Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 673 | 31 de julho de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: estabilidade com expectativa de altas para agosto/24
O alto volume de contratos a termo e a oferta substancial de animais terminados em confinamento frearam a tendência de alta para o boi gordo observada nas últimas semanas, relatam os analistas da Agrifatto. Como resultado, os frigoríficos intensificaram a pressão baixista sobre os preços da arroba e estenderam o prazo de pagamento para até 35 dias. No Paraná, o boi vale R$230,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias
O mercado físico do boi gordo continuou firme nestes dois primeiros dias desta semana, com as escalas se mantendo em dez dias, na média nacional, de acordo com levantamento da Agrifatto. Embora haja um leve aumento na oferta e abrandamento do movimento de alta observado semanas atrás, a expectativa dos analistas é de que os preços da arroba se mantenham firmes pelo menos até a segunda metade de agosto. Para a primeira quinzena do próximo mês, marcada pelo período de pagamento de salários e benefícios sociais, além da data em comemoração ao Dia dos Pais, a expectativa é de uma movimentação comercial consistente envolvendo os cortes bovinos. Na terça-feira (30/7), o preço da arroba em São Paulo permaneceu em R$ 230/@ (média entre o “boi comum” e o “boi-China), segundo apurou a Agrifatto. Nas outras 16 regiões acompanhadas pela consultoria, a média de preço para o boi gordo caiu para R$ 215,75/@. “Uma das 17 praças monitoradas registrou desvalorização da arroba na terça-feira: Rio Grande do Sul; as outras 16 mantiveram suas cotações inalteradas”, relatou a Agrifatto. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas, os preços dos animais terminados permaneceram estáveis na comparação diária. Dessa maneira, o boi gordo está apregoado em R$ 227/@, a vaca em R$ 202/@ e a novilha em R$ 217/@ (valores brutos, no prazo). O “boi-China” está sendo negociado em R$ 230/@, com ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”. No mercado futuro, na segunda-feira (29/7), os contratos do boi gordo apresentaram ajustes positivos. O papel com vencimento em agosto/24 ficou cotado a R$ 235,25/@, com ligeira valorização de 0,23% no comparativo diário. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na terça-feira (30/7): São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$202,00. Novilha a R$208,00. Escalas de abate de nove dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$202,00. Novilha a R$212,00. Escalas de abate de oito dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$207,50. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de doze dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$202,00. Novilha a R$208,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias.
Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto
SUÍNOS
Terça-feira (30) terminou novamente com estabilidade nas cotações de suínos
Mais um dia de cotações estáveis para o mercado de suínos. Segundo análise do Cepea, os preços do suíno vivo e da carne vêm apresentando movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pela entidade
Conforme pesquisadores do órgão, houve aumentos nos mercados independentes do suíno vivo nos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul. As quedas em algumas praças, por sua vez, decorreram do típico enfraquecimento da procura na segunda quinzena do mês, devido ao menor poder de compra da população. De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 149,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 11,80/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (29), houve aumento apenas no Paraná, na ordem de 0,26%, chegando a R$ 7,67/kg. Os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,97/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,16/kg), Santa Catarina (R$ 7,41/kg), e São Paulo (R$ 7,91/kg).
Cepea/Esalq
FRANGOS
Frango no atacado paulista subiu 1,64% na terça-feira (29)
Pouco mudou no cenário dos preços no mercado do frango, exceto para aumento no valor da ave no atacado paulista na terça-feira (30)
Segundo a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo não mudou, custando, em média, R$ 5,30/kg, enquanto a ave no atacado subiu 1,64%, fechando em R$ 6,10/kg, em média, R$ 6,20/kg. Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, cotado a R$ 4,37/kg, da mesma forma que no Paraná, custando R$ 4,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (29), houve queda de 0,28% para a ave congelada, chegando a R$ b7,01/kg, e baixa de 0,14% para o frango resfriado, fechando em R$ 7,25/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
Coamo inicia obras para 6 silos de grãos no Paraná; investirá R$110 mi em entreposto
A Coamo Agroindustrial, maior cooperativa agrícola do Brasil, anunciou nesta terça-feira o início das obras para um novo entreposto no Paraná, que terá seis silos para grãos, à medida que a instituição reforça suas estruturas no Estado que é o segundo produtor de soja e milho do Brasil
O novo entreposto, situado em Campina da Lagoa, no centro-oeste do Paraná, deverá começar a operar no final do primeiro semestre de 2025, com capacidade de armazenagem de 60 mil toneladas. "Trata-se de uma grande obra, robusta e moderna que irá atender os cooperados da Coamo de Campina da Lagoa e região, e alavancar o desenvolvimento das suas atividades", disse o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira, em nota. "A nossa expectativa é entrar em operação já para receber a próxima segunda safra de milho", acrescentou ele. O investimento aprovado em assembleia geral pelos cooperados totaliza 110 milhões de reais. Além dos silos, o entreposto terá escritório administrativo, armazém de insumos e uma agência da Credicoamo. As obras de terraplanagem foram iniciadas há algumas semanas e estão em "ritmo acelerado", disse a Coamo. "O novo entreposto encurtará o deslocamento dos cooperados, abreviando significativamente a distância das suas lavouras até o ponto de descarga na Coamo, tornando o processo mais ágil", explicou o gerente do entreposto da Coamo em Juranda, Sérgio Bertolla Júnior. Além disso, o futuro entreposto vai aliviar os outros pontos de recebimentos de grãos da região.
Reuters
INTERNACIONAL
Carne brasileira pode ser barrada na Europa
Produtores e exportadores globais de commodities pressionam a Comissão Europeia para adiar a Regulação sobre Desmatamento da União Europeia (EUDR), prevista para vigorar em 30 de dezembro
Exportadores brasileiros de café pediram adiamento de até três anos das punições, após preocupação similar de exportadores de produtos madeireiros sobre atrasos da UE na definição dos detalhes operacionais. Produtores de outras commodities também manifestam preocupações. Eles temem que o mapa usado para identificar florestas não distinga entre árvores produtoras e vegetação nativa. Outra dúvida é se bois criados antes de 30 de dezembro, mas cuja carne entrará na UE depois, precisarão provar adequação à lei. A EUDR exige que produtores de soja, carne bovina, café, óleo de palma, borracha e produtos madeireiros comprovem que não desmataram desde 2021. No setor de carnes, a dúvida é se frigoríficos terão que demonstrar rastreabilidade da carne que entrar na UE após 30 de dezembro, mas cujos bois foram criados antes. O boi cuja carne entrar na UE em 2025 nasceu há dois anos, informam os especialistas. Exportadores de carnes e soja não planejam pedir adiamento da EUDR. Todos os setores temem que a plataforma da UE para rastreabilidade das cargas ainda não esteja pronta e há incerteza sobre a privacidade dos dados dos produtores.
Exportações argentinas de carne bovina aumentaram 11% em junho em relação ao ano anterior
As exportações argentinas de carne bovina resfriada e congelada em junho totalizaram 57.100 toneladas de peso do produto (79.377 toneladas de carne bovina com osso), por US$ 211 milhões, de acordo com dados do INDEC
Esse volume representa um crescimento de 2,1% em relação ao mês anterior e de 11% na comparação anual. Em valor, por outro lado, há uma queda de 6,6% em relação ao mês anterior e de 4,5% em relação a junho de 2023. A China respondeu por 76,3% do volume exportado em junho, com 13,6 mil toneladas de carne bovina com osso e ossos bovinos provenientes de desossa (por US$ 19,2 milhões) e quase 30 mil toneladas de carne bovina sem osso (por US$ 98,2 milhões). Em junho, os Estados Unidos se tornaram o segundo destino da carne bovina argentina, com 4.350 toneladas (828 toneladas de carne bovina desossada resfriada e 3.518 toneladas de carne bovina congelada), superando as vendas para a União Europeia. No primeiro semestre do ano, as vendas para os Estados Unidos atingiram 17.200 toneladas, quase 80% a mais do que no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2024, as exportações de carne bovina totalizaram 371.800 toneladas de peso produto (518.000 de carne bovina com osso), por US$ 1.412,7 milhões, 13,1% a mais em volume do que nos primeiros seis meses de 2023, embora com um aumento de apenas 0,6% em valor. Do total embarcado, a China foi responsável por 76,1%. No último ano móvel (julho de 2023 a junho de 2024), as exportações atingiram 726.200 toneladas (peso do produto), por cerca de US$ 2.785 milhões, de acordo com a Câmara de Exportadores do ABC. Os embarques de miúdos e preparações bovinas em junho atingiram 9.100 toneladas por US$ 14,6 milhões. “O preço médio de exportação desses produtos ficou um pouco acima de US$ 1.600 por tonelada, com picos acima de US$ 3.360 para línguas bovinas”, disse a ABC. No primeiro semestre de 2024, os embarques desse item atingiram 58,1 mil toneladas, por US$ 90,8 milhões.
El País Digital
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Indústria é segundo maior empregador do ano no Paraná
Setor acumula saldo de mais de 25 mil novas vagas abertas no estado no primeiro semestre
Indústria foi responsável por 24% das vagas ofertadas no estado no primeiro semestre
A indústria paranaense abriu 2.932 novas vagas de trabalho formal (com carteira assinada) em junho. Um crescimento de 120% no saldo de empregos na comparação com o mesmo mês de 2023. O dado representa 22% do total de 13.572 empregos totais gerados no Paraná no mês. O setor de serviços foi o maior empregador do período, com 7.804 postos de trabalho preenchidos. Construção contratou 1.963 profissionais, comércio 1.221 e o agropecuário fechou 348 vagas. No acumulado de janeiro a junho, a indústria soma 25.900 novas contratações, sendo responsável por 24% de todas as 109.913 vagas ofertadas no estado neste primeiro semestre. Um crescimento de 112% frente ao saldo registrado nos seis primeiros meses do ano passado. Os dados são do Novo Caged, divulgados nesta terça-feira (30/7), pelo Ministério do Trabalho. Frente a maio, o resultado também é positivo, com crescimento de 111% no saldo de empregos mensal. Em maio, a indústria estadual havia registrado saldo de 1.388 novos postos de trabalho abertos, num total de 8.419 registrados em todas as atividades econômicas. Só nos últimos 12 meses, de julho de 2023 até junho deste ano, o setor industrial acumula a oferta de 20.686 novos empregos, com alta de 122% frente ao intervalo de julho de 2022 até junho do ano passado. O crescimento expressivo na geração de empregos na indústria no mês de junho frente a maio e contra junho de 2023, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses, segundo a Fiep, também pode estar relacionado a condições da economia nacional. O primeiro foi a queda na taxa básica de juros da economia (Selic), que iniciou uma trajetória de redução em agosto do ano passado, saindo de 13,75% ao ano para 13,25%, e após sucessivas baixas chegou a 10,5% ao ano em junho. Outro ponto observado é o aumento na massa salarial detectada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, do IBGE. Nos primeiros três meses do ano, o aumento no rendimento médio dos trabalhadores, sobretudo devido a um mercado de trabalho aquecido e ao aumento do salário-mínimo, foi de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, das 24 atividades industriais analisadas pelo Novo Caged, apenas uma teve mais demissões do que contratações. Foi o segmento farmoquímico e farmacêutico, que fechou 20 vagas. Os que mais geraram empregos no Paraná foram produtos alimentícios (6.639), automotivo (1.862), borracha e material plástico (1.751), moveleiro (1.610) e fabricação de produtos de metal (1.500). Já no resultado de junho, alimentos (726), moveleiro (384), borracha e material plástico (251), celulose e papel (232) e produtos químicos (210) foram os que mais contrataram trabalhadores. Fecharam postos de trabalho no mês o setor de fumo (-58), minerais não-metálicos (-46), fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15) e couros (-9).
Assessoria Fiep
Cooperativas: em busca de rentabilidade Associações investem em indústrias e armazéns, mesmo em ano difícil
Em Campo Mourão, no noroeste do Paraná, a Coamo prepara-se para iniciar o maior investimento de sua história, com a construção de uma indústria de etanol de milho orçada em R$ 1,7 bilhão. É um sonho que começa a sair do papel e marca a entrada da maior cooperativa agrícola do país em um novo segmento
Apesar dos preços dos grãos não tão atrativos e da redução de safra devido a problemas climáticos, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) estima que elas deverão investir R$ 18 bilhões neste ano, 14% a mais do que em 2023. “É um ano difícil, com escassez hídrica. Tem chovido no Rio Grande do Sul, mas no Paraná uma grande área foi afetada por falta de chuvas. Tivemos redução de 20% no recebimento de soja, além de diminuição do preço médio de venda”, comenta Airton Galinari, presidente-executivo da Coamo. Ele acrescenta que a safra de milho também será menor e, diante desses fatos, as receitas ficarão abaixo do esperado. Mesmo assim, a previsão é de rentabilidade de 7%, e os investimentos seguem no mesmo ritmo – no fim de 2023, foram aprovados R$ 3,5 bilhões para os próximos três anos. Além da nova indústria, que se somará a outras que a Coamo possui nos segmentos de soja, trigo, café, algodão e ração, a cooperativa destinará R$ 300 milhões para ampliar em 10% sua capacidade de armazenamento de grãos. “Não tínhamos verticalização no milho, que é nosso segundo principal produto. Como não entramos na área de proteína animal, atuávamos como cerealista, mas queremos participar de outros mercados”, diz Galinari sobre a fábrica de ração inaugurada há poucos meses e a de etanol de milho, que está programada para operar no segundo semestre de 2026 e cujo projeto já prevê ampliação. A unidade, com capacidade para produzir 258 milhões de litros de etanol por ano, ficará na área industrial da Coamo, onde será instalada uma usina termelétrica com capacidade para gerar 30 MW para abastecer todo o parque. Entra ano e sai ano, a força das cooperativas agropecuárias pode ser medida em números. De acordo com a OCB, elas somam 1.185 no país, contam com 1,011 milhão de cooperados, geram 250 mil empregos diretos e produzem 53% da safra de grãos. O faturamento somou R$ 430 bilhões em 2022 (os números de 2023 ainda não estão fechados). “O grande segredo das cooperativas é encurtar a distância entre quem produz e quem consome”, comenta Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, acrescentando que, com industrialização, elimina-se a intermediação do mercado de commodities. Ele prevê que, mesmo diante da redução de cerca de 7% na produção de grãos na safra 2023/2024, as cooperativas continuarão a investir porque precisam resolver gargalos. Para 2024, a OCB estima aumento de 7% nas receitas. Flávio Turra, gerente de desenvolvimento técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), informa que no Estado os investimentos vão aumentar 6% em 2024 e devem somar R$ 6,8 bilhões, sendo R$ 4 bilhões em estruturas de armazenagem, R$ 1,45 bilhão em indústrias de grãos, R$ 900 milhões na área pecuária e R$ 500 milhões em outras áreas. “Devido à falta de espaço para colocar grãos na safra passada, o foco agora é armazenagem”, explica Turra. Mas dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado mostram que a safra paranaense será de 39,8 milhões de toneladas, o que representa redução de 13% na comparação com a anterior – no caso da soja, a quebra foi de 18%. No ano passado, as 225 cooperativas do Paraná, que contam com 3,6 milhões de cooperados, anteciparam o objetivo que tinham para 2026 e registraram faturamento de R$ 200 bilhões – 85% no ramo do agronegócio. A Ocepar divulgou duas novas metas: R$ 300 bilhões de faturamento até 2026 e R$ 500 bilhões até 2030. Segundo o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, foram considerados três cenários. No otimista, as cooperativas terão crescimento médio de 16,5% ao ano, podendo chegar a R$ 580 bilhões em 2030. No conservador, crescerão 8,5% e, no realista, 14% ao ano, o que resultará nos R$ 500 bilhões. As perdas de 2024 foram consideradas nas estimativas. “Tivemos uma colcha de retalhos, com chuvas mal distribuídas”, diz o presidente do conselho de administração da Cocamar, Luiz Lourenço. O ano será de redução de faturamento, diz, porque a cooperativa de Maringá, no noroeste do Paraná, recebeu 35% menos que o esperado de soja, deverá receber 30% menos de milho e o trigo não está indo bem. Para ele, o preço dos grãos não foi o maior complicador para o produtor, mas a redução na produção. “Se a safra for normal, é possível ganhar dinheiro.” O executivo diz que a Cocamar continuará tendo resultados positivos e tem demandas para investimento, o que inclui uma nova esmagadora de soja, que poderá ser feito em conjunto com outra cooperativa da região. “Está em andamento o projeto de financiamento”, conta, mas as obras não serão iniciadas em 2024. A prioridade são armazéns, para evitar problemas como os vividos em tempos de supersafras. “Do ano passado para cá agregamos 300 mil toneladas em armazéns”, diz. Para 2024, os investimentos nessas estruturas estão estimados em R$ 700 milhões. Outra que prevê um ano difícil é a Agrária, cooperativa de Guarapuava, na região centro-sul do Paraná. Em 2023, ela encerrou um ciclo estratégico de cinco anos e, em junho, inaugurou uma maltaria, que teve investimento de R$ 1,6 bilhão, feita em conjunto com as cooperativas Frísia, Castrolanda, Capal, Bom Jesus e Coopagrícola. Ela tem capacidade para produzir 240 mil toneladas de malte por ano, o suficiente para atender 15% da demanda nacional, e pode dobrar de tamanho nos próximos anos. “Temos em 2024 um ano desafiador, que exige a busca por eficiência, o fazer mais e melhor com menos”, diz Jeferson Caus, superintendente de negócios da Agrária. Ele argumenta que “não é uma crise”, mas que o campo vive o período mais difícil dos últimos cinco anos, devido a custos elevados de produção e preços mais baixos. O executivo espera obter resultado ao menos similar ao de 2023, mas os investimentos serão menores. A Agrária estuda construir outra maltaria em Guarapuava para a produção de maltes especiais, em substituição a importações. O projeto, orçado em R$ 500 milhões, conta com parceria com a empresa alemã Ireks e as obras devem começar neste ano. Na C. Vale, de Palotina, oeste do Paraná, houve redução de 20% no recebimento de soja e há previsão de quebra de 20% no milho safrinha. Para atender à demanda por soja da esmagadora que começou a funcionar em junho, a cooperativa está ampliando a atuação no Paraguai e no Mato Grosso do Sul. “Está em 34% da capacidade e precisamos de grãos para chegar à capacidade plena de 60 mil sacas por dia”, informa a C. Vale. Em 2024, a cooperativa também planeja ampliar a capacidade de produção da fábrica de rações, de 100 para 200 toneladas por hora.
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar termina sessão em leve baixa à espera de decisões de bancos centrais
O dólar à vista fechou a terça-feira perto da estabilidade ante o real, após ter apresentado ganhos mais firmes pela manhã, com investidores antecipando parte da disputa pela formação da Ptax de fim de mês e à espera das decisões sobre juros do Banco do Japão, do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil, todas na quarta-feira
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6197 reais na venda, em leve baixa de 0,10%. No mês a divisa acumula alta de 0,52%. Às 17h11, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,07%, a 5,6215 reais na venda. Desde cedo a expectativa para as decisões de política monetária na quarta-feira permeavam os negócios, com parte dos investidores controlando o apetite ao risco no mercado brasileiro. Parte da disputa pela Ptax, a ser definida na quarta, também foi antecipada, com investidores comprados (posicionados na alta das cotações) empurrando o dólar para cima. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. Apesar do movimento intenso pela manhã, o dólar perdeu força à tarde e se reaproximou da estabilidade ante o real. O movimento ocorreu enquanto, no exterior, ao contrário, a moeda norte-americana seguiu sustentando altas ante divisas como o peso colombiano e o peso mexicano. No meio da tarde de quarta-feira sairá a decisão do Federal Reserve sobre juros e na sequência o chair da instituição, Jerome Powell, falará à imprensa. A quarta-feira terá ainda a decisão do Banco do Japão -- aguardada com ansiedade pelo mercado de câmbio, já que a apreciação do iene nas últimas semanas tem servido de motivo para o avanço do dólar ante várias divisas de emergentes, como o real. À noite será a vez de o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciar sua decisão sobre a taxa básica Selic. Há um consenso no mercado de que a taxa será mantida em 10,50% ao ano, mas os agentes estarão atentos às indicações do BC para as próximas reuniões. “Acredito que pouca coisa deve mudar. O Copom deve fazer um comunicado mais conservador no sentido de uma política monetária mais restritiva, mas sem dar muita direção”, opinou Galhardo. Para os economistas da Guide Investimentos, a piora do cenário deve levar o Copom a sustentar “a mensagem de ‘pulso firme’ na condução da política monetária, principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio”. “Não enxergamos a necessidade de subir o juro nas próximas decisões, uma vez que, no atual cenário, acreditamos que o patamar atual da Selic já é contracionista o suficiente para que a inflação convirja para a meta no horizonte relevante para a atuação da política monetária caso se sustente na maior parte de 2025”, acrescentaram Victor Beyruti Guglielmi e Yuri Alves em relatório enviado pela Guide a clientes.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com declínio de commodities e cautela antes de Fed e Copom
Na área de proteínas, MARFRIG ON encerrou em alta de 2,95%, com empresas de proteínas majoritariamente no azul, em meio a perspectivas favoráveis para os resultados de modo geral no segundo trimestre. JBS ON subiu 2,92% e MINERVA ON ganhou 1,77%. BRF ON fechou estável
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, com as ações da Vale e da Petrobras respondendo pelas maiores pressões de baixa na esteira da queda do minério de ferro e do petróleo no exterior, em pregão também marcado por cautela antes de decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,64%, a 126.139,21 pontos, tendo marcado 126.950,76 pontos na máxima e 125.972,91 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou apenas 17 bilhões de reais. Nos EUA, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve divulga comunicado sobre sua decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília) e o chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, fala com jornalistas na sequência, a partir das 15h30. Não se espera mudança na taxa, que está na faixa de 5,25% a 5,50% desde julho do ano passado. Mas há expectativa quanto ao "statement" e aos comentários de Powell, principalmente eventuais sinais sobre os próximos passos, com o mercado apostando que o Fed começará a cortar os juros em setembro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, por sua vez, divulga o comunicado com a sua decisão após o fechamento do mercado. Uma vez que também não há previsão de mudança na Selic, atualmente em 10,50%, o foco estará nas palavras do colegiado presidido por Roberto Campos Neto. De acordo com o head de análises da Warren Investimentos, Frederico Nobre, a bolsa refletiu um movimento de realização de lucros combinado com a cautela prá-Copom e pré-Fomc, enquanto as commodities não ajudaram. "É uma certa aversão a risco, um movimento mais macro mesmo", pontuou. Apesar da segunda queda seguida, o Ibovespa ainda acumula um ganho de 1,8% no mês. A safra de balanços de empresas brasileiras também repercutiu no pregão, com Klabin na coluna positiva, enquanto CCR e Telefônica Brasil figuraram entre as quedas da sessão após a divulgação dos respectivos resultados no segundo trimestre do ano. Na avaliação de Nobre, a temporada deve se intensificar na primeira e segunda semanas de agosto, e a partir da segunda quinzena do mês será possível ter uma visão mais ampla para entender os aspectos macro das divulgações do período.
Reuters
Brasil abre 201.705 vagas formais de trabalho em junho, acima do esperado
O Brasil abriu 201.705 vagas formais de trabalho em junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego
O resultado do mês passado foi fruto de 2.071.649 admissões e 1.869.944 desligamentos e ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 160.000 vagas. O saldo de junho foi o maior para o mês desde 2022, que teve abertura de 277.944 vagas. No mesmo mês em 2023 foram criados 157.198 postos de trabalho, segundo dados sem os ajustes com informações prestadas pelas empresas fora do prazo. Os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos de vagas em junho. O setor de serviços liderou a abertura de vagas, com 87.708 postos, seguido pelo comércio, com 33.412. Em último lugar, depois de indústria e agropecuária, ficou o setor de construção com 21.449 vagas. O Rio Grande do Sul, afetado por enchentes sem precedentes em maio, foi a única Unidade Federativa a registrar um saldo negativo de postos em junho, de 8.569, uma baixa de 0,30% frente ao mês anterior. São Paulo foi o Estado com o maior número de criação de vagas, com 47.957 novos postos, uma alta de 0,34% em relação ao mesmo período. Em maio, o país registrou o menor saldo mensal de criação de empregos formais do ano, de 131.811, e o mais baixo para o mês desde 2020, quando a economia encolheu em meio à pandemia. Segundo o ministério, o resultado anterior foi prejudicado pela calamidade no Rio Grande do Sul. De acordo com a pasta, sem os efeitos das enchentes, os dados nacionais teriam se igualado aos do mês de maio do ano passado.
Reuters
Preços ao produtor aceleram alta a 1,28% em junho com depreciação cambial, diz IBGE
Os preços ao produtor no Brasil aceleraram com força e passaram a subir 1,28% em junho, de 0,36% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira
O resultado, quinto mês seguido de avanço, levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 4,19%. Felipe Câmara, analista da pesquisa no IBGE, destacou a depreciação do real como "decisiva para aumentar o montante recebido em reais pelos exportadores brasileiros". Em junho, o dólar acumulou alta de 6,47% ante o real. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 19 tiveram altas de preços no mês. As quatro variações mais intensas foram registradas em outros produtos químicos (3,93%), outros equipamentos de transporte (3,67%), metalurgia (2,99%) e fumo (2,83%). Entre as principais influências no índice geral, o destaque foi alimentos, com contribuição de 0,36 ponto percentual diante de um avanço de 1,48% dos preços. "Destaque para a alta do óleo bruto de soja, com demanda aquecida tanto na esfera internacional, quanto doméstica. A demanda para produção de biodiesel esteve em alta na Ásia, ao passo que o preço para venda no Brasil ainda se ajusta frente à concorrência das cadeias derivadas domésticas”, disse Câmara. Entre as grandes categorias econômicas, os preços dos bens de capital subiram de 1,21% e os de bens intermediários avançaram 1,85%. Já os bens de consumo subiram 0,46%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Reuters
IGP-M desacelera alta a 0,61% em julho, com destaque para alimentos
A alta do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou a 0,61% em julho, de 0,81% no mês anterior, mas ainda assim ficou acima do esperado, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira
A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,46%. Com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 3,82%. "Os três índices componentes do IGP-M apresentaram desaceleração de junho para julho. No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição", disse André Braz, coordenador dos índices de preços. "Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor", completou. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,68% em julho, depois de alta de 0,89% no mês anterior. Entre os bens finais, os preços do subgrupo de alimentos in natura passaram a cair 4,43% no período, de uma alta de 3,00% em junho. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, teve alta de 0,30% no período, depois de ter avançado 0,46% em junho. O maior impacto foi exercido pelo grupo Alimentação, que apresentou queda de 0,84% em julho depois de alta de 0,96% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,69%, de uma alta de 0,93% em junho. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Reuters
Confiança de serviços no Brasil tem leve alta em julho, mostra FGV
A confiança do setor de serviços do Brasil teve leve alta em julho, à medida que a melhora na percepção da situação atual no setor foi compensada pela piora na expectativa para os próximos meses, mostraram dados divulgados pela FGV (Fundação Getulio Vargas) na terça-feira (30)
O ICS (Índice de Confiança de Serviços) subiu 0,2 ponto em julho, a 94,2 pontos, após três meses consecutivos de quedas. "O resultado de julho da sondagem ratifica o ano de perda de fôlego do setor com tendência de estabilidade na confiança. Apesar do resultado positivo em alojamento e alimentação, as expectativas esfriam nos demais setores, demonstrando cautela dos empresários quanto ao futuro dos negócios", avaliou Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre. "Em compensação, a situação atual mostra que o setor apresenta resultados positivos no volume de demanda no período, mas apenas recuperando parte do que foi perdido no mês anterior", acrescentou. Segundo os dados da FGV, houve retomada do avanço na percepção sobre a situação presente no setor, medida pelo ISA-S (Índice de Situação Atual), que teve uma alta de 1,7 ponto no mês, a 96,1 pontos. O aumento no ISA-S se deu devido a uma alta nos dois indicadores que compõem o índice. O número sobre o volume de demanda atual subiu 2 pontos, a 96,6 pontos, enquanto o dado de situação atual dos negócios avançou 1,5 ponto, para 95,6 pontos. Compensando a melhora no ISA-S, no entanto, o IE-S (Índice de Expectativas) voltou a recuar em julho após recuperação no mês anterior, caindo 1,2 ponto, a 92,5 pontos. Seus dois indicadores tiveram direções opostas. O número da demanda prevista para os próximos três meses caiu 2,8 pontos, para 92,8 pontos, enquanto o dado de tendência dos negócios nos próximos seis meses chegou a 92,3 pontos, em alta de 0,4 ponto.
Folha de SP
Balança comercial registra superávit de US$ 1,5 bilhão na quarta semana de julho, no país
Na 4ª semana de julho de 2024, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,5 bilhão e corrente de comércio de US$ 11,8 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 6,7 bilhões e importações de US$ 5,2 bilhões. Os resultados foram divulgados na segunda-feira (29/07), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC)
No mês, as exportações somam US$ 27,2 bilhões e as importações US$ 20,5 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,7 bilhões e corrente de comércio de US$ 47,7 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 194,8 bilhões e as importações, US$ 145,8 bilhões, com saldo positivo de US$ 49 bilhões e corrente de comércio de US$ 340,6 bilhões. Nas exportações, comparadas as médias até a 4ª semana de julho/2024 (US$ 1,360 bi) com a de julho/2023 (US$ 1,348 bi), houve crescimento de 0,9%. Em relação às importações, houve crescimento de 6,7% na comparação entre as médias até a 4ª semana de julho/2024 (US$ 1,023 bi) com a do mês de julho/2023 (US$ 958,1 milhões). Assim, até a 4ª semana de julho/2024, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,383 bi e o saldo, também por média diária, foi de US$ 337,07 milhões. Comparando-se este período com a média de julho/2023, houve crescimento de 3,3% na corrente de comércio. No acumulado até a 4ª semana do mês de julho/2024, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 2,27 milhões (0,7%) em Agropecuária; de US$ 3,69 milhões (1,2%) em Indústria Extrativa; e de US$ 6,68 milhões (0,9%) em produtos da Indústria de Transformação. No acumulado até a 4ª semana do mês de julho/2024, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 4,22 milhões (24,9%) em Agropecuária; queda de US$ 6,23 milhões (-9,1%) em Indústria Extrativa; e crescimento de US$ 67,12 milhões (7,8%) em produtos da Indústria de Transformação.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
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