Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 423 |25 de julho de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços da arroba estáveis
O boi gordo paulista abriu a semana negociado em R$ 240/@, enquanto a vaca e a novilha gordas foram vendidas por R$ 212/@ e R$ 230/@, informou a Scot Consultoria
O mês de julho vai se mostrando como o mais complicado de 2023 para escoar carne bovina, relataram os analistas da Agrifatto. Com isso, a pressão de preços ressoa sobre todos os elos da cadeia da carne, acrescentou a consultoria. “A facilidade na compra (de boiadas gordas) e a preocupação com a formação de estoques elevados fazem com que os frigoríficos trabalhem com as escalas elevadas em todo o País”, observou a Agrifatto. “Não há preocupações com abastecimento (de carne bovina) neste momento”, acrescentou. Na segunda-feira (24/7), grande parte dos frigoríficos brasileiros ficaram fora das compras de animais terminados aguardando os resultados das vendas de carne no final de semana para definir os preços que serão ofertados. Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, no primeiro dia da semana, as cotações de todas as categorias de bovinos para o abate seguiram estáveis no mercado de São Paulo. O boi gordo paulista está sendo negociado em R$ 240/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 212/@ e R$ 230/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente.
A cotação do “boi-China” (abatido com até 30 meses de idade) está em R$ 250/@, em São Paulo (preço bruto e a prazo), com ágio de R$ 10/@ sobre o valor do animal “comum”. Segundo levantamento realizado pela S&P Global Commodity Insights, a semana começou com nova pressão baixista sobre os preços da arroba no mercado físico do boi gordo. “Grande parte das indústrias frigoríficas optou por se ausentar do ambiente de negócios, o que trouxe certo desarranjo na relação de oferta e demanda por animais prontos para abate”, avaliou a S&P Global. Na visão da S&P Global, grandes dificuldades em escoar a produção de carne bovina para o mercado doméstico, somado a preocupação com o desempenho das exportações da proteína, acendeu uma luz de alerta em toda cadeia produtiva. “Neste momento, as atenções já se viram para agosto e como se dará a dinâmica de escoamento da produção”, disse a S&P Global. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 248/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 238/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 212/@ (à vista) vaca a R$ 185/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 207/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca R$ 207/@ (prazo); PR-Maringá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 207/@ (à vista); RS-Fronteira: boi a R$ 264/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 207/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); PA- Paragominas: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 197/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 297/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
Exportação de carne bovina in natura está em 117 mil toneladas até a terceira semana de Julho/23, queda de 1,50%
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o volume exportado de carne bovina in natura ficou em 117,5 mil toneladas até a terceira semana de julho/23. O total embarcado no ano passado foi de 167,1 mil toneladas, em 21 dias úteis.
A média diária exportada na terceira semana de julho/23 ficou em 7,8 mil toneladas, recuo de 1,50%, frente ao observado no mês de julho do ano anterior, com 7,9 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 4.755 por tonelada, queda de 27,40% frente aos dados divulgados em julho de 2022, com US$ 6.549 por tonelada. O valor negociado para o produto na terceira semana de julho/23 ficou em US $ 559,187 milhões. A média diária ficou em US $ 37,2 milhões queda de 28,50%, frente ao observado no mês de julho do ano passado, com US$ 52,1 milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
SUÍNOS
Queda para a arroba do suíno CIF em São Paulo
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF caiu 4,00%/3,13%, chegando a R$ 120,00/R$ 124,00, enquanto a carcaça especial cedeu ao menos 1,02%, custando R$ 9,30/kg/R$ 9,70/kg
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (21), os preços ficaram estáveis no Rio Grande do Sul (R$ 6,09/kg), e em Santa Catarina (R$ 6,21/kg). Houve queda de 1,17% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,78/kg, recuo de 0,94% no Paraná, baixando para R$ 6,35/kg, e de 0,88% em São Paulo, fechando em R$ 6,77/kg.
Cepea/Esalq
Exportação de carne suína in natura acelera frente a julho/22
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) do Governo Federal, as exportações de carne suína in natura nos 15 dias úteis de julho registraram alta em relação a julho de 2022, mas baixaram em relação à segunda semana do mês em curso
A receita, US$ 163,9 milhões, representa 78,40% do total do mês de julho de 2022, com US$ 209,1 milhões. No volume, as 65.613 toneladas são 74,70% do total registrado em julho do ano passado, com 87.833 toneladas. A receita por média diária, US$ 10,9 milhões, é 9,8% maior do que julho de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 9,06%. Em toneladas por média diária, foram 4.374 toneladas, houve incremento de 9,6% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Quando comparado a semana anterior, redução de 8,45%. No preço pago por tonelada, US$ 2.498, ele é 5% superior ao praticado em julho passado. Frente ao valor da semana anterior, de 0,67%.
AGÊNCIA SAFRAS
ABPA diz que suinocultura está em recuperação, reafirma estimativas de crescimento
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse na segunda-feira (24), Dia do Suinocultor, que a suinocultura brasileira está em fase de recuperação e reafirmou expectativas de crescimento na produção e exportação de carne suína neste ano
“O Brasil tem ocupado espaço de outros grandes players internacionais, como é o caso da União Europeia, reforçando o papel do nosso país na segurança alimentar global. Neste contexto, temos finalmente um fôlego com uma retração gradativa nos preços do milho e do farelo de soja, o que é um alento frente às altas acumuladas em mais de 150%, registradas entre 2020 e 2022”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota. Ao longo dos últimos três anos, a cadeia suinocultora do Brasil enfrentou altos custos de produção e os efeitos da pandemia de covid, levando empresas e suinocultores a operarem com prejuízo apesar da manutenção do fluxo produtivo, segundo a ABPA. Santin disse que o setor ainda enfrenta altas em preços de outros insumos como diesel, energia, plástico e papelão. “Contudo, há uma perspectiva positiva e produtores e agroindústrias vivenciam atualmente um momento de equilíbrio nas contas”, disse Santin. A entidade espera que a produção brasileira de carne suína supere 5 milhões de toneladas pela primeira vez na história em 2023, com recorde de exportações próximo a 1,2 milhão de toneladas, conforme o informado em dezembro do ano passado. O consumo per capita brasileiro também deve ficar acima dos 18 kg registrados em 2022. A ABPA disse que as projeções, reafirmadas na segunda-feira (24), consideram o comportamento do setor até o final do primeiro semestre deste ano. O Brasil exportou 590 mil toneladas de carne suína no primeiro semestre, 15,6% acima do mesmo período do ano passado. A receita com os embarques subiu 26,7% para US$ 1,4 bilhão. A entidade deve divulgar novas informações sobre do desempenho da avicultura e da suinocultura brasileiras no dia 17 de agosto, em coletiva de imprensa.
CARNETEC
FRANGOS
Preços do frango caem em SC e sobem no PR
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve elevação de 0,59%, valendo R$ 5,15/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, houve recuo de 0,48%, chegando a R$ 4,19/kg, enquanto no Paraná o preço subiu 0,46%, valendo R$ 4,41/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à sexta-feira (21), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado cederam 0,17%, valendo, ambos, R$ 5,78/kg. Cepea/Esalq
Em 15 dias úteis, exportações de carne de frango atingem 70% da receita de julho/22
Preço pago por tonelada neste mês ainda é menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)l, as exportações de carne de aves in natura nos 15 dias úteis de julho seguem mostrando um preço por tonelada menor do que julho de 2022. A receita, US$ 585,5 milhões, representa 70,01% de julho de 2022, com US$ 836,3 milhões. No volume, as 298.493 toneladas são 79,34% do total registrado em julho do ano passado, com 376.211,784 toneladas. A receita por média diária foi de US$ 39 milhões, valor 2% menor do que o registrado em julho de 2022. No comparativo com a semana anterior, houve diminuição de 7,81%. Em toneladas por média diária, 19.899 toneladas, houve elevação de 11,07% no comparativo com o mesmo mês de 2022. Em relação à semana anterior, recuo de 7,2% em relação às 21.464,837 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.961, ele é 11,8% inferior ao praticado em julho do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa ligeira queda de 0,56% no comparativo ao valor de US$ 1.972,889 visto na semana passada.
AGÊNCIA SAFRAS
EMPRESAS
Cooperativa agro C. Vale neutraliza emissões com certificados renováveis da Engie
A cooperativa agroindustrial C. Vale fechou acordo com a Engie Brasil Energia para compra de certificados de energia renovável que irão neutralizar 100% de suas emissões de gases de efeito estufa de escopo 2 (indiretas, provenientes da energia elétrica consumida) realizadas em 2023 e 2024
O negócio, que não teve valor informado, prevê a neutralização das emissões de 189 unidades de negócios da C. Vale, incluindo um complexo agroindustrial com fábricas de rações, matrizeiros de aves e de alevinos, incubatório, abatedouros de frangos e de peixes e indústria de termoprocessados. Os certificados renováveis, mais conhecidos como "I-RECs", serão emitidos pela Engie a partir da usina hidrelétrica São Salvador, localizada no Rio Tocantins. A hidrelétrica, além de produzir energia renovável, também realiza investimento anual em programas socioambientais da região, o que também é um dos critérios diferenciais para a certificação dos I-RECs no mercado brasileiro. A operação está alinhada aos planos da C. Vale de acelerar iniciativas da agenda socioambiental, com ações que passaram a ser cobradas pelo "cidadão-consumidor consciente", disse o presidente da C. Vale, Alfredo Lang, em nota. Segunda maior cooperativa agroindustrial do país, com faturamento anual de 22,6 bilhões de reais e mais de 26 mil associados, a C. Vale já tinha a Engie como fornecedora de energia renovável desde 2019, com contratos de longo prazo fechados no âmbito do ambiente de contratação livre. O mercado brasileiro de certificados de energia renovável vem crescendo, em meio à preocupação cada vez maior das empresas em limpar seu consumo de energia elétrica. A expectativa é que o volume transacionado praticamente dobre neste ano, alcançando de 45 milhões a 50 milhões de I-RECs, com apostas de empresas como Vibra e Auren Energia. Ao todo, a Engie Brasil comercializou 10 mil gigawatts-hora (GWh) de certificados renováveis entre 2021 e 2022. No primeiro trimestre deste ano, as transações somaram 700 GWh.
REUTERS
Com foco em pesquisa, Copacol implanta centro de treinamento avícola
Para avançar no compartilhamento de conhecimento entre cooperados e colaboradores, a Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata) acaba de implantar o CTA (Centro de Treinamento Avícola), em Cafelândia (PR).
A estrutura composta pelo que há de mais moderno na atividade visa testar manejos considerados exemplares, repassar o conhecimento aos avicultores e, desta maneira, atingir elevados índices zootécnicos, com melhores conversões alimentares e redução da mortalidade. “O CTA é um espaço privilegiado para conhecermos o que existe no mercado, tanto em tecnologia, quanto em manejo dentro dos aviários. Com parceiros da cooperativa vamos desenvolver pesquisas que resultarão em avanços significativos nas propriedades, capacitando a mão de obra e facilitando o acesso as ferramentas que realmente garantem eficiência produtiva”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol. São 3.544 metros quadrados de área construída: um aviário-escola onde serão testadas tecnologias inovadoras; sala de aula para os cursos; alojamento com 14 vagas para recepcionar visitantes; refeitório; e uma moradia para o granjeiro que ficará responsável pela granja. Em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), os cursos realizados no CTA terão instrutores mestres e doutores na área. A formação atenderá as necessidades do campo, do alojamento até a entrega dos frangos. “O espaço será uma vitrine para conhecer o que há de mais avançado no mercado para o setor. Controle de painéis, manutenção preventiva e elétrica básica para aviários estão entre as capacitações contínuas. Esse é um passo transformador na avicultura da Copacol. Vamos testar e comparar equipamentos, além de resultados exemplares na cooperativa, que serão compartilhados com os demais cooperados”, afirma o superintendente de Produção da Copacol, Irineu Dantes Peron. Com 749 cooperados - 1.237 aviários - que seguem de maneira criteriosa as orientações de manejo, bem-estar e sanidade, a cooperativa tem uma produção diária que ultrapassa 700 mil aves nas duas plantas industriais: Cafelândia e Ubiratã. A média geral de todos os avicultores que entregaram frangos à Copacol neste primeiro semestre do ano foi de 400 pontos de IEP (Índice de Eficiência Produtiva) - a maior da história da cooperativa, o que comprova toda atuação relacionada a medidas sanitárias, genética e de manejo. O CTA é a nova ferramenta para o crescimento técnico pensando no melhor resultado a campo.
Assessoria de Imprensa Copacol
Mato Grosso precisa de mais frigoríficos
A reabertura das unidades da JBS em Juara e em Confresa, bem como a recuperação da planta de Diamantino após um incêndio em junho, são passos importantes para o setor pecuário de Mato Grosso
No entanto, segundo o diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, essas medidas ainda não são suficientes para atender à dimensão do rebanho mato-grossense, estimado em 32 milhões de cabeças. Manzi ressalta que qualquer número atual de frigoríficos no estado é insuficiente para suprir a demanda gerada pela grande quantidade de gado. A recente reabertura da unidade em Juara, por exemplo, já era uma reivindicação do setor e nunca deveria ter sido fechada. A região Noroeste do estado possui um rebanho de 4 milhões de cabeças de gado, e os produtores precisavam enviar seus animais para Diamantino, o que prejudicava a indústria, os produtores e também o bem-estar animal. A situação era semelhante na região do Baixo Araguaia, onde cerca de 4 a 6 milhões de cabeças de gado estavam distantes de frigoríficos, o que exigia o deslocamento dos animais por longas distâncias, resultando em perdas de qualidade. Isso se refletia em ferimentos aos animais durante o transporte, além de afetar negativamente os produtores e a indústria. Francisco Manzi defende que Mato Grosso necessita de mais frigoríficos, distribuídos de forma estratégica em todo o estado, visando uma logística mais adequada para o setor pecuário. Diferentemente da agricultura, que geralmente está próxima às rodovias asfaltadas, a pecuária está presente em todos os 141 municípios de Mato Grosso, o que requer uma reavaliação na logística e a instalação de indústrias mais próximas das áreas de produção. Segundo o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), o estado conta atualmente com 42 frigoríficos, dos quais 32 possuem sistema de inspeção federal, o que os torna aptos para exportar carne bovina, e outros 10 possuem inspeção estadual.
PECUARIA.COM.BR
INTERNACIONAL
Rebanho dos EUA é o menor em 52 anos
Dados do governo divulgados na sexta-feira revelaram que os pecuaristas dos Estados Unidos têm o menor rebanho de bovinos de corte desde pelo menos 1971. A escassez de chuvas tem impactado negativamente os rebanhos, resultando em consequências preocupantes para a indústria de frigoríficos e abatedouros
De acordo com o relatório semestral do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em 1º de julho havia apenas 29,4 milhões de vacas de corte, representando uma queda de 2,6% em relação ao ano anterior. Esse número marca o menor rebanho registrado para essa data em 52 anos e continua acentuando a tendência de declínio que já perdura por cinco anos consecutivos na criação de bovinos de corte. Os dados anuais também são alarmantes, com o início deste ano registrando o menor número de vacas de corte desde 1962, com apenas 28,918 milhões de cabeças. O cenário se agrava com o fato de que os pecuaristas têm sido forçados a enviar mais vacas para o abate, pois as condições de tempo seco têm reduzido significativamente a disponibilidade de pastagens para os animais. Essa escassez de oferta tem um impacto direto nos preços que os processadores de carne, como Tyson Foods, Cargill e a unidade americana da JBS SA, precisam pagar pelo gado. Analistas preveem que essas empresas enfrentarão preços elevados até que os produtores iniciem o lento processo de reconstrução dos rebanhos, o que pode levar anos. Os planos de longo prazo para a abertura de novas plantas de abate nos próximos anos indicam que os processadores precisarão competir de forma cada vez mais acirrada entre si para adquirir as quantidades limitadas de gado disponíveis. Para Rich Nelson, estrategista-chefe da corretora Allendale, "os próximos dois a três anos serão um banho de sangue para as margens dos frigoríficos". Em um relatório separado, o USDA informou que os produtores colocaram 1,68 milhão de bovinos em confinamento em junho deste ano, um aumento de 3% em relação a 2022. Essa medida indica que ainda não há pasto suficiente para o gado pastar, o que levou os produtores a confinarem os animais.
USDA/ THE CATTLE SITE
GOVERNO
Em viagem ao Japão, Fávaro quer reverter embargo do país asiático a frango de SC e ES
Tóquio suspendeu as importações de produtos avícolas dos Estados após focos de gripe aviária em aves de criação de subsistência em Serra (ES) e Maracajá (SC)
O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse em vídeo em rede social, ontem pela manhã, que irá “ajustar os protocolos de gripe aviária” em sua visita ao Japão com uma comitiva do ministério, parlamentares e empresários do agronegócio. O grupo viajou na sexta-feira à noite para uma missão no continente asiático. Além do Japão, a missão irá à Coreia do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes. “Vamos percorrer a Coreia do Sul, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Principalmente, neste momento no Japão, para ajustar os protocolos de gripe aviária. O Brasil continua sendo um dos quatro países do mundo livres da gripe aviaria, e essa é uma grande oportunidade para nós", disse. No Japão, Fávaro vai discutir a suspensão temporária das compras pelo Japão de carne de frango e produtos avícolas do Espírito Santo e Santa Catarina após o registro de focos de gripe aviária em aves de criação de subsistência em duas cidades desses dois Estados. O embargo japonês contraria a orientação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que só prevê suspensões de importações quando plantéis comerciais são afetados, o que não ocorreu no Brasil. Assim, o país segue com o status de livre da enfermidade perante a Omsa. Segundo a última atualização do Ministério da Agricultura, foram registrados 67 focos de gripe aviária no país, 65 em aves silvestres e dois em criação de subsistência. Antes do Japão, de acordo com comunicado do Ministério da Agricultura, a missão vai à Coreia do Sul. Na segunda-feira (24), Fávaro participa de reunião no Ministério da Agricultura, Alimentos e Assuntos Rurais (Mafra) e no Ministério da Segurança dos Alimentos e Medicamentos (MFDS) do país, em Seoul. No dia seguinte, ele se encontra com os representantes do Export-Import Bank of Korea. Depois da Coreia, a comitiva vai a Tóquio, onde o protocolo sanitário sobre a gripe aviária será discutido. No Japão, Fávaro também participa de seminário empresarial no dia 27 de julho e se reúne com empresas de diferentes setores. Na sexta-feira (28), se reúne com o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca (MAFF) e Ministério da Saúde, Trabalho e Bem- Estar (MHLW), segundo nota do Mapa. No vídeo nas redes sociais, Favaro afirmou que a comitiva também irá apresentar as oportunidades de investimentos em pastagens degradadas no Brasil. "Visitaremos vários fundos internacionais para mostrar a capacidade e buscar a captação desses recursos", disse. Após a visita ao Japão, a comitiva vai para Riad, na Arábia Saudita, onde o Ministro Fávaro se encontra com o ministro do Meio Ambiente, Água e Agricultura, e participará de reuniões com fundos de investimentos. No dia 31, a missão segue para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, também para reuniões com fundos de investimentos.
GLOBO RURAL
Perspectiva do BNDES é financiar R$ 50 bi este ano, diz Mercadante
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alozio Mercadante, disse na segunda-feira (24) que o banco tem a perspectiva de financiar projetos no valor de R$ 50 bilhões em 2023, o dobro do montante de 2022
Em entrevista a jornalistas depois de se reunir com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Mercadante também comentou sobre o Fundo Clima, que financia projetos voltados à redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças climáticas. "Nós vamos ter agora um acréscimo de em torno de R$ 620 bilhões no Fundo Clima, que é administrado pelo BNDES e é um fundo que o Brasil tem imenso potencial para captar recursos no exterior, os chamados green bonds, os fundos verdes, que possam alavancar a capacidade de financiamento de investimento para o desenvolvimento”, disseram.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Terminal de Contêineres de Paranaguá registra recorde duplo em junho
Aumento na exportação de carne congelada impulsionou os números, com destaque para a carne bovina, que cresceu 87% nos últimos seis meses
No primeiro semestre de 2023, a TCP (empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá) registrou um volume de 8.479 contêineres de carne bovina no terminal, ou seja, um crescimento de 87% em comparação ao mesmo período do ano passado (4.531 contêineres). Os números acompanham o crescimento geral de carne congelada na empresa, que desencadeou dois recordes: um de volume reefer (contêineres com controle de temperatura e em grande parte usados para o transporte da proteína animal) e outro de movimentos por hora no cais. No mês do recorde duplo, foram movimentados 9.529 contêineres de carne, sendo 68% de frango e 14% de boi, com destino principal para a China. O gerente comercial, de logística e atendimento ao cliente da TCP, Giovanni Guidolim, explica que “contamos com a maior área reefer do Brasil e o nosso objetivo é seguir mantendo esta excelência no setor, ampliando cada vez mais os nossos serviços”. O sistema de dados Dataliner informa que o Mato Grosso é o estado líder em produção de carne bovina para exportação no terminal. “Diversos estados estão utilizando nossas vantagens logísticas, principalmente a flexibilidade, para receber antecipadamente o embarque de volumes reefer para exportação. O Mato Grosso é campeão neste aproveitamento”, explica Guidolim. Outro diferencial da TCP é o modal ferroviário, único no sul do país com acesso direto a zona alfandegada. Segundo o gerente comercial, “a ferrovia é responsável por transportar um em cada cinco contêineres de exportação até o terminal e atende a diversas demandas, entre elas 25% da exportação de carne congelada”. Em junho, a TCP registrou o quarto mês de recordes em 2023. Desta vez, a empresa movimentou 10.750 contêineres reefer, superando a marca de 10.682 movimentos alcançada em março deste ano. O segundo recorde foi em relação a operação mensal em navios. A TCP alcançou a média de 106,6 MPH (movimentos por hora), superando o último recorde registrado em outubro do ano passado de 106,1 MPH. Entre os projetos mais recentes de investimentos está a ampliação e modernização dos gates (portões de acesso) e o aumento das tomadas reefer de 3.572 para 5.126 até o final de 2023. O terminal também implantou recentemente uma subestação para sustentar o consumo de energia para o aumento da área para contêineres com controle de temperatura. Além disso, até o final do ano, 11 novos guindastes do tipo RTG (Rubber Tyred Gantry Crane) serão entregues para atender não só a demanda atual, assim como o crescimento orgânico esperado. Os outros recordes alcançados em 2023 foram nos meses de fevereiro, março e maio. As conquistas foram nos setores de movimentação reefer, passagem mensal e passagem diária de contêineres no gate.
TCP
ECONOMIA/INDICADORES
Queda firme do dólar ante o real
As taxas dos contratos futuros de juros deram continuidade ao movimento da sessão anterior e fecharam em leve baixa na segunda-feira, com investidores mantendo na curva precificação majoritária para corte de 0,50 ponto percentual da Selic na semana que vem, em um dia marcado pela baixa firme do dólar no Brasil
Pela manhã, as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) já oscilavam em queda, em paralelo ao recuo, naquele momento, dos retornos dos Treasuries. Os títulos norte-americanos reagiam a números mostrando que a atividade empresarial nos EUA desacelerou para uma mínima em cinco anos em julho. A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu para 52 em julho, ante leitura de 53,2 em junho. Na Europa, as leituras dos PMIs também mostraram crescimento mais fraco. Os dados reforçaram a visão de que o Federal Reserve pode promover apenas mais uma elevação de juros este ano, na próxima quarta-feira, dando fim ao atual ciclo de aperto monetário. “Temos uma leitura cada vez mais consolidada de que caminhamos para o fim do ciclo de aperto nos EUA e na Europa. Estamos em um momento já de ‘saideira’ na política monetária. O juro pode até subir, mas a alta não vai ser tão vigorosa”, disse Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. O recuo firme do dólar ante o real, conforme Machado, também justificou o viés de baixa para os juros futuros na segunda-feira. “O mercado vinha cauteloso desde o IPCA de junho, que não foi tão bom. Então, havia um suporte técnico do dólar nos 4,80 reais. Isso fazia com que o investidor não tivesse tanta coragem para derrubar mais as taxas de juros”, pontuou.
REUTERS
Ibovespa fecha em alta com expectativa por Fed, IPCA-15 e balanços
O Ibovespa avançou na segunda-feira, ajudado pelo desempenho positivo em Wall Street e pelas altas de Vale e Petrobras, com o mercado na expectativa por decisões de juros nos Estados Unidos e na zona do euro, dado de inflação no Brasil e balanços corporativos localmente e no exterior
Petrolíferas e empresas de siderurgia e mineração ajudaram a puxar a bolsa, enquanto o setor financeiro ficou do lado oposto. O Ibovespa fechou em alta de 0,83%, a 121.218,90 pontos, de acordo com dados preliminares, o que seria a terceira alta seguida e maior patamar de fechamento desde abril de 2022. Na máxima do dia, foi a 121.771,71 pontos, maior nível desde 12 de agosto de 2021. O volume financeiro somava 22 bilhões de reais.
REUTERS
Confiança da indústria subiu em 21 de 29 setores pesquisados em julho, afirma CNI
Os maiores avanços de confiança foram em Farmoquímicos e farmacêuticos e Equipamentos de informática e eletrônicos e ópticos
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) mostra que a confiança avançou em 21 de 29 setores da indústria e recuou nos oito setores restantes em julho. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no mês, a indústria demonstra confiança em 20 de 29 setores, em todos os portes (pequenas, médias e grandes empresas) e em todas as regiões, com exceção da região Sul. É o melhor resultado mensal da confiança da indústria desde novembro de 2022. Dois setores se destacaram pelo alto aumento na confiança. No Farmoquímicos e farmacêuticos o ICEI passou de 54,9 para 61,7 e Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, que subiu de 46,0 para 50,1. O indicador varia de 0 a 100, valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário. O setor de informática saiu de um estado de falta de confiança para um estado de confiança. Além dele, outros três setores fizeram o mesmo movimento: Calçados e suas partes, Produtos químicos e Vestuário e acessórios. Apenas a Metalurgia fez a transição contrária, da confiança para a falta de confiança. “Quando observamos a composição do índice de confiança, o entendimento que as condições atuais da economia estão desfavoráveis é unânime entre as regiões, entre os diferentes portes industriais e é fortemente disseminado entre os setores. O fator que tem atuado como contrapeso são as expectativas para os próximos seis meses, em particular o componente de expectativa relativo às empresas, em que o otimismo abrange todos os portes, todas as regiões e praticamente quase todos os setores”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko. Os setores menos confiantes da economia são, com ICEI abaixo dos 50 pontos: Madeira, Produtos de Borracha, Móveis e Produtos de minerais não-metálicos. O ICEI subiu em todas as regiões do Brasil, com exceção da região Norte. As principais altas ocorreram nas regiões Nordeste e Sul, que registraram avanços de, respectivamente, 1,3 ponto e 1,2 ponto. No entanto, o indicador na região Sul está em 48,8 pontos, ainda abaixo dos 50 pontos, patamar que indica confiança. Na região Norte, a confiança caiu 0,4 ponto. Passou de 53,4 pontos para 53 pontos.
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