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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 667 DE 23 DE JULHO DE 2024

Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 4 | nº 667 | 23 de julho de 2024

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL

 

BOVINOS


Boi gordo: negócios seguem devagar

O mercado físico do boi gordo abriu a semana com estabilidade, mas ainda mantendo o viés de alta nos preços, segundo relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No Paraná, o boi vale R$228,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias

 

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, na praça paulista, as escalas de abate estão bem-posicionadas, em média, de 8 a 13 dias. “Algumas indústrias frigorificas estão fora das compras (de boiadas gordas), ainda analisando os resultados das vendas de carne do final de semana”, informou a Scot Consultoria. Com isso, o boi gordo “comum” paulista segue apregoado em R$ 227/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 202/@ e R$ 215/@, respectivamente (preços brutos, no prazo). A arroba do “boi-China” vale R$ 230 na praça de São Paulo, com ágio de R$ 3/@ sobre o animal gordo “comum”, acrescentou a Scot. Na última semana, segundo levantamento da Agrifatto, a região que mais se destacou, relatam os analistas da consultoria, foi o Pará, que encerrou a última semana com a média de R$ 206,55/@ para o boi terminado, uma alta de 2,13% no comparativo semanal. Na visão da Agrifatto, o alongamento das escalas de abate e a expectativa de baixo consumo interno da carne bovina neste período final do mês (devido ao menor poder aquisitivo da população) podem trazer uma maior pressão para o mercado físico do boi gordo. “O nível dessa pressão que determinará qual será o tamanho da oferta que os pecuaristas irão entregar aos frigoríficos”, dizem os analistas da Agrifatto. No entanto, diz a Agrifatto, a movimentação do boi gordo no mercado futuro (B3) não tem acompanhado o mercado físico. Enquanto o preço do indicador Cepea (praça paulista, preço à vista) teve acréscimo de 2,5% no comparativo semanal (fechando a última semana em R$ 232,30/@), o contrato do boi gordo com vencimento em outubro/24 registrou um recuo semanal de 1,3% na última sexta-feira (19/7/24), para R$ 241,25/@ – o menor patamar desde 7/6/24. Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na segunda-feira (22/7): São Paulo – O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$233,00. Média de R$229,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$212,00. Escalas de abates de dez dias; Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias; Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias; Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias; Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias; Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias; Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias; Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;

Scot Consultoria/Portal DBO/S&P Global/Agrifatto 

 

Volume exportado de carne bovina alcança 162,5 mil toneladas até a terceira semana de julho/24

Volume embarcado já é superior ao exportado no mês de julho do ano anterior

 

O volume exportado de carne bovina in natura chegou em 162,5 mil toneladas até a terceira semana de julho/24, conforme apontou a Secretária de Comércio Exterior (Secex) na segunda-feira (22). O volume embarcado é superior ao exportado no mês de julho do ano anterior, em que alcançou 160,7 mil toneladas em 21 dias úteis. A média diária ficou em 10,8 mil toneladas e registrou um incremento de 41,5%, frente ao volume total exportado em julho/23 que ficou em 7,6 mil toneladas. O preço médio ficou com US$ 4.414 mil por tonelada, queda de 6,9% frente aos dados divulgados em julho de 2023, em que os preços médios registraram US$ 4.740 mil por tonelada. O valor negociado para o produto na terceira semana de julho/24 ficou em US$ 717,4 milhões, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de julho do ano anterior foi de US$ 762,2 milhões. A média diária ficou em US$ 47,8 milhões, avanço de 31,8% frente ao observado no mês de julho do ano passado, com US$ 36.298 milhões.

Agência Safras 

 

Boi gordo: ágio do preço futuro sobre o valor do mercado físico cai 10 pontos percentuais

Na sexta-feira (19/7), o Indicador Cepea/B3 valia R$ 232,30/@, enquanto o contrato para out/24 (pico da entressafra) estava cotado em R$ 241,25 – uma diferença de 3,8% ou de R$ 8,95/@

 

Desde o início de junho/24, o ágio do contrato futuro do boi gordo com vencimento para outubro/24 sobre o preço do animal terminado no mercado físico (Indicador Cepea B3) já recuou quase 10 pontos percentuais, informou a Agrifatto. Na última sexta-feira (19/7), o boi gordo era negociado em R$ 232,30/@ no mercado físico, enquanto o contrato para outubro/24 (pico da entressafra) estava cotado em R$ 241,25 – uma diferença (ágio) de 3,8% ou de R$ 8,95/@. Segundo os analistas da Agrifatto, uma das possíveis motivações para essa “descrença” em relação a um movimento mais forte de valorização na arroba do boi gordo nos próximos meses é o modo como as indústrias conseguem, atualmente, aumentar as escalas de abate, bastando lançar preços um pouco mais altos pela arroba. “Na última semana, voltamos a ver as programações dos frigoríficos aumentarem quando o preço ofertado para o pecuarista subiu”, afirma a Agrifatto. No entanto, ao considerar a variação histórica do preço do boi gordo entre julho e outubro em São Paulo, nota-se que há um padrão de valorização do animal. “Nos últimos 20 anos, a variação média entre julho e outubro foi de 4,31%, com destaque para 2006 e 2020, quando essa oscilação de alta ficou ao redor de 20%. Ou seja, a valorização futura proposta atualmente de 3,8% está levemente abaixo da média dos últimos 20 anos”, observou a Agrifatto. Porém, continua a Agrifatto, o que pode estar “martelando na cabeça” dos operadores de boi gordo neste momento são os fatos ocorridos nos últimos três anos. Entre 2021 e 2023, no intervalo de julho a outubro, o preço do boi gordo no mercado físico de São Paulo registrou um recuo médio de 9,70%. “Portanto, se esse padrão se repetir em 2024, teríamos uma referência de preço do boi abaixo dos R$ 210/@ ao final de outubro/24”, relata a Agrifatto, que ressalta: “O histórico recente pode ser o grande motivador para essa “descrença” dos operadores do mercado futuro”.

Portal DBO

 

SUÍNOS

 

Segunda-feira (22) de estabilidade no mercado de suínos

De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 149,00, assim como a carcaça especial, fechando em R$ 12,00/kg, em média.

 

Segundo informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (19), houve alta de 0,42% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 7,12/kg, e de 0,51% em São Paulo, fechando em R$ 7,87/kg. Os valores ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 7,97/kg), Paraná (R$ 7,57/kg) e Santa Catarina (R$ 7,35/kg).

Cepea/Esalq

 

Em 15 dias úteis, Brasil ultrapassa os 85% em faturamento e volume exportados de carne suína em julho

De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne suína in natura, até a segunda semana de julho (15 dias úteis), já ultrapassaram os 85% tanto em faturamento quanto em volume embarcado

 

A receita obtida, US$ 198,6 milhões, representa 85,24% do total arrecadado em todo o mês de julho de 2023, que foi de US$ 233 milhões. No volume embarcado, as 82.279 toneladas representam 87,53% do total registrado em julho do ano passado, quantidade de 93.994 toneladas. O faturamento por média diária foi de US$ 13,2 milhões, quantia 19,3% a maior do que julho de 2023. No comparativo com a semana anterior, houve tímida queda de 0,6% observando os US$ 13,3 milhões, vistos na semana passada. Nas toneladas por média diária, foram 5.485 toneladas, houve aumento de 22,6% no comparativo com o mesmo mês de 2023. Quando comparado ao resultado da semana anterior, baixa de 1,53%, comparado às 5.570 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.414, ele é 2,6% inferior ao praticado em julho passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa ligeira alta de 1,53% em relação aos US$ 2.391 anteriores.

Agência Safras 

 

FRANGOS

 

Frango: segunda-feira de estabilidade nos preços ou leves quedas nas cotações

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo não mudou, custando, em média, R$ 5,30/kg, enquanto a ave no atacado caiu 0,32%, fechando em R$ 6,20/kg, em média

 

Na cotação do animal vivo, o preço ficou estável em Santa Catarina, cotado a R$ 4,37/kg, da mesma forma que no Paraná, custando R$ 4,43/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (19), houve queda de 0,42% para o preço da ave congelada, chegando a R$ 7,10/kg, e de 0,41% para o frango resfriado, fechando em R$ 7,31/kg.

Cepea/Esalq 

 

Exportações de carne de frango na 3ª semana de julho têm leves avanços no faturamento e volume

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) as exportações de carne de aves in natura até a segunda semana de julho (15 dias úteis), evoluiu a passos mais curtos no faturamento por média diária e nas toneladas embarcadas por média diária

 

A receita obtida, US$ 572,1 milhões representa 72,79% do total arrecadado em todo o mês de julho de 2023, que foi de US$ 785,9 milhões. No volume embarcado, as 301.651 toneladas representam 74,64% do total registrado em julho do ano passado, quantidade de 404.124 toneladas. O faturamento por média diária até o momento do mês foi de US$ 38,1 milhões, quantia 1,9% a maior do que a registrada em julho de 2023. No comparativo com a semana anterior, houve recuo de 9,4% quando comparado aos US$ 42,1 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 20.110 toneladas, aumento de 4,5% no comparativo com o mesmo mês de 2023. Quando comparado ao resultado no quesito da semana anterior, observa-se retração de 10,02% em relação às 22.349 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.896, ele é 2,5% inferior ao praticado em julho do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa tímida alta de 0,6% no comparativo ao valor de US$ 1.884 visto na semana passada.

Agência Safras 

 

Embrapa: Documento propõe modernização da inspeção sanitária em abatedouros de frango de corte

A Embrapa Suínos e Aves publicou em sua base de dados um documento de opinião científica sobre a aplicação de procedimentos de inspeção com base em risco na cadeia produtiva de aves do Brasil

 

O documento é uma resposta à demanda do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), apresentada para a Embrapa em 2014. Para atender a esta demanda, foi iniciado o trabalho para “Revisão e modernização dos procedimentos de inspeção ante mortem e post mortem aplicados em abatedouros-frigoríficos de frangos de corte com inspeção federal”. O projeto tem participação da equipe da Embrapa Suínos e Aves e especialistas das Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Federal Catarinense (IFC) e da Universidade Federal da Fronteira Sul (IFFS). Também contribuíram as equipes técnicas do Dipoa, Sipoas (Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal) e SIFs (Serviços de Inspeção Federal), em especial na etapa final de validação em abatedouros frigoríficos registrados no SIF. A publicação é uma das etapas do projeto, que avalia toda a coleta de dados e serve de base para a execução das demais fases da pesquisa. No total, são 27 capítulos que foram escritos por todos os colaboradores do projeto.

Embrapa Suínos e Aves

 

INTERNACIONAL

 

Carne bovina: Argentina eleva em 11% os embarques em junho/24

O faturamento com as exportações da proteína, porém, recuam 4,5% no mês passado, para US$ 211 milhões, informou Consórcio ABC

 

As exportações de carne bovina congelada e refrigerada da Argentina atingiram 57,1 mil toneladas em junho/24, o que significou um avanço de 11% sobre o volume obtido em igual mês de 2023, informou o portal de notícias argentino Agrofy News, com base em dados do Consórcio ABC (representado por exportadores locais). No entanto, em receita, os embarques do mês passado sofreram recuo de 4,5%, para US$ 211 milhões, na comparação com o montante computado em junho/23. No acumulado do primeiro semestre, as vendas externas de proteína bovina da Argentina alcançaram 371,8 mil toneladas, com receita total de US$ 1,412 bilhão. Na comparação com os primeiros seis meses de 2023, os volumes exportados foram 13,1% maiores, enquanto a receita cresceu apenas 0,6%, esclareceu o presidente do consórcio ABC, Mario Ravettino. Segundo o executivo, há uma maior demanda pela carne bovina argentina, mas paga-se menos por tonelada – os exportadores do Brasil passam por situação semelhante neste momento. A China, principal comprador da carne bovina exportada pela Argentina (e maior cliente internacional da proteína brasileira), é a principal responsável pelos enfraquecimentos nos preços da commodity embarcada. Em junho/24, a China representou 76,3% dos volumes totais de carne bovina negociados pelos exportadores da Argentina. O preço médio das vendas de carne desossada argentina ao mercado chinês girou em US$ 3.280 por tonelada, marcando uma clara trajetória descendente frente ao valor máximo de US$ 5.900/tonelada obtido em maio de 2022, compara o Consórcio ABC.

Agrofy News 

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Newcastle: China deve dar resposta sobre embargo em até 15 dias

Para o governo brasileiro, negociações estão avançando para voltar a liberar as exportações de produtos da avicultura para o país asiático e outros mercados. Depois da detecção do foco de doença de Newcastle, governo suspendeu exportações de produtos da avicultura para 44 mercados

 

A China deve levar de 10 a 15 dias para dar uma resposta sobre a retomada das compras de carne de frango do Brasil, suspensas por causa de um foco de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul. A previsão é do Ministério da Agricultura, ao avaliar que há avanço nas negociações para liberar novamente os embarques de produtos da avicultura. "Nós já tivemos duas reuniões online com autoridades chinesas e ficou combinado que tão logo apresentássemos o que foi feito, eles disseram que teriam uma resposta em no máximo dez dias, talvez 15 dias para liberação total ao mercado brasileiro [de aves]. E isso foi apresentado hoje (segunda-feira, em uma reunião no horário da China”, detalhou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa. A suspensão de forma cautelar e temporária foi anunciada pelo governo brasileiro na última sexta-feira (19/7), para a China e outros 43 mercados, o que resultou em queda nas ações de frigoríficos brasileiros no mercado financeiro. Segundo Perosa, as medidas de controle estão sendo tomadas com critérios rigorosos. Em relação a União Europeia, ele confirmou que, até o momento, a restrição de embarques vale apenas para o produto do Rio Grande do Sul. E acrescentou que, nos próximos dias, o embargo deve se limitar apenas a um raio de 10 quilômetros do município gaúcho de Anta Gorda, que segue em Estado de emergência devido ao único caso identificado, em um frango de corte com 34 dias de alojamento. Também participando do encontro, o ministro Carlos Fávaro reafirmou que a situação está sob controle e que todas as medidas estão sendo comunicadas com transparência para garantir a rapidez das ações e evidenciar que a cautela do governo foi crucial para a reputação do mercado brasileiro. “Não é uma pandemia, não vai chegar a Santa Catarina”, disse. “O Brasil tem a régua muito alta no que se diz sanidade animal e vegetal. A tomada de providências para cumprir os protocolos e a transparência total garante aos nossos compradores segurança. E esse processo que estamos fazendo nos permite rediscutir os protocolos [de sanidade] para ser mais ágil nas liberações”, explicou o ministro. Fávaro citou o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca, registrado em fevereiro do ano passado, como bom exemplo de contenção dos embargos, em especial com a China. “Levamos pouco mais de 20 dias para desembargar as restrições”, acrescentou. Para ele, as tratativas relacionadas à doença de Newcastle abrem uma possibilidade de repactuar protocolos de embarques com importadores de produtos brasileiros, já que as regras podem mudar, a depender do país, região ou bloco econômico. O ministro mencionou que, enquanto os trabalhos de monitoramento - coleta de amostras, testes e diagnósticos – serão feitos no Brasil nos próximos 21 dias, a Pasta está tratando com adidos e embaixadas com os cinco principais países compradores de carne de frango. “Fechamos todo o Rio Grande do Sul por precaução, e o protocolo nem era tão restritivo assim. Em 21 dias, a gente vai abrindo [os mercados] e mostrando que está tudo certo”, argumentou Fávaro.

Globo Rural

 

Paraná exporta mais de 2 mil tipos de produtos para 215 destinos

O número de produtos que passaram a integrar a relação de mercadorias exportadas pelo Paraná cresceu 9% entre 2018 e 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes)

 

Entre os novos itens estão resíduos de platina, prensas para fabricação de painéis de partículas de madeira e farinhas de peixes, crustáceos ou moluscos. No ano passado, as exportações do estado envolveram 2.081 produtos diferentes, de acordo com a Classificação Uniforme para o Comércio Internacional (CUCI), 168 a mais que as 1.913 mercadorias registradas no exercício de 2018. Somente os itens citados acima acrescentaram US$ 9 milhões às receitas geradas pelas vendas externas paranaenses, demonstrando os efeitos positivos da diversificação das vendas ao exterior. “A partir da observação dos variados produtos comercializados, é possível afirmar que os empreendimentos locais de pequeno e médio porte têm participação importante na conquista de novos mercados internacionais, elevando os impactos positivos das exportações sobre a economia do estado”, afirma Callado. As exportações paranaenses somaram US$ 25,3 bilhões em 2023, recorde anual do estado, com aumento de 13,7% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre deste ano, já chegam a uma receita de US$ 11,5 bilhões. Os principais produtos exportados são a soja em grão, que responde atualmente por 26,3% das receitas, seguida da carne de frango in natura e do farelo de soja. Além da diversidade em termos de mercadorias, as exportações do estado vêm alcançando um número maior de destinos. Laos, Síria, Ruanda e Montenegro são exemplos de mercados que receberam produtos paranaenses em 2023, mas que não integravam a lista dos destinos em 2018. No total, os bens produzidos no Paraná desembarcaram em 215 mercados internacionais no ano passado, acima dos 210 destinos registrados em 2018. Com essa evolução, o Paraná subiu da 4ª para a 3ª posição no ranking dos estados que exportam a um maior número de territórios. Em 2023, a diferença do Paraná com São Paulo, que historicamente lidera o ranking, foi de apenas 18 mercados. Os produtos que o Paraná exporta chegam a territórios que não estão incluídos nem na lista de países da Organização das Nações Unidas (ONU) ou mesmo nas seleções listadas na Federação Internacional de Futebol (Fifa). A lista inclui 22 localidades a mais do que os estados-membros da ONU e cinco a mais que a Fifa. Essa diferença com a ONU, por exemplo, diz respeito à política internacional, já que alguns dos territórios que recebem produtos paranaenses pertencem a outros estados soberanos, como algumas ilhas do Caribe ou do Pacífico que são colônias de países europeus.

Gazeta do Povo

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes

O dólar interrompeu uma sequência de três sessões consecutivas de alta e fechou a segunda-feira em queda, novamente abaixo dos 5,60 reais, com as cotações reagindo ao ambiente externo mais favorável às divisas de emergentes e à confirmação pelo governo de congelamento de 15 bilhões de reais em despesas do Orçamento de 2024

 

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,5687 reais na venda, em baixa de 0,64%. Em julho, a divisa norte-americana acumula queda de 0,39%. Às 17h26, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,74%, a 5,5770 reais na venda. Na segunda-feira o cenário foi mais favorável para o real, na visão de alguns profissionais. “O dia 17 (quarta-feira passada) foi chave para as moedas. O iene disparou, e aquilo reverberou por todos os mercados. Parece que isso passou”, disse o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. “A semana começou com algum respiro para o real”, acrescentou. Internamente também havia uma percepção mais favorável -- ainda que tardia -- em relação ao congelamento de 15 bilhões anunciado pelo governo na quinta-feira passada. Durante a tarde, os ministérios do Planejamento e da Fazenda confirmaram, por meio do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, a necessidade de uma contenção de 15 bilhões de reais em verbas de ministérios para levar a projeção de déficit primário do governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero. Pouco depois do meio-dia, antes mesmo do relatório, Lula reforçou o discurso do governo de defesa do equilíbrio fiscal. Em entrevista a jornalistas de agências internacionais, ele afirmou que o governo fará o congelamento de despesas orçamentárias sempre que necessário e disse que traz a questão da responsabilidade fiscal nas "entranhas". "Sempre que precisar bloquear nós vamos bloquear", disse. Também esteve no radar dos investidores, com efeitos menores sobre o câmbio e a curva de juros no Brasil, a desistência do presidente Joe Biden da corrida eleitoral dos EUA.

Reuters 

 

Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street

O Ibovespa fechou com um ganho modesto na segunda-feira, minado pela queda da Petrobras e pelo tombo da Embraer, que atenuaram o efeito da reação positiva de Wall Street à decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir de concorrer a um novo mandato

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,19%, a 127.859,63 pontos, encontrando respaldo ainda no alívio da curva futura de juros e queda do dólar ante o real. Tal performance ocorreu após o Ibovespa perder 0,99% na semana passada, quando as ações brasileiras foram pressionadas pelo viés das bolsas norte-americanas e preocupações com o quadro fiscal local. Em julho, o Ibovespa ainda sobe mais de 3%. O volume financeiro nesta segunda-feira somou 17 bilhões de reais. Para o analista Alex Carvalho, da CM Capital, a sessão refletiu uma recuperação do desempenho no final da semana passada, quando houve uma correção da tendência mais positiva que vem marcando o mês e aproximou o Ibovespa dos 130 mil pontos. Na última quinta-feira, o índice chegou a 129.657,77 pontos. Ele explicou que esse patamar abre espaço para movimentos de realização de lucros, uma vez que, do ponto de vista da análise gráfica, se o Ibovespa confirmar o nível de 130 mil já começa a mirar a sua máxima história, na casa dos 134 mil pontos. O recorde intradia do Ibovespa foi registrado no dia 28 de dezembro, quando marcou 134.391,67 pontos. A máxima de fechamento foi apurada no dia anterior, de 134.193,72 pontos. Wall Street reagiu positivamente na segunda ao anúncio de Biden, na véspera, de que desistiu de concorrer à reeleição, com o S&P 500 fechando em alta de mais de 1%, embora não exista ainda um consenso sobre os desdobramentos seguintes a tal decisão. Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, as chances maiores ainda estão com o republicano Donald Trump, mas os eventos do final de semana têm potencial para mudar esse quadro. Ele avalia que Kamala Harris -- atual vice-presidente e apoiada por Biden para substituí-lo na eleição -- "certamente" dará mais trabalho a Trump do que o Biden daria na sua atual situação. "Assim, o resultado da eleição presidencial americana ainda está em aberto", acrescentou em relatório enviado a clientes. No Brasil, a temporada de balanços corporativos também começa a ocupar as atenções, com o resultado do segundo trimestre do Carrefour Brasil após o fechamento dos mercados na segunda-feira, enquanto a agenda da semana também inclui os números de Santander Brasil, Multiplan e Vale, entre outros. Estrategistas do Santander no Brasil estimam um aumento de cerca de 17% no lucro líquido das empresas brasileiras na temporada de resultados do segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, considerando as cerca de 150 companhias sob cobertura dos analistas do banco.

Reuters 

 

Mercado volta a projetar inflação acima de 4% neste ano no Focus, com dólar e PIB também mais altos

Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a subir a expectativa para a alta do IPCA ao fim deste ano, superando novamente 4%, assim como também melhoraram suas projeções para a economia de 2024 e elevaram a perspectiva para o dólar neste ano e no próximo, de acordo a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira

 

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA no término deste ano subiu para 4,05%, de 4,00% na semana anterior, no que havia sido a primeira queda na projeção após nove semanas consecutivas de alta. A revisão ocorre na esteira do aumento na perspectiva para a alta dos preços administrados neste ano, agora em 4,59%, de 4,11% antes. A expectativa para o avanço do IPCA em 2025 foi mantida em 3,90%. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa de câmbio agora é vista em 5,30 reais ao fim de 2024, ante 5,22 reais na semana anterior. No próximo ano, a projeção para o valor do dólar passou a 5,23 reais, de 5,20 reais anteriormente. Na semana passada, os investidores voltaram a acirrar suas preocupações com o ajuste das contas públicas brasileiras, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou o cumprimento do arcabouço fiscal caso haja "coisas mais importantes para fazer", levando a divisa norte-americana a superar novamente 5,60 reais. Os analistas consultados no Focus também subiram pela terceira semana a projeção para o crescimento do PIB neste ano, agora em 2,15%, de 2,11% no levantamento anterior. No entanto, a expectativa para a alta do PIB em 2025 caiu a 1,93%, ante 1,97% há uma semana. Pela quinta semana consecutiva, os economistas também mantiveram a expectativa para o patamar da taxa básica de juros Selic neste ano e no próximo, a 10,50% e 9,50%, respectivamente.

Reuters 

 

Exportações/Cepea: Volume exportado cresce 9% no 1º quadrimestre, e faturamento avança quase 3%

O agronegócio brasileiro se mantém firme no atendimento das demandas doméstica e externa por fibras, alimentos e energia

 

Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex), mostram que, de janeiro a abril deste ano, o faturamento obtido com as vendas externas de produtos agropecuários somou US$ 52 bilhões, alta de 2,7% em relação ao do mesmo período de 2023. Pesquisadores do Cepea destacam que o avanço no faturamento esteve atrelado ao aumento no volume escoado pelo Brasil no primeiro quadrimestre, de 9%, tendo em vista que os preços em dólar recuaram 6% no período. Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas externas do setor cresceram puxadas pelo algodão (cujo volume exportado cresceu significativos 230% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2024 e de 2023), pelo açúcar (+80%), o café (+50%), a carne bovina in natura (+41%), farelo de soja (+21%), soja em grãos (+10%), papel (+24%) e carne suína (+3%). Quanto aos destinos, a China se manteve como maior parceira comercial do agronegócio brasileiro, mas houve queda na participação do país asiático no valor total dos embarques. Por outro lado, os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação. Outros países que têm incrementado a relação comercial com o agronegócio brasileiro são a Índia, Egito, México e Turquia. Pesquisadores do Cepea acreditam que a demanda por alimentos, fibra e energia deve seguir firme em 2024. Mesmo diante de perspectivas de taxas menores de crescimento para as principais economias mundiais, os avanços da população mundial e da renda dos países importadores devem dar suporte à demanda. Pelo lado da oferta, a atenção nos próximos meses deve se voltar à evolução da colheita no Hemisfério Norte, enquanto os países do Hemisfério Sul, como Brasil e Argentina, devem finalizar a colheita de grãos e se preparar para o novo ciclo produtivo de 2024/25. E, assim, alterações na oferta mundial em relação ao esperado pelo mercado podem implicar em variações nos preços internacionais dos produtos agropecuários.  

Cepea 

 

Arrecadação de tributos teve alta real em junho, diz Receita

"As receitas atingiram as metas previstas em junho. A arrecadação foi boa em junho", resumiu o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas

 

A arrecadação federal em junho teve um aumento nominal de 15,72% e real (descontada a inflação) de 11,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. No acumulado do ano, a alta nominal foi de 13,6% e a real, de 9,08%. Os números detalhados serão divulgados na quarta-feira (24). "As receitas atingiram as metas previstas em junho. A arrecadação foi boa em junho", resumiu Barreirinhas. Porém, ele ponderou que o resultado acumulado do semestre, apesar de positivo, é inferior ao necessário para cobrir algumas despesas previstas, como a desoneração da folha dos municípios, estimada em cerca de R$ 5,2 bilhões. Ainda segundo o secretário, a arrecadação com Pis/Cofins está elevada neste ano, mas menor do que ano passado, devido a créditos tributários usados pelas empresas para abater esses tributos. Barreirinhas ainda afirmou que houve uma frustração de R$ 17,9 bilhões com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Assim, a nova projeção para arrecadar de julho até dezembro é de R$ 37,7 bilhões. Segundo ele afirmou, isso ocorreu devido ao prazo que os contribuintes têm para pagamento após uma condenação no órgão recursal da Receita Federal. O Fisco entendeu, disse o secretário, que era preciso eliminar burocracias e reduzir o prazo, que agora passou para cerca de 30 dias após a publicação do acórdão (60 dias). Assim, segundo ele, não houve ingresso de receitas até junho. Dessa forma, a Fazenda aguarda que a receita com o Carf ingresse somente a partir de julho. Ele ressalvou, no entanto, que essa previsão de R$ 37,7 bilhões ainda pode ser revista no próximo relatório de avaliação, a ser apresentado em setembro. Essa frustração de R$ 17,9 bilhões de receita com o Carf, disse Barreirinhas, foi compensada com outras receitas, já que está havendo ganhos reais em diversas rubricas. Com fundos fechados, explicou Barreirinhas, houve o ingresso de R$ 12,7 bilhões, enquanto, com fundos offshores, R$ 7,4 bilhões. Além disso, ele ainda afirmou que, somente com a autor regularização das subvenções econômicas, houve ingresso de R$ 5 bilhões até este mês.

Valor Econômico

  

Ministério confirma congelamento de R$ 15 bi do Orçamento e eleva previsão de déficit do governo central

Projeção de déficit primário nas contas do Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central subiu mesmo considerando os efeitos do contingenciamento

 

O Ministério do Orçamento e Planejamento confirmou o bloqueio de R$ 11,2 bilhões em verbas do Orçamento, conforme já havia sido antecipado na última semana pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A pasta também confirmou o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões que havia sido anunciado pelo ministro. Enquanto o contingenciamento serve para controlar o cumprimento da meta fiscal, o bloqueio é utilizado quando as despesas crescem acima do limite de gastos permitido para o ano, de acordo com a regra do novo arcabouço fiscal, que limita a alta a até 2,5% ao ano, já descontada a inflação. O efeito prático de ambas as medidas é o mesmo, pois as verbas dos ministérios ficam congeladas. O detalhamento de quais pastas vão serão afetadas pela contenção sairá até o dia 31 deste mês, mas há uma tendência de o corte ser linear para não prejudicar mais algumas áreas em detrimento das outras. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o congelamento total de gastos anunciado pelo governo, de R$ 15 bilhões, "reforça compromisso do governo com as regras fiscais". "Os limites de despesas serão respeitados e, conforme disse o presidente [Lula], bloqueios serão feitos", afirmou Ceron. "Ainda que tenhamos pressões sobre as obrigatórias, os limites de despesa serão respeitados." A meta de resultado primário neste ano é zero, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo. O intervalo de 0,25 ponto corresponde a cerca R$ 28,8 bilhões. O bloqueio de R$ 11,2 bilhões deste ano em decorrência do aumento de despesas obrigatórias foi causado, principalmente, pelo crescimento da projeção com Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e benefícios previdenciários, como aposentadorias, pensões e auxílio-doença. Houve uma alta de R$ 6,4 bilhões na despesa financeira prevista com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que passou a ser orçada em R$ 111,5 bilhões para este ano. Já com benefícios previdenciários, a alta prevista foi de R$ 5,3 bilhões, para R$ 923,1 bilhões, no orçamento financeiro. De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, os aumentos são decorrentes de benefícios concedidos durante a vigência do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social. As informações constam do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do Terceiro Bimestre, divulgado pelo Ministério do Planejamento. Nele, o governo federal revisou a sua projeção para o déficit primário do governo central em 2024 e ela praticamente dobrou: passou de R$ 14,5 bilhões no relatório anterior para R$ 28,8 bilhões. Essa revisão já considera o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões. Caso não houvesse essa retenção, o déficit seria de R$ 32,6 bilhões. Os números levam em conta Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC). A estimativa de receitas primárias em 2024 caiu R$ 6,4 bilhões, para R$ 2,698 trilhões, na comparação com a projeção anterior. Por sua vez, a estimativa para as receitas líquidas caiu R$ 13,2 bilhões, para R$ 2,168 trilhão. Já a previsão para as despesas primárias subiu R$ 20,7 bilhões, para R$ 2,229 trilhões. A estimativa para as despesas obrigatórias subiu R$ 29 bilhões, para R$ 2,029 trilhões. Por sua vez, a projeção para as despesas discricionárias (aquelas que podem ser cortadas livremente, como investimentos) caiu R$ 8,3 bilhões, para R$ 200,4 bilhões. Ceron disse que a projeção das despesas em relação ao PIB está estável quando comparada com a década - dados de hoje mostram que o gasto primário está em 19,4% em relação ao PIB em 2024, enquanto a média da década é de 19,2%. Ceron afirmou ainda que, considerando o empoçamento médio de recursos não gastos pelos ministérios, o déficit esperado para as contas do governo no ano ficaria um pouco abaixo R$ 10 bilhões. "O natural, e não há como se evitar, é um empoçamento de limite financeiro que gera uma redução de algo em torno de R$ 20 bi por ano. Essa fotografia indicaria que, na prática, a gente estaria com algo um pouco abaixo de R$ 10 bilhões em resultado primário", disse. "Estamos confiantes de manter resultado dentro da banda de primário", completou.

Valor Econômico

 

Renda do agro recua com safra menor e exportação mais fraca

Indicador deve ter queda de 13,8% e atingir R$ 953 bilhões em 2024, o menor valor desde 2019; analistas veem ajuste normal no setor

 

A renda agropecuária deverá somar R$ 953 bilhões em 2024, 13,8% a menos que no ano passado, já descontada a inflação, refletindo uma safra menor e exportações mais fracas, com algum efeito da tragédia no Rio Grande do Sul. Será o menor número desde 2019 nas projeções da consultoria MB Agro, um sinal de ajuste depois de um período excepcional para o segmento - e num ano em que as condições climáticas são menos favoráveis. O desempenho mais fraco do setor é um dos motivos para um crescimento menor da economia brasileira neste ano. No PIB, a agropecuária deverá recuar em 2024, depois de crescer 15,1% em 2023. O consenso de mercado aponta queda de 1,6% do segmento nas contas nacionais, um dos fatores que levarão o PIB a ter expansão mais próxima de 2% neste ano - no ano passado, foi de 2,9%. Esses números, porém, não mostram crise na agropecuária, segundo analistas. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, 2024 “é um ano de ajuste” depois de três anos muito favoráveis. Entre 2021 e 2023, a renda agropecuária ficou acima de R$ 1,1 trilhão, em valores atualizados a preços de 2024. O indicador leva em conta os preços e as quantidades produzidas. Segundo Vale, as três variáveis fundamentais para o setor - preço, volume e câmbio - arrefeceram neste ano ou em parte dele, contribuindo para um resultado mais fraco. Com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, os preços de commodities se acomodaram, e a safra no Brasil sofre os efeitos do El Niño, o que colabora para uma queda de volumes, ainda mais depois do desempenho excepcional de 2023, diz ele. Além disso, apenas recentemente o câmbio voltou a ficar pressionado, acrescenta Vale. O dólar ganhou mais força no segundo trimestre e subiu mais a partir de junho, mas passou o primeiro trimestre praticamente inteiro abaixo de R$ 5. Não era um nível ruim para os exportadores, mas uma moeda americana mais baixa é menos favorável para quem vende ao exterior. Em 2024, a renda agrícola deve ficar em R$ 642 bilhões, queda de 12,9%, já descontada a inflação, em relação ao ano passado, estima a MB Agro. Já a renda pecuária deve ter um recuo mais forte, de 15,4%, para R$ 306 bilhões. Pelos números mais recentes do IBGE, a safra de grãos deste ano deverá ficar em 295,9 milhões de toneladas, 6,2% inferior à do ano passado. Vale ressalta o impacto da soja, produto que deverá ter uma queda forte nas exportações em 2024. Nas estimativas da MB Agro, as vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo) deve atingir US$ 51,8 8 bilhões neste ano, um recuo de 23% em relação a 2023, com baixa de 6% dos volumes e 18% dos preços. “É o produto que acabou por apresentar mais perda na exportação neste ano”, diz Vale, avaliando que “houve um pouco mais de dificuldade na safra de soja, mas nada muito dramático; não é uma quebra significativa, mas, pela importância da cultura, tem efeito relevante”. As exportações totais do agronegócio, incluindo aí produtos com transformação industrial, também vão cair neste ano. Nas previsões da MB Agro, elas deverão ficar em US$ 146,5 bilhões em 2024, 12% a menos do que no ano passado, com recuo de 10% dos volumes e 2% das cotações. A queda das exportações do milho também será forte, de acordo com a consultoria. O recuo de deve ser de 42%, para US$ 7,861 bilhões, com tombo de 37% das quantidades e 8% dos preços. O resultado de 2024, porém, não é uma tendência para a agropecuária, diz Vale. “Isso deve ser visto como um fator temporário”, afirma ele. “A expectativa para 2025 é de uma safra melhor, com câmbio mais alto e preços um pouco melhores no geral, com a perspectiva de queda de juros nos EUA.” O ano de 2023 foi atípico; a nossa produção foi muito forte” — Fernando Honorato O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, também vê a queda da agropecuária em 2024 como um fenômeno normal. “O ano de 2023 foi atípico; a nossa produção foi muito forte”, afirma Honorato. Para 2024, o desempenho mais fraco da agropecuária neste ano vai, claro, afetar o desempenho do PIB. “O agro foi essencial para os quase 3% de expansão ano passado, mas neste ano ele tende a tirar crescimento”, diz Vale, projetando que o ritmo de expansão do PIB ficará ligeiramente inferior, entre 2% e 2,5%. A estimativa de junho da MB para a agropecuária no PIB era de recuo de 0,5%, mas Vale diz que a queda pode ser um pouco mais intensa. O Bradesco, por sua vez, vê uma baixa bem mais forte da agropecuária no PIB em 2024. Há duas semanas, o banco revisou a projeção para o setor nas contas nacionais neste ano de um recuo de 3,5% para uma queda de 5,2%. Essa revisão incorpora os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul sobre o setor, mas também a expectativa de um resultado mais fraco de todo o segmento agropecuário. Honorato reitera que não vê uma crise no segmento, mas problemas localizados. “Sempre haverá alguns produtores ‘descobertos’, que podem ter se alavancado e agora sofrem as consequências financeiras da queda da produção”, afirma ele.

Valor Econômico

 

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