CLIPPING DO SINDICARNE Nº 1012 DE 15 DE DEZEMBRO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 1012 | 15 de dezembro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi gordo manteve estabilidade na semana
Escalas cheias mantêm preços do boi gordo sem mudanças
O informativo “Tem Boi na Linha”, divulgado pela Scot Consultoria na sexta-feira (12), apontou estabilidade no mercado do boi gordo em São Paulo. Segundo a publicação, “o mercado abriu estável, sem mudanças nas cotações na comparação feita dia a dia”. As escalas de abate atendem, em média, a dez dias, e a oferta de boiadas tem sido suficiente para suprir a demanda. No Mato Grosso do Sul, a análise informou que, apesar da oferta enxuta, os frigoríficos já operam com escalas programadas para a primeira semana de janeiro. O ritmo de comercialização continua lento, mas há expectativa de melhora com o pagamento da segunda parcela do 13º salário e o avanço do período festivo. O levantamento registrou queda de R$ 1,00 por arroba nas regiões de Dourados e Campo Grande, enquanto o preço do “boi China” recuou R$ 2,00 por arroba. No Rio de Janeiro, a oferta também esteve reduzida, porém as cotações permaneceram estáveis ao longo da semana. O informativo ainda destacou os dados da Pesquisa Trimestral de Abate, divulgada pelo IBGE em 10 de dezembro. De acordo com o órgão, o terceiro trimestre de 2025 apresentou “recorde de oferta para o trimestre”, com 11,3 milhões de cabeças abatidas. O volume representa alta de 7,4% frente ao mesmo período de 2024 e avanço de 7,1% em relação ao segundo trimestre deste ano.
SCOT CONSULTORIA
Tentativas de compras em patamares mais baixos
Frigoríficos começam a se deparar com a evolução de suas escalas de abate, que hoje atendem entre seis e oito dias úteis na média nacional
O mercado físico do boi gordo volta a se deparar com tentativas de compra em patamares mais baixos. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, os frigoríficos começam a se deparar com a evolução de suas escalas de abate, que hoje atendem entre seis e oito dias úteis na média nacional. “Soma-se a isso o fato de algumas indústrias terem anunciado férias coletivas. Esse tipo de situação é bastante comum durante o mês de dezembro. Exportações em altíssimo nível ainda são um importante elemento de suporte aos preços neste final de temporada”, disse. Preço médio da arroba do boi: São Paulo: R$ 321,18. Goiás: R$ 312,14. Minas Gerais: R$ 310,29. Mato Grosso do Sul: R$ 311,59. Mato Grosso: R$ 300,07. O mercado atacadista se depara com acomodação em seus preços no decorrer da sexta-feira, ainda em um ambiente pautado por algum espaço para alta dos preços, considerando o bom momento de consumo no mercado interno. Quarto traseiro: R$ 26,25 por quilo; Quarto dianteiro: R$ 18,50 por quilo; Ponta de agulha: R$ 18,50 por quilo.
SAFRAS NEWS
Preço do boi gordo encerrou a semana com estabilidade
Escalas de abates estão alongadas, e oferta de boiadas atende à demanda. Viabilidade econômica dos confinamentos deve seguir positiva no primeiro trimestre de 2026
O mercado pecuário encerrou a semana com estabilidade na maior parte do Brasil. A maioria dos compradores já havia saídos dos negócios na quinta-feira (11/12), em decorrência das escalas de abate alongadas, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Das 33 regiões monitoradas pela Scot Consultoria, 28 não tiveram alterações nas cotações do boi gordo nesta sexta-feira (12/12). Foram registradas quedas de valores em Dourados (MS), Campo Grande (MS) e sul da Bahia. Já no Triângulo Mineiro e no sul de Minas Gerais, os preços subiram. No Estado de São Paulo, após a queda de R$ 1 nos preços do boi gordo registrada nesta quinta-feira, o mercado abriu estável, sem mudanças nos valores na comparação diária, informa a Scot. Em Araçatuba (SP) e Barretos (SP), a cotação do boi segue em R$ 321 a arroba para o pagamento a prazo. Nas praças paulistas, as escalas de abates atendem, em média, a dez dias. Segundo a Scot, a oferta de boiadas atende à demanda. Em relação aos confinamentos, dados do Cepea e da Tortuga/DSM indicam que a viabilidade econômica da engorda intensiva deve seguir positiva no primeiro trimestre de 2026. A rentabilidade média projetada é de 7,54% para os abates programados para janeiro, fevereiro e março (considerando a "média Brasil"). Segundo o Cepea, esse resultado é endossado basicamente pelo alinhamento favorável de dois fatores principais. O primeiro são os custos de produção controlados, principalmente no que diz respeito aos gastos com a dieta. O outro fator é a receita firme, com a expectativa de preços sustentados para o boi gordo no início do ano reforçando a margem da operação.
GLOBO RURAL
SUÍNOS
Produtores de suínos de MT discutem custos da ração, exportações recordes e consumo interno
Segundo as análises, as perspectivas são promissoras a longo prazo, mas 2026 exigirá atenção redobrada em razão de fatores climáticos, geopolíticos e econômicos.
Para Frederico Tannure Filho, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), empossado para sua segunda gestão, o momento é de otimismo aliado à cautela. Ele lembra que, apesar de Mato Grosso estar no berço da produção de milho e soja, os fatores climáticos devem influenciar a cultura no próximo ano. “O atraso na implantação da soja com certeza vai impactar na lavoura de milho logo no início de 2026 e, de certa forma, preocupa a suinocultura no que tange aos custos, porque a fatia mais pesada do custo de produção do suíno é a alimentação”, destaca. Ao mesmo tempo, o setor segue sustentado pelo bom desempenho das exportações, que continuam batendo recordes. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2024, 1,3 milhões de toneladas de carne suína foram exportadas, colocando o Brasil como quarto maior exportador de suínos no mundo. De acordo com o chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves, pesquisador Everton Krabbe, ampliar o consumo interno da carne também é uma das metas do setor. “Precisamos fomentar o mercado interno para não depender apenas da exportação. Hoje o consumo médio da carne suína no Brasil é de 20kg por habitante ao ano, mas tem outros países que consomem o dobro disso. Nós precisamos e podemos crescer nesse aspecto”, destaca. Segundo o pesquisador, outro importante fator a ser levado em conta é o da sustentabilidade. Dentro da Embrapa há um projeto para certificar a carne suína com requisitos reconhecidos internacionalmente sustentáveis. “A suinocultura brasileira é sustentável, mas ainda não tem como comprovar sua sustentabilidade, por não ter uma metodologia para medir. Apresentei a ideia de um projeto, a ser desenvolvido nos próximos cinco anos na Embrapa que traz um ou mais softwares para que possamos reconhecer fatores de sustentabilidade de cada granja, de cada empresa e assim por diante. Pensamos em um certificado atrelado ao rótulo do produto, como a proposta do Passaporte Verde na bovinocultura”
Acrismat
FRANGOS
Frango/Cepea: Disponibilidade cai para níveis pré-gripe aviária; preços sobem
Entre agosto e setembro, a disponibilidade interna foi de 111 milhões de quilos de carne
Dados divulgados na semana pelo IBGE e analisados pelo Cepea confirmam a redução na disponibilidade interna de carne de frango entre agosto e setembro, para níveis pré-gripe aviária. Segundo o Centro de Pesquisas, a retomada gradativa dos embarques brasileiros da proteína contribuiu para enxugar a oferta doméstica. Como resultado, levantamentos do Cepea mostram que os preços dos produtos avícolas vêm subindo nos últimos meses. Entre agosto e setembro, a disponibilidade interna foi de 111 milhões de quilos de carne de frango, bem próxima ao volume registrado antes da confirmação do caso de gripe aviária, de 110 milhões de kg entre janeiro e abril/25 – números do IBGE. No ponto mais alto das restrições às exportações nacionais, em maio, a disponibilidade interna superou as 123 milhões de quilos. Os dados se referem ao estado de São Paulo.
Cepea
EMPRESAS
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Companhia conquista notas A- em Florestas e Segurança Hídrica e reafirma transparência e liderança em sustentabilidade
A Minerva Foods, líder em exportação de carne bovina na América do Sul e companhia global de alimentos detentora das marcas Cabaña Las Lilas, Estância 92 e Pul, registrou importantes avanços em sua agenda de sustentabilidade ao alcançar novas classificações nas avaliações do Carbon Disclosure Project (CDP), uma das plataformas mais relevantes do mundo para divulgação ambiental. A Companhia evoluiu para a categoria de liderança, conquistando score A- em Florestas e em Segurança Hídrica, além de manter o score B em Mudanças Climáticas. O avanço simultâneo em duas frentes estratégicas reforça a maturidade da Minerva Foods em suas práticas de gestão ambiental, rastreabilidade e mitigação de riscos, consolidando sua posição entre as empresas mais transparentes e bem avaliadas pela iniciativa. O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos que opera o maior sistema global de divulgação ambiental, baseado em metodologia rigorosa e independente. A iniciativa incentiva empresas e instituições a reportarem suas práticas de gestão relacionadas às mudanças climáticas, proteção das florestas e segurança hídrica. Seu sistema de pontuação é amplamente utilizado por investidores e grandes compradores que buscam acelerar a transição para uma economia net-zero, sustentável e positiva para o planeta. Em 2025, 22.100 empresas reportaram dados ao CDP, das quais cerca de 20 mil receberam pontuação, com notas que variam de A a D-.
Segundo Marta Giannichi, diretora de Sustentabilidade da Minerva Foods, os avanços refletem a dedicação constante da Companhia em fortalecer sua atuação ambiental: “Esses resultados demonstram a consistência do nosso trabalho e o nosso compromisso com a pecuária sustentável. Estamos avançando de forma estruturada na gestão climática, na rastreabilidade da cadeia produtiva e na conservação dos recursos naturais. Seguiremos ampliando a transparência e promovendo ações que reforcem a nossa missão de promover um modelo de produção que é bom para as pessoas, para os negócios e para o futuro.” Com o reconhecimento do CDP, a Minerva Foods reforça sua jornada de evolução contínua e sua contribuição para o desenvolvimento de cadeias produtivas mais responsáveis e resilientes em toda a América do Sul.
Minerva Foods
GOVERNO
Plano Clima atendeu demandas do setor agropecuário, diz Fávaro
Ministro informou que diretrizes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas estão “alinhadas”. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura: 'Negociam ponto a ponto, com responsabilidade'
O Plano Clima está “alinhado” entre o governo e o setor agropecuário. Pelo menos, é o que afirma o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Em nota divulgada no sábado (13/12), o Ministério da Agricultura informou que a apresentação do documento será na próxima reunião do Comitê Interministerial da Mudança do Clima. “Negociamos ponto a ponto, com responsabilidade. A equipe do Meio Ambiente foi compreensiva, ouviu nossos argumentos e chegamos a um bom termo”, disse o ministro, no comunicado da Pasta. A versão original do Plano Clima foi alvo de críticas do setor agropecuário. Lideranças e entidades questionavam, principalmente, o peso atribuído ao campo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e sua responsabilidade nas ações de mitigação dos efeitos nocivos das mudanças climáticas. Um dos principais pontos de impasse era a vinculação da atividade agropecuária a pelo menos 70% das emissões de poluentes originárias do desmatamento ilegal, o que tornava o setor o maior poluidor do Brasil. Após conversas de lideranças com o Ministério do Meio Ambiente, a avaliação na Agricultura é a de que se chegou a um entendimento. O Plano Clima previa, de início, sete planos setoriais de mitigação de emissões, o que não agradava o agro nem o ministro Fávaro. Neste sábado, o Ministério da Agricultura informou que houve uma revisão destas configurações iniciais, especialmente em relação à agropecuária. Em nota, o Ministério informa que a conversa sobre as demandas do setor agropecuário no Plano Clima ocorreu no último dia 10 de dezembro. O documento final terá oito planos setoriais de mitigação (PSM), como antecipou a reportagem da Globo Rural. E as ações relativas ao campo têm ligação com três. O PSM de Agricultura e Pecuária inclui a adoção de práticas de agricultura de baixo carbono (Plano ABC+), aliando aumento de produção e uso eficiente de recursos naturais. Estará sob responsabilidade dos ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca.
O PSM de Mudanças do uso da terra em Áreas Rurais Privadas visa a reduzir as emissões provocadas por desmatamento, além de incentivar o plantio de florestas, manejo conservacionista e recuperação de áreas degradadas, além de ampliar a adoção de sistemas integrados e agroecológicos. Estará sob responsabilidade dos Ministério da Casa Civil, Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Agrário. O PSM de Mudanças do uso da terra em Áreas Públicas e Territórios Coletivos trata de desmatamento e recuperação de vegetação nativa em Unidades de Conservação, Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e assentamento. Estará sob responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário.
Com as alterações, as emissões das atividades de agricultura e pecuária devem somar 643 milhões de toneladas de carbono equivalente (MtCO2e) por ano. Na proposta inicial, eram quase 1,4 bilhão de toneladas. A diferença agora é que as emissões de gases oriundas de terras públicas, unidades de conservação, assentamentos rurais, territórios de comunidades tradicionais, terras indígenas, entre outras, saem da conta do agro. Elas somam outros 448 MtCO2e. Conforme a reportagem antecipou, o novo plano com mudanças de uso da terra nas áreas privadas de agricultura reúne desmatamento legal e ilegal (cujos termos não deverão aparecer no texto final e sim supressões autorizadas ou não) e alguns tipos de remoção de gases, como boas práticas e florestas. Nessa categoria, a alocação é de 352 MtCO2e de emissões por ano, que também estavam na conta inicial do setor como um todo. "Algumas metas terão apoio nos dois planos de agricultura e de mudança em áreas privadas rurais", afirmou um integrante do governo.
GLOBO RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Setor de serviços cresceu 2,5% no Paraná em outubro
Com 2,5% de aumento, o volume de serviços prestados no Estado ficou atrás do Acre (10%), Piauí (7,3%), Mato Grosso do Sul (6,3%) e Espírito Santo (4,6%). A média nacional foi de 0,3%.
O setor de serviços do Paraná registrou em outubro o quinto maior crescimento do país em relação a setembro. Com 2,5% de aumento, o volume de serviços prestados no Estado ficou atrás apenas do Acre (10%), Piauí (7,3%), Mato Grosso do Sul (6,3%) e Espírito Santo (4,6%). A média nacional foi de apenas 0,3%. Os números constam na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (12). Nesse mesmo recorte, a receita nominal – ou seja, a quantia movimentada de maneira bruta pelas empresas do setor – apresentou um acréscimo de 1,5% no Paraná. Resultado bem superior ao da média brasileira, que ficou em 0,2%. Esse índice também foi bastante relevante em outros dois recortes. No acumulado do ano, de janeiro a outubro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, o Estado teve aumento de 6,5% na receita nominal. Valor bastante semelhante ao do acumulado dos últimos 12 meses, considerando a relação ao período igual anterior. Neste caso, o acréscimo foi de 6,3%. Para estes dois filtros, o volume de serviços também teve alta: 2,4% e 2,3%, respectivamente. O levantamento do IBGE mostrou ainda bons resultados do setor de turismo no Paraná. Na comparação com o mês imediatamente anterior, em outubro a quantidade de serviços prestados neste segmento em solo paranaense teve elevação de 2,4%. A média brasileira, para se ter uma ideia, ficou em 0,8%. Ainda levando-se em conta a variação de um mês para o outro, a receita nominal no Estado representou a quinta maior alta nacional, com índice de 2,2%. Espírito Santo (3,9%), Santa Catarina (3,1%), Minas Gerais (3,1%) e Rio Grande do Norte (2,5%) foram os únicos a mostrar desempenho superior. A média do país foi de 1,4%. A pesquisa do IBGE divide os serviços em cinco categorias: serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e outros serviços. No acumulado do ano (janeiro a outubro), na comparação com o mesmo intervalo de tempo de 2024, o Paraná registrou aumento em termos de volume em serviços prestados às famílias, com um índice de 4%. Em segundo lugar nessa lista ficaram as atividades de serviços profissionais, administrativos e complementares, com 2,7% a mais. Também apresentaram números positivos os serviços de transporte, serviços auxiliares ao transporte e correios (2,3%), outros serviços (1,9%) e os serviços de informação e comunicação (1,6%). No tocante às receitas nominais, o desempenho foi ainda melhor nas cinco categorias. Novamente, o melhor resultado foi nos serviços às famílias, com índice de 12,2%. Serviços profissionais tiveram valores 8,4% superiores até aqui em 2025 em relação aos dos primeiros dez meses de 2024. Outros serviços apresentaram elevação na movimentação de receita no patamar de 7,6%. Vieram em seguida: informação e comunicação (5,7%) e transportes (4,7%).
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Para IBGE, safra de grãos recua; Conab vê novo recorde
Diferenças nos números estão na área e na produtividade dos principais produtos. Divergência na produção de soja chega a 10 milhões de t entre as duas entidades
A safra de grãos aumenta ou diminui em 2026? Ainda é cedo para um dado final em tempos de clima tão incerto, mas Conab e IBGE divulgaram suas estimativas na quinta-feira (11). Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o recorde obtido no ano passado fica para trás. Para a Companhia Nacional de Abastecimento, ele amplia. Os técnicos do IBGE, por ora, estimam em 336 milhões de toneladas a safra de grãos do próximo ano, 10 milhões a menos do que o recorde de 2025. Já a Conab espera que a safra, após o recorde de 352 milhões de toneladas neste ano, suba para 354 milhões no próximo. As diferenças ocorrem basicamente na área estimada de plantio e na produtividade esperada para as principais culturas. Os números da Conab indicam que a produção nacional de grãos superará em 18 milhões de toneladas os do IBGE. Apenas nos quatro principais itens (arroz, milho, soja e trigo), a diferença entre as duas instituições é de 16 milhões. Esses quatro produtos representam 95% de toda a produção de grãos do país. A soja é o grande motivo de divergência. A Conab aposta em uma área de plantio de 48,9 milhões de hectares, 2,5% a mais do que a do IBGE. No rendimento médio, a estimativa é de 3.620 kg por hectare, 3% superior à do instituto. Esses dois indicadores indicam uma safra recorde de 177 milhões, segundo a Conab, 10 milhões a mais do que a prevista pelo IBGE. Os dois, no entanto, trazem uma má notícia para o consumidor. A oferta de arroz, feijão, trigo e milho será menor. Este último, com previsão de 139 milhões pela Conab e de 132 milhões pelo IBGE, afeta o consumidor indiretamente, via custos das proteínas.
O IBGE espera uma queda na oferta de arroz, mas com um volume ainda superior ao previsto pela Conab. Segundo o instituto, serão 11,6 milhões de toneladas em 2026, 1 milhão a menos do que neste ano. Para o feijão, ambos preveem produção de 3 milhões de toneladas, o que é suficiente para o abastecimento interno, segundo o IBGE. As condições favoráveis de 2025, principalmente com relação ao clima, podem não repetir no próximo. Por ora, há uma expectativa de que, das 11 culturas de verão avaliadas pela Conab, apenas soja, sorgo e mamona vão ter aumento de produção. Com relação às plantações de inverno, a empresa ainda trabalha com os dados de 2025. Em um período de margens de ganho mais apertadas e custos maiores, o produtor reduz a área na maioria das culturas. Nos cálculos do IBGE, a alta ocorre apenas no milho, que vai a 22,6 milhões de hectares, com expansão de 1,5%. Algodão e arroz têm as principais reduções percentuais. O plantio do cereal se estenderá por 1,68 milhão de hectares no país, com queda de 3,6%. Com área menor e produtividade 4,6% inferior à deste ano, a safra fica abaixo do recorde de 12,6 milhões de 2025, segundo o IBGE. O consumo nacional do cereal é de 11 milhões de toneladas, e 2,1 milhões desse volume vai para o exterior. As importações devem somar 1,4 milhão, conforme os dados atuais da Conab. O consumo de feijão é de 2,8 milhões de toneladas, dentro da previsão de produção.
FOLHA DE SP
ECONOMIA
Dólar termina sessão estável ante o real e acumula baixa de 0,40% na semana
O dólar encerrou a sexta-feira praticamente estável ante o real, em um ambiente de maior calmaria política no Brasil e sem gatilhos firmes para as cotações, enquanto no exterior a moeda norte-americana exibia ganhos ante uma cesta de moedas fortes.
O dólar à vista fechou o dia em leve alta de 0,08%, aos R$5,4129. Na semana, a moeda acumulou baixa de 0,40% e, no ano, recuo de 12,40%. Às 17h03, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- estava estável na B3, aos R$5,4320.
A moeda norte-americana oscilou em margens estreitas ante o real, em um dia de agenda relativamente esvaziada de indicadores e sem ruídos na área política. Após o estresse causado na semana passada pela candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência -- por indicação do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso por tentativa de golpe de Estado --, as preocupações do mercado foram diminuindo. Notícias na imprensa de que Flávio tenta uma aproximação com a Faria Lima, inclusive sinalizando uma agenda econômica pró-mercado, ajudaram a acalmar os ânimos, pelo menos por enquanto, ponderou um operador de renda fixa ouvido pela Reuters. Neste cenário, o dólar à vista oscilou entre a cotação de R$5,3799 (-0,53%), às 10h20, e a de R$5,4270 (+0,34%), às 12h36, para depois se reaproximar da estabilidade. No exterior, o dólar exibiu ganhos durante o dia em relação a uma cesta de moedas fortes, mas no fim da tarde tinha sinais mistos antepares do real -- com baixa ante o peso chileno e o peso mexicano, mas alta ante a lira turca e a rupia indiana.
Reuters
Ibovespa tem semana de recuperação e volta a flertar com 161 mil pontos
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, superando os 161 mil pontos na máxima da sessão, com as ações da Hapvida e da Vivara entre os destaques positivos, em semana de recuperação na bolsa paulista.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,99%, a 160.766,37 pontos, após marcar 161.263,4 pontos e 159.189,1 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$20,48 bilhões. Na semana, o Ibovespa avançou 2,16%. Na sexta-feira passada, o Ibovespa testou os 165 mil pontos pela primeira vez na sua história, mas o clima azedou após Flávio Bolsonaro se lançar candidato à Presidência, desencadeando uma queda de mais de 4% no fechamento naquele dia. Ao longo da semana, sem maiores desdobramentos envolvendo o episódio, o clima na B3 acalmou. "A bolsa experimentou acomodação após o choque provocado pela notícia sobre Flávio Bolsonaro concorrer em 2026", disse o gestor de uma empresa de previdência complementar, vislumbrando uma tendência de recuperação no curto prazo. "A pancada da notícia já ocorreu. O risco de seguir em frente não está totalmente precificado, mas há possibilidade de a candidatura não se confirmar. Ainda estamos distantes do prazo da definição oficial", afirmou. Os ajustes na semana também tiveram como pano de fundo decisão de política monetária nos Estados Unidos, com a percepção entre agentes financeiros de um Federal Reserve menos "hawkish" que o esperado. No Brasil, por sua vez, o Banco Central não sinalizou quando pretende começar um ciclo de cortes na Selic estimado pelo mercado para 2026, enquanto manteve a taxa em 15% ao ano, maior patamar em quase 20 anos.
REUTERS
Receita com exportação do agro do Brasil sobe 6,2% em novembro e é recorde no ano
As exportações do agronegócio do Brasil alcançaram US$13,4 bilhões em novembro, um crescimento de 6,2% em relação ao mesmo mês de 2024, impulsionadas pelas receitas da soja, café e carne bovina, entre outros, informou o Ministério da Agricultura na sexta-feira.
A receita com as exportações em novembro foi a segunda maior para o mês da série histórica do ministério, enquanto no acumulado do ano o total atingiu um valor recorde acima de US$155 bilhões. Em novembro, o total faturado com as exportações de soja em grãos somou US$1,83 bilhão, alta de 64,6% em relação ao mesmo período do ano passado, com maior produtor e exportador global da oleaginosa se beneficiando da demanda firme da China em um ano em que colheu uma safra recorde. Já a carne bovina do Brasil, também o maior exportador global, registrou receita de US$1,75 bilhão em novembro, alta anual de 51,8%, com elevados volumes embarcados para diversos mercados, que compensaram uma redução nas exportações para os EUA, que até a parte final do mês tinha uma sobretaxa para o produto brasileiro. A exportação de café verde do país, líder global no segmento, atingiu US$1,5 bilhão em novembro, alta de 9,1%, impulsionada por preços mais altos. "Tanto a carne bovina quanto o café registraram recordes em valor, enquanto o volume exportado de carne bovina ultrapassou 318 mil toneladas, o maior já registrado para um mês de novembro", disse o ministério. De janeiro a novembro de 2025, as exportações do agronegócio somaram US$155,25 bilhões, o maior valor já registrado para o período e 1,7% acima do mesmo período do ano passado. "As vendas externas seguem cumprindo seu papel complementar ao mercado interno: ampliam escala, fortalecem cadeias produtivas, geram empregos e renda e estimulam investimentos em todas as regiões do país", disse a nota do governo. A China, rendendo US$52,02 bilhões no acumulado do ano (+10,0%), União Europeia (US$22,89 bilhões, +5,4%) e Estados Unidos (US$10,48 bilhões, –4,0%) seguem entre os principais destinos do agronegócio brasileiro no acumulado de janeiro a novembro. Outros mercados relevantes também ampliaram suas compras no período, como Índia (US$3,02 bilhões, +11,0%) e México (US$3,0 bilhões, +8,5%), "movimento que aponta para uma expansão geográfica gradual e consistente, com ganhos distribuídos em diferentes regiões".
REUTERS
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