Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 60| 03 de fevereiro de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Mercado do boi gordo segue travado
No interior de SP, animal macho está cotado em R$ 337/@, informa a Scot Consultoria
Segundo dados apurados na quarta-feira, 2 de fevereiro, no mercado do interior de São Paulo, a referência para arroba do boi gordo acumula 16 dias seguidos de estabilidade. O animal macho terminado está sendo negociado em R$ 337/@ nas praças paulistas, enquanto a vaca e a novilha gordas estão valendo em R$ 303/@ e R$ 325/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. Ainda em São Paulo, as escalas de abate dos frigoríficos atendem, em média, cinco dias, acrescenta a consultoria. Do lado dos compradores, diz a IHS, as vendas de carne bovina no mercado doméstico seguem fracas, efeito de um consumo interno prejudicado por fatores macroeconômicos (inflação, desemprego, entre outros). As indústrias frigoríficas adotam estratégias operacionais que visam conter a formação de estoques excedentes, buscando um maior equilíbrio entre oferta e demanda, sem que seja necessário reduzir os preços da mercadoria ao consumidor final. O papel das exportações vem sendo crucial, sobretudo nas plantas frigorificas que possuem maior participação no mercado externo, acrescenta a consultoria. No lado de dentro das porteiras, além da baixa oferta de animais prontos para abater, muitos pecuaristas seguram lotes no campo em função das boas condições de pasto em algumas regiões do Brasil. Neste momento, o objetivo dos pecuaristas é barganhar preços ainda mais alto pela arroba do boi, já que os custos de produção e reposição também seguem nas alturas. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 340/@ (prazo) vaca a R$ 305/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 315/@ (prazo) vaca a R$ 300/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 318/@ (à vista) vaca a R$ 305/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca R$ 307/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 315/@ (à vista); PA- Paragominas: boi a R$ 294/@ (prazo) vaca a R$ 284/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 293/@ (prazo) vaca a R$ 281/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 292/@ (à vista) vaca a R$ 282/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 283/@ (à vista) vaca a R$ 266/@ (à vista).
PORTAL DBO
Com queda no consumo, preços da carne bovina recuam no atacado
Diante da queda no poder aquisitivo da população, a preferência do consumidor é por proteínas mais acessíveis
O mercado físico de boi gordo registrou preços firmes na quarta-feira. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o momento é complicado para os frigoríficos. “Os preços da carne bovina não encontram sustentação, mesmo durante a primeira quinzena do mês, período de maior apelo ao consumo. Os frigoríficos que operam apenas no mercado doméstico vêm enfrentando maiores dificuldades operacionais. Por sua vez, os frigoríficos que atuam na exportação, principalmente aqueles que exportam para a China, desfrutam de uma situação muito mais confortável na formação de suas receitas, justificando o patamar de preços recorde para os animais que cumprem os requisitos de exportação para esse mercado”, disse Iglesias. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 341, ante R$ 339 na terça-feira. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 312, ante R$ 313. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 314, contra R$ 313. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 325 por arroba, estáveis. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 320 para a arroba do boi gordo, inalterada. Os preços da carne bovina caíram no atacado. Mesmo durante a primeira quinzena do mês o ambiente é muito difícil, considerando a descapitalização do consumidor médio. Os últimos meses já foram de perda do poder de consumo da população. O início do ano é um período difícil, considerando uma série de despesas tradicionais. “Nesse ambiente a população opta por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango”, assinalou Iglesias. O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,30 por quilo, queda de R$ 0,20. Quarto dianteiro foi cotado a R$ 15,40, queda de R$ 0,10. A ponta de agulha foi precificada a R$ 13,90, queda de R$ 0,10.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Suínos: a quarta-feira apontou para pequenos ganhos para o animal vivo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 88,00/R$ 100,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 7,20 o quilo/R$ 7,50 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (2), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, valendo R$ 5,18/kg. Houve leve alta de 0,48% no Paraná, chegando a R$ 4,19/kg, e de 0,46% no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, custando, respectivamente, R$ 4,40/kg e R$ 4,34/kg. Apenas em São Paulo foi registrado queda de 0,39%, fechando em R$ 5,07/kg.
Cepea/Esalq
Mato Grosso: Com prejuízos de R$ 270 por animal vendido, Acrismat se reúne com governo para discutir crise na suinocultura
Com objetivo de amenizar a crise enfrentada pelos suinocultores nos últimos meses, o Presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa, e o Diretor-Executivo da entidade, Custódio Rodrigues, participaram na tarde da segunda-feira (31.01), de reunião com o Governador Mauro Mendes
Na pauta, a associação solicitou ao governo a adoção de medidas emergenciais para diminuir os prejuízos enfrentados pelos produtores no Estado. O encontro sucedeu uma reunião realizada horas antes com o Secretário Desenvolvimento Econômico do Estado de Mato Grosso (Sedec-MT), Cesar Alberto Miranda, em que a associação pediu a inclusão de novas finalidades da atividade no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder) e a redução do ICMS para frigoríficos na comercialização da carne suína. O pleito da associação é uma tentativa de amenizar as perdas sofridas pelos suinocultores de Mato Grosso nos últimos meses, devido ao alto custo de produção, causados pelo elevado preço do milho e do farelo de soja, além do baixo preço pago pelo quilo do animal. Entre as finalidades da atividade para as quais a Acrismat solicita a inclusão no Proder estão engorda, reprodução, cria e recria. Também pede o aumento no percentual de crédito outorgado do ICMS nas operações interestaduais com suínos. Segundo a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), o custo de produção no Estado está, em média R$ 6,25 por/quilo, enquanto o preço pago ao suinocultor está em torno de R$ 4,15/kg. Com um prejuízo de aproximadamente R$ 2,40 por quilo, na venda de um animal de 130 kg o saldo fica negativo em até R$ 270, por animal. “Essa redefinição no Proder e sua ampliação, mesmo que momentânea, aumentaria a porcentagem do benefício e expandiria para alcançar mais produtores, não só os do setor do abate, mas toda a cadeia da suinocultura no Estado. Além de baixar o ICMS da proteína animal, tanto para consumo interno ou externo, o que pode também refletir no consumidor final”, explicou Itamar Canossa. Segundo dados da Acrismat, 86% dos produtores no Estado pertencem ao regime independente. Neste modelo, os produtores são responsáveis diretos pelos gastos com suplementação, mão de obra, energia e outras despesas.
Acrismat
FRANGOS
Frango: quarta-feira com leves altas
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, assim como a ave no atacado, valendo R$ 5,50/kg
Na cotação do animal vivo, o Paraná ficou estável em R$ 5,08/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,41/kg, enquanto São Paulo ficou sem referência de preço nesta quarta-feira (2). Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (1), tanto o frango congelado quanto o resfriado subiram 0,17%, valendo, respectivamente, R$ 5,89/kg e R$ 5,85/kg.
Cepea/Esalq
EMPRESAS
BRF confirma preço de ação em follon-on e aumento de capital
Operação levantou R$ 5,4 bilhões
A BRF confirmou, em fato relevante, ter fixado o preço de R$ 20 por ação em seu follow-on, conforme antecipou o Pipeline, site de negócios do Valor. A empresa confirmou o aumento de capital no valor de R$ 5,4 milhões, sendo R$ 500 milhões destinados ao capital social e R$ 4,9 milhões à formação de reserva de capital da companhia mediante a emissão de 270 milhões de novas ações. Com a oferta, o capital social da companhia passou a ser de R$ 13,05 bilhões, dividido em 1.082.473.246 ações. As ações da oferta passarão a ser negociadas na B3 a partir de hoje.
VALOR ECONÔMICO
Copagril: Cooperativa realiza assembleia e apresenta crescimento de 24% em 2021
Mesmo em um período marcado pela pandemia, perdas ocorridas na produção agrícola e diversos desafios, os negócios da Copagril resultaram em um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. O resultado foi apresentado durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada na modalidade presencial e transmitida pelas redes sociais da cooperativa na última sexta-feira (28/01).
O Diretor-Presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla, conduziu os trabalhos e durante a apresentação destacou que o ano trouxe desafios, mas que foram encarados por todos com muita responsabilidade. “Houve o entendimento e a confiança das pessoas envolvidas e assim foi possível continuar produzindo, industrializando e comercializando. Evidentemente, o reflexo desta determinação está nos resultados de toda cooperativa”, reforçou Chapla. Embora as perdas da produção agrícola tenham sido bem significativas, a Copagril teve um crescimento em seu faturamento o ano passado, desconsiderando o faturamento da avicultura em função da intercooperação realizada com a coirmã Lar. Portanto, ao considerar todos os aspectos e acontecimentos ocorridos neste ano, foram obtidos bons resultados finais que proporcionarão uma boa distribuição de sobras para os cooperados. Além das atividades mantidas, da Indústria de esmagamento de soja, a qual está em pleno funcionamento, foram realizados vários investimentos e melhorias em diversas unidades de negócios e de recebimento de cereais. O relatório de 2021 foi aprovado na AGO, onde também foram apresentadas e validadas as projeções e objetivos para 2022. “Em 2022 temos investimentos planejados com o objetivo de potencializar nossas atividades. E de mesmo modo, com várias oportunidades para os associados da Copagril ampliarem e diversificarem seus negócios, pois temos a necessidade de aumentar a capacidade produtiva e todos serão fundamentais neste processo”, completa do Diretor-Presidente Ricardo Chapla.
Imprensa Copagril
MEIO AMBIENTE
Desmatamento na Amazônia brasileira bate recorde em janeiro
Essa é a maior área desmatada em qualquer mês de janeiro desde 2015
O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um novo recorde para janeiro já nas três primeiras semanas do ano, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados na quarta-feira, 2. Cerca de 360 km² de floresta foram destruídos entre 1º e 21 de janeiro, a maior área desmatada em qualquer janeiro completo desde 2015, quando o Inpe lançou o programa de monitoramento periódico Deter. O desmatamento da Amazônia em janeiro do ano passado foi de 83 km², quatro vezes menor do que o registrado nas três primeiras semanas de 2022. Especialistas ambientais disseram que os dados podem indicar um risco elevado de que 2022 se torne outro ano devastador para a Amazônia do Brasil, onde o desmatamento aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019. "Um número tão alto em janeiro, que é o pico da estação chuvosa, certamente chama atenção e nos deixa extremamente preocupados", disse à AFP Claudio Angelo, da ONG Observatório do Clima. "Precisamos aguardar os próximos meses, mas o sinal não é nada bom", acrescentou Angelo. Em novembro, o Inpe divulgou que o desmatamento da Amazônia brasileira havia se estendido a 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, um número inédito em 15 anos. Esse foi o terceiro aumento anual consecutivo desde a chegada ao poder de Bolsonaro, que é alvo de críticas internacionais por ter enfraquecido as políticas de proteção à floresta e por ter promovido a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas. O Observatório do Clima revelou na terça-feira, 01º, que o Ibama gastou apenas 41% de seu orçamento em 2021.
O ESTADO DE SÃO PAULO
INTERNACIONAL
JBS faz acordo para encerrar litígio sobre fixação de preços de carne bovina nos EUA
A JBS concordou em pagar 52,5 milhões de dólares para encerrar litígios que acusam frigoríficos de conspirar para limitar a oferta no mercado de carne bovina dos EUA, a fim de inflar os preços e aumentar o lucro
O acordo preliminar da empresa brasileira e suas unidades nos EUA com os chamados compradores diretos foi divulgado na terça-feira e é o primeiro em litígio antitruste nacional sobre fixação de preços de carne bovina. Os advogados dos compradores chamaram o acordo de "quebra-gelo" e uma excelente recuperação, citando o acordo de 24,5 milhões de dólares da JBS em 2020 sobre a fixação de preços alegada por compradores de carne suína. Em nota, a JBS disse que não admitiu responsabilidade, mas que o acordo era de seu interesse. A empresa também disse que se defenderá de acusações de fixação de preços de carne bovina por outros demandantes. O acordo requer a aprovação do juiz John Tunheim, do tribunal federal de Minneapolis. Outros réus incluem a Cargill, a National Beef Packing, controlada pela Marfrig, e a Tyson Foods. A JBS fez o acordo um mês depois que o Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um plano de novas regras para reforçar a concorrência e impedir a "exploração" no setor de carnes. Biden falou em meio à preocupação de que um pequeno grupo de frigoríficos fosse capaz de ditar os preços de carne bovina, suína e de aves, elevando as pressões inflacionárias causadas pelo aumento dos custos de mão de obra e transporte, e pelas restrições de oferta relacionadas ao Covid-19. Em processo, os compradores diretos acusaram os réus, que controlavam cerca de 80% do fornecimento de carne bovina in natura e congelada dos EUA, de conspirar desde 2015 para reduzir os volumes de abate, criando um déficit que as empresas menores não conseguiam compensar. Compradores e consumidores comerciais de carne bovina entraram com ações semelhantes. Os produtores de gado também processaram, alegando que receberam menos do que receberiam em um mercado competitivo. Tunheim também lida com litígios relativos à suposta fixação dos preços da carne suína. Um juiz federal de Chicago lida com litígios relativos à suposta fixação dos preços do frango de corte.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Estiagem ainda deve perdurar por meses no Paraná
Poucas chuvas, temperaturas elevadas e um solo que já vinha com baixa umidade por conta de uma longa temporada com precipitações abaixo da média
A estiagem que assola o Paraná não é de agora. Começou em 2018 e foi se agravando ao longo do tempo. Nos últimos três anos, houve chuvas abaixo da média histórica em quase todos os meses do ano, contribuindo para que a atual safra de verão fosse a campo em um solo com menor umidade, logo com menor capacidade de suportar períodos de estiagem. De acordo com o agrometeorologista Marshall Santos, neste verão ainda estamos sob o efeito do fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, trazendo estiagem para região Sul do País. As projeções atuais indicam um período de neutralidade climática em breve. Ainda segundo o agrometeorologista, as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) dão conta que em março os níveis de chuva ainda devem ficar abaixo da média histórica em boa parte do Paraná e abril também deve ser mais seco. Essas informações servem de alerta para a cultura do milho safrinha, principalmente nas regiões Oeste, Noroeste e Sudoeste do Estado. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, a previsão inicial para a safra de soja 2021/22 era superior a 21 milhões de toneladas, mas só serão colhidas 12,8 mi de ton. A quebra de 39% ainda deve aumentar conforme a colheita avança. No feijão, essa perda foi da ordem de 31%, e no milho, insumo central para o desenvolvimento das cadeias de produção animal, o percentual de perdas atinge 36%. De acordo com o Deral, as perdas computadas na soja representam mais de R$ 23 bilhões, as do milho somam R$ 2,2 bilhões e no feijão, os prejuízos ultrapassam R$ 395 milhões. Todo esse montante deixará de circular na economia paranaense, afetando praticamente todos os segmentos.
CNA
Por R$ 500 milhões, Nova Fibra é da Copel
Negócio permite à operadora do Paraná entrar nos mercados de São Paulo e Mato Grosso
A Copel Telecom comprou do Grupo ABL a totalidade das ações do provedor de internet Nova Fibra, com sede no Paraná e presença em São Paulo e no Mato Grosso. O montante da transação feita com Agnaldo Lopes, dono do grupo, não foi revelado, mas o Valor apurou que o negócio foi fechado por R$ 500 milhões. Mais fortalecida e com quase 50 mil quilômetros de fibras ópticas, a Copel atuará como provedora de rede neutra (oferecida a qualquer empresa). Em algumas localidades sua infraestrutura será complementar à rede neutra da Oi, em outras, competirá. A Oi vendeu o controle da V.tal para fundos do BTG e GlobeNet, o que ainda depende de aprovações regulatórias. Com essa aquisição, as empresas da Copel Telecom foram avaliadas em R$ 6 bilhões. Além da Copel, o grupo é formado pela Sercomtel, Horizon e agora a Nova Fibra, sob controle do fundo Bordeaux, do empresário Nelson Tanure, desde agosto de 2021. A conclusão do negócio depende do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Wendell Oliveira, Diretor-Presidente do grupo Copel Telecom, disse ao Valor que a transação envolveu dinheiro e troca de ações. Lopes ficou com quase 5% de participação no grupo e segue como executivo estratégico da empresa. A Nova Fibra adiciona ao grupo Copel 7 mil km de fibras em 25 cidades, 90 mil usuários de varejo, 3,5 mil clientes empresariais e dez empreiteiras homologadas. Os 350 funcionários serão mantidos e se somarão aos 450 da Copel. O total passa de 1.000 pessoas ao se somar a Sercomtel. A compra foi feita com recursos da Copel, e não do Bordeaux. “Estamos com posição de caixa fortalecida”, disse Oliveira. Ele acrescentou que a Copel emitirá R$ 700 milhões em debêntures neste trimestre. Em 2021, já havia emitido R$ 300 milhões de debêntures. Nos planos, segundo Oliveira, estão investimentos acima de R$ 1 bilhão na nova empresa integrada. A receita do grupo Copel em 2021 ficou próxima de R$ 1 bilhão, segundo Oliveira. Embora não detalhe valores, Oliveira disse que as receitas combinadas e Copel e Nova Fibra superam R$ 1 bilhão. Sercomtel e Copel estão parcialmente integradas. No caso da Nova Fibra é preciso esperar o aval do Cade e da Anatel. Mas o executivo não vê problema, já que quase não há sobreposição de redes. O plano do grupo é constituir três empresas - uma de infraestrutura de rede neutra, em desenvolvimento, outra de serviços e um braço de tecnologia com licença de 5G. Copel (junto com Unifique) e Sercomtel compraram espectro no leilão de 5G, em novembro. Com 5G, o grupo deverá levar serviços de acesso à internet onde não há cobertura de rede móvel. Vai fornecer acesso móvel para uso fixo (fixed wireless access - FWA) e serviços às empresas de todos os segmentos, inclusive de saúde e fazendas. A estreia está prevista para este primeiro semestre em duas cidades, embora o prazo seja 2026. “Nossa empresa nasceu telecom, mas o objetivo [...] é avançar como uma companhia de tecnologia, que leve conectividade, inovação e soluções disruptivas aos mais diversos setores, do agronegócio à medicina. É nesse contexto que agregamos ao projeto a Nova Fibra”, informou Tanure, em nota.
VALOR ECONÔMICO
Com 4,1 milhões de toneladas, portos do Paraná têm melhor janeiro da história
Janeiro fechou com 4,15 milhões de toneladas de cargas, somando exportação e importação. O volume movimentado no primeiro mês é 15% maior que as quase 3,6 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2020 e o melhor janeiro da história dos portos
O recorde anterior para o mês de janeiro havia sido registrado em 2016: 3,76 milhões toneladas. O novo recorde histórico foi puxado, principalmente, pelo aumento nas exportações, tendo a soja como principal produto. O volume de soja exportado é inesperado para o mês e segue o ritmo que já vinha desde o final do ano passado. Em janeiro do ano passado quase não foi embarcada soja. Neste ano, porém, foram 714.870 toneladas.
Segundo os operadores do segmento, o volume no Porto de Paranaguá seria remanescente da safra passada, que os produtores agora precisam vender para abrir espaço para a nova safra. Do volume exportado em janeiro foram quase 2,19 milhões de toneladas de cargas – 25% a mais que as 1,74 milhão de toneladas registradas em janeiro de 2021. Além da soja, os produtos mais embarcados no último mês pelos portos de Paranaguá e Antonina foram o farelo de soja (345.310 toneladas); açúcar (224.009 toneladas); milho (218.358 toneladas); e frango (176.425 toneladas). O volume de carga importada pelos terminais paranaenses somou 1,8 milhão de toneladas – 7% a mais que as 1,68 milhão de toneladas importadas em janeiro do ano passado. Os produtos descarregados em maior volume nos portos de Paranaguá e Antonina foram os fertilizantes: 903.300 toneladas nos últimos 31 dias - quase 17% maior que as 772.838 toneladas desembarcadas em janeiro de 2021. Além dos adubos, os produtos mais descarregados no mês de janeiro foram os derivados de petróleo (410.834 toneladas); álcool (70.412 toneladas); e malte e cevada (69.090 toneladas).
PORTOS DO PARANÁ
ECONOMIA/INDICADORES
BC eleva Selic a 10,75%, e juros básicos voltam aos dois dígitos depois de quatro anos e meio
Com os oito últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista de 40 economias
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar os juros em 1,50 ponto para conter a alta da inflação; é o oitavo aumento consecutivo desde março de 2021. Após perder a meta de inflação de 2021 e diante da chance de novo descumprimento este ano, o Copom do Banco Central iniciou 2022 com mais uma alta de 1,50 ponto porcentual da Selic, sacramentando seu retorno aos dois dígitos, após mais de quatro anos. A taxa básica de juros subiu de 9,25% a 10,75% ao ano – o maior patamar desde maio de 2017. O Banco Central também indicou que nas próximas reuniões pode reduzir o ritmo de aumento da taxa de juros. A decisão de quarta-feira, 2, foi a oitava alta consecutiva da Selic, após a taxa chegar à mínima histórica de 2% devido aos primeiros impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia. Desde o início do ciclo de aperto monetário atual, em março de 2021, o aumento acumulado é de 8,75 pontos porcentuais, o processo mais forte desde 1999, quando, em meio à crise cambial, o BC elevou a taxa em 20 pontos de uma só vez. Quando o presidente Jair Bolsonaro chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%. O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos. Indicado pelo Copom no encontro de dezembro, o movimento de hoje já era esperado pelo mercado financeiro. Todas as 59 instituições Projeções Broadcast previam aumento de 1,50 ponto porcentual da taxa básica de juros, de 9,25% para 10,75%. Para o fim deste ano, a estimativa é que a Selic chegue a 11,75%. Os economistas consultados ainda esperam taxa de 8% no final do ano que vem. Por trás dessa alta acelerada dos juros está a inflação em patamares muito elevados - a maior parte dos analistas espera que o BC não cumpra o teto da meta de 5% em 2022, pelo segundo ano consecutivo. O cenário com que o Copom precisou lidar na reunião incluiu inflação acima do esperado em janeiro e a sinalização do Federal Reserve (FED) de que pode começar a subir os juros a partir de março. Com os oito últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo, em uma lista de 40 economias. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 6,41% ao ano. Na sequência, aparecem Rússia (4,61%) e Colômbia (3,02%). A taxa real média desses 40 países está em -1,27%.
O ESTADO DE SÃO PAULO
Dólar fecha em leve alta
A moeda americana fechou em alta de apenas 0,09%, negociado a R$ 5,2754. Com isso, se mantém nos menores patamares desde setembro
Após passar o pregão desta quarta-feira em alta moderada, em uma aparente realização de lucros em relação ao movimento recente, o dólar comercial acabou devolvendo praticamente todos os ganhos na última hora de negociação. A moeda americana fechou em alta de apenas 0,09%, negociado a R$ 5,2754. Com isso, se mantém nos menores patamares desde setembro. A recuperação do real não teve motivo aparente, mas ocorre às portas da decisão de juros do Copom. É amplamente esperado que o comitê conceda mais 150 pontos-base de aumento hoje, elevando a Selic para 10,75% ao ano. Com isso, o BC pode dar novo gás ao rali da moeda brasileira, que já acumula valorização de 5,37% no ano. Além dos juros altos, que ampliam o diferencial com o exterior - um dos componentes da atratividade de qualquer moeda -, o real se beneficia ainda da rotação de carteiras em direção a ativos emergentes, que ficaram muito “amassados” no ano passado. Dados do fluxo cambial divulgados no início da tarde reforçam essa leitura. O fluxo financeiro em janeiro até o último dia 28 ficou positivo em US$ 4,897 bilhões, acima dos US$ 3,622 bilhões registrados em igual período do ano passado. Por outro lado, por conta da demanda mais aquecida - que aumenta as importações -, o fluxo comercial ficou negativo 4,108 bilhões, contra déficit de US$ 825 milhões no mesmo período de 2021. O resultado líquido foi uma entrada menor de dólares no Brasil - US$ 789 milhões este ano, contra US$ 2,797 bilhões no ano passado. Para analistas do Commerzbank, no entanto, uma comunicação mais 'dovish' (inclinada à manutenção de estímulos) pode ser negativa para a perspectiva da moeda brasileira. O banco alemão nota que a guinada poderia ser justificada por sinais de que a inflação atingiu seu pico e preocupações sobre o ritmo da atividade. “Uma alta 'dovish' poderia por pressão sobre o real, uma vez que elevaria dúvidas sobre a determinação do BC em combater a inflação. Principalmente em meio ao risco da alta dos preços de energia". O banco alemão observa ainda que, embora o diferencial de juros do Brasil tenha voltado a ficar atrativo, o país ainda exibe vários riscos em seus fundamentos, como inflação alta, crescimento baixo e volatilidade ligada ao ciclo eleitoral.
VALOR ECONÔMICO
Investidor embolsa lucros e Ibovespa fecha em queda
Após dois dias seguidos de alta, os investidores realizaram lucros no mercado local e o Ibovespa encerrou o pregão de ontem em queda. O movimento de ajuste foi disparado pelos resultados corporativos do Santander do quarto trimestre, que vieram abaixo das expectativas dos investidores e acabaram pressionando as ações do setor financeiro
O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 1,18%, aos 111.894,36 pontos. O volume negociado hoje foi de R$ 19,42 bilhões, abaixo da média anual diária de 2022 de cerca de R$ 22,75 bilhões. Segundo analistas, os fortes ganhos acumulados pelo Ibovespa nas últimas semanas abriram espaço para alguma realização de lucros ontem, especialmente no setor financeiro, que vinha apresentando desempenho robusto em 2022. O movimento negativo foi disparado pelos resultados trimestrais do Santander. A divisão brasileira do grupo espanhol reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,880 bilhões no quarto trimestre de 2021, o que representa queda de 2,0% na comparação com igual período de 2020 e de 10,6% ante o trimestre imediatamente anterior. Profissionais do mercado consultados pelo Valor ainda avaliam que as notícias envolvendo cortes de impostos pelo governo federal tiveram impactos limitados nos preços dos ativos financeiros. Eles observam que os rumores não trouxeram reflexos relevantes no mercado de juros, que parece já ter incorporado muitas notícias negativas do ponto de vista fiscal. O Valor apurou que o Ministério da Economia simula reduções de 15% a 30% nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), segundo fonte da área econômica, o que provocaria uma renúncia fiscal na casa dos R$ 24 bilhões. Segundo o interlocutor do Ministro Paulo Guedes, no entanto, ainda não há definição sobre o corte na tributação. Os investidores ainda demonstraram cautela diante da decisão de política monetária do Banco Central, que foi anunciada após o fechamento dos mercados. Há expectativa de que o comitê possa sinalizar que o fim do ciclo de aperto monetário esteja chegando ao fim. No entanto, diante da deterioração das expectativas de inflação capturada pelo Boletim Focus nas últimas semanas, não está descartado um novo tom "hawkish" [inclinado ao aperto monetário] da instituição.
VALOR ECONÔMICO
IPC-Fipe acelera alta a 0,74% em janeiro com custos de alimentos e habitação
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo subiu 0,74% em janeiro após encerrar 2020 com avanço de 0,57% em dezembro, informou na quarta-feira a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)
Os dados mostraram que o maior peso no início deste ano foi exercido pelos custos de Alimentação, embora a taxa tenha caído a 1,19%, de 1,23% em dezembro. Também exerceu forte influência a alta de 0,65% de Habitação, bem como o avanço de 1,03% dos preços de Transportes. O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.
REUTERS
Produção industrial no Brasil cresce 2,9% em dezembro e fecha 2021 com expansão, diz IBGE
A indústria brasileira encerrou 2021 com crescimento depois de dois anos seguidos de quedas, após resultado acima do esperado em dezembro, mas ainda ficou abaixo do patamar pré-pandemia em meio ao desabastecimento e aumento dos custos de produção que dificultam uma retomada mais sólida
Em dezembro, a produção industrial brasileira cresceu 2,9% sobre novembro --primeiro dado positivo desde maio-- e teve queda na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados foram melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de avanço de 1,5% na comparação mensal e de queda de 6,0% na base anual. Com o resultado do último mês do ano, o setor terminou 2021 com ganho acumulado de 3,9%, depois de contrações de 1,1% em 2019 e de 4,5% em 2020. O quarto trimestre fechou com estagnação na comparação com os três meses anteriores, e a indústria ficou 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, antes da pandemia. A indústria brasileira enfrentou um ano de disrupções na cadeia de oferta global e falta de matéria-prima, bem como de inflação e desemprego elevados em um ambiente de taxas de juros altas. "Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego", disse o Gerente da pesquisa, André Macedo, explicando que os ganhos dos primeiros meses do ano tiveram relação com a base baixa de comparação de 2020. Para 2022, há expectativas de alívio gradual nos gargalos de oferta, bem como um movimento de reabastecimento de estoques, embora a retomada ainda deva ser fraca diante da demanda doméstica reduzida com a perspectiva de mais aperto da política monetária. No mês de dezembro, a maior influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 12,2% da produção em comparação com o mês anterior, no quarto mês consecutivo de crescimento do setor. Também se destacou o aumento de 2,9% da fabricação de produtos alimentícios, embora em desaceleração após taxa de 7,1% em novembro, ajudado pela produção do açúcar e pelo retorno da exportação da carne bovina para a China, segundo o IBGE. "Podemos dizer que é uma interrupção de uma trajetória descendente (da indústria em dezembro), mas não dá para dizer que é o início de uma nova trajetória", disse Macedo. No ano, o destaque também foi veículos automotores, reboques e carrocerias, com ganho de 20,3% depois de despencar 27,9% em 2020, bem como máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).
REUTERS
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