Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 4 | nº 536|12 de janeiro de 2024
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Continua pressão nos preços da arroba
Apesar de pressões baixistas nos últimos dias, o mercado do boi gordo segue com estabilidade na maioria das praças brasileiras, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No Paraná o boi vale R$235,00 por arroba. Vaca a R$215,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de nove dias.
“O volume de negócios continua reduzido, e os preços da arroba ficaram estáveis em 14 das 17 praças monitoradas”, relatou na quinta-feira (11/1) a Agrifatto. As programações dos frigoríficos mantiveram regularidade e seguiram atendendo nove dias, na média nacional. “Ontem, os preços médios do boi gordo nas praças de São Paulo permaneceram em R$ 245/@”, informou a Agrifatto. A Scot Consultoria também apontou estabilidade nas cotações da arroba paulista. “Com o estoque presente nas câmaras frias dos frigoríficos atendendo a demanda, há uma baixa necessidade de compras”, disse a Scot. “Neste período de férias, é normal que o mercado enfrente uma pressão nos preços da arroba, já que a demanda no varejo costuma diminuir”, acrescentou. Até a primeira semana de janeiro, os preços se mantiveram estáveis no mercado do boi gordo em São Paulo, informou a Scot. Porém, nesta segunda semana, o cenário mudou e os preços do boi paulista caíram na quarta-feira (10/1), refletindo as escalas de abate bem posicionadas. As cotações do boi gordo destinado ao mercado interno e do “boi-China” caíram R$ 5/@, ficando em R$ 240/@ e R$ 245/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). No mercado atacadista de carne com e sem osso, em decorrência de menores estoques pós-recessos de final de ano, os preços subiram, apurou a Scot. Quanto à exportação em 2023, contrariando as expectativas do mercado, o volume exportado de carne bovina in natura foi recorde, relatou a Scot. Foram embarcadas 2,5 milhões de toneladas, alta de 8,15% em comparação ao volume de 2022. Neste começo de janeiro/24, o cenário de recorde não mudou: já foram exportadas 49,8 mil toneladas, com média diária de 12,4 mil t, crescimento de 71,1% frente à média registrada em janeiro/23, informou a Scot, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No entanto, o preço pago pela tonelada exportada segue em baixa, com média de US$ 4,5 mil/t, retração de 6,7% frente à média registrada em janeiro/23. No curto prazo, os agentes do mercado pecuário seguirão atentos em relação à habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras. Segundo lembra a Scot, a avaliação para liberação pela China está marcada para o próximo dia 15/1 (segunda-feira). “Além disso, há expectativas em relação às negociações com outros países”, disse a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 240@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 245/@ (prazo) vaca a R$ 225/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 235/@ (à vista) vaca a R$ 220/@ (à vista); MT-Cáceres: boi a R$ 190/@ (prazo) vaca a R$ 185/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista); GO-Sul: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 225/@ (prazo); MG-Triângulo: boi a R$ 230/@ (prazo) vaca a R$ 210/@ (prazo); PA-Redenção: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 220/@ (prazo) vaca a R$ 202/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO/AGRIFATTO
Indonésia importará carne do Brasil e da Índia em 2024
A Indonésia designou suas empresas estatais de aquisição de alimentos Bulog e IDFood para adquirir 120 mil toneladas métricas de carne do Brasil e da Índia este ano, informou a Agência Nacional de Alimentos (NFA) na quinta-feira
A Bulog recebeu uma cota de importação de 100 mil toneladas de carne de búfalo da Índia, enquanto a IDFood foi designada para importar 20 mil toneladas de carne bovina do Brasil, disse o chefe da NFA, Arief Prasetyo Adi, aos repórteres. O presidente-executivo da Bulog, Bayu Krisnamurthi, disse que abrirá uma licitação em breve, com o objetivo de que a carne chegue antes do mês de jejum muçulmano do Ramadã, que ocorrerá em meados de março. “Estamos tentando fazer com que eles (cheguem antes do Ramadã) para fortalecer nossos estoques”, disse Bayu. A cota de importação de carne para Bulog e IDFood foi mantida no mesmo nível do ano passado, disse o chefe da NFA, Arief.
Reuters
SUÍNOS
Carcaça suína em São Paulo cai 1,98% na quinta-feira (11)
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, o preço médio da arroba do suíno CIF ficou estável, custando, em média, R$ 132,00, enquanto a carcaça especial baixou 1,98%, com valor de R$ 9,90/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (10), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul (R$ 6,26/kg), e leve alta apontada somente em Minas Gerais, na ordem de 0,28%, chegando a R$ 7,17/kg. Houve queda de 0,92% no Paraná, baixando para R$ 6,43/kg, recuo de 1,09% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,36/kg, e de 1,27% em São Paulo, fechando em R$ 7,02/kg.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: após boas vendas em dezembro, janeiro vem com quedas nos preços
Apenas o Paraná registrou leve alta no acumulado da semana para o suíno comercializado de forma independente
Em São Paulo o preço teve queda, saindo de R$ 7,25/kg vivo para R$ 6,93/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o valor passou de R$ 7,20/kg vivo para R$ 7,00/kg vivo, sem acordo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, saindo de R$ 6,54/kg vivo para R$ 6,25/kg vivo nesta semana. No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 04/01/2024 a 10/01/2024), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,01%, fechando a semana em R$ 6,50/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,69/kg vivo", disse o Lapesui.
Agrolink
Suínos/Cepea: preços do suíno vivo e da carcaça especial suína atingiram o quarto mês consecutivo de alta em dezembro
Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o quilo do animal posto frigorífico se valorizou 5,3% em relação a novembro, passando para R$ 6,99 no último mês
No estado de Minas Gerais, além da maior procura, a oferta de animais em peso ideal para abate esteve reduzida, o que reforçou os aumentos de preços. Em Patos de Minas (MG), o quilo do vivo subiu fortes 7,2% no período, para a média de R$ 7,24 em dezembro. Na região Sul do País, o animal se valorizou 3,4% no Oeste Catarinense (SC), em relação a novembro, cotado na média de R$ 6,64/kg no último mês. No Norte do Paraná (PR), a alta foi de 6,96% em igual comparativo, com o vivo negociado a R$ 6,96/kg. Em Santa Rosa (RS), a média de dezembro, de R$ 6,52/kg, foi 2,5% superior à do mês anterior. No mercado atacadista, as cotações da carne suína acompanharam o movimento de alta verificado para o vivo. De novembro a dezembro, as carcaças especial e comum registraram avanços de 6,3% e 6,1%, passando a ser negociadas nas médias de R$ 9,98/kg e 10,48/kg, respectivamente. Quanto aos cortes mais procurados para as festividades de fim de ano, o pernil com osso apresentou a valorização mais expressiva no mesmo comparativo, de 2,8%, sendo cotado na média de R$ 10,94/kg no estado de São Paulo, em dezembro.
Cepea
Preço do milho sobe mais que o do suíno e relação de troca piora para o criador
Suinocultor paulista podia comprar 6,28 quilos de milho com a venda de um quilo do animal vivo no último mês, 4,3% a menos que em novembro. Alta no preço do suíno vivo reflete o aquecimento da demanda pela proteína durante as festas de final de ano
A alta no preço do milho no Brasil reduziu o poder de compra dos criadores de suínos em dezembro, destaca boletim setorial divulgado na quinta-feira (11/1) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. De acordo com o Centro de Estudos, o suinocultor paulista podia comprar 6,28 quilos de milho com a venda de um quilo do animal vivo no último mês, 4,3% a menos que em novembro. No período, o suíno foi negociado à média de R$ 6,99 o quilo, aumento mensal de 5,3%, enquanto o indicador do Cepea para o milho em Campinas, interior de São Paulo, teve média de R$ 66,77 a saca de 60 quilos, alta de 10,1% na mesma comparação. De acordo como Cepea, a alta no preço do suíno vivo reflete o aquecimento da demanda pela proteína durante as festas de final de ano, enquanto a alta do milho acompanha as apreensões com a safra 2023/24. “Esse cenário foi reflexo de preocupações com os impactos do clima adverso sobre a produção da safra 2023/24, além do bom ritmo das exportações brasileiras e do período de fim de ano, quando parte das empresas e transportadoras entra em recesso”, detalham os pesquisadores. Já para o farelo de soja, houve melhora de 10,2% na relação de troca após o insumo registrar queda de 4,3% no comparativo mensal. Na comparação com as demais proteínas animais, houve perda de competitividade da carne suína em relação à carne bovina, que subiu 2,7% no período cotada a R$ 17,15 o quilo, e a de frango, que teve variação de 0,6% na mesma comparação, com preço médio de R$ 7,22 o quilo. Com isso houve a diferença entre carcaça bovina e a especial suína teve redução de 2,6% enquanto a relação com a carne de frango caiu 21,6%.
Globo Rural
FRANGOS
Cotações em queda para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,20/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 6,80/kg
Na cotação do animal vivo, Paraná não mudou de preço, custando R$ 4,67/kg, enquanto em Santa Catarina, não houve referência de valor. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (10), a ave congelada cedeu 0,82%, chegando a R$ 7,28/kg, e o frango resfriado baixou 0,41%, fechando em R$ 7,34/kg.
Cepea/Esalq
ABPA: Setor de genética avícola fecha 2023 com recorde e crescimento de 69,3%
Receita de exportações alcança US$ 240 milhões
As exportações brasileiras de genética avícola (incluindo pintos de 01 dia e ovos férteis) encerraram o ano de 2023 com o total de 26,4 mil toneladas embarcadas, de acordo com levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é recorde e supera em 69,3% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 15,6 mil toneladas. A receita das exportações do segmento de alto valor agregado também é recorde. Ao todo, foram gerados US$ 240 milhões nos doze meses de 2023, resultado 34,2% superior ao total obtido em 2022, com US$ 178,8 milhões. Apenas no mês de dezembro de 2023, foram 2,5 mil toneladas exportadas, número 45,1% maior que as 1,7 mil toneladas embarcadas no mesmo período do décimo segundo mês do ano anterior. Com isto, foram geradas receitas de US$ 20,2 milhões, saldo 2,2% maior que o mesmo período comparativo de 2022, com US$ 19,8 milhões. Principal destino das exportações do setor de genética avícola do Brasil, o México importou em 2023 um total de 13,5 mil toneladas, número 72,7% maior do que o registrado em 2022. Em seguida estão Senegal, com 3,7 mil toneladas (+11,7%), Paraguai, com 2,7 mil toneladas (-2%), África do Sul, com 2,3 mil toneladas (sem registros comparativos em 2022) e Peru, com 1,4 mil toneladas (+838,8%). “O forte desempenho do setor exportador de genética avícola em 2023 é um indicador importante da confiança internacional na biosseguridade da avicultura do Brasil. Por outro lado, também mostra o aumento da relevância do setor brasileiro como porto seguro para nações que enfrentam desafios sanitários e precisam repor planteis”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.
ABPA
China inspeciona frigoríficos paranaenses
A China, principal importador de produtos paranaenses, anunciou recentemente a inspeção de 28 frigoríficos brasileiros, visando à possível habilitação para exportação de seus produtos para o país asiático. Dentre esses estabelecimentos, cinco são do Paraná
A informação foi divulgada no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 4 a 11 de janeiro de 2024. O boletim, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também fornece informações sobre outras atividades agrícolas. Os frigoríficos paranaenses listados são todos voltados para o abate de aves. São eles: Frangos Pioneiro Indústria e Comércio de Alimentos LTDA, de Joaquim Távora; Avenorte Avícola Cianorte LTDA, de Cianorte; Plusval Agroavícola LTDA, de Umuarama; Cotriguaçu Cooperativa Central, de Cascavel; e Seara Alimentos, de Santo Inácio. O Paraná lidera a produção nacional de carne de frango. De acordo com a análise do Deral, a recuperação econômica da China é destacada como a principal variável nas projeções de preços e exportações de carne brasileira para o ano de 2024. O governo chinês comprometeu-se recentemente a intensificar políticas para acelerar a recuperação e fornecer suporte aos setores mais afetados. Além disso, a produção de carne suína chinesa, que alcançou recordes em 2023, pode sofrer uma redução em 2024 devido à demanda decepcionante, o que poderia impulsionar as importações de produtos brasileiros.
Agrolink
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Aeroporto Afonso Pena: Anac recusa pedido de troca da nova pista por prolongamento na atual
Pista atual do Aeroporto Internacional Afonso Pena tem 2,2 mil metros, abaixo do ideal para voos diretos aos Estados Unidos e à Europa
Fundamental para as pretensões do Paraná em se tornar um novo hub logístico, a construção da nova pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (PR), ainda não possui um projeto de consenso para início das obras. A entrega é prevista para 2026, conforme o contrato de concessão assinado pela CCR Aeroportos, empresa responsável pelo aeródromo há dois anos. Segundo apuração da Gazeta do Povo, a concessionária apresentou uma proposta alternativa à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para substituição do projeto de construção da terceira pista de pelo menos 3 mil metros de comprimento paralela à pista principal, que possui 2,2 mil metros. O tamanho atual da pista do Afonso Pena é considerado insuficiente para voos diretos internacionais rumo aos Estados Unidos e à Europa. A proposta alternativa previa a extensão da pista atual. Assim, a concessionária ficaria responsável pela construção complementar até os 3 mil metros de comprimento na pista atual de pouso e decolagem e teria uma redução no custo de cerca de 50% do orçamento previsto. No entanto, a Anac negou o pedido e manteve o projeto original do contrato de concessão do Bloco Sul. Entre os aeroportos arrematados pela CCR em 2021 está o Afonso Pena, o maior do bloco de concessão para administração privada por 30 anos. “A análise da solicitação foi concluída, decidindo por não acatar o pedido da concessionária. Dessa forma, a obrigação contratual da eventual construção de uma terceira pista está mantida”, confirmou a Anac, em nota. O diretor financeiro do Movimento Pró-Paraná, Jaime Sunye, informou que a entidade aguarda há seis meses a apresentação do projeto executivo da obra durante tentativas de contato com a CCR Aeroportos. E não houve retorno da concessionária. “O Pró-Paraná considera fundamental a construção da terceira pista, pois não vemos a possibilidade de o Paraná ser um hub logístico sem essa pista”, ressalta. Por se tratar de uma concessão em bloco com a presença de aeroportos no interior do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul no escopo do contrato, houve pressão política e do setor econômico paranaense pela inclusão da terceira pista do Afonso Pena. Para isso, a obra da pista de Navegantes (SC) foi retirada do projeto e houve a diminuição dos valores de investimentos em outros aeroportos, como em Londrina (PR) e Foz do Iguaçu (PR). O Capex de investimento para o aeroporto da região de Curitiba, previsto no contrato de concessão, subiu de R$ 310 milhões para R$ 566 milhões após a inclusão da obra. A pista de 3 mil metros também seria a única possibilidade técnica para o pouso e decolagem de aviões com tanque cheio por conta da altitude de cerca de 900 metros da capital em relação ao nível do mar. O Aeroporto de Porto Alegre, por exemplo, possui uma pista com extensão semelhante a do Afonso Pena mas suficiente para os voos internacionais por sofrer menos influência do ar rarefeito na decolagem a nível do mar.
Gazeta do Povo
Secretários da agricultura pedem ao ministério rigor nas regras contra influenza aviária
O Conselho Nacional de Secretários de Estado da Agricultura (Conseagri) solicitou ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a revogação da Portaria Mapa n0 642, de 21 de dezembro de 2023, e a continuidade da suspensão total e sem ressalvas de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves
O documento flexibilizou a proibição que constava da Portaria Mapa n0 572, de 29 de março de 2023. O objetivo é manter a vigilância integral em todo o território nacional contra a influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). Pela nova normativa, os eventos com aglomeração de aves podem ser realizados quando o Serviço Veterinário Estadual autorizar, depois de avaliar a situação epidemiológica da Unidade Federativa e se houver um plano de biosseguridade, com a descrição de medidas de prevenção e controle para mitigar o risco de introdução e disseminação da doença. “Chamamos a atenção para a preocupante possibilidade de aumento do risco de disseminação da doença com a edição da Portaria Mapa n.º 642, de 21 de dezembro de 2023, principalmente com a aglomeração de aves em eventos e o transporte das mesmas como pontos de risco, o que precisa ser melhor avaliado neste momento”, diz o documento dos secretários. Os representantes estaduais reforçam ao ministro a relevância da avicultura para o Brasil, tanto no aspecto econômico, de segurança alimentar e para o desenvolvimento sustentável do País. No caminho oposto, salientam a preocupação e o alerta total que a influenza aviária ainda exige, “por ser doença transmissível com rápido e elevado potencial de disseminação”. O documento foi assinado pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, que preside a instituição, e teve o consenso dos demais membros. Segundo Ortigara, a influenza aviária não respeita fronteiras entre países e nem limites de Estados. “Portanto, o controle e o combate precisam ser feitos de forma integrada e sem nenhuma brecha, com o objetivo de preservar um dos principais ativos do País”, afirma. Além de revogar a nova portaria, que trouxe a flexibilização, o Conseagri pede que seja restabelecida a Portaria 572, mas excluindo dela o artigo 4.º, que estabelecia a suspensão de eventos com aglomeração de aves pelo prazo de 90 dias, colocando a possibilidade de prorrogação mediante avaliação da Secretaria de Defesa Agropecuária. Desde 15 de maio de 2023, quando foi detectado pela primeira vez no Brasil o vírus da influenza aviária, o Brasil fez 2.555 investigações de suspeitas da doença, com 704 coletas de amostras. Foram detectados 151 focos, com resultados laboratoriais positivos para a influenza aviária de alta patogenicidade. Sete focos ainda estão em análise, sem conclusão laboratorial.
Agência Estadual de Notícias
ECONOMIA/INDICADORES
IPCA sobe mais que o esperado em dezembro, mas termina 2023 abaixo do teto da meta
A inflação ao consumidor brasileiro encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62% e voltou a ficar abaixo do teto da meta depois de dois anos seguidos de estouro do objetivo, contrariando as expectativas do início do ano passado, mas apontando pressão em dezembro
O avanço acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos 12 meses até dezembro de 2023, segundo dados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou assim dentro do limite da faixa determinada como meta para o ano passado, de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O resultado foi mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 4,54% nessa base de comparação, mas ainda ficou aquém do que se esperava no início de 2023 --a primeira pesquisa Focus divulgada naquele ano apontava que a expectativa do mercado era de que a inflação terminaria em 5,36%. A alta do IPCA em dezembro também superou as expectativas ao acelerar a 0,56%, de 0,28% em novembro. A taxa esperada em pesquisa da Reuters era de 0,48%. Ainda assim o avanço acumulado em 2023 ficou abaixo das taxas de 5,79% e 10,06% registradas respectivamente em 2022 e 2021, quando o avanço do IPCA ficou acima do limite máximo do objetivo e obrigou o Banco Central a divulgar cartas explicando os motivos. Depois de levar a taxa básica de juros ao recorde de 13,75%, o BC embarcou a partir de agosto em um ciclo de afrouxamento monetário que reduziu a Selic ao atual patamar de 11,75%. A autoridade monetária volta a se reunir em 30 e 31 de janeiro, e o mercado prevê que a Selic terminará este ano a 9,0%, segundo a pesquisa Focus mais recente. Para 2024, o centro da meta para a inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional cai a 3,0%, também com margem de 1,5 ponto percentual, com especialistas calculando que o IPCA fechará o ano com avanço de 3,9%. Em 2023, o maior impacto foi exercido pelo grupo Transportes, cujos custos tiveram alta acumulada de 7,14%, depois de um recuo de 1,29% no ano anterior. Somente a gasolina subiu 12,09% no ano passado, dando a maior contribuição individual para o resultado geral, sob o impacto da reoneração dos tributos federais e de alterações nas cobranças do ICMS. Já o grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano, desacelerando com força de uma alta de 11,64% em 2022. O resultado, segundo o IBGE, deve-se à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com deflação do óleo de soja (-28,00%), do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%). Mas foram exatamente os alimentos que pesaram no bolso do consumidor em dezembro ao acelerarem a alta a 1,11%, de 0,63% em novembro. No grupo dos transportes, que teve avanço de 0,48% no mês, as passagens aéreas tiveram alta de 8,87%, representando o maior impacto individual sobre a inflação de dezembro. Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados tiveram deflação -- óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%), --levando o grupo a registrar recuo de 0,50% no mês. A inflação de serviços, que o BC segue acompanhando de perto diante de um mercado de trabalho aquecido, desacelerou a 0,60% em dezembro, de 0,70% em novembro, e terminou o ano com alta acumulada de 6,22%. No último mês do ano passado, o índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, subiu a 65%, de 52% em novembro.
Reuters
Dólar à vista fecha em baixa de 0,34%, a R$4,8755 na venda
O dólar à vista fechou a quinta-feira em baixa ante o real, pela segunda sessão consecutiva, com investidores desmontando posições defensivas no mercado de câmbio, em meio à leitura de que ainda que o Federal Reserve possa adiar para depois de março o início do ciclo de cortes de juros, isso tende a ocorrer ainda no primeiro semestre
Paralelamente, o Banco Central não divulgou no início da tarde, como de costume, o fechamento da taxa de câmbio Ptax, o que prejudicava os negócios no Brasil, segundo operadores. O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8755 reais na venda, em baixa de 0,34%. Em janeiro, a moeda norte-americana acumula alta de 0,49%. Na B3, às 17:08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,36%, a 4,8880 reais.
Reuters
Desinflação deve seguir no Brasil apesar de riscos e mercado não vê mudança no ritmo de afrouxamento monetário
O processo de desinflação deve continuar em curso no Brasil e o mercado ainda não vê mudanças no ritmo do afrouxamento monetário pelo Banco Central, mas o resultado de dezembro do IPCA levanta alguns sinais de riscos, segundo analistas
A inflação terminou 2023 abaixo do teto da meta depois de dois anos seguidos de estouro do objetivo, mas tanto o resultado do IPCA de dezembro quanto em 12 meses ficou acima das expectativas. Em dezembro o IPCA avançou 0,56%, contra expectativa em pesquisa da Reuters de 0,48%, subindo no ano 4,63%, acima dos 4,54% esperados. O maior impacto no último mês do ano foi exercido pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 1,11%, resultado atribuído ao aumento da temperatura e efeitos climáticos relacionados ao fenômeno El Niño, que segue no foco. A inflação de serviços, que o BC acompanha de perto diante de um mercado de trabalho aquecido, também fica no foco, já que segue em patamares elevados. Somente em dezembro esse índice subiu 0,60%, terminando o ano com alta acumulada de 6,22%. Essas questões, no entanto, ainda não devem motivar uma mudança nas expectativas para a condução da política monetária, de acordo com analistas e também com a precificação do mercado. De fato, expectativas implícitas em contratos futuros de juros mostravam quase 100% de chance de o BC repetir corte de meio ponto percentual em sua reunião do final de janeiro, com operadores também precificando uma redução de mesma magnitude para o encontro de março. Para maio, há expectativa implícita de corte de 0,44 ponto percentual e, para junho, redução de 0,46 ponto -- na prática, uma indicação de que a maior parte do mercado também espera manutenção do ritmo de flexibilização nessas duas reuniões. "O resultado (do IPCA) não altera o plano de voo do BC para as próximas decisões do Copom, mas coloca cautela adicional em parte do mercado que aposta em aceleração no ritmo de cortes na taxa de juros", disse Álvaro Frasson, estrategista macro do BTG Pactual. Em seu ciclo de afrouxamento monetário, o BC fez quatro cortes de 0,5 ponto percentual na Selic, reduzindo-a ao patamar atual de 11,75%, e já indicou novas reduções pela mesma magnitude. A pesquisa Focus mais recente mostra que a expectativa do mercado é de que a Selic termine 2024 a 9,0%, com a inflação em 3,90% -- a meta para este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual.
Reuters
Alta de preços de serviços desacelera em 2023 para 6,22%, menor nível desde 2021
A inflação de serviços foi maior que a da média de 4,62% registrada pelo IPCA no ano passado
A alta dos preços de serviços desacelerou para 6,22% em 2023, segundo o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na quinta-feira (11) pelo IBGE, após subir 7,58% em 2022. Foi a menor taxa desde 2021, quando tinha sido de 4,75%. A alta de 6,22% dos serviços foi maior que a da média de 4,62% do IPCA como um todo no ano. Alimentação fora do domicílio, aluguel residencial e de veículos, seguro voluntário de veículo, pacote turístico e serviços de streaming são alguns dos custos ligados a serviços que registraram desaceleração da alta de preços na passagem entre 2022 e 2023. Os preços da alimentação no domicílio subiram 5,31% em 2023, ante 7,47% em 2022. A alta do aluguel residencial caiu de 8,67% em 2022 para 3,21% em 2023, enquanto no caso de veículos passou de uma deflação de 10,24% em 2022 para aumento de 6,50% em 2023. Leia também: O preço do seguro voluntário de veículos caiu 7,08% em 2023 (ante alta de 32,02% em 2022), acompanhado por expansão de 5,98% no preço de pacote turístico em 2023 (17,16% em 2022). Os preços dos serviços de streaming, por sua vez, que tinham subido 11,42% em 2022, tiveram ganho de 1,07% em 2023.
Valor Econômico
POWERED BY
EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122
041 99697 8868
Comments