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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 416 DE 14 DE JULHO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 416 |14 de julho de 2023



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Frigoríficos saem das compras e testam ajustes negativos na arroba

Cotações do macho terminado "comum" (destinado ao mercado interno) e do "boi-China" tiveram queda diária de R$ 5/@ no interior de São Paulo, informou a Scot Consultoria


Na quinta-feira, 13 de julho, o preço do boi gordo recuou R$ 5/@ no interior de São Paulo, para R$ 245/@, no prazo, valor bruto, informou a Scot Consultoria. As cotações da vaca e novilha gordas ficaram estáveis no mercado paulista, em R$ 212/@ e R$ 235/@ (preços brutos e a prazo). O valor do “boi-China” também caiu R$ 5/@, atingindo R$ 250/@, preço bruto e a prazo – o que significa um ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”, acrescentou a Scot. Segundo a S&P Global Commodity Insights, a quinta-feira registrou movimentos limitados quanto ao volume de negociações no mercado brasileiro do boi gordo. “Verifica-se uma certa frustração com o fluxo de escoamento da produção de carnes, o que começa a tomar forma na fundamentação dos preços no mercado de boiada gorda”, ressalta a S&P Global. Na avaliação da consultoria, nas últimas semanas, a oferta de animais terminados resultou em valorização dos preços da arroba, mas tal movimento parece ter se esgotado, diante de uma demanda (pela carne bovina) enfraquecida, sobretudo no mercado interno. A estratégia das indústrias frigorificas é manter um ritmo mais cadenciado de compra de animais terminados, condição que deverá abrir espaço para especulação baixista nas cotações do boi gordo, prevê a S&P Global. Pelo lado da indústria, enfatiza a S&P Global, processadoras que possuem escalas que atendam minimamente contratos de curtíssimo prazo se ausentam das compras. No mercado futuro, os preços do boi gordo também começam a ceder, recuando para patamares abaixo de R$250/@ nos vencimentos de curto prazo. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 222/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 227/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 225/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 222/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 217/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca R$ 207/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 264/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 187/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 212/@ (prazo) vaca a R$ 197/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 209/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 205/@ (à vista) vaca a R$ 180/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 205/@ (à vista); vaca a R$ 180/@ (à vista).

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO


Boi/Cepea: Poder de compra sobe frente ao milho

O poder de compra de pecuaristas terminadores frente ao milho tem aumentado ao longo deste ano, mesmo diante da queda do preço da arroba do boi gordo nesse período


De acordo com levantamento do Cepea este cenário se deve às intensas desvalorizações do cereal, que é um dos principais insumos da alimentação. Dados do Cepea mostram que, no acumulado de 2023 (de dezembro/22 até a parcial de julho/23), enquanto o valor médio da arroba do boi caiu 8% (Indicador CEPEA/B3, estado de São Paulo), o do milho (Indicador ESALQ/BM&FBovespa, Campinas – SP) recuou significativos 32%, em termos reais (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI). Diante disso, com a venda de um quilo de boi gordo no mercado paulista, o pecuarista consegue comprar 18,35 quilos de milho em julho, o maior poder de compra do recriador frente a este cereal desde setembro de 2017.

Cepea


SUÍNOS


Cotações estáveis para o mercado de suínos

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 126,00/R$ 129,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,70/kg/R$ 10,00/kg


Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (12), houve tímida alta de 0,15% em São Paulo, atingindo R$ 6,84/kg. Os valores não mudaram em Minas Gerais (R$ 7,26/kg), Paraná (R$ 6,46/kg), Rio Grande do Sul (R$ 6,18/kg), e Santa Catarina (R$ 6,26/kg). Na quinta-feira (13) os preços do suíno independente mostraram comportamentos diferentes nas principais praças comercializadoras.

Cepea/Esalq


Suinocultura independente: alta no PR e SC

Em São Paulo, o preço ficou estável em R$ 7,00/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), com acordo entre suinocultores e frigoríficos


No mercado mineiro houve queda, passando de R$ 7,30/kg para R$ 7,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), após acordo entre suinocultores e frigoríficos. Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve leve alta, saindo de R$ 6,25/kg vivo para R$ 6,38/kg vivo nesta semana. No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 06/07/2023 a 12/07/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 9,07%, fechando a semana em R$ 5,95/kg vivo. "Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,30/kg vivo", informou o Lapesui.

AGROLINK


Suínos/Cepea: Cotações do vivo e da carne reagem

O valor médio do suíno vivo posto na indústria vem se recuperando, com intensas elevações sendo registradas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea


Segundo pesquisadores, esse movimento é observado desde a segunda quinzena de junho e foi reforçado neste começo de julho, devido ao típico aquecimento da demanda neste período, tendo em vista o recebimento dos salários por grande parte da população. De acordo com colaboradores do Cepea, com a maior procura na ponta final, agentes da indústria intensificaram as compras de novos lotes de animais para abate. No mercado da carne, as cotações da carcaça acompanharam o movimento de alta verificado para o animal vivo.

Cepea


FRANGOS


Frango registra queda em SC e alta no PR

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, enquanto o frango no atacado teve queda de 1,89%, valendo R$ 5,20/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço caiu 9,46%, alcançando R$ 4,21/kg; já no Paraná, o preço ficou estável em R$ 4,46/kg.

Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (12), a ave congelada cedeu 1,69%, atingindo R$ 5,82/kg, e o frango resfriado baixou 0,86%, fechando em R$ 5,79/kg.

Cepea/Esalq


EMPRESAS


BRF capta R$ 5,4 bi em 'follow-on': Marfrig e Salic investem, dizem fontes

Além do lote principal, foi vendido o lote adicional ("hot issue"), visto que houve demanda do mercado


A BRF, dona da Sadia e Perdigão, acaba de concluir sua oferta subsequente de ações ("follow-on"), com a injeção de capital total de R$ 5,4 bilhões, com a entrada de recursos do fundo árabe Salic e aumento de posição da Marfrig, do empresário Marcos Molina. Conforme pré-acordado, a ação foi precificada em R$ 9. Além do lote principal, foi vendido o lote adicional ("hot issue"), visto que houve demanda do mercado. O fundo Salic decidiu aportar o mínimo estabelecido no acordo, disseram fontes. Juntos, Marfrig e Salic investiram aproximadamente R$ 3,4 bilhões na oferta, apurou o Valor. A venda a mercado correspondeu a cerca de R$ 500 milhões da oferta, sendo o restante referente à oferta prioritária, ou seja, direcionada à base acionária da companhia, também segundo interlocutores A injeção de recursos ajudará a companhia de alimentos a equalizar seu balanço, que há anos está alavancado. Para seguir com a oferta, a companhia teve que aprovar em assembleia de acionistas a dispensa de realização de uma oferta pública de aquisição (OPA), já que a participação da Marfrig ultrapassará o limite imposto na poison pill, de 33,33%. Foram coordenadores da oferta J.P. Morgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA. Safra, UBS BB e XP. O aumento de capital tem como objetivo sanar a situação financeira da companhia, que há anos lida com seu alto endividamento. No primeiro trimestre deste ano, a dívida líquida da BRF encerrou em R$ 15,29 bilhões. Com isso, a alavancagem — indicador que mede a razão entre a dívida e o Ebitda ajustado — foi de 3,35 vezes, considerada alta. Com a alta taxa de juros, o custo da dívida vem pressionando, o que empurrou a companhia a buscar alternativas para levantar capital. No ano passado, a BRF chegou a colocar R$ 5,4 bilhões no caixa por meio de uma oferta subsequente, já feita com o objetivo de reduzir sua alavancagem. Há meses a empresa vem buscando outras alternativas para levantar capital. Neste ano, por exemplo, o banco Santander foi contratado pela companhia para vender a divisão de pet, avaliada em R$ 2 bilhões. A companhia também busca fundos para vender precatórios e ativos judiciais, segundo fontes.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Indústria do Paraná cresce 5,3% em maio de 2023, terceiro melhor resultado do País

Segundo o IBGE, a produção industrial paranaense no mês foi beneficiada pelo desempenho dos setores de veículos automotores, de alimentos e de celulose. É o melhor resultado da indústria no Estado desde dezembro de 2022 (9,9%)


A indústria do Paraná cresceu 5,3% em maio deste ano, terceiro maior registro do País, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na quinta-feira (13). O resultado é cinco pontos percentual maior que a média nacional (0,3%) e também representa o maior crescimento da região Sul em relação a abril: Rio Grande do Sul (-0,1%) e Santa Catarina (-2,7%) registraram recuos no mês. Segundo o IBGE, a produção industrial paranaense de maio foi beneficiada pelo desempenho dos setores de veículos automotores, alimentos e celulose. É o melhor resultado da indústria no Estado desde dezembro de 2022 (9,9%). Outros bons dados da indústria em maio envolvem a comparação com maio do ano passado, com crescimento de 5% em 2023, enquanto o avanço nacional foi de 1,9%, e no acumulado do ano (janeiro a maio), com aumento de 0,7% no Estado e recuo de 0,4% em todo o País. Nos primeiros cinco meses do ano, apenas o Paraná registrou crescimento industrial no Sul, enquanto Rio Grande do Sul (-6,4%) e Santa Catarina (-4,5%) perderam força no setor. Os setores que mais contribuíram com a alta do ano no Paraná foram produtos alimentícios (8%), bebidas (3,1%), coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (11,3%), veículos (2,2%) e móveis (8,7%). As vendas de automóveis para o exterior por exemplo somaram US$ 236 milhões, um aumento de 45,8%, enquanto máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos diversos também tiveram um crescimento, de 20,4%, totalizando US$ 82 milhões. Em maio de 2023, a produção industrial nacional avançou 0,3% frente a abril, na série com ajuste sazonal, e dez dos 15 locais pesquisados apresentaram taxas positivas. As maiores altas foram no Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%) e Paraná (5,3%). Já Santa Catarina (-2,7%) e Bahia (-2,4%) apontaram os recuos mais intensos. No acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, a redução na produção nacional (-0,4%) alcançou 11 dos 18 locais pesquisados.

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS


ECONOMIA/INDICADORES


Dólar à vista fecha em baixa de 0,57%, a R$4,7898 na venda

O dólar à vista emplacou na quinta-feira a terceira sessão consecutiva de baixa ante o real, novamente sob influência do exterior, onde novos dados de inflação reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve poderá subir os juros dos Estados Unidos apenas mais uma vez este ano


O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7898 reais na venda, com baixa de 0,57%. Em três dias, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,90%. Na B3, às 17:03 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 4,8050 reais. Na sessão de quarta-feira, o dólar já havia recuado na esteira da divulgação de dados da inflação do consumidor nos EUA, que subiu menos que o esperado em junho. Na quinta-feira, foram os preços ao produtor (PPI) que reforçaram a expectativa de uma política monetária não tão restritiva nos EUA. Os preços ao produtor para demanda final subiram 0,1% em junho ante o mesmo mês do ano passado, enquanto economistas ouvidos pela Reuters projetavam elevação de 0,4%.

REUTERS


Ibovespa fecha em alta após dados de inflação dos EUA

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, com Cyrela capitaneando os ganhos após prévia operacional robusta no segundo trimestre, enquanto dados de inflação nos Estados Unidos reforçaram expectativas de que o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve acabará em breve, endossando apetite a risco


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,42 %, a 119.332,51 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo oscilado entre a mínima de 117.668,13 pontos e a máxima de 119.739,09 pontos. O volume financeiro totalizava 19 bilhões de reais.

REUTERS


CNI diz que economia poderá crescer 2,1% este ano

O desempenho do agronegócio fez a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre, divulgado na quinta-feira (12) pela entidade, a estimativa passou de 1,2% em abril para 2,1% em julho.


A confederação, no entanto, adverte que a melhoria se deve apenas ao agronegócio, com os demais setores da economia encolhendo ou desacelerando. Acrescenta ser necessário reformar o sistema tributário e reduzir os juros para destravar a economia brasileira. Pelas estimativas da CNI, enquanto a agropecuária deverá crescer 13,8% neste ano - impulsionada pela produção recorde de alimentos - a indústria deverá se expandir apenas 0,6%. O desempenho do setor industrial também tem desigualdades: a indústria da construção crescerá 1,5%, mas a indústria da transformação - afetada pelos juros altos - deverá encolher 0,9% em 2023. Em nota, a CNI destaca que a indústria nacional sofre com a falta de competitividade gerada pela complexidade do sistema tributário e pela escassez de crédito provocada pelos juros altos. Apesar disso, a entidade considera que o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional e a queda da inflação, com a provável redução da Taxa Selic (juros básicos da economia) neste semestre, melhoram as perspectivas para a economia brasileira. Além da aprovação da reforma tributária e da queda dos juros, a CNI pede que o governo acelere a criação de uma política industrial que permita o país se inserir nas cadeias globais de produção “de forma inovadora e sustentável”. Em relação à inflação, a CNI projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - usado como indicador oficial pelo governo - encerrará o ano em 4,9%, contra estimativa anterior de 6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo. Para a CNI, a recuperação do mercado de trabalho continua, com a expectativa da taxa média de desemprego para 2023 caindo de 9% para 8,3%. A previsão de crescimento da massa de rendimento real (acima da inflação) subiu levemente, de 6,7% para 6,8% neste ano. A estimativa de consumo das famílias subirá 1,8% em 2023, contra previsão anterior de 1,2%. A CNI atribui o aumento à recuperação parcial do crédito a partir de março e ao aumento do valor do Bolsa Família, que estimula compras em mercados e farmácias. Em relação aos juros, a confederação estima que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano, devendo cair dois pontos percentuais em relação aos 13,75% atuais. Em relação ao câmbio, a entidade prevê que o dólar comercial chegará ao fim do ano em R$ 4,90, contra previsão anterior de R$ 5,35. A previsão de superávit da balança comercial (exportações menos importações) para este ano saltou de US$ 55,7 bilhões para US$ 62,4 bilhões. Para as contas públicas, a entidade manteve a projeção de déficit primário (resultado negativo sem os juros da dívida pública) de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

AGÊNCIA BRASIL


Conab: Brasil deve produzir maior safra histórica de grãos no ciclo 2022/2023, com 317,6 milhões de toneladas

O volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 317,6 milhões de toneladas na safra 2022/2023, um crescimento de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22, consolidando as previsões anteriores como a maior já produzida no país. Os dados constam no 10º levantamento de grãos, divulgado na quinta-feira (13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)


De acordo com a estimativa, esse resultado também é 0,6% superior ao divulgado em junho, decorrente, principalmente, do melhor desempenho das lavouras de milho segunda safra observado em campo neste último mês, e do crescimento da área semeada com o trigo, aliado às boas condições climáticas que vêm ocorrendo. De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, 23,1% ou 29 milhões de toneladas acima da ocorrida no ciclo passado. Já para o milho, a previsão é de 127,8 milhões de toneladas, incluindo as três safras, chegando a 12,9% ou 14,6 milhões de toneladas acima da cultivada em 2021/22. “Observamos um avanço mais lento na área colhida do milho segunda safra, que já era esperado, devido ao atraso no plantio e colheita da soja em diversas regiões, e à diminuição das temperaturas durante a maturação dos grãos”, explica o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos. “Mesmo assim, o cenário continua extremamente positivo para a produção do cereal”. Outras culturas, como o algodão, feijão e sorgo, seguiram o movimento de alta e apresentaram percentuais de aumento na produção. Já o arroz e alguns cultivos de inverno, como aveia, centeio e trigo, apontam para redução no volume produzido, em comparação com a safra anterior. Com relação à área, esse levantamento aponta ainda uma estimativa de 78,2 milhões de hectares, 4,9% ou 3,7 milhões de hectares superior à semeada em 2021/22. Os maiores incrementos são observados na soja, com 2,6 milhões de hectares (6,2%), no milho, com 576 mil hectares (2,7%), e no trigo, com 343,4 mil hectares (11,1%). O aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deve elevar o volume de exportações de milho em 2023. Com a projeção de demanda externa aquecida, estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sairão do país. Para o estoque interno também há previsão de aumento de 27,6% ao fim deste ano-safra, chegando a 10,3 milhões de toneladas. Com relação à soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, um aumento percentual de 21,5% comparada à safra anterior. Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamentos da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Assim, os estoques finais antes estimados em 7,51 milhões de toneladas, passaram para 7,43 milhões de toneladas.

CONAB


Dívida bruta do governo geral deve atingir 71,2% do PIB em 2032 estima tesouro nacional

De acordo com projeções do Tesouro Nacional, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingirá um pico de 76,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e iniciará uma trajetória descendente, atingindo 71,2% do PIB em 2032, nível mais baixo que os 72,9% do PIB observados ao final de 2022. As estimativas constam da 3ª Edição do Relatório de Projeções Fiscais, publicado nessa quarta-feira (12/07) pelo Tesouro Nacional.


Segundo a publicação, essa evolução do endividamento público está vinculada a expectativas de resultados primários positivos e de redução dos juros/PIB, fatores determinantes para assegurar a trajetória de queda da DBGG/PIB no médio prazo. Essa trajetória considera o atingimento das metas de resultado primário de 0% do PIB em 2024, 0,5% do PIB em 2025 e 1% do PIB em 2026, conforme previsão do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2024. Para tanto, a União terá que fazer um esforço fiscal permanente da ordem de 1,3% do PIB em 2024, o qual deverá ser ampliado em 0,1 p.p. do PIB em 2025 e 0,3 p.p. do PIB em 2026. O esforço fiscal estimado para alcance dos resultados primários indicado no Relatório engloba tanto as necessidades de incrementos na receita líquida quanto de contingenciamentos de despesas. O cenário de referência para as projeções se baseia no cenário macroeconômico de 15 de maio de 2023 da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE/MF) e nas novas regras em discussão no âmbito da proposta de Regime Fiscal Sustentável. Ao longo do horizonte de projeção, a receita líquida do Governo Central se estabiliza em 19,1% do PIB, 0,8 p.p. acima dos 18,3% do PIB esperados para este ano, em virtude das medidas adicionais de receitas que se assume que serão tomadas para atingir a meta de resultado primário. Já as despesas primárias caem de 19,0% do PIB em 2023 para 17,8% em 2032, considerando o limite de crescimento da despesa proposto pelo Regime Fiscal Sustentável. De acordo com o Relatório, o ritmo de crescimento do limite associado às hipóteses de evolução das despesas obrigatórias permite ampliação das despesas discricionárias em todo período, mas este crescimento não se traduz, necessariamente, em maior espaço orçamentário para custeio ou adoção de novas políticas, tendo em vista o aumento previsto nas indexações e na vinculação de determinadas despesas às receitas. Exercícios alternativos mostram que a dívida pública alcança patamares muito similares mesmo que o Governo Central atinja apenas as bandas inferiores das metas de resultado primário (0,25% do PIB abaixo do objetivo central). Por outro lado, caso as medidas de receitas adicionais e o contingenciamento não sejam aplicados, a relação DBGG/PIB cresceria por mais tempo, alcançando 82,1% do PIB em 2029 e assumindo um lento processo de redução após esse ano, encerrando 2032 em 81,3% do PIB. De acordo com o relatório, o atual patamar da dívida pública é compatível com uma trajetória sustentável no médio prazo, observados os cenários de crescimento econômico e de redução das taxas de juros, e mantido o esforço de consolidação fiscal, que requer a adoção de medidas de recuperação da arrecadação ou de revisão de despesas.

Ministério da Fazenda


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