CLIPPING DO SINDICARNE Nº 842 DE 14 DE ABRIL DE 2025
- prcarne
- 14 de abr.
- 17 min de leitura

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 842 | 14 de abril de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Boi gordo: Abril com escalas de abate curtas e arroba forte
O boi gordo “comum”, segundo a Scot Consultoria, está valendo R$ 325/@ nas praças de SP, e a vaca gorda é negociada por R$ 290/@ na mesma região. A redução da oferta de boi gordo nas praças brasileiras refletiu em dificuldade dos frigoríficos para completar as escalas de abate, o que reforçou o viés de alta da arroba nas principais regiões pecuárias do País. No Paraná o boi vale R$325,00 por arroba. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de cinco dias.
Na sexta-feira (11/4), o “boi-China” atingiu R$ 330/@, no prazo, no mercado paulista, enquanto a novilha gorda subiu para R$ 307/@, apurou a Scot Consultoria. Pelos cálculos da Scot, a escala de abate entre as indústrias de São Paulo fechou a última semana com uma média de apenas 5 dias úteis. O boi gordo “comum”, segundo a consultoria, está valendo R$ 325/@ nas praças de SP, e a vaca gorda é negociada por R$ 290/@ na mesma região. Segundo a Agrifatto, a oferta de animais prontos para abate segue restrita, insuficiente diante da crescente demanda interna e externa. “A valorização contínua da carne no mercado interno, o aumento das exportações de carne bovina in natura para a China e a flutuação do câmbio (desvalorização do real frente ao dólar) têm sustentado um avanço consistente nos valores da arroba, um viés que pode se manter no médio prazo”, dizem os analistas da Agrifatto. A segunda semana de abril/25 encerrou com escalas curtas, contabilizando 6 dias na média Brasil, segundo levantamento semanal da Agrifatto. Entre as praças pecuárias do país, Rondônia se destacou, registrando uma queda semanal de 3 dias úteis em sua escala, encerrando a sexta-feira (11/4) com 7 dias úteis programados. A praça mineira, por sua vez, reduziu sua programação em 2 dias, encerrando a semana com 5 dias de escala. Mato Grosso e Paraná apresentaram um recuo de 1 dia útil em suas escalas, finalizando a semana com 5 dias úteis para ambas. Goiás foi a exceção, com avanço de 1 dia útil nas escalas, encerrando a semana em 7 dias de escala. Nas demais praças brasileiras, diz a Agrifatto, não houve variação nas programações de abate entre as duas últimas semanas. A melhora na liquidez do atacado tem sustentado a valorização das carnes de primeira e segunda linha, observa a Agrifatto. Na comparação semanal, relata a consultoria, os preços do patinho e da paleta subiram R$0,50/kg. O contrafilé e o acém, R$1,00/kg. O lagarto teve alta de R$1,50/kg. A picanha registrou o maior ajuste, com acréscimo de R$ 2,00/kg. O clima de euforia das sucessivas valorizações dos contratos futuros ao longo dos primeiros dias da semana deu lugar a um movimento de baixa na B3 na quinta-feira (10/4), informa a Agrifatto. O destaque foi o vencimento para maio/25, que encerrou o pregão cotado a R$ 332,20/@, com queda de 1,48% em relação ao dia anterior. Cotações do boi gordo desta sexta-feira (11/4), conforme levantamento diário da Agrifatto: São Paulo — O “boi comum” vale R$335,00 a arroba. O “boi China”, R$335,00. Média de R$335,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de seis dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de cinco dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$325,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$325,00. Vaca a R$295,00. Novilha R$305,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$325,00 a arroba. O “boi China”, R$325,00. Média de R$325,00. Vaca a R$295,00. Novilha a R$305,00. Escalas de abate de cinco dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$300,00 a arroba. O “boi China”, R$310,00. Média de R$305,00. Vaca a R$270,00. Novilha a R$280,00. Escalas de abate de cinco dias; Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$265,00. Novilha a R$275,00. Escalas de abate de cinco dias; Goiás — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$300,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$280,00 a arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de sete dias; Maranhão — O boi vale R$285,00 por arroba. Vaca a R$260,00. Novilha a R$265,00. Escalas de abate de seis dias.
Scot Consultoria/Agrifatto/Portal DBO
Arroba do boi gordo de MT supera cotação paulista
Escalas de abate encurtadas e demanda aquecida têm levado mercado a operar em alta. O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar elevação em seus preços na sexta-feira (11).
Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o destaque da semana é claramente o movimento deflagrado em Mato Grosso, que já se depara com preços mais altos no comparativo com as praças paulistas. “No geral, as escalas de abate permanecem encurtadas, entre cinco e seis dias úteis na média nacional. Outro aspecto a ser mencionado é que a demanda aquecida é outro ponto que mantém os preços em perspectiva de alta, com bons indicadores de consumo no decorrer da primeira quinzena do mês, somado ao forte ritmo de embarques deflagrado no período”, destacou. Média da arroba do boi gordo (a prazo): São Paulo: R$ 329 – R$ 328,42 ontem. Goiás: R$ 320,89 – R$ 320,71 anteriormente. Minas Gerais: R$ 320,88 – estável. Mato Grosso do Sul: R$ 322,39 – R$ 321,93 na sexta. Mato Grosso: R$ 330 – R$ 324,66 ontem. O mercado atacadista ainda se depara com preços firmes. O ambiente de negócios permite que os preços subam nos próximos dias, ainda considerando o efeito da entrada dos salários na economia. “É importante mencionar que as exportações seguem em alto nível, enxugando a oferta doméstica de carne bovina, favorecendo novos reajustes no curto prazo”, assinalou Iglesias. O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 20,00 por quilo. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 26,00 por quilo. A ponta de agulha permanece precificada a R$ 18,00 por quilo.
Agência Safras
FRANGOS
Frango/Cepea: Cai poder de compra do avicultor frente ao milho
Apesar da alta de preços do frango vivo em março, o poder de compra do avicultor paulista caiu frente ao milho, conforme apontam levantamentos do Cepea
Isso porque, segundo o Centro de Pesquisas, o cereal se valorizou em maior intensidade no período. Já em relação ao farelo de soja, a situação melhorou ao produtor avícola. No mercado do frango vivo de corte, dados do Cepea mostram que as cotações reagiram em março, influenciadas pelo aquecimento das demandas interna e externa. No estado de São Paulo, a média do animal foi de R$ 5,51/kg, elevação de 2,7% sobre a do mês anterior.
Cepea
MEIO AMBIENTE
Nova Lei de licenciamento ambiental começa a valer no Paraná; confira o que muda
O Governo do Estado publicou na sexta-feira (11) o Decreto Estadual nº 9.541/2025 , que regulamenta a Lei Estadual nº 22.252/2024, marco legal que altera os processos de licenciamento ambiental no Paraná. A nova legislação tem como foco principal reforçar a proteção ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, oferecer diretrizes mais claras e eficientes para o setor produtivo.
Aprovada pela Assembleia Legislativa em 2024, a nova lei unifica e organiza normas que antes estavam dispersas em diferentes resoluções, portarias e decretos. Com isso, garante mais segurança jurídica para investidores e técnicos ambientais, maior agilidade nos processos e transparência nas decisões administrativas. A proposta teve participação ativa de diversos setores. Das 47 emendas apresentadas pelos deputados estaduais, 22 foram acatadas pelo Executivo, muitas delas fruto do diálogo com o Ministério Público, a sociedade civil organizada e representantes do setor produtivo. Para o decreto de regulamentação, uma consulta pública foi realizada entre 25 de março e 1º de abril, período em que a população enviou 33 sugestões, que passaram por análise técnica e contribuíram para a redação final, que tem 52 páginas. Entre as principais novidades estão a criação de diferentes modalidades, o instrumento de licença por adesão, novas regras para dispensa de licenciamento e otimização de estudos ambientais. Na fila de licenciamentos, o decreto também dá prioridade para aqueles que têm utilidade pública. “O decreto cria o mecanismo para o exercício dessa nova legislação que busca trazer agilidade para o processo de licenciamento, sem perder a segurança jurídica e técnica. Diversos setores foram ouvidos e contribuíram como conhecedoras do negócio e fizeram com que fosse possível criar essas instruções para que os licenciamentos ganhem velocidade”, complementa o diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza. Pelo decreto, compete ao IAT a responsabilidade do licenciamento, o que envolve análise, controle, monitoramento de atividades, educação ambiental e recuperação de áreas degradadas. O procedimento geral segue contemplando requerimento, análise técnica, que não deve exceder seis meses, e deliberação por parte do órgão ambiental, passível de recurso. A legislação ainda delimita as regras de transferência de titularidade do licenciamento, encerramento de atividades e procedimentos administrativos de infração ambiental. O novo marco legal cria diferentes modalidades de licenciamento, com exigências proporcionais ao risco ambiental de cada atividade e detalhamento completo das regras. Essa segmentação permite foco técnico nos empreendimentos de maior impacto, sem comprometer a fiscalização e o controle. São diversas modalidades de licença. São elas: Declaração de Inexigibilidade de Licenciamento Ambiental (DILA), Declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental (DLAM), Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), Licença Ambiental Simplificada (LAS), Licença Prévia, Licença de Operação, Licença Ambiental de Instalação, Licença Ambiental de Operação, Licença Ambiental Simplificada de Ampliação, Licença Prévia de Ampliação, Licença de Instalação de Ampliação, Licença de Operação de Ampliação, Autorização Ambiental e Autorização Florestal. Até então, o que acontecia é que os diferentes tipos de licenciamento não estavam formalizados, o que abria espaço para questionamentos jurídicos e, a partir da regulamentação, deixará o caminho mais claro para os empreendimentos que necessitam requerer o licenciamento para suas operações. A regulamentação da lei também prevê que empreendimento sujeito ao licenciamento, mas que representam baixíssimo potencial poluidor, possam solicitar a Declaração de Inexigibilidade de Licenciamento Ambiental (DILA). O empreendimento não pode estar em Área de Preservação Permanente ou Reserva Legal. A validade será de 180 dias, renováveis. Outra novidade é a Declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental (DLAM). Além do mesmo impeditivo de localização, ela atende atividades de baixo potencial degradador. Nesse caso a validade é de 10 anos e entre os critérios estão não ter mais de dez funcionários ou gerar resíduos classificados como perigosos. Para atividades de baixo risco ambiental, a lei e o decreto estabelecem também a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), modalidade simplificada em que a licença é emitida de forma automatizada, por sistema informatizado. O empreendedor se compromete com os critérios definidos e passa a ser fiscalizado anualmente pelo órgão ambiental, o que garante responsabilidade e controle contínuo. A fiscalização vai levar em consideração a veracidade das informações apresentadas no ato do requerimento do licenciamento ambiental. Em caso de irregularidades, a licença será cancelada, o empreendimento autuado e um processo criminal será aberto por se tratar de omissão de informações. Entre os critérios é que os requerentes não estejam em Terras Indígenas, Unidades de Conservação, cavidades naturais, áreas suscetíveis a deslizamentos, entre outros. Embora a antiga legislação já permitisse a licença por adesão, a falta de critérios claros para os empreendimentos fez com que ela fosse pouco aplicada. Ela terá validade de dois anos pela primeira vez e cinco anos, renováveis, a partir de então. A nova legislação prevê a Certidão de Renovação por Prorrogação Automática de Licença Ambiental (CRAL). Caso o pedido de renovação seja protocolado com até 120 dias de antecedência, a certidão assegura a continuidade do licenciamento até a decisão definitiva, garantindo segurança para o empreendedor e continuidade das atividades sem riscos legais. Na prática, o que muda é que ao cumprir o prazo de pedido de renovação, em caso de fiscalização posterior ao vencimento, o negócio terá um documento comprobatório que o pedido de renovação automática foi realizado e está em análise pelo órgão ambiental. O decreto também reafirma que o EIA/RIMA deverá ser disponibilizado para consulta pública em plataforma eletrônica do IAT. Com as mudanças, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) passa a ser ainda mais valorizado, com centralização de dados e categorização por porte e impacto ambiental. O próprio sistema ao ser preenchido pelo requerente irá direcionar para o tipo de licença necessário. A expectativa é de reduzir o tempo médio de análise, garantir mais transparência e permitir monitoramento eficiente por parte da sociedade e dos órgãos de controle.
Agência Estadual de Notícias
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Galinheiros comunitários de terras indígenas geram polêmica no Paraná
Projeto financiado por Itaipu para criação de subsistência está causando temor do setor produtivo por possíveis riscos sanitários à avicultura do Estado. Projeto prevê a instalação de 64 galinheiro em comunidades indígenas no Oeste e no litoral do Paraná
Um projeto que prevê a implantação de galinheiros comunitários em comunidades indígenas está causando controvérsia no Paraná. Enquanto defensores da ação ressaltam sua importância para a segurança alimentar dos povos indígenas, entidades ligadas ao agronegócio mostram preocupação com riscos sanitários para a avicultura paranaense. A instalação dos galinheiros comunitários integra o projeto “Opaná: Chão Indígena”, desenvolvido pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia. De acordo com a FLD, serão até 64 galinheiro, com 100 aves cada, totalizando 6,4 mil animais. A implantação está prevista para as regiões Oeste e Litoral do Estado e deve beneficiar 32 comunidades indígenas, onde já há criação de galinhas. Segundo informações da FLD, a construção de galinheiros já está em andamento nas comunidades Guarani do Oeste do Paraná. As obras começaram no início de março e seguirão pelos próximos meses, “fortalecendo a segurança alimentar indígena, que é o objetivo principal da ação”, diz a entidade. Fazem parte da iniciativa 31 comunidades indígenas beneficiadas pelo acordo que prevê a comp0ra pela Itaipu de 3 mil hectares de terras rurais em cinco municípios paranaenses do Oeste do Estado. Em entrevista à Globo Rural, Paulo Porto, gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, ressalta que são mais de 5 mil pessoas nas comunidades das Terras Indígenas Tekoha Guasu Guavira e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga. Ele explica que o projeto Opaná busca fortalecer a segurança alimentar por meio da implementação dos Sistemas Indígenas de Produção Agroecológica (SIPAs), que incluem outras opções à escolha das comunidades, como a criação de suínos, tanques de piscicultura, roçados e quintais produtivos - sendo todas as atividades agrícolas para subsistência. O projeto que prevê a instalação dos galinheiros comunitários tem preocupado o setor produtivo. Por solicitação inicial do Sistema Faep, foi realizada uma reunião para definir o controle sanitário nessas unidades, na última segunda-feira (7/4), em Cascavel (PR). Participaram representantes do projeto Opaná, da Adapar, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Ministério da Agricultura e cooperativas agrícolas, entre outros. À Globo Rural, o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, ressaltou que são preocupantes os fatos do projeto ser desenvolvido na região Oeste do Estado - polo da avicultura paranaense - e das áreas das comunidades indígenas serem espaços com acesso controlado de não indígenas, o que poderia dificultar a fiscalização. “A nossa preocupação sempre foi em relação à questão sanitária. Não podemos colocar em risco uma atividade na qual o Paraná é líder e que movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano. Qualquer contaminação decorrente desses galinheiros comunitários poderia trazer impacto com prejuízos incalculáveis”, advertiu Meneguette. O gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, afirma que o projeto cumpre as regras fitossanitárias e deve contribuir para o controle sanitário avícola no Estado, uma vez que prevê o encarceramento de aves que atualmente estão soltas nas áreas apontadas. “Haverá um monitoramento constante e a garantia de todo o protocolo sanitário para eventual compra de aves”, ressalta Porto. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) informou que está acompanhando “Estamos cadastrando os animais e fazendo o monitoramento das áreas, em alinhamento com os coordenadores do projeto, a fim de garantir a biosseguridade com relação à prevenção da gripe aviária e outras doenças”, afirma Rafael Gonçalves Dias, chefe do departamento de Saúde Animal da Adapar. Dias ressalta que os galinheiros comunitários serão voltados a criações de subsistência, ou seja, as aves, a carne e os ovos não serão comercializados, serão produzidos para consumo próprio. Dessa maneira, o protocolo adotado pela Adapar segue o padrão para as propriedades que fazem esse tipo de criação, com cadastramento e monitoramento periódico. O órgão vê como ponto positivo a implantação dos equipamentos na região litorânea do Estado - área em que a Adapar está intensificando o monitoramento da gripe aviária -, uma vez que manterá um número maior de animais fechados nas instalações. A região tem sido monitorada por drones, tendo em vista a maior circulação de aves silvestres, o que aumenta o risco de uma possível transmissão da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). Nessa área, não deve ser autorizada a entrada de novas aves.
Globo Rural
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar recua em sessão positiva para emergentes, mas fecha semana em alta com tensões comerciais
O dólar à vista caiu ante o real na sexta-feira, com os investidores em busca de ativos de maior risco na sessão, mas ainda fechou a semana em alta, em meio à escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que têm elevado os temores de uma recessão econômica global
O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$5,8698. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,54%. Às 17h17, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,19%, a R$5,888 na venda. Os ganhos do real ocorreram na esteira dos avanços de seus pares frente à divisa dos EUA, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que se beneficiaram das altas dos preços de commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo. Investidores também pareciam motivados a buscar ativos de risco diante dos ganhos em Wall Street, que repercutia balanços fortes por parte de grandes bancos e declarações de autoridades do Federal Reserve, que garantiram a prontidão do banco central dos EUA em lidar com qualquer distorção no sistema financeiro. Após as fortes perdas entre emergentes durante a semana, os agentes financeiros ainda aproveitavam para realizar lucros e ajustar suas posições ao fim de uma semana de extrema volatilidade em meio à incerteza comercial no exterior. O movimento da sessão ocorreu apesar de nova escalada na guerra comercial entre EUA e China, que vinha deixando os investidores mais receosos ao risco em países emergentes ao longo da semana. Mais cedo, a China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos EUA para 125%, revidando a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas para a segunda maior economia do mundo a 145%. O anúncio de Trump veio em resposta à imposição por Pequim de tarifa de 84% sobre as mercadorias dos EUA, quando a China retaliou uma imposição de tarifa anterior feita pelos EUA. Analistas temem que a disputa comercial com a China possa reacender a inflação nos EUA e provocar uma recessão econômica devido à dependência de muitas empresas norte-americanas em relação às importações vindas da China. Na cena doméstica, o dia foi marcado pela divulgação de dados econômicos. A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central. Já o IBGE informou que o IPCA de março desacelerou em linha com o esperado em relação ao mês anterior, com a inflação atingindo o patamar de 5,48% em 12 meses.
Reuters
Ibovespa avança 1% e assegura sinal positivo em semana volátil por tarifas
O Ibovespa fechou em alta de 1% na sexta-feira, assegurando um desempenho positivo no acumulado da semana, após a Casa Branca afirmar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está otimista quanto a um acordo com a China.
A declaração ocorreu após Pequim aumentar novamente as tarifas para produtos norte-americanos, desta vez para 125%, mas indicar que essa seria a última vez que se equipararia aos EUA, se Trump elevar ainda mais suas taxas para itens chineses. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,05%, a 127.682,4 pontos, tendo marcado 128.385,96 pontos na máxima e 126.078,39 pontos na mínima do dia. Na semana, acumulou uma variação positiva de 0,34%. O volume financeiro nesta sexta-feira somou R$22,5 bilhões. Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, agradou a sinalização de autoridades chinesas de que esse será o último aumento de tarifas, assim como a sinalização de Trump na disposição de negociar com a China. Ele também citou declarações da presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, de que o banco central norte-americano terá uma posição mais acomodatícia, caso a volatilidade nos mercados continue. Ao Financial Times, Collins disse que o Fed "tem ferramentas para lidar com as preocupações sobre o funcionamento do mercado ou a liquidez, caso elas surjam". "Estaríamos absolutamente preparados para fazer isso conforme necessário", afirmou. Em Wall Street, o S&P 500 trocou de sinal algumas vezes antes de fechar em alta de 1,8%, com agentes financeiros também repercutindo o começo da temporada de balanços, que nesta sessão incluiu os resultados de JPMorgan e Morgan Stanley. No Brasil, a pauta mostrou que o IPCA desacelerou em março, com uma alta de 0,56%, de 1,31% em fevereiro. Em 12 meses, porém, passou de 5,06% para 5,48%, ainda mais distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Na visão da equipe do Bank of America, a desaceleração mensal não significa muita coisa, pois fevereiro foi poluído pelo bônus de Itaipu e pela sazonalidade da volta às aulas, conforme relatório enviado a clientes. Em paralelo, o IBC-Br, calculado pelo BC e considerado um sinalizador do PIB, cresceu 0,4% em fevereiro, em dado dessazonalizado, acima das expectativas no mercado (+0,15%), mas abaixo da alta de 0,9% em janeiro.
Reuters
IBC-Br aponta expansão da atividade acima do esperado em fevereiro
A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central.
O BC informou na sexta-feira que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve em fevereiro alta de 0,4%, em dado dessazonalizado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,15%. O resultado, no entanto, mostrou desaceleração em relação à alta de 0,9% registrada em janeiro, em dado não revisado pelo BC. Na comparação com fevereiro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 4,1%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,8%, segundo números não dessazonalizados. Nesta divulgação, o BC passou a apresentar a abertura setorial do índice, mostrando que em fevereiro o IBC-Br da agropecuária cresceu 5,6% sobre o mês anterior, em dado dessazonalisado. Na mesma base de comparação, o índice da indústria teve queda de 0,8%, enquanto o de serviços avançou 0,2%. Sem contar o desempenho da agropecuária, o IBC-Br teria apresentado retração de 0,2%, segundo o BC. A economia brasileira mostrou perda de força no final de 2024, e analistas avaliam que esse cenário deve seguir este ano. No entanto, um forte crescimento esperado do setor agrícola, com safras recordes, deve dar alguma sustentação neste início de ano. Em fevereiro, a produção industrial do Brasil frustrou as expectativas e recuou 0,1%, mas as vendas no varejo avançaram 0,5%, marcando o maior patamar da série, mostraram dados do IBGE. Já o volume de serviços no Brasil cresceu mais que o esperado no mês, a uma taxa de 0,8%. O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Reuters
Serviços têm alta em fevereiro
Com crescimento disseminado, setor cresce 0,8% em fevereiro na comparação com janeiro
O volume de serviços prestados surpreendeu positivamente em fevereiro, embora não mude a perspectiva dos economistas de desaceleração gradual, principalmente no segundo semestre. Com crescimento disseminado, os serviços foram puxados por atividades mais resilientes a fatores conjunturais e mais ligados a um dinamismo do próprio setor, como os que envolvem inovação e tecnologia. Atividades ligadas a serviços prestados às famílias, porém, já refletem o peso da inflação e da menor confiança, mostrando perda de força em relação ao ano passado. O volume de serviços prestados subiu 0,8% em fevereiro ante janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados na quinta-feira (10) pelo IBGE. A alta ocorre após revisão do desempenho do setor em janeiro, ante dezembro. O recuo de 0,2% foi ampliado para uma queda de 0,6%. Na comparação com fevereiro de 2024, o indicador subiu 4,2%. A alta em fevereiro, na comparação mensal, ficou acima da mediana das estimativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de estabilidade. O resultado veio também no teto das projeções: o intervalo das estimativas ia de recuo de 0,5% a alta de 0,8%. Com o desempenho de fevereiro, os serviços estão em patamar 16,2% superior ao do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 1% abaixo do pico da série histórica, em outubro de 2024. O índice de difusão, que mostra a participação de produtos com crescimento, avançou de 46,4% para 63,3%. Com alta de 1,8%, o setor de serviços de informação e comunicação foi destaque em fevereiro. Este foi o quarto mês seguido de alta, com ganho acumulado de 4%. Trata-se de um setor que tem apresentado demanda independentemente dos fatores conjunturais, diz Rodrigo Lobo, gerente do IBGE e responsável pela PMS. “A própria dinâmica de serviços, que envolve inovação e tecnologia, tem ditado o crescimento do setor, independentemente de movimentos observados na economia, como alta de juros e aumento de alguns itens de inflação.” A atividade de serviços de informação e comunicação, diz Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), encontra-se em seu máximo histórico e vem renovando esse pico. “Até quando isso vai acontecer, não se sabe, mas é um setor que cresceu muito durante a pandemia e continua se expandindo. É um setor que emprega bastante e trouxe mudanças permanentes nos serviços do país.” Na variação mensal houve crescimento em quatro das cinco atividades acompanhadas pela PMS. Além de informação e comunicação, também houve alta em serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançaram 1,1% e recuperaram, em parte, a queda de 3,8% acumulada nos três meses anteriores. Outros serviços tiveram expansão de 2,2%, segundo mês seguido de alta. Os serviços prestados às famílias também avançaram 0,5%, após uma queda de 3,3% observada em janeiro. O desempenho desse segmento específico pode estar ligado a fatores da conjuntura macroeconômica. De maio a dezembro de 2024, os serviços prestados às famílias acumularam alta de 6,2%. Em 2025, houve queda de 3,3% em janeiro e alta de 0,5% em fevereiro, com perda acumulada de 2,6%. O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o único dos cinco grupos da PMS que recuou em fevereiro, ante janeiro, com queda de 0,1%, após retração mais intensa em janeiro, de 1,8%.
Valor Econômico
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