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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 698 DE 04 DE SETEMBRO DE 2024

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 698 | 04 de setembro de 2024

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS


Cotação da novilha gorda sobe na praça paulista

“O mercado do boi gordo segue com tendência de alta, refletindo as ofertas reduzidas e as reduções nas escalas de abate”, relatam os analistas da Scot Consultoria. No Paraná, o boi vale R$243,00 por arroba. Vaca a R$225,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de cinco dias.

 

O mercado de São Paulo abriu a terça-feira (3/9) com aumento de R$ 2 para a arroba da novilha, após o avanço das outras categorias terminadas ocorrido na segunda-feira (2/9), ontem elas ficaram estáveis, informou a Scot Consultoria. “O mercado do boi gordo segue com tendência de alta, refletindo as ofertas reduzidas e as reduções nas escalas de abate”, relatam os analistas da Scot, acrescentando que, no Estado de São Paulo, as programações atendem hoje seis dias, em média. O boi gordo paulista segue comercializado em R$ 240/@, a vaca em R$ 217/@, a novilha em R$ 232/@ e o “boi-China” em R$ 245/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. Para a Agrifatto, com a maior dificuldade dos frigoríficos em encontrar animais prontos para o abate, a valorização na cotação do boi gordo continuou a ocorrer em todo o País. No primeiro dia da semana, o destaque ficou para a praça de Rondônia, que registrou um incremento de 1% na comparação diária, com o animal gordo ficando cotado a R$ 198,99/@. Além disso, diz a Agrifatto, o otimismo do mercado físico foi estendido para a B3, onde todos os contratos futuros indicaram valorização na segunda-feira (2/9). O vencimento para setembro/24 ficou cotado a R$ 247,95/@, com acréscimo de 0,38% na comparação dia a dia. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na última quinta-feira (29/8): São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$245,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abates de onze dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de sete dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$243,00 a arroba. O “boi China”, R$243,00. Média de R$243,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$230,00. Escalas de cinco dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de sete dias; Pará — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de onze dias; Goiás — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de cinco dias; Rondônia — O boi vale R$195,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias; Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias.

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto

 

SUÍNOS

 

Suínos: preços estáveis na terça-feira (3)

De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 169,00, da mesma forma que a carcaça especial, fechando em R$ 13,30/kg, em média

 

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (2), houve tímida alta de 0,25% no Rio Grande do Sul, com preço de 8,06/kg, e de 0,12% em Santa Catarina, fechando em R$ 8,37/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 8,96/kg), Paraná (R$ 8,40/kg) e São Paulo (R$ 8,89/kg)

Cepea/Esalq 

 

FRANGOS

 

Preço do frango no atacado paulista subiu 2,34% na terça-feira (3)

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto a ave no atacado subiu 2,34%, fechando, em média, R$ 6,55/kg.

 

Na cotação do animal vivo, o preço não mudou no Paraná, cotado a R$ 4,66/kg, da mesma forma que em Santa Catarina, valendo a R$ 4,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (2), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, valendo, respectivamente, R$ 7,10/kg e R$ 7,32/kg.

Cepea/Esalq

 

CARNES

 

Brasil avança em negociações de proteínas para o México, diz Abpa

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) participou, na última quinta-feira (29), de uma série de agendas lideradas pelos Secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Serroni Perosa e pelo Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, na cidade do México

 

Além de agendas com interlocutores do setor privado local, o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua, juntamente com a coordenadora de marketing da associação, Nayara Dalmolin, participaram de uma ação em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e a Embaixada do Brasil na Cidade do México para promoção de negócios e de laços com o mercado mexicano. A ação ocorrida na Embaixada Brasileira na Cidade do México contou com a presença dos Secretários Perosa e Goulart, além do Embaixador do Brasil no México, Fernando Coimbra, e representantes dos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, além de mais de dez empresas brasileiras presentes na ocasião. Em sua apresentação, Rua destacou as intenções do setor produtivo de reforçar as parcerias de apoio à oferta de alimentos e de segurança alimentar ao México com carnes de aves, carne suína, ovos e material genético de aves. Neste sentido, abordou atributos que fazem do Brasil um parceiro estratégico, como a alta qualidade dos produtos, o status sanitário do país e a sustentabilidade da produção. A agenda contou ainda com encontros com representações do Governo Mexicano e com a Conselho Mexicano da Carne (Comecarne). “A boa notícia foi o restabelecimento do fluxo de genética avícola para o mercado mexicano, nosso maior importador do segmento, além de expectativas positivas nos avanços do restabelecimento das exportações gaúchas de carne de aves para o destino. Também há boas expectativas quanto às negociações tarifárias que deverão ter impactos positivos para a avicultura e a suinocultura do Brasil”, analisa Rua. O México é o nono destino das exportações de carne de frango, com embarques de 108,5 mil toneladas entre janeiro e julho, com crescimento de 8,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento é ainda mais expressivo para carne suína, com alta de 150,4% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 19,1 mil toneladas.

ABPA

 

EMPRESAS

 

Marfrig e BRF unem marcas para venda de carne bovina processada no Brasil

Sadia e Perdigão passam a vender hambúrgueres bovinos da Bassi e Montana, respectivamente, a partir deste mês. Os produtos serão comercializados e distribuídos pela BRF 

 

A Marfrig e a BRF anunciaram uma união em suas principais marcas para crescer no mercado de carne bovina processada no Brasil. A partir deste mês, a Sadia, da BRF, passará a comercializar os hambúrgueres Bassi, marca de carnes nobres da Marfrig, conforme comunicado conjunto das companhias divulgado na terça-feira (3/9). Além disso, a Perdigão passa a nomear sua linha de processados bovinos como Perdigão Montana. Os produtos serão comercializados e distribuídos pela BRF. Segundo as empresas, esse movimento tem como objetivo somar ao portfólio da BRF a expertise da Marfrig no mercado premium de carnes, inicialmente a partir das linhas de hambúrgueres, e aumentar a presença nacional das marcas da Marfrig. “Estamos combinando a força das marcas Sadia e Perdigão, presentes em todas as regiões do Brasil, com a expertise de Bassi e Montana, referências em carnes bovinas”, disse Marcel Sacco, vice-presidente de Marketing e Novos Negócios da BRF, em nota. Também há a expectativa que as marcas ganhem em força comercial e distribuição, avalia Manoel Martins, vice-presidente Comercial da BRF para o Brasil. "A novidade faz parte de uma série de sinergias identificadas entre BRF e Marfrig", acrescentou o comunicado.

Globo Rural

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Paraná: Embora moderado, fenômeno La Niña coloca produtor em alerta

Perspectivas apontam chuvas abaixo da média e temperaturas mais elevadas nas regiões Norte, Noroeste e Norte Pioneiro do Paraná

 

Ainda sob neutralidade climática, a América do Sul deve passar a sofrer influência do La Niña a partir de setembro. O fenômeno climático, que se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, altera o regime de chuvas no continente. No Paraná, as perspectivas colocam o produtor rural em alerta: as previsões são de chuvas abaixo do normal, principalmente nas regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro do Estado. As temperaturas, por sua vez, tendem a ficar acima das médias históricas. O cenário foi esmiuçado ao longo da live “Panorama climático em ano de La Niña”, promovida pelo Sistema FAEP, pelo meteorologista de Marcelo Seluchi, que, desde 2011, coordena a Sala de Situação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Em sua apresentação, o especialista apontou tendência de La Niña de intensidade fraca ou moderada até março de 2025. Assim, é possível que outros fenômenos também interfiram nas condições meteorológicas da América do Sul. O meteorologista aprofundou sua explanação, exibindo mapas e modelos meteorológicos que mostram as previsões de chuvas e de temperaturas para o Brasil. O Paraná se encontra em uma “área de transição”, entre as condições que vão imperar sobre a região Sul e sobre o interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Assim, a região Centro-Sul do Paraná deve ter perspectivas mais neutras, enquanto a faixa Norte – que abrange as regiões Noroeste, Norte e Norte Pioneiro –devem ter chuvas abaixo da média. Este cenário acende um alerta nestas regiões do Paraná, que já têm algumas áreas de seca estabelecida, com pontos de atenção em que mais de 90% das pastagens e/ou lavouras, que sofrem as consequências da estiagem. “Não temos previsão de chuvas acima da média. A situação de seca, que está aparecendo na faixa Norte, não tem previsão de se reverter. Inclusive, é uma área que deve ter chuvas abaixo da média”, ressalta Seluchi. “Temos uma ‘seca meteorológica’ na faixa Norte do Paraná”, acrescentou. Outro ponto mencionado pelo meteorologista é que o La Niña favorece a ocorrência de fenômenos intensos, como ondas de frios e de calor e a má distribuição de chuvas, com concentração das precipitações em períodos muito curtos – o que pode ser ruim para a agricultura. Até meados de setembro, as precipitações devem ficar abaixo da média. “Já as temperaturas devem ficar dentro da média. Não devemos ter, nesse período de curto prazo, ondas de calor prolongadas que causem impacto na agricultura”, observou Seluchi. Seluchi detalhou como se dá a atuação do La Niña. Os ventos de Leste – chamados de alísios – deslocam água do Oceano Pacífico, na costa da América do Sul, provocando o resfriamento da temperatura das águas. No outro extremo do oceano, próximo à Austrália, tendem-se a forçar chuvas intensas. Na América do Sul, as precipitações diminuem e tendem a se concentrar no norte do continente. Além disso, o meteorologista traçou um retrospecto do clima, apresentando dados históricos. Um dos pontos de atenção diz respeito às emissões de gás carbônico (CO2). Nos últimos 30 anos, ocorreram 52,7% das emissões. Nos países desenvolvidos, como Estados Unidos e na Europa, o CO2 provém sobretudo da queima de carvão, de petróleo e de gás. No Brasil, as emissões decorrem principalmente por ações relacionadas ao desmatamento e a queimadas. Um dos efeitos diretos provocados pelas mudanças climáticas é a redução da temporada de chuvas: o período de precipitações encurtou 25 dias ao longo dos últimos 40 anos. Em contrapartida, a temperatura média aumentou 1,5ºC. Pode parecer pouco, mas esse aquecimento contempla eventos extremos, com ondas de calor intensas e com períodos anômalos de concentração de chuvas.

Notícias Agrícolas

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

PIB acelera, com crescimento forte de investimento e consumo das famílias e do governo

Expansão de 3% no ano ganha força, ao mesmo tempo que eleva chance de alta dos juros

 

O ritmo de crescimento da economia brasileira acelerou no segundo trimestre de 2024, com expansão de 1,4% sobre o trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. É uma taxa mais alta que o 1% registrado de janeiro a março, equivalendo a quase 6% em termos anualizados, a maior desde os 3,7% do quarto trimestre de 2020. Pelo lado da demanda, os destaques foram o investimento, o consumo das famílias e o consumo do governo. Pelo lado da oferta, a indústria e os serviços puxaram o avanço do PIB. A atividade avança num cenário marcado por um mercado de trabalho forte, com grande impulso fiscal, especialmente por meio de transferências de renda, e pela retomada do crédito. Os efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul, em maio, não tiraram o dinamismo da economia no período. Além de o crescimento no segundo trimestre ter superado o consenso dos analistas, de uma alta de 0,9%, houve revisão para cima na variação do PIB nos dois trimestres anteriores. O avanço do primeiro trimestre subiu de 0,8% para 1%, e o do quarto trimestre de 2023, de queda de 0,1% para aumento de 0,2%, sempre na comparação com os três meses anteriores. Com esse ritmo de crescimento, as projeções para a expansão do PIB no ano devem se aproximar de 3%. A herança estatística do segundo trimestre ficou em 2,5%. Isso significa que, se o PIB ficar estável no nível registrado de abril a junho, o avanço em 2024 será de 2,5%. O Goldman Sachs elevou a estimativa para o ano de 2,5% para 3%, por exemplo. Com isso, aumenta a perspectiva de uma alta dos juros já em setembro. Com peso de mais de 60% na economia pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu no segundo trimestre 1,3% sobre o trimestre anterior. O aumento do emprego e da renda, turbinado também pelos programas sociais e pela alta do salário-mínimo acima da inflação, contribui para a alta da demanda das famílias. A melhora do crédito também ajuda. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o consumo privado acelerou, passando de um aumento de 4,4% no primeiro para 4,9% no segundo trimestre. Uma das melhores notícias do PIB foi a terceira alta consecutiva do investimento, e a um ritmo expressivo. A formação bruta de capital fixo (FBCF, medida do que se investe em construção civil, máquinas e equipamentos e inovação) cresceu 2,1% em relação aos três meses anteriores. Investir mais é fundamental para o país crescer a um ritmo mais forte de modo sustentado. Com o resultado, a taxa de investimento ficou em 16,8% do PIB no segundo trimestre, acima dos 16,4% do PIB do mesmo período de 2023. O consumo do governo surpreendeu os analistas, com alta de 1,3% em relação ao primeiro trimestre. O consenso dos economistas ouvidos pelo Valor era de um aumento de 0,3% para o indicador. Para o diretor de pesquisa para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a alta do consumo do governo está em linha com o recente ativismo nos gastos públicos. “A política fiscal tem sido claramente expansionista e pró-cíclica”, afirma ele, para quem a economia está aquecida demais. Com uma atividade econômica mais forte, as importações cresceram com força, a um ritmo bem superior ao das exportações. As compras do exterior tiveram alta de 7,6%, enquanto as vendas externas subiram 1,4%. Nesse cenário, o setor externo contribuiu negativamente para o crescimento. Do lado da oferta, a indústria teve o crescimento mais expressivo, de 1,8%, mesmo com o encolhimento de 4,4% do setor extrativo. A indústria de transformação avançou 1,8%, mas o desempenho mais forte foi da construção civil, com alta de 3,5%, e do segmento de eletricidade, gás, água e esgoto, que avançou 4,2%. Segundo o IBGE, o resultado desse último setor refletiu “o maior consumo de eletricidade, principalmente nas residências”, além do fato de a manutenção da bandeira tarifária verde ter ajudado o segmento. Os serviços, por sua vez, tiveram mais uma expansão firme, de 1%. É o setor com maior peso na economia pelo lada da oferta, respondendo por mais de dois terços do valor adicionado. Vários segmentos de serviços se destacaram. O comércio cresceu 1,4% e transportes e armazenagem avançaram 1,3%, enquanto informação e comunicação subiram 1,7% e atividades financeiras teve alta de 2%. Fechando o PIB pelo lado da oferta, a agropecuária teve queda de 2,3%, após subir 11,1% no primeiro trimestre. É um recuo que já era esperado. Em resumo, a economia brasileira teve um primeiro semestre muito forte, com a atividade acelerando no período de abril a junho em relação aos primeiros três meses do ano. Esse resultado aumenta a chance de mais um crescimento na casa de 3%.

Valor Econômico

 

Dólar sobe ante real com exterior ofuscando dados fortes do PIB

O dólar à vista voltou a subir na terça-feira ante o real, na esteira do movimento de alta da moeda norte-americana no exterior, após a divulgação de dados fracos sobre a indústria dos EUA e a queda firme do petróleo e do minério de ferro

 

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, bem acima do esperado, chegou a dar algum alento para o câmbio no início do dia, mas não o suficiente para o dólar se manter em baixa ante o real. O dólar à vista fechou em alta de 0,48%, cotado a 5,6439 reais. No ano, a divisa acumula elevação de 16,33%. Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,50%, a 5,6595 reais na venda. Antes da abertura dos negócios o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,4% de abril a junho deste ano, na comparação com o primeiro trimestre. O resultado ficou bem acima da expectativa conforme pesquisa da Reuters, de alta de 0,9%. Foi o crescimento mais forte desde o quarto trimestre de 2020, período de recuperação da pandemia de Covid-19, quando o PIB avançou 3,7% na comparação trimestral. Os números fortes do PIB fizeram as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de curto prazo subir, em meio à leitura de que o Banco Central será de fato obrigado a elevar a taxa básica Selic este mês para segurar a inflação. Como uma Selic mais alta em tese favorece o real, o dólar cedeu no Brasil no início do dia. O movimento, no entanto, não se sustentou, com o dólar passando a subir ante o real na esteira do avanço da divisa dos EUA ante outras moedas de emergentes e exportadores de commodities no exterior. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou pela manhã que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial subiu para 47,2 em agosto, de 46,8 em julho. Apesar da alta, a leitura abaixo de 50 seguiu indicando contração no setor industrial, que responde por 10,3% da economia dos EUA. As fortes baixas do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional eram outro fator de pressão sobre as moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil. Durante o dia o petróleo cedia perto de 5%, enquanto o contrato de janeiro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China, encerrou as negociações do dia com perda de 4,74%, a 703,5 iuanes (98,87 dólares) a tonelada, com a maior queda desde 31 de outubro de 2022. “O dólar acompanha o ambiente global de aversão a risco, com o ISM fraco nos EUA, em conjunto com a queda das commodities”, resumiu Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Reuters

 

Ibovespa recua com Vale e Petrobras em dia de aversão a risco nas bolsas globais 

Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) maior que o esperado ajudou a fortalecer papéis ligados à economia doméstica 

 

O Ibovespa encerrou em queda na terça-feira (3), pressionado pela desvalorização das ações da Vale e Petrobras. Além disso, dados da indústria dos Estados Unidos mais fracos que as estimativas criaram uma aversão a risco global, que contaminou a bolsa brasileira. Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) maior que o esperado ajudou a fortalecer papéis ligados à economia doméstica. No fim do dia, o Ibovespa recuou 0,41%, aos 134.353 pontos. O volume financeiro foi de R$ 16,77 bilhões no Ibovespa e R$ 22,26 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 caiu 2,12%, o Dow Jones cedeu 1,51%, e o Nasdaq perdeu 3,26%. Os preços das commodities despencaram no mercado internacional, com destaque para o minério de ferro e petróleo. A commodity metálica fechou em queda de 3% no mercado à vista, em meio à piora das expectativas de demanda de aço na China. Já o contrato futuro do Brent — referência internacional — para novembro teve queda de 4,86% a US$ 73,75, atingindo o menor valor desde meados de dezembro de 2023. Em relatório enviado a clientes, o Goldman Sachs alertou para a fraca demanda da China por commodities e reduziu sua previsão para o cobre. “Dada nossa perspectiva fraca para o setor imobiliário na China, acreditamos que a demanda por aço na China tem um potencial de alta limitado, sugerindo um ambiente desafiador para a alta dos preços do minério de ferro por enquanto”, escrevem os analistas. Assim, as ações de mineradoras e petroleiras foram penalizadas, com destaque para Vale ON, que recuou 3,73%, cotada a R$ 56,55, e Petrobras PN, que perdeu 1,21%, cotada a R$ 38,53. Por outro lado, os papéis sensíveis ao ciclo econômico se valorizaram após o PIB vir muito acima das estimativas de consenso, ante expectativa de alta de 0,9%.

Valor Econômico

 

Exportações/Cepea: agronegócio registra queda na receita no 1º semestre

Os preços pagos em dólar continuam em queda

 

O faturamento em dólar com os embarques do agronegócio registrou recuo no primeiro semestre, conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex). De janeiro a junho, o faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio somou US$ 82 bilhões. No mesmo período, os preços médios caíram 5% frente aos da primeira metade de 2023. Já o volume escoado cresceu 4,5%. Segundo pesquisas do Cepea, o avanço na quantidade exportada esteve atrelado aos crescimentos observados nos envios externos de algodão (o aumento no escoamento foi de expressivos 228% no primeiro semestre deste ano frente a igual intervalo de 2023), de açúcar (+49%), café (+52%), carne bovina in natura (+29%), farelo de soja (+6%), soja em grãos (+2%), o papel (+19%) e a carne suína (+2%). Pesquisadores do Cepea ressaltam que a redução na produção brasileira de soja pode afetar os resultados do setor no acumulado do ano, colocando maior desafio na busca por superar o valor obtido em 2023. Além disso, ainda há redução nos preços da maioria dos produtos exportados pelo Brasil, o que também afeta o resultado do faturamento. A China se mantém como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, adquirindo aproximadamente um terço de tudo que o setor exporta. Os produtos mais demandados pelos chineses são a soja em grão, carne bovina in natura, a celulose e a carne suína. Os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação nas compras dos produtos brasileiros, assim como a Índia, Egito, México e Turquia. Apesar da leve queda no valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre, os embarques continuam em alta, o que mostra a boa demanda externa pelos produtos brasileiros. No entanto, a menor colheita nacional de soja, principal produto de exportação, deve limitar o crescimento dos embarques desse produto e tornar mais desafiador superar o recorde obtido no faturamento em 2023. Soma-se a esse desafio o comportamento dos preços externos (em dólar), que seguem em queda. Por outro lado, os embarques de algodão, açúcar, carne bovina in natura e café podem continuar em alta.  Além disso, o câmbio desvalorizado tem mantido os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, e a normalização da oferta mundial tem contribuído para uma desaceleração na queda dos valores internacionais. 

Cepea/Esalq

 

PIB: Brasil tem 5º maior crescimento entre 52 países

Brasil tem resultado melhor que o da China pela primeira vez em dois anos 

 

O crescimento mais forte que o esperado para o PIB brasileiro no segundo trimestre também colocou o resultado do país em destaque entre a economias globais. A economia brasileira cresceu 1,4% na comparação com os primeiros três meses do ano. Esse foi o quinto maior crescimento entre 52 países que já divulgaram seu desempenho do segundo trimestre. O resultado brasileiro só ficou abaixo dos de Indonésia (3,8%), Malásia (2,9%), Islândia (1,7%) e Polônia (1,5%). Noruega e Arábia Saudita também tiveram crescimento de 1,4% no segundo trimestre. Diferentemente do Brasil, que já vinha de um crescimento acelerado no primeiro trimestre (1%), parte desses países com desempenho melhor agora vinha de um resultado fraco no começo do ano. A economia da Indonésia havia encolhido 0,8%, e a da Islândia, 1%, enquanto a Noruega tinha crescido 0,3% de janeiro a março. O Brasil teve desempenho melhor que o da China, que, após crescer 1,5% no primeiro trimestre, desacelerou para 0,7% de abril a junho. A última vez que a economia brasileira havia crescido mais que o maior PIB emergente (e o segundo maior do mundo, atrás do americano) foi no segundo trimestre de 2022: 1,2% a -2,1%. Na comparação com outros países da América Latina, a economia peruana cresceu 1,2%, e a mexicana, 0,2%. Já o PIB chileno encolheu 0,6% no período. O crescimento da economia brasileira foi melhor que o esperado por grande maioria dos especialistas. Pesquisa do Valor com 80 instituições financeiras e consultorias mostrou que era esperada alta mediana de 0,9% para o PIB no segundo trimestre. O intervalo das projeções era grande, variando de 0,4% a 1,5%.

Valor Econômico

 

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