CLIPPING DO SINDICARNE Nº 798 DE 07 DE FEVEREIRO DE 2025
- prcarne
- 7 de fev.
- 16 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 795 | 07 de fevereiro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Mercado do boi em compasso de espera
Estoques de proteína seguem altos no atacado, e os preços dos animais terminados andam de lado, apesar do alívio na pressão de baixa imposta pelos frigoríficos. No Paraná, o boi vale R$315,00 por arroba. Vaca a R$285,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de seis dias
Na quinta-feira (6/2), embora tenham sido registrados negócios para o boi padrão-China a R$ 335/@ em São Paulo, os preços dos animais terminados registraram estabilidade – não só na praça paulista, mas nas principais regiões monitoradas diariamente pelas empresas Agrifatto e Scot Consultoria. Pelos dados da Agrifatto, o valor do boi gordo (média de preço entre o animal “comum” e o “boi-China”) permaneceu em R$ 325/@ em São Paulo. Nas 16 outras regiões acompanhadas pela consultoria, o valor médio também seguiu estável, fechando em R$ 300,95/@. Segundo apuração da Scot Consultoria, no mercado paulista, as escalas de abate dos frigoríficos seguem tendendo, em média, seis dias. Nos balcões de negociação de São Paulo, o boi gordo “comum” seguiu apregoado em R$ 325/@ nesta quinta-feira, enquanto a vaca está valendo R$ 298/@, a novilha está cotada em R$ 315/@ e o “boi-China” é vendido por R$ 327/@. Segundo a Agrifatto, além da praça de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso também registraram alguns negócios com valores acima da média de referência, especialmente para o boi destinado à exportação para a China. “Embora a oferta de vacas continue elevada, a demanda industrial real é por bois, o que intensifica a pressão de alta sobre a arroba desses animais em regiões estratégicas”, observa a Agrifatto. Porém, em Minas Gerais, Pará, Tocantins e Goiás, os frigoríficos mantêm escalas confortáveis, devido ao elevado volume de fêmeas disponíveis, o que contribui para a estabilidade dos preços da arroba. Em contraste, continua a Agrifatto, as cotações do boi gordo em Rondônia e Acre estão propensas a sofrer um leve desaquecimento. Apesar das expectativas de crescimento no consumo doméstico de carne bovina, impulsionado pela injeção da massa salarial na economia brasileira, as vendas da proteína seguem em ritmo lento, com negociações difíceis, especialmente com a indústria de desossa, informa a Agrifatto. “O mercado de carne desossada enfrenta um momento desafiador, com estoques elevados em frigoríficos e atacadistas, além da queda generalizada nos preços”, diz a consultoria. Esse cenário impactou amplamente o setor e pode frustrar as expectativas de valorização parcial da carne com ossos, acrescentam os analistas. Diante desse contexto, diz a Agrifatto, não se descarta uma diferenciação de preços, com carne proveniente de Estados mais distantes de SP – como AC, RO, PA e TO – sendo comercializada a valores até R$0,50/kg abaixo dos preços registrados em MS, GO, MG e PR. Cotações do boi gordo da quinta-feira (6/2), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$330,00. Média de R$325,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de oito dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de oito dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$ 315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$280,00. Novilha R$290,00. Escalas de sete dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$315,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$320,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de oito dias; Pará — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de oito dias; Goiás — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$290,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$280,00 a arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de dez dias;
Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$265,00. Novilha a R$270,00. Escalas de abate de oito dias;
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Boi/Cepea: Mercado busca direcionamento
Levantamentos do Cepea mostram que esta é a quarta semana em que o Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ oscila basicamente entre R$ 325 e R$ 327, com discreta tendência de alta
No mesmo período, a carcaça casada teve ligeiro enfraquecimento no atacado da Grande SP, passando de R$ 22/kg para R$ 21/kg. Segundo o Centro de Pesquisas, essa indefinição de tendência reflete a parcimônia de frigoríficos diante da expectativa de aumento das ofertas de pasto, enquanto pecuaristas tentam forçar preços ligeiramente maiores a cada novo negócio. Conforme atacadistas consultados pelo Cepea, as vendas de carne se mantêm estáveis, o que representa uma boa sustentação dado o período do ano. Quanto à exportação, os dados mais recentes mostram diminuição da quantidade embarcada, o que, além de ser compatível com esta época, está atrelado ao Ano Novo chinês. NOTA – A partir de 1º de fevereiro, o Indicador do Boi elaborado pelo Cepea passou a ser denominado CEPEA/ESALQ, em substituição a CEPEA/B3. A metodologia e todos os demais procedimentos de cálculo se mantêm os mesmos.
Cepea
SUÍNOS
Cotações do suíno vivo com leve alta na quinta-feira
A quinta-feira (6) terminou para o mercado de suínos com preços mostrando leve alta para preços do animal vivo. De acordo com análise divulgada pelo Cepea, em janeiro, os preços do suíno vivo e da carne seguiram em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, com recuos superando os 10%
Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas seguiram lentas, o que já era esperada pelo setor, tendo em vista as despesas extras da população nesse período e as férias escolares, que enfraquecem o poder de compra do consumidor. Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 156,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 12,80/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (5), o preço ficou estável somente em Santa Catarina, custando R$ 7,87/kg. Houve alta de 0,12% em Minas Gerais, alcançando R$ 8,27/kg, avanço de 1,14% no Paraná, chegando em R$ 7,99/kg, incremento de 0,25% no Rio Grande do Sul, valendo R$ 7,96/kg, e de 1,24% em São Paulo, fechando em R$ 8,18/kg. A primeira bolsa de suínos de fevereiro para a comercialização dos animais no mercado independente resultou em preços positivos nas principais praças. As lideranças destes locais apontam diminuição na oferta de animais disponíveis para abate como uma das razões para os reajustes positivos.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: fevereiro começa com preços subindo
Em São Paulo, o preço subiu, passando de R$ 8,32/kg vivo para R$ 8,80/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos. Ao todo, durante a Bolsa, foram negociados 20.600 animais. As informações são da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS)
"Os fundamentos para este realinhamento são a falta de suínos vivos no Estado de São Paulo, levando os frigoríficos que não possuem produção própria em solo paulista a buscar animais vindos de outros Estados. O preço do abatido chegou a R$ 13,50/kg no varejo e, na próxima semana, deve haver novos reajustes", disse o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira. No mercado mineiro, o preço subiu, saindo de R$ 8,30/kg vivo para R$ 9,00/kg, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal subiu, passando de R$ 7,83/kg vivo para R$ 8,23/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS
Suínos/Cepea: Preços caem mais de 10% em janeiro
Em janeiro, os preços do suíno vivo e da carne seguiram em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, com recuos superando os 10%
Levantamentos realizados pelo Centro de Pesquisas mostram que o animal foi comercializado à média de R$ 8,02/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), expressiva baixa de 12,4% frente à de dezembro/24. Para a carcaça especial suína negociada no atacado da Grande São Paulo, a desvalorização mensal foi de 15,4%, com média de R$ 11,91/kg em janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas seguiram lentas, o que já era esperada pelo setor, tendo em vista as despesas extras da população nesse período e as férias escolares, que enfraquecem o poder de compra do consumidor.
Cepea
FRANGOS
Em SP, preço do frango no atacado teve nova alta na quinta-feira
O preço do frango no atacado paulista seguiu em alta na quinta-feira (6). De acordo com dados do Cepea, os preços da carne de frango encerram janeiro com comportamentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo órgão.
Em algumas praças, o típico enfraquecimento da demanda neste período (menor poder de compra do consumidor brasileiro) pressiona as cotações, enquanto noutras, a oferta enxuta de produtos de origem avícola têm garantido valorizações, segundo explicam pesquisadores do Cepea. De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,40/kg, enquanto o frango no atacado subiu 1,99%, custando, em média, R$ 7,70/kg. No caso do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, com valor de R$ 4,65/kg; já Santa Catarina ficou sem referência de preço. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (5), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado tiveram queda de 0,85%, custando, respectivamente, R$ 8,17/kg e R$ 8,19/kg.
Cepea/Esalq
GOVERNO
Abertura de mercado no Suriname para bovinos vivos destinados ao abate
Com esse anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 325 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023
O governo brasileiro informa, com satisfação, que as autoridades sanitárias do Suriname autorizaram a exportação dos seguintes produtos agropecuários do Brasil: bovinos vivos destinados ao abate; bovinos vivos de leite; bovinos vivos destinados à reprodução; carne e produtos cárneos bovinos; carne e produtos cárneos de aves. A decisão reflete o elevado nível de confiança internacional no sistema de controle sanitário brasileiro e deverá fortalecer as relações comerciais com o vizinho sul-americano. Em 2024, as exportações agropecuárias do Brasil para o Suriname alcançaram US$ 28,5 milhões, com potencial de crescimento a partir de agora. Com esse anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 25 aberturas de mercado em 2025, totalizando 325 novas oportunidades de negócio desde o início de 2023.
MAPA
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Porto de Paranaguá é o maior canal de exportação de óleo vegetal e carne de frango congelado do Brasil
Os fertilizantes também lideram a importação nacional; os destaques são resultados de um porto com multipropósito e investimentos de R$ 185 milhões em infraestrutura, manutenções de equipamentos e obras
Em 2024, o Porto de Paranaguá liderou a movimentação nacional de óleo vegetal, frango congelado e fertilizantes. Dados do Comex Stat mostram que as duas primeiras mercadorias foram campeãs de exportação, enquanto os fertilizantes lideraram as importações no porto paranaense. No caso dos granéis líquidos, a movimentação do píer público respondeu por 53,3% das operações totais. Em relação à carne de frango congelada, o transporte é realizado em contêineres com controle de temperatura (reefer), em uma área com 5.268 tomadas, que representa o maior pátio reefer da América do Sul. “Estamos investindo em diversas mercadorias, principalmente naquelas mais demandadas pelo mercado. Atualmente, o Porto de Paranaguá conta com três berços exclusivos para a movimentação de fertilizantes e, quando há disponibilidade na agenda de atracação, outros berços também recebem navios com esse tipo de carga”, destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.
A grande variedade de commodities que passaram pelos portos paranaenses contribuiu para a liderança nacional nesses segmentos e para o novo recorde de movimentação em 2024. Das 66.769.001 toneladas exportadas e importadas por Paranaguá e Antonina, grande parte foi composta por açúcar, fertilizantes, cereais e contêineres. “Os portos paranaenses são corredores multipropósito, o que garante uma operação constante e evita quedas de produtividade ao longo do ano”, pontuou Garcia. A possibilidade de atuar com produtos de vários segmentos compensou, por exemplo, a redução no embarque de soja e milho, ocasionada, entre outros fatores, pelos preços internacionais pouco atrativos para o setor produtivo. Ainda assim, os cereais mantiveram seu protagonismo na importação. O trigo, malte e a cevada responderam por um crescimento de 76% (1.708.673 toneladas) na movimentação de grãos em relação ao período anterior (614.550 toneladas). O market share de importação da cevada, por exemplo, ultrapassou 40%. Em relação a 2023, a movimentação de cevada no Porto de Paranaguá cresceu 168%, enquanto a do trigo aumentou 157%.
Como corredor exportador, a Portos do Paraná foi responsável pela saída de 6.412.716 toneladas de açúcar a granel, representando um crescimento de 17% em relação ao ano anterior (6.412.716 toneladas). Já o açúcar ensacado alcançou 846.305 toneladas, um aumento de 43% em relação a 2023 (846.305 toneladas). Por fim, também se destacaram as cargas transportadas por contêineres, com um aumento de 19% nas exportações (9.049.796 toneladas em 2024 contra 7.579.598 toneladas em 2023), lideradas pela movimentação de carnes de aves congeladas, e um crescimento de 35% nas importações (7.276.868 toneladas em 2024 contra 5.406.513 toneladas em 2023), com destaque para plásticos e outros produtos. Ao todo, foram registradas 2.724 atracações em Paranaguá e Antonina ao longo de 2024, um aumento de 4% em relação a 2023, quando 2.620 embarcações passaram pelos berços de atracação. Outro número que impressiona é o de vagões: 278.353 unidades acessaram os portos paranaenses, contra 275.720 no ano anterior. Já no pátio de triagem, foram registrados 392.214 caminhões.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar volta a recuar ante o real com movimento de ajustes no Brasil e no exterior
O dólar recuou ante o real na quinta-feira, devolvendo os ganhos obtidos na véspera, uma vez que os investidores retomaram o processo de correção de preço da moeda no Brasil diante da percepção de exagero nas cotações do ano passado e de um novo governo dos Estados Unidos mais moderado do que o esperado.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$5,7649 reais, a menor cotação desde 18 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$5,7484. Às 17h13, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,53%, a 5,790 reais na venda. Em uma sessão esvaziada de notícias e dados econômicos, os investidores se posicionaram com base em fatores externos e domésticos observados em sessões recentes, o que, como na maior parte deste ano, significou perdas para a moeda norte-americana. Na cena doméstica, o mercado retomou o movimento recente de reprecificação dos ativos brasileiros, avaliando novamente que os preços registrados no fim do ano passado, em meio às preocupações com o cenário fiscal brasileiro, estavam muito exagerados, o que fornece espaço para correção. Antes do leve ganho de quarta-feira, o dólar recuou ante a moeda brasileira por doze sessões consecutivas e agora acumula uma perda de 6,7% no ano. Em dezembro, por outro lado, o dólar esteve acima de R$6,00 na maioria das sessões, impulsionado, em particular, por preocupações com as contas públicas após o anúncio de um pacote de medidas fiscais pelo governo que desagradou o mercado. "O dia tem poucos direcionadores claros... O movimento parece ser mais de correção e realização de lucros, sem um fator específico", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. Já no cenário externo, os mercados continuam ajustando sua percepção sobre o novo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, avaliando que suas contínuas ameaças tarifárias podem ser mais uma tática de negociação política do que uma estratégia econômica efetiva. Após impor tarifas de 25% sobre os produtos de México e Canadá no fim de semana, Trump chegou a um acordo com os líderes dos dois países na segunda-feira para suspender as taxas por 30 dias em troca de um controle mais rígido da fronteira por parte dos vizinhos. Em relação à China, por outro lado, ainda não houve acordo sobre a tarifa de 10% imposta por Trump, que gerou retaliação por parte de Pequim. O impasse comercial entre as duas maiores economias do mundo gera cautela nos mercados globais. "Existe uma certa apreensão ainda, mas já foi maior. Trump tem se posicionado nessa postura pró-tarifas, mas para negociar. A tendência para os próximos anos, apesar da volatilidade, é de uma política protecionista, o que afeta o comércio mundial", disse Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos. Na esteira do reajuste de expectativas, o dólar também perdia sobre moedas emergentes, como peso mexicano, rand sul-africano e peso chileno. No início da sessão, o dólar chegou a subir contra o real, em linha com ganhos sobre moedas emergentes e após comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que preocuparam alguns agentes financeiros. Lula disse, durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, ambas da Bahia, pela manhã que a inflação está "totalmente controlada" e que o governo apresentará novas medidas de crédito nos "próximos dias". As declarações geraram a percepção de que o governo estaria mais preocupado em estimular a economia do que resolver os problemas da trajetória da dívida pública e da inflação acima da meta. O dólar atingiu a máxima do dia, a R$5,8239 (+0,52%), às 9h14, na esteira dos comentários de Lula e dos ganhos da divisa sobre moedas emergentes, antes de devolver os ganhos e passar a subir. A mínima da sessão, a R$5,749 (-0,77%) foi registrada às 15h37, com o dólar recuperando algumas perdas antes do fim do pregão. O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- tinha variação positiva de 0,01%, a 107,660. Mais cedo, o Banco Central vendeu, em sua operação diária, 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.
Reuters
Ibovespa fecha em alta com ajuda de Vale e Itaú sob holofote
O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, com Vale entre os principais suportes acompanhando o avanço dos futuros do minério de ferro na China, enquanto Itaú Unibanco também ocupou as atenções, com o CEO afirmando que o banco está se preparando para qualquer cenário após resultado sólido em 2024
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,55%, a 126.224,74 pontos, tendo marcado 126.398,77 pontos na máxima e 125.249,04 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 19,1 bilhões de reais. Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa teve um dia positivo na esteira dos primeiros balanços corporativos do final de 2024. Ele citou como exemplo o resultado do Itaú, que, acrescentou, apesar de em linha com as expectativas, trouxe uma perspectiva mais positiva para o ano. Em Nova York, o S&P 500 terminou com acréscimo de 0,36%, corroborando o sinal positivo na bolsa paulista, antes de dados bastante monitorados sobre o mercado de trabalho norte-americano, previstos para sexta-feira.
Reuters
Exportação/Cepea: Faturamento em dólar com exportação do agronegócio recua em 2024
Cenário é verificado depois de o faturamento renovar recordes por quatro anos seguidos
O faturamento em dólar com as exportações brasileiras de produtos do agronegócio caiu 1,3% em 2024 frente ao ano anterior, somando US$ 164,4 bilhões, conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex). Esse cenário foi verificado depois de o faturamento em dólar com as vendas externas de o agronegócio terem registrado avanços e recordes consecutivos por quatro anos (2020, 2021, 2022 e 2023). Pesquisadores do Cepea ressaltam, contudo, que, como a moeda nacional apresentou forte desvalorização de 6% frente ao dólar em 2024 – já descontada a inflação brasileira –, o faturamento em Reais cresceu 4,6%. No caso da queda no faturamento em dólar, pesquisadores do Cepea indicam que esteve atrelada à redução de 3% no volume escoado em 2024, tendo em vista que o preço médio anual em dólar avançou 1,7%. E a baixa na quantidade total exportada pelo agronegócio brasileiro, por sua vez, se deve sobretudo à diminuição nos envios de produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho, de expressivos 28,8%. Por outro lado, foram verificados aumentos nos volumes escoados de algodão em pluma (+71%), café (+30%), açúcar (+22%) e carne bovina (+26%). A oferta brasileira da safra 2024/25 de soja, milho e algodão deve crescer, o que pode garantir maior disponibilidade para o consumo doméstico e para exportação. Os preços em dólar, contudo, dependerão da oferta mundial, que conta com suprimento de importantes produtores além do Brasil, como Argentina, Estados Unidos e Ucrânia. No caso da carne bovina, em 2025, ainda deve prevalecer alguma restrição na oferta de animais por conta do ciclo pecuário, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos; a demanda chinesa deve influenciar os preços da carne, já que o país asiático adquire mais da metade do volume de vendas externas do Brasil. O dólar deve permanecer mais elevado neste ano, acima de R$ 5,50, favorecendo o desempenho do setor agroexportador. No entanto, as incertezas devem aumentar, em decorrência da imposição de tarifas, o que pode afetar o preço dos produtos nos mercados consumidores e também provocar um reordenamento das parcerias comerciais entre os países.
Cepea
Haddad vê inflação acima de 4,5% em junho, mas espera "surpresas positivas" com safra e câmbio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que o Brasil tenha surpresas inflacionárias positivas este ano, mas reconheceu que a inflação acumulada em 12 meses deve seguir acima de 4,5% até junho, como vem projetando o Banco Central.
Em entrevista à GloboNews veiculada no fim da noite de quarta-feira, Haddad avaliou que a safra prevista para o ano e o câmbio mais acomodado devem contribuir para o controle da inflação, inclusive surpreendendo as projeções dos economistas para a alta de preços.
“Eu acredito... que nós podemos ter surpresas em relação a expectativas do mercado, como tivemos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto)”, afirmou Haddad quando questionado sobre a inflação. A safra esperada para este ano e o recuo do dólar ante o real, que já supera os 6%, são dois fatores que podem desacelerar a inflação, na visão do governo. “Eu acredito que nós podemos ter boas novas no front inflacionário, se a política for bem conduzida, e com a safra, o comportamento do câmbio”, pode ter surpresas agradáveis, reforçou o ministro.
Ao mesmo tempo, Haddad afirmou que a inflação em junho “provavelmente” estará acima de 4,5%, como prevê o BC. Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, o BC avaliou que a inflação acumulada em 12 meses deve seguir acima do teto da meta de inflação nos próximos seis meses -- na prática, deve ficar acima de 4,5% pelo menos até junho. A meta contínua de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em dezembro -- dado mais recente -- a inflação acumulada medida pelo IPCA estava em 4,83%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o ministro, é de se esperar que a inflação fique acima do teto da meta até o meio do ano porque existe um “atraso” na resposta dos preços à elevação dos juros pelo BC. Atualmente a taxa básica Selic está em 13,25% ao ano, mas tecnicamente o efeito dos juros mais altos sobre os preços possui defasagem de vários meses. “Mas aqui no Brasil acredito que a resposta (da inflação) vai ser mais rápida. Acredito que possa ter uma acomodação mais rápida também”, acrescentou, defendendo que a taxa de juros seja um remédio aplicado pelo BC numa “dose que não mate o paciente”. Na entrevista, Haddad também repetiu que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é isentar de Imposto de Renda de brasileiros que ganham até R$5 mil. Pela proposta a ser encaminhada pelo governo ao Congresso, a partir de janeiro de 2026 estes trabalhadores deixariam de ter a retenção de imposto na fonte. Por outro lado, conforme Haddad, brasileiros com renda superior a R$50 mil por mês que não têm atualmente uma retenção de IR “compatível” iriam pagar um imposto mínimo. Mais cedo, a GloboNews já havia divulgado um trecho da entrevista em que Haddad defendeu a cobrança de um imposto mínimo sobre a renda de pessoas que ganham mais de R$5 mil. Conforme o ministro, para o cálculo entrarão rendas provenientes de salários, mas também de outras fontes, formando um “combo”. “Tem coisas que são isentas, e não serão levadas em consideração. Mas se a pessoa tem renda superior a R$50 mil por mês, e vai numa escadinha até R$100 mil por mês, vamos verificar se ela está pagando um imposto mínimo”, afirmou.
Reuters
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