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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 387 DE 02 DE JUNHO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 387 |02 de junho de 2023



NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Sem encontrar o piso, arroba recua novamente

O macho terminado paulista recuou R$ 5/@, para R$ 240/@, no prazo, refletindo o avanço de oferta, além da maior cautela nas compras dos frigoríficos, informou a Scot Consultoria


Na quinta-feira, o boi gordo abriu o dia em queda na praça de São Paulo, informou a Scot Consultoria. “As compras realizadas são suficientes para manter as escalas de abate, indicando boa oferta de bovinos terminados”, relataram os analistas. Com isso, o macho terminado paulista recuou R$ 5/@, para R$ 240, no prazo, valor bruto, segundo a Scot. A vaca, a novilha gorda e o “boi-China” também sofreram desvalorização diária de R$ 5/@ em São Paulo, chegando em R$ 220/@, R$ 230/@ e R$ 245/@, respectivamente (valores brutos e a prazo), acrescentou a Scot. Em ambiente nacional, considerando outras praças pecuárias, o movimento também foi de baixa na quinta-feira, segundo a S&P Global Commodity Insights. A maior disponibilidade de gado pronto para abate em 2023, especialmente de fêmeas, reflete o descarte de matrizes em função da baixa remuneração da atividade de cria, sobretudo com a forte queda nos preços da bezerrada, observou a consultoria. Dados parciais do SIF, que cobrem indústrias frigoríficas exportadoras, mostram que o abate de bovino no Brasil, entre janeiro e maio de 2023, já soma um crescimento de 5% em relação ao volume registrado em igual período de 2022, ao totalizar cerca de 9,4 milhões de cabeças. As plantas com SIF representam cerca de 75% do abate total fiscalizado no País. “Trata-se do maior número de animais abatidos desde 2019, quando foi registrado em torno de 10 milhões de cabeças enviadas aos ganchos”, compara a S&P Global. No acumulado de 2023, as fêmeas representam 49% do total de bovinos abatidos, quase dez pontos percentuais acima do quadro observado em igual período de 2022, informa a consultoria. Por sua vez, os preços da carne bovina, no atacado, continuam fragilizados, também pelas quedas nas carnes concorrentes (frango e suínos). Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 231/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 243/@ (prazo) vaca a R$ 222/@ (prazo); MS-Dourados: boi a R$ 229/@ (à vista) vaca a R$ 215/@ (à vista); MS-C. Grande: boi a R$ 231/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 192/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 215/@ (à vista) vaca a R$ 190/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 210/@ (à vista) vaca a R$ 187/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca R$ 192/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 194/@ (prazo) vaca a R$ 179/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 217/@ (prazo) vaca a R$ 207/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 202/@ (prazo) vaca a R$ 182/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 190/@ (à vista) vaca a R$ 170/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 197/@ (à vista) vaca a R$ 177/@ (à vista).

S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO


Exportação de carne bovina in natura alcança 168,5 mil toneladas em maio/23

Houve queda nos preços médios e na receita na comparação com maio/22


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços (MDIC), a exportação de carne bovina in natura atingiu 168,5 mil toneladas na quinta semana de maio/23. No ano anterior, o volume do mês de maio ficou em 152,3 mil toneladas, em 22 dias úteis. A média diária ficou em 7,6 mil toneladas, avanço de 10,6%, frente a maio do ano anterior, com 6,9 mil toneladas. O preço médio ficou de US$ 5.098 por tonelada, queda de 21,00% frente a maio de 2022, com US$ 6.453 por tonelada. O valor do produto ficou em US$ 859,2 milhões, contra US$ 983,2 milhões em maio de 2022. A média diária ficou em US$ 39 milhões, queda de 12,6%, frente a maio do ano passado, com US$ 44,6 milhões.

AGÊNCIA SAFRAS


Rabobank espera queda no consumo de carne bovina no Brasil em 2023

O Rabobank espera que o consumo per capita de carne bovina caia no Brasil em 2023, já que a demanda doméstica continua afetada por declínio do poder de compra dos consumidores, segundo relatório divulgado na quinta-feira (01)


As exportações tendem à normalização a partir de maio, com a China retomando os volumes de compras registrados no período que antecedeu a suspensão temporária das vendas brasileiras para o país. Os custos de produção de carne bovina continuam a cair com redução nos preços de gado e ração. “Com isso, espera-se um aumento no volume de bovinos confinados, sendo a maior parte destinada ao mercado externo”, disse o Rabobank em relatório. O Rabobank também espera que o descarte de fêmeas perca força, mas siga em alta.

“Segundo contatos da indústria, a proporção de fêmeas no abate total em março de 2023 deveria ter passado de 42%, mas caiu em abril, mesmo com a queda sazonal das chuvas. Ainda assim, não foi suficiente para reduzir a pressão negativa sobre os preços do boi gordo”, disse o banco. “O maior estoque de machos em relação ao ano anterior estimulou o confinamento e deve levar ao aumento da oferta e pressionar os preços domésticos da carne bovina”, disse o Rabobank.

CARNETEC


SUÍNOS


Suínos: estabilidade na 5ª feira. Preços seguem nos menores patamares nominais do ano

Nas negociações para o Suíno Carcaça Especial, os preços permaneceram em R$ 8,40/R$ 8,80 por kg, conforme a Scot Consultoria


O valor do suíno CIF também seguiu estável e ficou em R$ 107,00/@ a R$ 112,00/@, conforme levantamento da Scot Consultoria. O preço do animal vivo, em Minas Gerais, seguiu estável e está em R$ 5,96/kg, conforme o Cepea/Esalq, referente às informações da última quarta-feira (31). Já no Paraná o preço também seguiu estável em R$ 5,52/kg. O preço do animal vivo em São Paulo está em R$ 5,89/kg e não teve alteração. Em Santa Catarina, o animal vivo apresentou alta de 0,19% e está em R$ 5,32/kg. No Rio Grande do Sul, o preço do suíno apresentou estabilidade, cotado em R$ 5,70/kg.

Cepea/Esalq


Exportação de carne suína tem alta de 14,30% no volume em maio

Na receita a alta foi de 23,6% no comparativo anual


Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços (MDIC), o volume exportado de carne suína in natura atingiu 91,1 mil toneladas nos 22 dias úteis de maio de 2023. Isso representou um avanço de 14,30%, frente ao total embarcado no mesmo período do ano passado, com 79,7 mil toneladas. No comparativo mensal, o volume teve um recuo de 2,04%, com o mês de abril/22 encerrado com um total de 93,0 mil toneladas. Em relação à média diária, o volume foi a 4,1 mil toneladas, com avanço de 14,30% no comparativo com o mesmo mês de 2022, com 3,62 mil toneladas. Em maio, a receita obtida com as exportações de carne suína in natura foi de US$ 235,8 milhões e, no mesmo período do ano anterior, ela finalizou o mês com US$ 190,808 milhões. Já a média diária ficou em US$ 10,7 milhões, avanço de 23,6% frente ao montante obtido em maio de 2022, com US$ 8,6 milhões. No preço pago por tonelada, US$ 2.587 por tonelada, o resultado é 8,2% superior ao praticado em maio do ano passado, com US$ 2,391 mil por tonelada.

AGÊNCIA SAFRAS


Suinocultura independente: Preços em queda no PR

No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 25/05/2023 a 31/05/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentou queda de 3,28%, fechando a semana em R$ 5,92/kg. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente nova queda, podendo ser cotado a R$ 5,80.”, informou o Lapesui


Em Santa Catarina, os preços estão sendo negociados em R$ 5,54/kg, com prazo estimado em 28 dias. De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, o mercado tem a projeção de comercialização para a próxima semana de 16.182 animais, com peso médio de 116 kg. Segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o mercado sinalizou manutenção nos preços do suíno vivo nesta semana. No estado, os preços do animal estão em R$ 125,00/@, condições de bolsa, com 16.000 suínos comercializados. Em Minas Gerais, o preço do suíno vivo está em R$ 6,00/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

AGROLINK


Suínos cepea: Preços do suíno vivo e de carne caem em todas as regiões

Os atuais valores do animal vivo e da carne suína operam, em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, nos menores patamares nominais do ano


Pesquisadores do Cepea indicam que o mês de maio se encerrou com os preços do animal vivo e da proteína em fortes quedas, resultado da demanda enfraquecida, tendo em vista a restrição orçamentária de muitos consumidores neste período do mês, e da oferta elevada de animais prontos para o abate. Este cenário também levou frigoríficos a demandarem menos lotes de animais, o que reforçou a pressão sobre os preços.

Cepea


FRANGOS


Preços do frango recuaram na 5ª feira

Segundo o levantamento realizado pela a Scot Consultoria, o preço do frango na granja teve recuo de 2,17% e está precificado em R$ 4,50/kg


Na referência para a carne de frango no atacado, em São Paulo, a consultoria informou que os valores apresentaram queda de 0,93% a R$ 5,35/kg. Em Santa Catarina, o valor da ave seguiu em estabilidade, a R$ 4,10/kg, conforme divulgado pelo Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). A cotação do frango vivo no Paraná não teve alteração e está em R$ 4,83/kg, enquanto em São Paulo a cotação do frango vivo está sem referência. No último levantamento realizado pelo Cepea na quarta-feira (30), o preço do frango congelado teve queda de 2,43% e está cotado em R$ 6,03/kg. Já a cotação do frango resfriado apresentou recuo de 2,59% e está sendo negociado em R$ 6,01/kg.

Cepea/Esalq


Exportação de frango in natura tem leve ganho no volume e queda no faturamento em maio

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços (MDIC), o volume exportado de carne de aves in natura ficou em 402.769 toneladas em 22 dias úteis em maio/23


O total exportado representa um incremento de 0,85% frente ao resultado do mesmo período do ano passado, com 339.409 toneladas. A média diária encerrou o mês com 18,3 mil toneladas, um avanço de 0,80%, frente ao observado em maio de 2022, com 18,1 mil toneladas. O valor total foi de US$789,9 milhões, contra US$ 835,4 milhões em maio do ano passado. A média diária ficou em US$ 35,7 milhões, queda de 5,80%, frente ao observado no mês de maio do ano passado, com US$ 37,9 milhões. No preço pago pela tonelada, o resultado foi de US$ 1.953 mil por tonelada, recuo de 6,60% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, com US$ 2.091 mil por tonelada.

AGÊNCIA SAFRAS


Ministério da Agricultura confirma mais seis casos de gripe aviária

Brasil contabiliza 19 ocorrências da doença, todas em aves silvestres. Também foi confirmado um caso do vírus de baixa patogenicidade (H9N2) em Minas Gerais


O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou na noite da quinta-feira (1/6) mais seis casos de influenza aviária de alta patogenicidade no país. Agora, o Brasil contabiliza 19 confirmações da doença, todas em aves silvestres. No Estado do Espírito Santo foram confirmados mais quatro focos, sendo três no município de Marataízes, nas espécies Thalasseus acuflavidus (nome popular do trinta-réis de bando), Thalasseus maximus (trinta-réis-real) e Nannopterum brasilianum (biguá), e um no município de Guarapari, também na espécie Thalasseus acuflavidus. O Estado contabiliza 13 casos até o momento. Os outros dois focos foram no Rio de Janeiro, ambos na espécie Thalasseus acuflavidus. Com isso, são cinco ocorrências da doença no Estado. O outro caso foi confirmado no início desta semana, em uma ave na Estação Ecológica do Taim (RS). Também nesta quinta, a Pasta confirmou um caso do vírus da influenza aviária de baixa patogenicidade (H9N2) em um pato da espécie Cairina moschata, na cidade de Pará de Minas, em Minas Gerais. Em comunicado, a Pasta reforçou que a influenza aviária de baixa patogenicidade não é uma doença de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros. “A detecção de um novo subtipo do vírus não tem relação com os focos confirmados de alta patogenicidade (H5N1) em aves silvestres nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, não requer a aplicação de medidas emergenciais e não compromete a condição do Brasil como país livre de IAAP [influenza aviária de alta patogenicidade]”, disse o ministério, no comunicado.

VALOR ECONÔMICO


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Funrep: secretaria da fazenda prorroga novamente a cobrança do fundo: desta vez para 10 de dezembro

A medida consta no Decreto Estadual nº 2294, publicado na quarta-feira (31/05), no Diário Oficial do Estado


Anteriormente, a cobrança iniciaria em junho. “A alteração atende a um pedido do setor produtivo, principalmente do agronegócio, uma vez que a cobrança tende aumentar o custo de itens produzidos no Paraná, ocasionando a perda de competitividade frente aos importados ou de produtos vindos de outros Estados”, esclarece o Coordenador jurídico da Ocepar, Rogério dos Santos Croscato. De acordo com o Presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o setor produtivo entende que a cobrança não deve prevalecer, uma vez que o Funrep foi criado no contexto da pandemia. “Foi um meio encontrado como garantia do Estado para honrar seus compromissos, o que impactaria em toda a sociedade. Contudo, a economia paranaense tem retomado o patamar pré-pandemia e as receitas já vêm sendo recompostas”, destaca Ricken. A cobrança do Funrep foi estabelecida por meio da Lei Complementar nº 231/2020. O Fundo possui outras fontes de receita, além da possibilidade de instituição de uma contrapartida dos depósitos a serem efetuados pelos beneficiários do programa de incentivos tributários.

OCEPAR


Custo de produção de proteínas animais está em queda no Paraná, aponta boletim

A baixa nos preços do milho e da soja está refletindo diretamente na queda do custo de produção de algumas proteínas animais como suínos e frangos, além do leite produzido no Paraná. Os dois grãos, que estão entre os mais cultivados no Estado, são essenciais na alimentação animal


A análise desses custos e informações sobre o desenvolvimento de outras culturas agropecuárias fazem parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária, preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), referente à semana de 26 de maio a 1º de junho. O custo médio de produção de um quilo de suíno vivo em 2022 foi de R$ 7,44. Nos primeiros quatro meses deste ano o valor caiu para R$ 6,71, o que representa redução de quase 10%. A alimentação, que sozinha teve baixa superior a 13%, representa praticamente 80% de todo o custo produtivo. No caso da bovinocultura de leite, a redução no custo de produção em abril deste ano foi de 1,3%, comparativamente com o mês anterior. No entanto, a escassez de oferta no campo e a competição pelo produto impulsionam o preço pago ao produtor, atualmente em R$ 2,94 o litro no Paraná. Nos preços atuais, o produtor precisaria de 18,5 litros de leite para comprar uma saca de milho. Em maio do ano passado ele precisaria do dobro, no mínimo, para pagar a mesma saca. A redução nos custos com alimentação pode ajudar o produtor a enfrentar melhor a entressafra e evitar aumento exagerado nos preços ao consumidor. O boletim também retrata a análise da Embrapa Suínos e Aves, que verificou queda de 6% no custo de produção do frango no Paraná em abril deste ano, comparativamente com o mês anterior. De um valor médio de R$ 5,30, o quilo caiu para R$ 4,98.

Agência Estadual de Notícias


ECONOMIA/INDICADORES


PIB do 1° tri eleva viés positivo para projeção de crescimento em 2023, diz Fazenda

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre elevou o viés positivo para a projeção de crescimento em 2023 como um todo, atualmente em 1,9%, disse o Ministério da Fazenda na quinta-feira


Segundo a Secretaria de Política Econômica da pasta, o carregamento estatístico ("carry over", em inglês) do PIB para o ano após o resultado do primeiro trimestre é de 2,4%. O PIB cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, de acordo com dados divulgados na quinta-feira pelo IBGE, superando estimativas de economistas consultados pela Reuters de avanço de 1,3%. A Fazenda reconheceu que, no segundo trimestre, deve ser observada uma desaceleração do crescimento da agropecuária na margem, "uma vez que o aumento da produção de grãos tem impacto muito mais pronunciado no primeiro trimestre, pela colheita da soja e milho primeira safra". Além disso, a pasta disse não ver sinais de recuperação da indústria no próximo trimestre, principalmente a de transformação, citando recuo no fluxo de caminhões pesados, queda na produção de automóveis e ônibus e piora nos índices de confiança industrial e empresarial, bem como uma desaceleração no mercado de crédito. No setor de serviços, no entanto, "as perspectivas seguem favoráveis para o próximo trimestre, com destaque para geração de novas vagas de emprego formal; para a expansão da massa real em abril e para a elevação da renda real disponível, que deve ser verificada tanto pelo novo aumento no valor do salário mínimo em maio como pela desaceleração esperada para a inflação, em especial de alimentos e gasolina", disse o Ministério. Para o restante do ano, a Fazenda citou o programa Desenrola, o Minha Casa Minha Vida e o estímulo ao adensamento tecnológico do governo como vetores positivos de crescimento. "O início da flexibilização monetária e as reformas fiscal e tributária, somadas ainda às medidas para desburocratizar e agilizar emissões no mercado de capitais, tendem a reduzir incertezas, propiciando o retorno do investimento", acrescentou a pasta. Embora tenha previsto "início da flexibilização monetária", a taxa Selic segue em elevados 13,75%, que o Banco Central pontuou em suas últimas reuniões ser um patamar necessário para conter as altas de preços e ancorar as expectativas de inflação, mesmo sob críticas do governo às condições monetárias apertadas. Por outro lado, recentemente o presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez acenos à possibilidade de afrouxamento ao citar ambiente fiscal mais consolidado e "janela" para continuidade na queda dos núcleos de inflação. Sobre o ambiente externo, o Ministério da Fazenda disse nesta quinta-feira que espera desaceleração na economia global e condições monetárias ainda restritivas, o que prepondera no cenário de atividade esperado para 2023.

REUTERS


Dólar tem firme baixa ante real, com ajuste técnico

O dólar à vista fechou em firme baixa ante o real na quinta-feira, com investidores ajustando posições depois da forte pressão técnica vista na véspera e em função do otimismo no exterior, na esteira do avanço na Câmara dos Estados Unidos do projeto que suspende o teto da dívida do governo.


O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0069 reais na venda, com baixa de 1,29%. Foi o maior recuo percentual desde 27 de abril, quando havia caído 1,56% em um único dia. Na B3, às 17:39 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,94%, a 5,0375 reais. Em parte, as cotações recuavam em meio a um ajuste de posições de alguns agentes no mercado futuro, após os investidores comprados (posicionados na alta do dólar) terem impulsionado os preços na quarta-feira, para formação da Ptax de fim de mês. Além disso, a queda no Brasil estava em sintonia com o recuo do dólar ante outras divisas no exterior, em função do otimismo após a aprovação na Câmara dos EUA do projeto de lei que suspende o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares. “Assim que se resolveu nos EUA o acordo do teto da dívida, os juros norte-americanos de curto prazo caíram. Isso porque muito provavelmente o Federal Reserve não vai mais subir os juros”, comentou José Faria Júnior, Diretor da consultoria Wagner Investimentos. “Houve uma mudança completa da precificação do Fed. O mercado está convencido de que a instituição não vai subir os juros. No Brasil, passada a Ptax e com a reprecificação sobre o Fed no exterior, é natural o dólar cair”, acrescentou Faria Júnior. No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho. À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de 11,378 bilhões de dólares em maio, o melhor resultado para todos os meses na série histórica. Também pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores. Isso representa uma forte retomada depois de a economia ter contraído 0,1% nos três últimos meses de 2022.

REUTERS


Com PIB acima do previsto Ibovespa fecha em alta de 2%

O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, após dados mostrando que a economia brasileira cresceu mais do que o esperado no primeiro trimestre, em pregão endossado pelo clima favorável a ativos de risco no exterior


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,06%, a 110.564,66 pontos, quebrando a série de três quedas. O volume financeiro somou 30 bilhões de reais. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, mostrou o IBGE mais cedo, acima da expectativa de um avanço de 1,3%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve expansão de 4,0%, ante expectativa de alta de 3,0%. Economistas destacaram o fato de o PIB ter crescido impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, enquanto vários, entre eles os do Itaú Unibanco, esperam desaceleração da atividade econômica ao longo dos próximos trimestres, com crescimento ligeiramente positivo. Em razão de o dado ter ficado acima do esperado, bem como de revisões na série, muitos prometeram aumentar ou já elevaram suas projeções para 2023. Entre eles, o chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America, David Beker, disse que agora espera uma expansão de 2,3%. O movimento contido na curva de juros, apesar do PIB, corroborou as compras, principalmente de ações de empresas sensíveis à economia doméstica, que já vinham ganhando fôlego em maio após dados de inflação recentes e o avanço do arcabouço fiscal alimentarem expectativas de queda mais cedo da Selic. "O mercado está cada vez mais precificando que uma queda é factível no segundo semestre", afirmou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti. Por ora, prevalecem as apostas de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, comece a cair em setembro. Alguns, mais otimistas, já consideram agosto. Bertotti ressaltou que fatores domésticos, notadamente o comportamento dos preços e as perspectivas de inflação, bem como o andamento do arcabouço fiscal, fizeram bastante preço na bolsa paulista em maio e esse movimento deve continuar em junho, enquanto o cenário externo ainda inspira cautela. Nesta sessão, porém, ele ressaltou que o ambiente global corroborou o viés ascendente no mercado brasileiro, com alta de commodities, dado o peso de papéis como Vale e Petrobras no Ibovespa, além de um alívio com notícias dos Estados Unidos e mesmo dados melhores sobre a China.

REUTERS


Brasil tem superávit comercial recorde em maio e projeções do governo podem melhorar

A balança comercial brasileira registrou superávit de 11,378 bilhões de dólares em maio, o melhor resultado para todos os meses na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, conforme dados divulgados na quinta-feira


Conforme a Secex, o saldo positivo foi resultado de exportações de 33,068 bilhões de dólares -- também um recorde mensal na série histórica, com início em 1989 -- e importações de 21,689 bilhões de dólares. A corrente de comércio (exportações mais importações) somou 54,757 bilhões de dólares. No acumulado do ano até o fim de maio, a balança comercial acumula superávit de 35,285 bilhões de dólares, o maior valor para o acumulado dos cinco primeiros meses de um ano na série da Secex. Já a corrente de comércio em 2023 está em 237,502 bilhões de dólares. Em função dos resultados positivos mais recentes, a Secex afirma que suas projeções atuais para a balança comercial podem ser revistas para cima. Atualmente, a secretaria projeta exportações de 325 bilhões de dólares para 2023, o que representaria uma queda de 2,8% em relação a 2022. No caso das importações, a projeção atual é de 241 bilhões, uma baixa de 11,8% em relação ao ano passado. A Secex também projeta saldo comercial recorde de 84 bilhões de dólares para 2023, uma alta de 6,8% em relação ao ano anterior. Essas projeções foram divulgadas logo ao fim do primeiro trimestre. De acordo com o diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, Herlon Brandão, novas revisões das projeções serão divulgadas no começo de julho. "Vamos rever estes dados e vamos divulgar nova previsão no começo de julho. Realmente, a exportação tem sido realizada acima do previsto", pontuou Brandão. "A exportação tem vindo sistematicamente positiva. É possível que a previsão de queda de exportações se transforme em alta", acrescentou. O diretor disse que é possível que o comércio mundial cresça acima do originalmente esperado, o que traria impactos para as exportações brasileiras. Ao mesmo tempo, um crescimento interno acima do previsto -- como sugerem os dados mais recentes do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados na quinta-feira -- podem elevar a projeção das importações.

REUTERS


PIB agro tem maior alta desde 1996

Foi a quinta vez na história que o setor agropecuário cresceu na casa de dois dígitos no Brasil


O avanço de 21,6% da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre frente ao trimestre imediatamente anterior foi o maior para o setor neste tipo de comparação desde o crescimento de 23,4% do quarto trimestre de 1996. Os dados constam das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No geral, a alta de 1,9% do PIB frente ao trimestre anterior foi o melhor desempenho desde o crescimento de 3,4% no quarto trimestre de 2020. Esse foi apenas a quinta vez na série história, iniciada no primeiro trimestre de 1996, que a agropecuária cresceu na casa dos dois dígitos ante o trimestre anterior. Os demais, além do quarto trimestre de 1996, foram o crescimento de 12,5% no segundo trimestre de 2012, a alta de 11,3% no terceiro trimestre de 2012 e o avanço de 12% no primeiro trimestre de 2017. O crescimento da agropecuária no primeiro trimestre respondeu por em torno de 80% do crescimento da economia nos primeiros três meses do ano, segundo a Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Segundo ela, o setor respondeu por cerca de 1,6 ponto percentual a 1,7 ponto percentual da expansão de 1,9% do PIB do primeiro trimestre ante quarto trimestre de 2022. “Podemos dizer que foi um crescimento muito representativo”, disse. A safra recorde de soja neste ano foi o motor que impulsionou a alta. Soja e milho representam 50% do valor atividade agropecuária anual, nas contas nacionais, segundo o IBGE. “Creio que, no primeiro trimestre, a soja responde por cerca de 70%”, disse Palis, em relação ao PIB agrícola. Além da soja, ela citou boas safras de milho e de fumo como destaques positivos — sendo que milho também terá safra recorde neste ano. “A soja foi a grande responsável pelo crescimento da economia como um todo”, resumiu ela. Dentro da indústria, e também na comparação com o trimestre anterior, o recuo de 0,8% da construção foi o pior desde a queda de 1% no segundo trimestre de 2021. Nos serviços, as outras atividades de serviços caíram 0,5%, no pior desempenho desde a queda de 16,7% no segundo trimestre de 2020. Do lado da demanda, e sempre na comparação com o trimestre anterior, a alta de 0,2% do consumo das famílias foi o pior desempenho desde a queda de 1% do segundo trimestre de 2021. A formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 3,4% frente ao trimestre anterior, pior resultado desde a queda de 4,4% do segundo trimestre de 2021. A queda de 7,1% das importações foi o maior recuo desde os -8,2% do terceiro trimestre de 2020.

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