Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 701 | 09 de setembro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: após bater R$ 250/@, mais altas no curto prazo
"Esperamos manutenção ao movimento de valorização da arroba ao longo de setembro”, prevê o analista Felipe Fabbri, da Scot Consultoria. No Paraná, o boi vale R$255,00 por arroba. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abate de cinco dias
Desde agosto/24, os preços da arroba seguem em trajetória ascendente, chegando neste início de setembro na casa dos R$ 250/@ no mercado paulista, conforme dados apurados pelas consultorias ao longo da semana passada. “Com escalas mais enxutas, demanda firme (pela carne bovina) e oferta compassada (de animais terminados), os preços subiram Brasil afora, com a arroba do boi gordo chegando novamente aos R$ 250 em 2024”, destacou o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. “Em curto prazo, esperamos manutenção ao movimento de alta para as cotações no mercado do boi gordo”, prevê Fabbri, acrescentando que, “se no mercado futuro o histórico do comportamento do contrato de setembro/24 se confirmar, há espaço para novas valorizações da arroba até o fim deste mês”. “Os preços do boi gordo mantiveram-se sustentados durante a semana, e os contratos futuros registraram novos avanços, impulsionados pelo sentimento de alta para a arroba nos últimos meses do ano”, relataram os analistas da S&P Global Commodity Insights. As condições climáticas também contribuíram para o cenário atual, diz a S&P Global. “Com o tempo seco predominando nas principais regiões produtoras, as escalas de abate permaneceram curtas, com uma média de cinco a sete dias”, acrescentou a consultoria. A Agrifatto, que também acompanha diariamente o mercado do boi, diz que o segmento enfrenta atualmente uma severa restrição de oferta de animais gordos. “Apenas os frigoríficos com contratos de parceria com pecuaristas conseguem manter suas operações de forma mais confortável”, observou a Agrifatto. “Isso tem gerado uma forte pressão de alta nos preços da arroba em todos os Estados, destacando a dificuldade dos frigoríficos em alongar suas escalas para além de sete abates, em âmbito nacional”, disse. Na sexta-feira (6/9), pelos dados da Agrifatto, o boi gordo em São Paulo permaneceu estável, em R$ 250/@ (média de preço entre o animal “comum” e o “boi-China”. Nas outras 16 regiões cobertas pela consultoria, a média subiu para R$ 232,50/@. Apenas uma das 17 praças acompanhadas registrou alta na arroba (Bahia); as outras 16 não apresentaram variação nas cotações”, informou a Agrifatto. Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, nada mudou na sexta-feira. “A primeira semana do mês encerrou com estabilidade nos preços na comparação diária, com alguns frigoríficos de São Paulo fora das compras e de olho no desempenho do escoamento de carne no fim de semana do feriado de Independência”, relataram os analistas da Scot. Com isso, o boi gordo paulista está sendo negociado em R$ 245/@, a vaca em R$ 220/@, a novilha em R$ 235/@ e o “boi-China” em R$ 250/@ (preços brutos, a prazo). No mercado futuro, a onda de otimismo perdeu força e todos os contratos futuros registraram queda no pregão de quinta-feira (5/9). O destaque foi o contrato para outubro/24, que fechou cotado em R$ 256/@, com baixa de 0,51% em relação ao dia anterior. No atacado de São Paulo, a oferta de carne com osso permaneceu reduzida, especialmente após a metade da semana, o que gerou uma expectativa positiva para reposição de estoques, destacou a Agrifatto. Os preços da carne desossada e de cortes como dianteiro e ponta de agulha mostraram firmeza, com tendência de alta, refletindo a constante demanda no atacado e no varejo. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (6/9): São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$250,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abates de dez dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$255,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$255,00. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de seis dias; Pará — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias; Goiás — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias; Rondônia — O boi vale R$205,00 a arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias; Maranhão — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de sete dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Sexta-feira (6) de cotações estáveis para o mercado de suínos
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 169,00, enquanto a carcaça especial caiu 0,75%, fechando em R$ 13,20/kg, em média
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quinta-feira (5), houve tímida alta apenas em Santa Catarina, na ordem de 0,12%, chegando a R$ 8,36/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,96/kg), Paraná (R$ 8,42/kg), Rio Grande do Sul (R$ 8,06/kg), e São Paulo (R$ 8,92/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços do frango congelado e do resfriado subiram em São Paulo na sexta-feira (6)
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, assim como a ave no atacado, fechando, em média, R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,66/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quinta-feira (5), a ave congelada teve aumento de 0,55%, chegando a R$ 7,28/kg, enquanto o frango resfriado subiu 0,54%, fechando em R$ 7,47/kg.
Cepea/Esalq
Exportações de carne de frango alcançam maior preço médio em dois anos
Valor médio das exportações volta a superar US$ 2 mil dólares/Ton; receita em Reais cresce 8,1%
O preço médio das exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) voltou a superar o patamar de US$ 2 mil dólares por tonelada, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em agosto, o preço médio da tonelada exportada alcançou US$ 2.089, número 8,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 1.918. É o maior preço médio desde agosto de 2022, com US$ 2.106 dólares por tonelada. Ao todo, foram embarcadas 379,8 mil toneladas em agosto, volume 12,3% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 433,3 mil toneladas. Em receita, a queda foi menor, de 4,5%, com US$ 793,6 milhões registrados em agosto deste ano, contra US$ 831 milhões no mesmo período do ano passado. Já a receita em Reais cresceu 8,1%, com R$ 4,406 bilhões em agosto deste ano, contra R$ 4,074 bilhões no oitavo mês de 2023. No ano (janeiro a agosto), o volume embarcado de carne de frango alcançou 3,432 milhões de toneladas, volume 1,8% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 3,495 milhões de toneladas. A receita registrada nos oito primeiros meses de 2024 chegou a US$ 6,319 bilhões, saldo 7,8% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 6,858 bilhões. A receita em Reais acumulada no ano totalizou R$ 33,004 bilhões, saldo 4,1% menor em relação ao ano anterior, com R$ 34,412 bilhões. “O fluxo de embarques registrado até aqui segue média mensal equivalente a dos 12 meses de 2023, se estabelecendo em torno de 430 mil toneladas”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. No levantamento por destino, os Emirados Árabes assumiram o primeiro posto, com 39,2 mil toneladas importadas do Brasil em agosto, número 17% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Em ritmo diferente, os embarques para o Japão cresceram 32%, alcançando 39 mil toneladas. Em seguida vieram África do Sul, com 28,1 mil toneladas (+11%), Arábia Saudita, com 26,9 mil toneladas (-28%) e a China, agora no quinto posto, com 16,3 mil toneladas (-69%). No levantamento por estado, o Paraná segue na liderança das exportações, com 161,2 mil toneladas exportadas em agosto (-2,7), seguido por Santa Catarina, com 84,2 mil toneladas (-14,1%), Rio Grande do Sul, com 37,8 mil toneladas (-42,5%), São Paulo, com 23,8 mil toneladas (-3,1%) e Goiás, com 17,8 mil toneladas (+4,3%). “O preço médio foi fortemente influenciado pelo crescimento dos embarques para mercados com alto valor agregado, como o Japão. Por outro lado, houve perda de janela de embarques em determinados portos, especialmente em Paranaguá, onde há grande represamento de fluxo logístico. Colaborou para o resultado menor, também, efeitos pontuais da Doença de Newcastle, especialmente nos embarques para a China e o México”, destacou Santin.
ABPA
Frango/Cepea: Carne inicia setembro com preços em alta; abates são recordes
Os preços da carne de frango iniciaram setembro em alta em grande parte das praças acompanhadas pelo Cepea
Segundo pesquisadores deste Centro, o impulso vem do típico aumento da demanda neste período de maior poder de compra da população (recebimento dos salários). Agentes relataram que muitos atacadistas precisaram reabastecer os estoques. Quanto aos abates de frango no segundo trimestre de 2024, dados divulgados pelo IBGE indicam que foram recordes, considerando-se toda a série histórica do Instituto, iniciada em 1997, o que, conforme pesquisadores do Cepea, evidencia a estratégia do setor em elevar a produção, no intuito de atender à demanda externa aquecida pela proteína brasileira. Foram 1,6 bilhão de cabeças de frango abatidas no período, 1% a mais que nos primeiros três meses de 2024 e 3,2% acima da quantidade registrada em igual intervalo de 2023.
Cepea
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
ANTT publica o edital de concessão dos lotes 3 e 6 das rodovias paranaenses
Os envelopes com as propostas devem ser entregues até 9 de dezembro (Lote 3) e 16 de dezembro (Lote 6). As concessionárias que arrematarem devem investir mais de R$ 35 bilhões nesses trechos, o que inclui as grandes obras e os serviços operacionais e de manutenção
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou na sexta-feira (06) o edital de concessão dos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná. Eles somam mais de 1,2 mil quilômetros de estradas estaduais e federais, passando pelas regiões dos Campos Gerais, Vale do Ivaí e Norte (Lote 3) e Centro-Sul, Oeste e Sudoeste (Lote 6). O prazo de concessão é de 30 anos. Segundo o edital, o leilão do Lote 3 está previsto para o dia 12 de dezembro na Bolsa de Valores (B3). O Lote 6 será no dia 19 de dezembro. A tarifa básica máxima de pedágio da disputa será de R$ 0,14596/km no Lote 3 e de R$ 0,17578/km no Lote 6. As concessionárias que arrematarem devem investir mais de R$ 35 bilhões nesses trechos, o que inclui as grandes obras e os serviços operacionais e de manutenção. Serão mais de 500 quilômetros de duplicações, contornos, interseções que serão remodeladas ou construídas do zero, além de terceiras faixas, passarelas para pedestres, áreas de escape e paradas de descanso. Ambos os lotes contemplam ainda a construção de ciclovias, passagens de fauna e a instalação de pontos de ônibus, passarelas, áreas de escape. Segundo a ANTT, os projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão. Além disso, haverá iluminação nos trechos de serra, com 14,9 km no Lote 3 e 21,2 km no Lote 6. Os contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança convencional (praça de pedágio) para sistema eletrônico de livre passagem (Free Flow). O leilão vai ocorrer por disputa com base na menor tarifa por quilômetro rodado, mantendo a existência de um aporte para descontos muito altos. O aporte começa a partir dos 18%, com o valor de R$ 110 milhões (Lote 3) a R$ 128 milhões (Lote 6) aportados a cada ponto percentual de desconto até os 23%. Entre 23% e 30% de desconto, o desconto adicional deverá ser de R$ 132 milhões (Lote 3) a R$ 154 milhões (Lote 6) a cada ponto, que passará a ser de R$ 165 milhões (Lote 3) a R$ 192 milhões (Lote 6) para descontos acima de 30%, sempre de forma cumulativa. Os dois novos lotes fazem parte do Programa de Concessões Rodoviárias do Paraná. Os primeiros já estão em funcionamento, com as concessionárias Via Araucária e EPR Litoral Pioneiro. Os lotes 4 e 5 devem ser leiloados em 2025. Ao todo, o programa abrange cerca de 3,3 mil quilômetros de rodovias. O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, para chegar até o Porto de Paranaguá. Ele envolve 569 quilômetros das rodovias BR-369, BR-373, BR-376, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista R$ 16 bilhões em obras e serviços operacionais. As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi, Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades também estão o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 a BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376. Já Ponta Grossa deve ganhar dois novos contornos: o Contorno Norte, com extensão total de 14,65 quilômetros, entre a BR-376 e a BR-373, e o Contorno Leste, que vai ligar a BR-373 a PR-151 e terá 27,7 quilômetros de extensão. Outra obra emblemática prevista é a área de escape na Serra do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km 305 da BR-376. Com o Lote 6, o Paraná vai completar a concessão de todo o eixo da BR-277, desde a região Oeste, na fronteira com Paraguai e Argentina, até o Porto de Paranaguá. Isso porque os dois primeiros lotes que já foram concedidos pegam os outros trechos da rodovia, na região Central, Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e Litoral. Além disso, ele coloca o Sudoeste no mapa das concessões paranaenses. O lote inclui 646,3 quilômetros das rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, que passam pelas cidades de Prudentópolis, Guarapuava, Candói, Cantagalo, Virmond, Laranjeiras do Sul, Diamante do Sul, Nova Laranjeiras, Guaraniaçu, Ibema, Campo Bonito, Catanduvas, Cascavel, Santa Tereza do Oeste, Céu Azul, Lindoeste, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques, Realeza, Ampére, Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Marmeleiro, Renascença, Vitorino, Pato Branco, Céu Azul, Matelândia, Medianeira, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Foz do Iguaçu. Os investimentos devem chegar a R$ 20,2 bilhões, sendo R$ 12,9 bilhões em grandes obras (Capex) e R$ 7,3 bilhões em manutenção (Opex). Entre os principais que a concessionária vencedora deve tirar do papel estão 462 quilômetros de duplicações, a maior parte na BR-277, mas também na PR-182, no Sudoeste. A concessão vai de Cascavel até Pato Branco, onde se encontrará com o projeto de revitalização em concreto executado pelo Governo do Estado, de Pato Branco ao Trevo do Horizonte, em General Carneiro. Também estão previstas a construção do Contorno de Marmeleiro, que fará a ligação da PRC-280 à PR-180 e terá quase sete quilômetros de extensão, e do Contorno de Lindoeste, com 6,8 km.
Agência Estadual de Notícias
Paraná usa dados do INPE e da NASA para monitorar e combater incêndios
Com o Estado em emergência de estiagem, uma das principais ferramentas no combate a incêndios é a plataforma VFogo desenvolvida pelo Simepar. O acompanhamento é em tempo real 24 horas por dia, todos os dias da semana
Em emergência por causa da estiagem que atinge vários municípios, o Paraná usa imagens geradas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) e da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para acompanhar em tempo real o surgimento de focos de calor, monitorando 24 horas por dia, todos os dias da semana. Somente em agosto foram cerca de 20 mil focos de calor, aproximadamente seis vezes mais do que foi registrado em julho. Uma das principais ferramentas para a detecção precoce de incêndios é a plataforma VFogo desenvolvida pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). O acompanhamento em tempo real, que utiliza dados de satélites da Nasa e do Inpe, conta com uma dezena de satélites de agências europeias e americanas que geram imagens, alguns deles com atualização cada 10 minutos. Quando um foco de calor suspeito é identificado, a Defesa Civil e o Simepar comunicam o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), encarregado de conferir a situação no local apontado. Este ano houve 77 comunicados, sendo 38 somente no mês de agosto. Em todo Estado são monitorados mais de duzentos mananciais, além das Áreas de Proteção Ambiental (APAs), parques estaduais e nacionais. Os técnicos acompanham a evolução das imagens e sempre que há sobreposição e ampliação dos pontos sensíveis, é enviada uma mensagem para o Corpo de Bombeiros Militar informando sobre estas anomalias térmicas. No ano passado, houve 90 alertas de incêndio; em 2022 foram 32 e em 2021 somaram 117. Os satélites são sensíveis a qualquer foco de calor com mais de 30 metros de extensão por um metro de largura. O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Antonio Hiller Lino, destaca o grande número de ocorrências em 2024. “Em agosto já tivemos mais incêndios atendidos do que no ano passado inteiro. Já fizemos mais de 10 mil atendimentos, enquanto em 2023 foram 6 mil”, explicou. O Parque Nacional de Ilha Grande gerou 15.594 focos de calor, a maior incidência do Estado. O número é superior ao acumulado dos últimos cinco anos, quando foram registrados 13.788 focos. A segunda posição neste ranking é ocupada pela Área de Proteção Ambiental (APA) Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, com mais de 8.921 focos este ano e um acumulado de 10.001 nos últimos cinco anos. A APA da Escarpa Devoniana também requer atenção redobrada, com 859 focos de calor em 2024 e acumulado de 4.766 desde 2018. Atividades como a queima controlada de áreas de plantio são práticas comuns em diversos municípios. Por esta razão Prudentópolis, nos Campos Gerais, aparece como a cidade com a maior incidência de focos de calor nos últimos cinco anos, com 8.640 registros. Outros locais com grande incidência de foco de calor são Nova Laranjeiras, Quedas do Iguaçu, São Jorge do Patrocínio e Alto Paraíso. A partir destes dados, servidores da Defesa Civil municipal e estadual orientam os agricultores sobre os riscos das chamadas queimas controladas, visando evitar que se alastrem e se tornem incêndios.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em alta, a R$ 5,59, com mercado avaliando corte de juros pelo Fed
Dados mistos do mercado de trabalho americano fizeram o dólar ganhar força no exterior e no Brasil. Na semana, porém, moeda acumula 0,8% de desvalorização
O dólar fechou em alta ante o real na sexta-feira (6), mas ainda abaixo dos R$ 5,60, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior. A divulgação de dados mistos do mercado de trabalho norte-americano manteve as dúvidas dos investidores sobre o tamanho do corte de juros nos EUA este mês. Os números do Departamento de Trabalho mostraram que os empregadores norte-americanos criaram 142.000 postos de trabalho forra do setor agrícola em agosto, abaixo do esperado. Porém, a taxa de desemprego recuou para 4,2% no mês passado, de 4,3% em julho, em linha com as expectativas. O dólar comercial fechou em alta de 0,35% na sexta-feira, a R$ 5,589 na compra e a R$ 5,590 na venda. O dólar futuro de próximo vencimento (DOLc1) subia 0,20%, a 5.605,45 pontos. Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,19%, cotado a R$ 5,5726 reais. Na semana, o dólar acumulou baixa de 0,83% ante o real. Em um dia de agenda esvaziada no Brasil, os investidores se voltaram para a divulgação do relatório payroll no exterior, com números sobre a geração de vagas de trabalho fora do setor agrícola dos EUA. O Departamento do Trabalho informou que a economia americana abriu 142.000 vagas em agosto, após 89.000 em julho, em dado revisado para baixo. Economistas consultados pela Reuters previam criação de 160.000 vagas, depois de 114.000 em julho. A criação de vagas menor que o esperado fez o dólar, em um primeiro momento, perder força ante as demais divisas globais, incluindo o real, em meio à percepção de que a fraqueza do mercado de trabalho abriria espaço para o Federal Reserve cortar juros em 50 pontos-base este mês, e não apenas em 25 pontos-base. Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,5295 (-0,77%) às 9h45, já após o payroll. Porém, em um segundo momento, os investidores se apegaram a outro dado: a taxa de desemprego nos EUA, que ficou em 4,2%, dentro do esperado, mas abaixo dos 4,3% do mês anterior, sugerindo que o mercado de trabalho segue resiliente. Neste cenário, o dólar voltou a ganhar força e passou a subir ante boa parte das demais divisas internacionais, inclusive o real. Às 13h49, o dólar à vista marcou a cotação máxima, de R$ 5,6021 (+0,53%). Os receios de que os EUA possam entrar em recessão, na visão de alguns profissionais, também geravam certa procura pela proteção do dólar. “Via de regra, a expectativa de queda de juros lá fora e de alta de juros aqui deveria fazer o dólar cair. Mas o mercado procurou se proteger do risco”, comentou Alexandre Viotto, head de banking e câmbio da EQI Investimentos.
Reuters
Ibovespa tem maior queda desde junho, após dado de empregos nos EUA
Bolsas dos EUA também fecham o dia e a semana com amplas perdas, após payroll. Sextou com mais apreensão e dúvidas do que alegria, depois que dados sobre o mercado de trabalho nos EUA foram divulgados, promovendo a questão: qual será o tamanho do corte nas taxas de juros que o Federal Reserve vai promover na reunião de setembro? A dúvida vem da apreensão que os dados geraram sobre a saúde da maior economia do mundo.
O resultado está nas bolsas globais, que acabaram no vermelho. O Ibovespa recuou 1,41%, aos 134.572,45 pontos, uma perda de 1.930,04 pontos, levando a semana a terminar no negativo, com 1,05%, após quatro semanas no azul – a última que havia encerrado no vermelho compreende os pregões de 29 de julho a 2 de agosto, com 1,29%. O dia foi tão pesado que a desvalorização de 1,41% do Ibovespa é a maior em um só dia desde 7 de junho, quando o índice recuou 1,73%. A dúvida sobre o tamanho do corte já ultrapassa há muito a questão sobre se o Fed vai ou não cortar as taxas em setembro. Isso parece ser passado há um bom par de semanas. O embate agora é o tamanho desse corte, que iniciaria um ciclo de queda das taxas, após a pandemia. Tudo isso porque hoje, antes da abertura dos mercados, os EUA divulgaram o payroll de agosto, com criação de 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola, menos que o esperado pelos analistas. O dado do mercado de trabalho veio bem acima das 89 mil vagas criadas em julho, mas esse foi um número bem revisado para baixo (de originalmente 114 mil divulgados). Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, ressalta que, “no geral, os dados do mercado de trabalho têm mostrado uma tendência de desaceleração nos últimos meses”. Ela lembra que isso vai ter “mais importância na próxima decisão do Fed do que a inflação, que está sob controle, apesar de ainda acima da meta. O recuo de agosto na taxa de desemprego deve levar o Fed a fazer um corte de 0,25 [ponto percentual] na taxa de juros.”. Essa é uma visão. Outra visão é que o corte será de 50 pontos-base. Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, entende que o payroll de agosto “acentuou a frustração apontada pelo ADP” (relatório de empregos divulgado ontem): “avaliamos que a divulgação reforça a perspectiva de que o Fed deverá iniciar o ciclo de afrouxamento de forma mais agressiva. Além disso, aumenta a probabilidade de um ciclo de afrouxamento ainda mais profundo este ano”. E há a turma que coloca uma outra visão. Andressa Durão, economista do ASA, diz que “a totalidade dos dados não sugere que a economia americana esteja em recessão, mas os riscos aumentaram com os dados de mercado de trabalho divulgados ao longo da semana, já em níveis considerados ‘normais’”. Para ela, “apesar de uma recessão não ser cenário-base, essa normalização aconteceu rapidamente, depois de um longo período de aperto, o que sugere agora também rápida normalização da política monetária por parte do Fed”. Está tudo em aberto. Não há consenso sobre o tamanho do corte. Mas que haverá cortes, disso ninguém parece duvidar mais. “Os dados da folha de pagamento (o payroll) de agosto indicam que os riscos estão aumentando, à medida que o mercado de trabalho está claramente desaquecendo e o Fed precisa intervir para eliminar os riscos extremos”, disse à CNBC Sonu Varghese, estrategista macro global do Carson Group. “O relatório sela o acordo para um corte nas taxas em setembro, mas a grande questão é se o Fed vai acelerar, cortando 50 pontos-base, para enfrentar os riscos crescentes”. Essa incerteza fez grande parte dos investidores fugir dos ativos de risco, tanto em Nova York, onde as bolsas tiveram quedas robustas, quanto na B3, em São Paulo.
Infomoney
Poupança tem saque líquido em agosto pelo 2º mês, de R$398 mi
A caderneta de poupança sofreu saque líquido em agosto pelo segundo mês seguido, de 398,049 milhões de reais, mas ainda assim o menor nível de retirada mensal desde outubro de 2019, de acordo com dados do Banco Central na sexta-feira
No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de 4,099 bilhões de reais. Foram apenas três meses com depósitos até agora em 2024. No mês passado, houve um saldo negativo de 1,288 bilhão de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), contra depósitos líquidos de 890,4 milhões de reais na poupança rural. A rentabilidade atual da caderneta de poupança é dada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Esta fórmula vale enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano -- a taxa básica de juros está atualmente em 10,50% ao ano e o Banco Central volta a se reunir em 17 e 18 de setembro para deliberar sobre a taxa básica.
Reuters
IGP-DI desacelera em linha com o esperado em agosto com queda de commodities, mostra FGV
A alta do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou em linha com o esperado em agosto, devido à queda nas commodities aos produtores e dos preços aos consumidores, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira
O IGP-DI subiu 0,12% em agosto, depois de avanço de 0,83% no mês anterior, em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,11%. O resultado levou o índice a subir 4,23% em 12 meses. "Em agosto, a inflação ao produtor apresentou desaceleração significativa... A queda nos preços de commodities importantes, como minério de ferro e soja, foi determinante para a desaceleração da inflação entre os produtos agropecuários e industriais", disse André Braz, coordenador dos índices de preços. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do indicador geral, desacelerou para uma alta de 0,11%, após subir 0,93% no mês anterior. No IPA, a queda nas Matérias-Primas Brutas foi o maior destaque de agosto, caindo 0,47% no mês, ante alta de 1,54% em julho, sendo que as principais contribuições para esse movimento foram dos itens minério de ferro (1,34% para -6,28%), soja em grão (0,59% para -2,03%) e leite in natura (5,27% para 0,65%). Braz ainda destacou o resultado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- como um fator para o índice geral. O IPC teve queda de 0,16% em agosto, após subir 0,54% em julho. Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (3,48% para -0,60%), Habitação (0,61% para -0,40%), Despesas Diversas (1,84% para 0,45%) e Transportes (1,09% para 0,82%). O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, teve alta de 0,70% em agosto, de 0,72% antes. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
Reuters
Preços mundiais dos alimentos caem ligeiramente em agosto, diz ONU
O índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas caiu ligeiramente em agosto, mostraram dados divulgados na sexta-feira, à medida que os preços mais baixos de açúcar, carne e cereais mais que compensaram os preços mais altos de laticínios e óleo vegetal
O índice de preços, compilado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação para monitorar as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, caiu para 120,7 pontos em agosto, de 121 pontos revisados em julho. O índice da FAO atingiu a menor taxa em três anos em fevereiro deste ano, quando os preços dos alimentos recuaram de um pico recorde estabelecido em março de 2022 após a invasão da Ucrânia pela Rússia. O valor de agosto foi 1,1% menor que o nível do ano passado e 24,7% abaixo do pico de março de 2022. Em um relatório separado, a FAO reduziu sua previsão para a produção global de cereais em 2024 em 2,8 milhões de toneladas métricas, para 2,851 bilhões de toneladas, colocando-a quase no mesmo nível da produção do ano anterior. A queda reflete em grande parte as perspectivas reduzidas para as safras de grãos secundários na União Europeia, México e Ucrânia, devido às condições climáticas quentes e secas. A previsão para a utilização mundial de cereais em 2024/25 foi reduzida em 4,7 milhões de toneladas em relação a julho, para 2,852 bilhões de toneladas, refletindo um aumento de 0,2% em relação a 2023/24. A agência também cortou sua previsão para os estoques mundiais de cereais no final das temporadas em 2025 em 4,5 milhões de toneladas, para 890 milhões.
Reuters
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