa um recorde histórico para a empresa pública e supera a produtividade de 2024 quinze dias antes do término do ano. Até o momento, o volume é 5% maior do que o registrado no ano anterior. O aumento da movimentação de cargas nos portos paranaenses entre os anos de 2018 e 2025 é de 32%. Quando o assunto é exportação, o Porto de Paranaguá se destaca como um dos mais importantes do mundo no embarque de grãos e farelos. Também é o maior corredor de exportação de carne de frango congelada do planeta, por onde saem mais de 48% de toda a produção nacional, destinada ao mercado externo. Entre os portos brasileiros, Paranaguá é o maior exportador de carnes (frango, bovino e suíno), sendo responsável por cerca de 40% de toda a exportação nacional. É também o principal canal de embarque de óleo de soja e possui o segundo maior fluxo de carregamento de soja e farelo de soja do país. A Portos do Paraná também se destaca no recebimento de fertilizantes. Em 2025, mais de 11 milhões de toneladas foram recepcionadas em Paranaguá e Antonina. Um fator que contribui com essa marca foi o aumento do calado operacional (distância entre a superfície da água e o ponto mais profundo da embarcação) nos berços de granéis sólidos, que passou de 13,1 metros para 13,3 metros. A ampliação, confirmada em setembro, permitiu um crescimento médio de até 1,5 mil toneladas por navio.

Em outubro, foi a vez dos navios porta-contêineres ampliarem a movimentação devido ao aumento do calado operacional, que passou de 12,8 metros para 13,3 metros. “Com o aumento de 50 centímetros, houve um crescimento de aproximadamente 400 TEUs por navio”, destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira. O TEU é a unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, ou cerca de seis metros de comprimento. O incremento de mais de dois metros no calado permitirá um salto na capacidade de embarque de mercadorias: um adicional de mil contêineres ou 14 mil toneladas de granéis sólidos vegetais em um único navio. Outro fator que contribuiu foi a conclusão da regularização de áreas arrendáveis do Porto de Paranaguá. Ao todo, foram realizados nove leilões na Bolsa de Valores do Brasil, que estão trazendo novos investimentos e mais segurança operacional.

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS

 

Portos do Paraná capta R$ 5 bilhões em investimentos e conclui regularização de áreas

Além de concessões, Portos do Paraná recebeu mais R$ 1,3 bilhão em outorgas

 

A Portos do Paraná vai encerrar o atual ciclo de gestão com a regularização de 100% das áreas destinadas à iniciativa privada e a concessão do canal de acesso ao porto de Paranaguá. O pacote de novos contratos firmado entre 2019 e 2026 garante R$ 5,1 bilhões em investimentos, além de ampliar a capacidade logística do estado e reforçar o papel estratégico do setor portuário no comércio exterior brasileiro. Além dos recursos previstos nos contratos de concessão para obras, ampliações e modernização de estruturas, a Portos do Paraná recebeu mais R$ 1,3 bilhão em outorgas. O valor será totalmente aplicado na melhoria da infraestrutura comum, considerada essencial para acompanhar o crescimento da movimentação de cargas e tornar o complexo mais competitivo. Entre os projetos mais relevantes está o Píer em T, que será construído por três terminais vizinhos, PARs 15, 14 e 25, em parceria com a Portos do Paraná. As PARs são áreas portuárias do Paraná. A primeira etapa prevê dois novos berços de atracação e um sistema avançado de esteiras transportadoras que levarão granéis diretamente aos navios com mais rapidez e menor impacto ambiental. Outro contrato importante é o do PAR 09, responsável pela movimentação de granéis sólidos vegetais. Leiloado em 2023, ele inclui a construção da primeira etapa do Píer F, que fará a ligação com o corredor oeste do porto, além de melhorias na área onde a empresa atua. O PAR 50, também concedido recentemente, prevê a expansão do Píer L, que conectará todos os terminais de líquidos. Outras áreas como os PARs 01, 12 e 32, destinados respectivamente a carga geral, veículos e açúcar, já concluíram as obras previstas e operam em plena capacidade.

O aprofundamento do canal de acesso é considerado um dos avanços mais aguardados pelo setor. Com a nova profundidade, navios poderão deixar Paranaguá carregados com até mil contêineres extras ou cerca de 14 mil toneladas adicionais de granéis sólidos. Para operadores e trabalhadores portuários, a mudança deve alterar o ritmo da movimentação diária e abrir espaço para linhas marítimas que hoje não conseguem operar no porto.

GAZETA DO POVO

 

ECONOMIA

 

Dólar sobe no Brasil com fluxo de moeda para O EXTERIOR

O dólar fechou a terça-feira em alta firme ante o real, na contramão do recuo da moeda norte-americana ante outras divisas, em meio ao fluxo de recursos para o exterior neste fim de ano e a uma nova pesquisa eleitoral indicando vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todos os cenários para 2026.

O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,78%, aos R$5,4640. No ano, porém, a moeda acumula baixa de 11,57%. Às 17h03, o contrato de dólar futuro para janeiro - atualmente o mais líquido no Brasil - subia 0,88% na B3, aos R$5,4800. A moeda norte-americana oscilou em alta ante o real durante praticamente toda a sessão, impulsionada desde cedo pelas tradicionais remessas de recursos ao exterior no fim de ano, feitas por empresas e fundos, conforme profissionais ouvidos pela Reuters. O movimento se intensificou ainda durante a manhã, em meio às especulações no mercado de que a pesquisa Genial/Quaest mostraria Lula bem colocado na disputa em relação a seus adversários de direita. Em um dos cenários estimulados do levantamento, divulgado no início da tarde, Lula obteve 41% das intenções de voto para presidente, com o senador Flávio Bolsonaro (PL) com 23% e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 10%. Em um cenário sem Tarcísio, Lula tem 39%, Flávio soma 23% e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), aparece com 13%. Lula venceria uma eventual disputa em segundo turno contra todos os candidatos mais competitivos. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) não foi incluída no levantamento, cuja margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Mais do que a vitória de Lula nos diferentes cenários, chamou a atenção o fato de Flávio estar mais bem colocado na pesquisa do que Tarcísio, nome favorito do mercado para a disputa com o atual presidente. “Houve compras (de dólares) características de fim de ano e desde cedo a moeda se descolou do que ocorria lá fora”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “E o mercado operou antes mesmo da divulgação da pesquisa eleitoral, porque havia comentários de que ela seria ruim para a oposição”, acrescentou. No início do dia, o Banco Central publicou a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que na semana passada manteve a taxa básica Selic em 15% ao ano. No texto, o BC apontou ganhos gerados pela "condução cautelosa" dos juros, vendo contribuição determinante da política monetária para a desaceleração dos preços. Além disso, o BC enfatizou o firme compromisso com a meta de inflação, de 3%. Os efeitos da mensagem da ata sobre o câmbio, no entanto, foram diluídos pela maior influência do fluxo.

REUTERS

 

Ibovespa cai 2,4% com perda de força do ‘trade Tarcísio’ 

Papéis da Petrobras também não conseguiram escapar em um dia de maior aversão eleitoral 

 

Antes mesmo da abertura dos negócios do Ibovespa na terça-feira, rumores de uma pesquisa eleitoral, que apontava para uma distância maior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a possíveis candidatos da oposição, elevaram os prêmios de risco no mercado. Horas depois, a confirmação dos números ventilados anteriormente nas mesas de operação ajudou a manter o tom mais negativo no mercado. Segundo a pesquisa da Genial/Quaest, Lula manteve a liderança nos cenários de primeiro e segundo turnos, com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aparecendo em segundo lugar, desbancando o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que despontava como o preferido do mercado para concorrer à Presidência em 2026. No fim do dia, o Ibovespa cedeu 2,40%, aos 158.578 pontos, na mínima do dia. O aumento do risco eleitoral afetou em cheio ações mais líquidas, caso de bancos. As units do BTG Pactual responderam pela maior queda, de 5,22%. Outras instituições financeiras também cederam: Santander Units (-3,58%), Bradesco PN (-2,75%), Itaú Unibanco PN (-2,58%), e Banco do Brasil (-1,36%). Papéis da Petrobras também não conseguiram escapar em um dia de maior aversão ao risco eleitoral e de recuo forte nos preços de petróleo. No fim, as ações PN da petroleira cederam 3,03%. Por outro lado, o dia foi positivo para as ON da Vale, que avançaram 0,38%. Em relatório, analistas do Morgan Stanley destacaram que a companhia virou uma história mais “limpa e subavaliada”. Nesse sentido, o banco optou por elevar a recomendação para os papéis, de neutra para compra, aumentando também o valor dos recibos de ações (ADRs) de US$ 13 para US$ 15. No cenário eleitoral, o enfraquecimento do atual governador de São Paulo na pesquisa divulgada ontem pela Genial/Quaest pesou sobre o humor dos agentes financeiros, ao embaralhar ainda mais o jogo político. “Tarcísio ficou bem mais fraco e o Flávio mais forte. Isso aumentou a chance de o Lula ganhar”, observa co-CIO da Novus Capital, Luiz Eduardo Portella. Portella também avalia que a nova pesquisa deixou mais distante a possibilidade de que Flávio desista de concorrer à Presidência.

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