CLIPPING DO SINDICARNE Nº 1004 DE 03 DE DEZEMBRO DE 2025
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 1004 | 03 de dezembro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo sobe em SP e mais 6 praças monitoradas pela Agrifatto. Nas demais, preços estáveis
Cotações seguem firmes, com a expectativa de um maior consumo doméstico de carne bovina no período de festas de fim de ano e uma demanda externa ainda bastante consistente. No PARANÁ: Boi: R$320,00 por arroba. Vaca: R$300,00. Novilha: R$310,00. Escalas de abate de sete dias. Boi China: PARANÁ: R$ 326/@ (à vista) e R$ 330,00/@ (prazo)
Na terça-feira (2/12), os consultores da Agrifatto detectaram aumento nos preços do boi gordo em 7 das 17 praças brasileiras monitoradas diariamente – em SP, BA, GO, MA, MG, RJ e RS.
Nas outras 10 regiões acompanhadas, os preços ficaram estáveis, acrescenta a consultoria.
O movimento de alta neste início de dezembro/25, diz a Agrifatto, reflete a escassez de oferta de animais para abate e a expectativa de maior consumo doméstico com a proximidade das festas de fim de ano, além de uma demanda externa ainda bastante consistente. A liberação da primeira parcela do 13º salário e o pagamento dos salários de novembro também contribuíram para o aquecimento imediato do consumo interno, estimulando a busca dos frigoríficos por boiadas gordas. Informa a Agrifatto que o volume de negócios não avançou o suficiente para ampliar as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros, que continuam em oito dias úteis, na média nacional. Pelos números da consultoria, o animal sem padrão-exportação agora vale R$ 320/@ em São Paulo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 330/@.
Segundo a apuração da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo “comum” está cotado em R$ 320/@, o “animal-China” em R$ 325/@, a vaca gorda em R$ 302/@ e a novilha terminada em R$ 314/@ (valores brutos, no prazo). No mercado futuro, os contratos do boi gordo fecharam o pregão de segunda-feira (1/12) da B3 no negativo pelo terceiro dia seguido.
O contrato para vencimento em janeiro/26, por exemplo, encerrou a sessão a R$ 322,80/@, com ligeira baixa de 0,20% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo da terça-feira (2/12), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$320,00 a arroba. Boi China: R$330,00. Média: R$325,00. Vaca: R$305,00. Novilha: R$315,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$320,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$320,00. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$300,00. Novilha R$310,00. Escalas de sete dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$310,00. Vaca: R$290,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de oito dias. PARÁ: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$310,00. Média: R$305,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$290,00. Escalas de abate de nove dias. GOIÁS: Boi comum: R$310,00 a arroba. Boi China/Europa: R$320,00. Média: R$315,00. Vaca: R$295,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de oito dias.
RONDÔNIA: Boi: R$285,00 a arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$300,00 por arroba. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. Preços brutos do “boi-China” na terça-feira (2/12), de acordo com levantamento diário da Scot Consultoria: SÃO PAULO: R$ 321,00/@ (à vista) e R$ 325,00/@ (prazo). MINAS GERAIS (Exceto região Sul): R$ 316,00/@ (à vista) e R$ 320,00/@ (prazo). MATO GROSSO: R$ 301,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). MATO GROSSO DO SUL: R$ 313,00/@ (à vista) e R$ 317,00/@ (prazo). GOIÁS: R$ 311,00/@ (à vista) e R$ 315,00/@ (prazo) PARÁ/PARAGOMINAS: R$ 306,00/@ (à vista) R$ 310,00/@ e (prazo). PARÁ/REDENÇÃO E MARABÁ: R$ 301,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo). RONDÔNIA: R$ 276,50/@ (à vista) e R$ 280,00/@ (prazo). ESPÍRITO SANTO: R$ 301,00/@ (à vista) e R$ 305,00/@ (prazo) TOCANTINS: R$ 298,00/@ (à vista) e R$ 302,00/@ (prazo).
AGRIFATTO/PORTAL DBO/SCOT CONSULTORIA
CARNES
CONAB: Disponibilidade per capita de carnes deve alcançar recorde histórico em 2025 e recuar em 2026
Pelas projeções da CONAB, em 2025 os brasileiros estão contando um volume recorde na disponibilidade interna de carnes: pouco mais de 105 kg per capita, volume que supera em 0,13% o recorde anterior, de 2024 (105 kg).
Este volume representa aumento de mais de um terço - 27 kg a mais -, em relação ao disponível no primeiro dos anos 2000. Do total estimado para o corrente exercício, 47,5% estão sendo supridos pela carne de frango, 33,3% pela carne bovina e 19,2% pela carne suína. Um quadro diferente do registrado em 2000, quando a liderança (44,7% do total) cabia à carne bovina, restando para as carnes de frango e suína fatia de, respectivamente, 37,4% e 17,8%. Neste primeiro quarto de século a participação da carne bovina na disponibilidade per capita total recuou 25,6%, enquanto a da carne de frango aumentou 27% e a da suína 7,7%. No próximo ano, pelas previsões iniciais da CONAB, o volume per capita disponível das três carnes tende a sofrer ligeiro recuo em relação a 2025 - menos de 1% de queda-, sendo estimado em 104,3 kg. A perspectiva de menor disponibilidade tem por base o retrocesso de 4,3% no ano na produção de carne bovina. Mas uma vez que – para as carnes de frango e suína – são previstos aumento de produção de 2,3% e 4,5%, respectivamente, a disponibilidade per capita independentemente de aumentos de 0,9% e 8,2% na exportação tende a aumentar 2,6% e 3%, respectivamente.
CONAB
SUÍNOS
Preço do suíno vivo recua no fim de 2025 e indústria ajusta ritmo de abates
O mercado de suínos encerra 2025 com leve recuo nos preços do animal vivo e sinais de acomodação na demanda após o pico de consumo das festas.
De acordo com dados do Cepea, o quilo do suíno vivo registrou retração nas principais praças produtoras ao longo da segunda quinzena de novembro, refletindo um cenário de oferta ajustada e ritmo mais lento nas compras da indústria. No lado dos custos, a suinocultura encontra algum alívio: com projeções elevadas para a safra de grãos e recuo nas cotações do milho e do farelo de soja, o custo da ração diminuiu, favorecendo a margem do produtor. Este movimento foi reforçado por boletins da Conab que apontam boa disponibilidade interna e expectativas positivas para o abastecimento no início do próximo ciclo. Após um período de maior demanda ligado ao fim de ano, frigoríficos começam a reduzir o ritmo de abates, comportamento comum nessa etapa do calendário. A expectativa é que a virada de mês marque uma reorganização dos estoques, com o mercado observando o comportamento do consumo doméstico em janeiro mês tradicionalmente mais lento para proteínas de origem animal. No cenário externo, os embarques seguem relevantes para o equilíbrio da cadeia. Relatório recente da ABPA mostra que as exportações foram firmes em 2025, sustentadas especialmente pela demanda de países asiáticos. A manutenção desse fluxo no fim do ano ajuda a absorver parte da produção e evita quedas mais acentuadas no mercado interno.
Para o início de janeiro, analistas indicam que o mercado deve seguir atento à recomposição da demanda interna, ao comportamento dos preços do milho e à disponibilidade de animais terminados. O cenário tende a permanecer estável, com possíveis ajustes pontuais conforme o consumo voltar ao ritmo normal após o período festivo.
FEED & FOOD
INTERNACIONAL
Peste Suína Africana atinge o coração da suinocultura sul-coreana
Um surto de Peste Suína Africana atinge o coração da suinocultura sul-coreana, desencadeando abates sanitários e alerta máximo
A suinocultura da Coreia do Sul entrou em estado de alerta máximo após a confirmação de um surto de Peste Suína Africana (PSA) na província de Chungcheong do Sul. O evento é considerado crítico pelas autoridades sanitárias, pois marca a primeira vez que o vírus é detectado na principal região produtora de suínos do país, uma área que até então havia permanecido indene à enfermidade. Diante do risco iminente de disseminação, o governo elevou o nível de alerta nacional para “grave”. A resposta do Ministério da Agricultura foi imediata e rigorosa. Para conter o foco inicial, localizado em uma propriedade no município de Dangjin, foi realizado o abate sanitário de 1.423 suínos. Além disso, foi decretada uma ordem de paralisação total (standstill) de 48 horas para todas as granjas e instalações pecuárias em território nacional, visando interromper qualquer movimentação que pudesse espalhar o vírus. As autoridades também colocaram sob vigilância intensiva cerca de 140 propriedades que possuem vínculos epidemiológicos com a granja afetada. Embora este seja o sexto foco isolado de PSA registrado na Coreia do Sul neste ano, a localização deste último caso altera a gravidade do cenário. A chegada do vírus a Chungcheong do Sul coloca em risco a maior densidade de plantel suíno do país, exigindo a mobilização total de recursos governamentais e privados para blindar a cadeia produtiva e evitar um prejuízo econômico de grandes proporções.
AGRIMIDIA
Surto de peste suína africana na Espanha leva à mobilização militar
Na última sexta-feira (28/11), o país europeu confirmou a presença do vírus em dois javalis encontrados mortos no Parque Collserola, a cerca de 21 km de Barcelona
A unidade de emergência militar da Espanha foi mobilizada na segunda-feira (1/12) para ajudar a conter um surto de Peste Suína Africana (PSA) perto de Barcelona, informou o portal www.porkbusiness.com, plataforma de circulação de notícias produzidas pelo grupo Farm Journal. A Espanha é o principal produtor de carne suína da União Europeia (UE), representando um quarto da produção do bloco, à frente da Alemanha, com exportações anuais no valor de cerca de 3,5 bilhões de euros (US$ 4,05 bilhões), informa a agência Reuters.
Na sexta-feira (28/11), a Espanha confirmou o primeiro foco do vírus em javalis desde 1994. Dois javalis foram encontrados mortos no Parque Collserola, a cerca de 21 quilômetros de Barcelona. Os testes deram positivo para PSA, o que levou ao estabelecimento de uma zona de exclusão de 6 quilômetros ao redor da área afetada. As autoridades suspeitam que os javalis tenham ingerido alimentos contaminados, como um sanduíche, diz o texto da Reuters.
A área infectada fica próxima à rodovia AP-7, importante via de transporte que liga a Espanha à França, informa a agência internacional de notícias. Até o momento, dois casos foram confirmados, enquanto outros 12 apresentaram sinais de possível infecção pela doença, mas estão sendo submetidos a exames. Especialistas em virologia e gestão de riscos visitarão uma zona de exclusão de 6 km ao redor da área afetada em Bellaterra para avaliar a situação, fornecerem orientações e preparar um relatório subsequente com recomendações, disse à Reuters um porta-voz da Comissão Europeia. As operações de criação de suínos em um raio de 20 quilômetros (12,4 milhas) do local inicial da infecção estão sujeitas a restrições operacionais e de vendas. Até sábado (29/11), relata a Reuters, cerca de um terço dos certificados de exportação de carne suína da Espanha haviam sido bloqueados em decorrência do surto. “Dos 400 certificados de exportação para 104 países, um terço está bloqueado, incluindo México, Taiwan, Canadá e Grã-Bretanha”, detalha a agência. Porém, segundo informa a Reuters, na segunda-feira (1/12), as exportações para a China oriundas de outras áreas espanholas foram retomadas depois de Pequim confirmar que limitaria as importações apenas à região de Barcelona, em conformidade com um acordo de regionalização assinado recentemente. O primeiro-ministro Pedro Sánchez os incentivou a continuar comprando de regiões fora da zona de contenção. “É muito importante manter os mercados fora da Europa abertos para as exportações de carne suína”, disse Sánchez em entrevista à TVE.
REUTERS
EMPRESAS
Após resultados financeiros fracos, setor de carnes deve se recuperar no quarto trimestre
Fechamentos de mercados que afetaram os resultados de empresas de carnes no terceiro trimestre foram revertidos nos últimos meses. Gripe aviária ainda trouxe impactos para resultados de gigantes do setor de carnes
Os fechamentos de mercados que afetaram os resultados de empresas de carnes no terceiro trimestre foram revertidos nos últimos meses, o que deve dar um alívio aos balanços do setor neste último trimestre. Já o ciclo de baixa oferta de gado bovino nos EUA, que atingiu particularmente a JBS, não deve ser revertido tão cedo. De julho a setembro, as companhias ainda sentiram os efeitos do foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS), o que manteve China e União Europeia ausentes das compras de aves do país até pouco tempo. As menores exportações afetaram as margens da MBRF, e da Seara, da JBS. As exportações de frango à UE foram reabertas em setembro e para a China, em novembro. “O perfil [do desempenho] no terceiro trimestre foi único, e as tendências [para os próximos resultados] são diferentes com a reabertura [dos mercados] do frango”, disse Renata Cabral, analista do Citi. No caso da JBS, o Ebitda de sua operação de frango no terceiro trimestre nos Estados Unidos tampouco compensou. Demanda abaixo do esperado e aumento da oferta resultaram em queda dos preços e das margens da Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, segundo o head de agro, alimentos e bebidas da XP, Leonardo Alencar. “Deveria haver ‘trade down’ [migração do consumo de carne vermelha, mais cara, para a de frango], o que não está acontecendo”, disse Alencar sobre os EUA. No mercado de carne bovina dos EUA, tanto a National Beef, da MBRF, quanto a JBS Beef tiveram margens menores, sob pressão de preços altos do gado. E esses negócios ainda devem atravessar mais um período de aperto, já que a perspectiva é de melhora da oferta de bovinos só em 2027.
GLOBO RURAL
Volume de aves e suínos produzidos com energia solar pela BRF ultrapassa 60%
Resultado reflete os esforços para integrar produtores à agenda de sustentabilidade da companhia
Entre 2023 e 2024, o volume de aves e suínos produzidos com energia solar pelos produtores integrados da BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo e dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, passou de 49% para 66%. Considerando apenas a produção de frangos, o índice subiu de 58% para 68%. Na produção de perus, o salto foi de 64% para 73%. Já na suinocultura, o avanço foi ainda mais expressivo: de 28% em 2023 para 51% em 2024.
Ao todo, cerca de quatro mil produtores integrados, distribuídos por sete estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e na Turquia, já aderiram à energia renovável em suas propriedades. O volume gerado tem capacidade para abastecer uma cidade com aproximadamente 230 mil habitantes. A adoção crescente da energia solar entre os integrados da BRF é resultado de uma estratégia estruturada para promover a transição para uma agropecuária de baixo carbono. Um dos principais instrumentos é o convênio com o Banco do Brasil, que oferece R$ 200 milhões em crédito com taxas reduzidas para financiamento de sistemas de energia solar. Além da vantagem ambiental, a migração tem gerado benefícios econômicos significativos, com uma economia média de 95% no custo de energia elétrica. Em 2025, a BRF teve suas metas de descarbonização validadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), tornando-se a primeira empresa do setor de alimentos no Brasil a ter metas aprovadas com base na nova metodologia FLAG, sigla em inglês para florestas, uso da terra e agricultura. O compromisso da companhia é reduzir, até 2032, 51% das emissões diretas (escopos 1 e 2), que incluem fábricas, centros de distribuição e consumo de energia nas operações próprias, além de cortar em 35,7% as emissões indiretas (escopo 3), que representam cerca de 98% do total e abrangem toda a cadeia de valor. “Para uma companhia com a dimensão da BRF, a redução das emissões não é um movimento isolado, mas uma jornada que envolve toda a cadeia. O protagonismo dos produtores integrados na adoção de energia solar mostra que é possível conciliar sustentabilidade com ganhos reais no campo”, finaliza Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da BRF.
O PRESENTE RURAL
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Seara e governo do estado anunciam R$ 475 milhões para impulsionar cadeia produtiva de frango no Paraná
O montante é composto de um novo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios do Agronegócio (FIDC Paraná II), no valor de R$ 300 milhões, estruturado em parceria com a Fomento Paraná, instituição financeira do Governo Estadual, e pelo programa Rota do Progresso, que prevê R$ 175 milhões em aportes diretos no município de Cerro Azul.
O Governo do Paraná e a Seara anunciaram um amplo pacote de investimentos que soma R$ 475 milhões para impulsionar a cadeia produtiva do frango no Estado. O montante é composto de um novo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios do Agronegócio (FIDC Paraná II), no valor de R$ 300 milhões, estruturado em parceria com a Fomento Paraná, instituição financeira do Governo Estadual, e pelo programa Rota do Progresso, que prevê R$ 175 milhões em aportes diretos no município de Cerro Azul, no Vale da Ribeira. O FIDC Paraná II é destinado a viabilizar investimentos em aviários de frango de corte e de matrizes. O patrimônio total do fundo é de R$ 300 milhões, sendo R$ 60 milhões aportados pela Fomento Paraná e R$ 240 milhões pela Seara. Os recursos serão aplicados da seguinte forma: R$ 240 milhões serão destinados à construção de novas granjas de frango de corte e de matrizes por produtores integrados da Seara e R$ 60 milhões financiarão parte da construção de uma granja de avós da Seara. A gestão do fundo é de responsabilidade da Suno Gestora de Recursos e o modelo segue o formato do FIDC Agro Paraná, que tem a Fomento Paraná como cotista sênior. O prazo é de dez anos, com carência de 24 meses e taxas de juros ao produtor em torno de 9% ao ano, em linha com o Plano Safra. Com a entrada da Seara como cotista subordinada do FIDC, serão liberados R$ 240 milhões em créditos acumulados de ICMS.
O sistema de integração adotado pela Seara é um modelo de parceria que conecta a agroindústria a milhares de produtores rurais em todo o país. Nesse sistema, a empresa fornece os insumos, a assistência técnica e o suporte necessário, enquanto os produtores entram com a estrutura e a mão de obra para criação dos animais. Essa cooperação garante previsibilidade e estabilidade de renda ao produtor, assegura qualidade e biossegurança ao processo produtivo e estimula o desenvolvimento econômico nas comunidades onde estão presentes. “Esses novos investimentos reforçam o modelo virtuoso de desenvolvimento da integração. Ao garantir que o destino certo para a produção, estimula o produtor rural a investir, gerando prosperidade nas regiões onde atuamos. Estamos promovendo desenvolvimento econômico, oportunidades de renda e qualidade de vida para milhares de famílias do Estado”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS. “O fundo já está plenamente capitalizado e a originação está avançando em bom ritmo. Já analisamos e aprovamos diversas operações e, pelas CPRs emitidas até agora, conseguimos perceber que havia uma demanda reprimida importante entre os produtores. No ritmo atual, devemos empenhar uma parcela relevante do fundo nos próximos meses, sempre com rigor técnico e foco no enquadramento”, diz Vitor Duarte, CIO da Suno Asset. Além disso, também foi anunciado o investimento adicional da Seara de R$ 175 milhões por meio do programa Rota do Progresso, no município de Cerro Azul. O valor será aplicado na construção de um complexo de granjas de avós, destinado à produção de matrizes que irão suprir integralmente a demanda da Seara no Estado. Em contrapartida a esse investimento, o Governo do Paraná liberará R$ 175 milhões em créditos acumulados de ICMS.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Governo suspende penalidades que podem paralisar frigoríficos durante conciliação no TCU
O passivo judicial relacionado a, pelo menos, 117 ações judiciais, soma mais de R$ 183 milhões
Não há informações sobre plantas paradas ou com atividades parcialmente interrompidas em função dessas penalidades atualmente
O Ministério da Agricultura suspendeu a execução de penalidades administrativas que podem resultar na interrupção parcial ou total das atividades em frigoríficos e outras agroindústrias que integram o Serviço de Inspeção Federal (SIF), por 90 dias. Esse é o prazo de duração de uma mesa de conciliação criada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar uma solução consensual sobre o tema. A controvérsia é se ainda pode ser aplicada a antiga penalidade de “suspensão de atividades” em processos administrativos que já estavam em curso quando a nova lei entrou em vigor ou se, por analogia, deva-se aplicar a nova penalidade de “suspensão de registro” a infrações cometidas após a vigência da nova lei do autocontrole (14.515/2022), mesmo sem a devida regulamentação. Não há informações sobre plantas paradas ou com atividades parcialmente interrompidas em função dessas penalidades atualmente. A suspensão não abrange penalidades motivadas por risco ou ameaça de natureza higiênico-sanitária que ainda estão pendentes de cumprimento. Portaria desta terça-feira (2/12) diz que os processos administrativos relacionados à controvérsia mediada pelo TCU terão o seu "curso normal, inclusive em relação a eventuais medidas urgentes destinadas a prevenir risco comprovado à sanidade animal, à segurança dos alimentos ou ao interesse público primário". O documento diz ainda que não produzirão efeitos eventuais "notificações, intimações, determinações administrativas, ordens de execução de penalidades ou outros atos materiais ou formais expedidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária que contrariem, direta ou indiretamente, a suspensão". A medida foi comemorada pelo setor frigorífico. Uma fonte comentou que não faz sentido parar uma indústria pela presença de pedaços de palet na câmara de caixas fechadas. Esse é um dos exemplos citados pelas empresas para justificar mudanças na aplicação das penalidades. De acordo com informações do TCU, que criou a comissão de solução consensual sobre o tema em novembro, as penalidades poderiam interromper as atividades de 379 agroindústrias do país. A corte de contas vai mediar um acordo para chegar a um entendimento sobre a conversão dessas penas máximas, previstas na legislação antiga e aplicadas no passado a frigoríficos de carne bovina e de aves e laticínios, com a suspensão da produção nas unidades, em multas em dinheiro, com a definição dos valores a serem pagos. O passivo judicial relacionado a, pelo menos, 117 ações judiciais, soma mais de R$ 183 milhões, com risco de pagamento de honorários pela União estimado entre R$ 18,3 milhões e R$ 36,6 milhões. Já no campo administrativo, a controvérsia afeta 788 processos sancionadores que podem resultar na interrupção das atividades de 379 empresas, que somam mais de 8,2 mil dias de suspensão já aplicados. O setor produtivo entende que a sanção de “suspensão de atividades” deixou de existir com a mudança na lei, em 2022. Desse modo, seria aplicável o princípio da retroatividade da norma mais benéfica aos processos administrativos ainda em curso. Sem a regulamentação da nova sanção, as associações de frigoríficos contestam pela impossibilidade de sua aplicação, pois violaria os princípios da legalidade estrita e da tipicidade. A Consultoria Jurídica do Ministério da Agricultura e Advocacia-Geral da União (AGU) defendem a aplicação da lei vigente no momento da prática infracional.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA
Dólar fecha em queda com exterior favorável e política local no radar
O dólar fechou a terça-feira em queda ante o real, após uma sessão em que a moeda norte-americana registrou perdas contra a maioria das principais divisas globais, ao mesmo tempo em que as perspectivas eleitorais domésticas chamaram atenção do mercado.
O dólar à vista fechou em queda de 0,57%, aos R$5,3303 na venda. Às 17h35, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais negociado no Brasil -- caía 0,47% na B3, aos R$5,3615. No campo externo, a perspectiva de que o Federal Reserve cortará juros na próxima semana continuou influenciando o desempenho dos ativos. O mercado de títulos norte-americano precificava no fim da tarde 89,2% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da taxa de juros, contra 10,8% de chance de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta CME FedWatch. Esse cenário reduziu a atratividade do dólar, fazendo a moeda norte-americana registrar perdas diante da maioria das moedas globais. Às 17h35, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,07%, a 99,362. O real figurou entre as três moedas com maiores ganhos ao longo do pregão. Localmente, a divulgação de uma pesquisa eleitoral pela AtlasIntel mostrando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reduzindo a diferença para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual segundo turno da disputa presidencial, agradou os mercados. Ainda na cena política, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o projeto de lei que aumenta a tributação sobre apostas online e fintechs, passando a incluir uma elevação gradual das alíquotas. Já no front macroeconômico, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a produção industrial brasileira registrou alta de 0,1% em outubro na comparação com o mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 0,5%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,4% na variação mensal e de 0,2% na base anual.
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Ibovespa renova máximas e testa 161 mil pontos com expectativa sobre Fed
O Ibovespa renovou máximas históricas na terça-feira, ultrapassando os 161 mil pontos pela primeira vez no melhor momento, em pregão endossado pelo cenário externo, principalmente expectativas relacionadas aos próximos passos do banco central dos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,5%, a 160.994,23 pontos, novo topo histórico de fechamento, de acordo com dados preliminares, após chegar a 161.041,23 pontos no melhor momento do dia, recorde intradia. Na mínima do pregão, marcou 158.611,50 pontos. O volume financeiro somava R$22,4 bilhões antes dos ajustes finais.
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Produção industrial no Brasil cresce 0,1% em outubro
No acumulado em 12 meses, o crescimento do setor desacelerou para 0,9%, ante taxa de 1,5% registrada em 12 meses até setembro sob efeito das tarifas dos EUA
A produção industrial brasileira cresceu alta de 0,1% em outubro na comparação com o mês anterior, após registrar perda de 0,4% em setembro, informou o IBGE na terça-feira, 2. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 0,5%. O resultado veio abaixo do esperado, reforçando a leitura de perda de ritmo da indústria. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,4% na variação mensal e de 0,2% na base anual.
No acumulado do ano, o setor tem alta de 0,8%, e, nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 0,9%, ante 1,5% nos 12 meses até setembro. Com o resultado de outubro, a produção industrial se encontra 2,4% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Três das quatro grandes categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram alta na produção na passagem de setembro para outubro. A principal influência foi a de indústrias extrativas, que cresceu 3,6% em outubro. A principal influência foi a de indústrias extrativas, que cresceu 3,6% no mês. “O avanço foi influenciado pela maior extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. Vale destacar que o crescimento observado em outubro de 2025 eliminou a perda de 1,7% acumulada nos meses de agosto e setembro deste ano”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo. A indústria vem enfrentando este ano a pressão de uma política monetária restritiva, com a taxa básica de juros em 15%, que encarece o crédito e afeta as decisões de investimentos. O Banco Central volta a se reunir na próxima semana para sua última decisão do ano de política monetária, com expectativa de manutenção da Selic. “O resultado de outubro reforça a dinâmica de acomodação do crescimento do setor, que tem se mostrado o mais exposto ao tarifaço americano, tendo em vista que o mercado americano é de grande relevância para as exportações industriais e que os nossos produtos industriais não foram contemplados com nenhuma amenização das tarifas, como foi o caso de diversos outros produtos”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter. A Fiesp projeta crescimento de 0,9% da produção da indústria geral em 2025, após alta de 3,1% em 2024. Para 2026, projeta um avanço de 0,6%. “A desaceleração da indústria ao longo de 2025 é um dos sinais de que a economia brasileira, de maneira geral, deve crescer menos do que em 2024. Essa perda de força é reflexo dos juros altos, que reduzem o espaço para novos investimentos e limitam o crescimento da atividade econômica”, afirma Claudia Moreno, economista do C6 Bank, que avalia que o ciclo de cortes na Selic começará apenas em março.
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