Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 357 |19 de abril de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Preços do boi ‘comum’ e do animal padrão-China recuam em São Paulo
Animal direcionado ao mercado interno vale R$ 270/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 252/@ e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), diz Scot
Com as escalas de abate alongadas, a ponta compradora abriu a terça-feira (18/4) ofertando R$ 5/@ a menos pelo boi “comum” (destinado ao mercado doméstico) e pelo “boi-China”. Com isso, o animal direcionado ao mercado interno agora vale R$ 270/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 252/@ e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O boi com padrão exportação, por sua vez, está cotado em R$ 280/@ em São Paulo, no prazo, valor bruto, acrescentou a Scot. Segundo apuração da S&P Global, na terça-feira, as cotações do boi gordo também recuaram em algumas importantes praças brasileiras. “As escalas de abate, em média, continuam superiores ao quadro observado há uma semana, o que afasta a necessidade mais urgente de aquisições de boiadas gorda, travando ainda mais o mercado”, relatam os analistas. Até mesmo as unidades frigoríficas que operam hoje com escalas mais apertadas (programação para 5 dias) resolveram pisar no freio das compras, evitando estender os abates diários sob alegação de dificuldade em escoar a produção, observa a S&P Global. A lentidão dos embarques de carne bovina ao exterior, o comportamento cambial no Brasil (desvalorização do dólar frente ao real) e a queda acentuada do consumo doméstico são fatores que acenderam o sinal de alerta no setor, observam os consultores da S&P Global. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 236/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 278/@ (prazo) vaca a R$ 256/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 266/@ (prazo); vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 256/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 244/@ (à vista) vaca a R$ 221/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca R$ 231/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 273/@ (à vista) vaca a R$ 243/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 240/@ (prazo) vaca a R$ 231/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo); vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 241/@ (prazo) vaca a R$ 217/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista); vaca a R$ 217/@ (à vista); MA-Açailândia:
boi a R$ 246/@ (à vista) vaca a R$ 212/@ (à vista).
S&P Global/Scot Consultoria/Portal DBO
SUÍNOS
Preços do suíno vivo têm queda
O mercado de suínos registrou quedas principalmente para as cotações do animal vivo na terça-feira (18).
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 9,50/R$ 9,80 o quilo. Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (17), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, valendo R$ 6,47/kg. Houve queda de 1,09% no Paraná, chegando a R$ 6,34/kg, baixa de 0,47% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 6,40/kg, recuo de 0,79% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,28/kg, e de 0,30% em São Paulo, fechando em R$ 6,58/kg.
Cepea/Esalq
Produção de carne suína da China atinge nível mais alto em 5 anos após surtos de doenças
A produção de carne suína da China no primeiro trimestre aumentou 1,9% em relação ao ano anterior, para 15,9 milhões de toneladas, a maior para um trimestre em cinco anos, depois que os agricultores venderam suínos devido a um aumento nos surtos de doenças
Um aumento nas infecções de peste suína africana no início deste ano forçou muitas fazendas do maior produtor mundial de carne suína a abater os porcos, aumentando os números de abate. China abateu 198,99 milhões de suínos no trimestre, um crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas na terça-feira. A produção de carne suína foi a maior desde o quarto trimestre de 2017. O rebanho de suínos, embora 2% maior que no mesmo período do ano passado, caiu frente ao trimestre anterior, de 452,56 milhões de cabeças para 430,94 milhões, mostraram os dados. "Não é uma grande surpresa. No primeiro trimestre houve muitas liquidações devido a doenças", disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank. A New Hope Liuhe, grande produtora de suínos, disse a investidores no final de março que um número "relativamente grande" de porcas em Henan, no norte da China, e em outras províncias havia sido abatido desde dezembro e que a taxa de mortalidade de leitões desmamados também aumentou no primeiro trimestre. A produção de carne suína também aumentou após muitos produtores esperarem uma recuperação na demanda durante o quarto trimestre de 2022 e aumentarem os pesos dos suínos para se beneficiar da previsão de preços altos. Quando a demanda caiu devido a um aumento nos casos de Covid-19, os fazendeiros correram para descarregar os porcos antes do festival do Ano Novo Lunar no final de janeiro, normalmente a alta temporada de demanda. Os preços do suíno estão em patamares baixos desde o início do ano, pressionados pelo alto volume de abate. Eles caíram ainda mais este mês, chegando a 14,6 iuanes (2,12 dólares) por quilo na maior província produtora de Henan nesta semana. Os agricultores estão perdendo cerca de 176 iuanes por cabeça, e os preços podem não subir até o final do segundo ou terceiro trimestre, disse Pan.
REUTERS
FRANGOS
Frango: cotação estável no Paraná
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,80/kg, enquanto o frango no atacado caiu 0,47%, custando R$ 6,35/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o valor ficou inalterado em R$ 4,86/kg, enquanto a referência em Santa Catarina foi de R$ 4,90/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (17), a ave congelada teve aumento de 0,60%, alcançando R$ 6,72/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,30%, fechando em R$ 6,72/kg.
Cepea/Esalq
Ministério adia decisão sobre unidade autônoma do Sul para “quando influenza aviária chegar”
Desde fevereiro, autoridades políticas e sanitárias, aliadas ao setor produtivo da cadeia avícola do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina se debruçam em levantamentos de campo e relatórios técnicos para solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que a região seja reconhecida como uma unidade autônoma
A proposta é uma tentativa de proteger a produção com a iminência da possível chegada influenza aviária em outros estados brasileiros. O posicionamento do Mapa é de cautela. A pasta diz que ainda vai analisar a medida, caso haja o registro da doença no território nacional. O país nunca confirmou casos de gripe aviária, mas aos poucos países próximos detectam a doença e autoridades sanitárias regionais consideram uma questão de tempo para a patologia chegar ao Brasil. Entre os casos mais próximos estão diagnósticos na Argentina e no Uruguai. A unidade autônoma, pleiteada pelos três estados da região Sul, seria uma medida antecipada de proteção sanitária no caso de a doença ser registrada no Norte do país, por exemplo. Juntos, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por 60% de toda a cadeia comercial da avicultura nacional, com destaque às exportações para mercados como o chinês e em países do Oriente Médio. Em nota, o Mapa afirmou que o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária “está avaliando as possibilidades de zonificação de áreas do Brasil em uma eventual introdução do vírus da influenza aviária no país, considerando as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), da qual o Brasil é signatário”. A informação preocupa o setor produtivo. Para o coordenador da Câmara Técnica de Sanidade do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), Paulo Vallin, a medida precisa ser analisada com critérios técnicos e atenção de mercado. A entidade reúne cinco das dez maiores cooperativas do agro do Brasil na maior região produtora de frangos de postura e de corte brasileira, na região oeste do Paraná. Valin acompanha todas as ações sobre gripe aviária e tem participado de fóruns estaduais e nacionais de discussão. O técnico entende que não adotar ações imediatas para proteção de mercado é algo que pode comprometer o status sanitário e, consequentemente, a saúde financeira de municípios inteiros. “Esperar acontecer [ter registro da doença] é preocupante porque a economia do oeste do Paraná, por exemplo, está voltada à avicultura, assim como em boa parte da região Sul do Brasil. E como ficará o mercado internacional? E se fecharem mercados? Teremos de conviver com diversos outros problemas que nos preocupam muito”, reforçou. Para o coordenador da Câmara Técnica de Sanidade, no caso de registro de influenza aviária, o país terá grandes desafios. Um deles seria a acomodação no mercado nacional de um excedente em carne de frango, em um possível fechamento das exportações, somado à queda iminente no preço da proteína e problemas de estocagem. “Não temos tanto mercado para o produto internamente. Mais oferta implicaria numa redução expressiva dos preços, colocando questões financeiras em risco. Não temos onde estocar um grande volume do produto, porque os abates não vão parar, afinal, o que será feito com os planteis em criação? Precisamos tratar do assunto de forma antecipada”, reiterou.
GAZETA DO POVO
CARNES
Custo de produção de suínos e de frangos recuam em março
Os custos de produção de suínos e de frangos de corte diminuíram no mês de março, segundo os estudos da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves
O ICPSuíno diminuiu 3,85% no mês de março em relação a fevereiro, fechando em 392,20 pontos. Já o ICPFrango caiu 3,27%, encerrando mesmo período em 409,78 pontos. No caso do ICPSuíno, a maior influência foi a redução no item nutrição, com -5,05% de variação e um peso de 77,51% na composição do custo total. No ano, o ICPSuíno acumulado é de -15,09% e, nos últimos 12 meses, de -13,24%. Com isto, o custo total de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina em março chegou a R$ 6,86, uma queda de R$ 0,27 por quilo vivo em relação a fevereiro. Já o ICPFrango apresentou queda na maioria dos itens de composição dos custos, incluindo o grupo energia elétrica/cama/calefação (-15,82%) e nutrição (-4%). O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva em março foi de R$ 5,30, o que representa R$ 0,17 a menos que em comparação a fevereiro. No ano, o ICPFrango acumula -4,37% e, nos últimos 12 meses, uma variação de -8,17%.
Embrapa Suínos e Aves
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Plantio de trigo começa no Paraná; colheita de soja na reta final, diz Deral
O plantio de trigo no Paraná, um dos maiores produtores do Brasil, teve início com condições climática favoráveis e atingiu 1% da área total projetada, que deverá ser uma das maiores da história do Estado, apontou na terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral)
Em recentes anos anteriores, os dados do órgão do governo estadual ainda não apontavam um índice de plantio para o Estado nesta época de abril. "Na maior parte das regiões choveu neste fim de semana", disse o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho, admitindo que os trabalhos tiveram um início ligeiramente antecipados em 2023. Se as condições climáticas seguirem favoráveis ao longo da safra, o Paraná poderá colher um recorde de 4,5 milhões de toneladas de trigo, alta de 32% ante temporada passada, segundo o Deral. A estimativa foi feita com base em um aumento na área plantada de 13% ante o ano passado, para 1,36 milhão de hectares, segundo a primeira estimativa do departamento divulgada no final do mês passado. No levantamento, o Deral detectou uma redução na área de segunda safra de milho, indicando uma consequente migração de hectares para o trigo. Contudo, Godinho notou que os preços do cereal estão mais fracos, o que pode reduzir o apetite do produtor para aquele aumento adicional na área. "O produtor está um pouco reticente em fazer a alteração de área para mais, alguns produtores estão começando a reconsiderar, considerando os preços mais baixos", afirmou ele. O especialista citou preços abaixo de 80 reais a saca no mercado de balcão, o que seria um valor não muito interessante considerando os custos de produção. Na véspera, a consultoria StoneX estimou uma safra recorde para o Brasil de mais de 11 milhões de toneladas de trigo este ano. Mas o maior produtor, o Rio Grande do Sul, inicia o plantio mais tarde. Já a colheita da soja do Paraná atingiu 97% da área total no Estado, avanço de três pontos ante a semana anterior, com o Paraná perto de encerrar uma safra recorde acima de 22 milhões de toneladas. No caso da colheita de milho verão, o índice apurado é de 82%, enquanto o plantio do cereal para o inverno está já finalizado.
DERAL/SEAB-PR
Itaipu deve ser uma estatal a serviço do desenvolvimento, diz novo diretor-geral
Enio Verri defende que usina binacional mantenha recursos para investir em sua missão socioambiental
O ano de 2023 é um marco para a usina binacional de Itaipu. A dívida para a sua construção foi quitada em fevereiro e será possível renegociar os termos financeiros que podem redefinir a estrutura para arrecadar e gastar os recursos. Antes mesmo dessa revisão diplomática bilateral, o novo diretor-geral de Itaipu, Enio Verri, já anuncia mudanças no lado de cá da fronteira. A era das grandes obras no Paraná com recursos da usina, diz ele, está com os dias contados. Foram pontes, estradas e pista de aeroporto. No entanto, um número bem maior de municípios vai receber recursos para implementar projetos socioambientais com a marca do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Itaipu foi quase que uma secretaria de obras do governo do estado. Vamos manter os compromissos firmados pela gestão passada, mas não vamos começar novas obras", diz Verri, em entrevista à Folha. “Pretendemos ampliar o conceito de território de Itaipu, casado com políticas do governo federal. Claro que não precisamos fazer investimentos em Londrina, Maringá, Cascavel, cidades mais ricas. Mas as cidades menores, com o IDH mais baixo, serão atendidas", afirma. Essa meta de colocar a estatal de energia a serviço de uma missão socioambiental, no entanto, tende a frustrar a expectativa de uma conta de luz mais barata —ambição de gerações de gestores da usina e do setor de energia no Brasil. As negociações da tarifa em 2022 e 2023 já sinalizam a tendência de garantir recursos extras, o que é defendida por Verri. "No meu entender, Itaipu deveria manter o modelo atual, lembrando que parte do modelo implica em garantir retornos, não na forma de lucros, mas de outros benefícios, como investimentos em projetos de inovação e políticas públicas socioambientais", diz.
FOLHA DE SÃO PAULO
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em alta em dia de divulgação do novo arcabouço
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9766 reais na venda, em alta de 0,78%. Apesar da alta, a moeda norte-americana permaneceu abaixo da linha psicológica dos 5 reais pela quinta sessão seguida
Na B3, às 17:34 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,67%, a 4,9830 reais. “Foi um movimento técnico. Quando o dólar se aproxima dos 4,90 reais, ele chama compras”, disse Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. “E as mudanças no arcabouço fiscal também pressionaram as cotações. Lá atrás, o mercado recebeu bem o arcabouço, mas agora ele está modulando as posições em função das notícias. Isso é normal”, acrescentou. Notícias divulgadas na imprensa de que o novo arcabouço traria uma lista de itens que estariam fora do limite de gastos fizeram os investidores serem mais cautelosos: o dólar reagiu em alta ante o real, a bolsa em baixa e as taxas dos contratos futuros subiram. Após idas e vindas na divulgação, o governo revelou o texto no meio da tarde. Nele, foi estabelecido que para o período de 2024 a 2027 as despesas públicas não poderão crescer mais do que 70% da variação da receita líquida recorrente do governo. Haverá ainda um piso e um teto para balizar esse crescimento de gastos, que poderá variar anualmente entre 0,6% e 2,5% acima da inflação. Depois disso, a moeda norte-americana desacelerou os ganhos, mas ainda assim se manteve na contramão do exterior. Lá fora, a divisa dos EUA recuava ante outras moedas. Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
REUTERS
Ibovespa tem alta após apresentação do texto de regra fiscal
O Ibovespa fechou no azul nesta terça-feira, com investidores digerindo a apresentação do texto do novo arcabouço fiscal a ser enviado ao Congresso
Indice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com alta de 0,14%, a 106.163,23 pontos. O volume financeiro somou 21 bilhões de reais. O governo apresentou no final da tarde o texto oficial do novo arcabouço fiscal. Até então já haviam sido divulgadas as regras gerais da nova âncora fiscal do país, mas sem o efetivo projeto de lei que tramitará no Congresso. O texto mantém a estrutura apresentada anteriormente de que as despesas podem crescer até 70% do aumento observado nas receitas recorrentes, definindo limites mínimos e máximos para a alta dos gastos. A proposta não cria gatilhos específicos para correção de rumo e redução de despesas, cabendo ao governo em exercício decidir politicamente quais áreas sofrerão cortes caso necessário. Além disso, há uma lista com mais de dez tipos de desembolsos que não serão contabilizados nos limites anuais, como a capitalização de estatais e gastos em situações de emergência. Algumas receitas, como as com dividendos, também ficaram de fora. "Investidores estavam de olho (nas exceções), justamente porque era incerto quais itens deveriam ficar de fora da regra fiscal", disse Fabrício Gonçalvez, Presidente da Box Asset Management, observando que o mercado já havia precificado parte das medidas pela manhã após notícias sobre o assunto. "Há a boa notícia de que receitas não recorrentes não serão utilizadas para o cômputo do gasto estimado. Além disso, abriu-se o espaço para contingenciamento dos gastos em diferentes momentos do ano", escreveu Sergio Vale, da MB Associados, em relatório.
REUTERS
Valor Bruto da Produção de 2023 é projetado em R$ 1,2 trilhão, com crescimento de 4,7%
As lavouras têm faturamento previsto de R$ 878,6 bilhões, e a pecuária, de R$ 350,7 bilhões
Estimulado pelas lavouras, que deverão crescer 8,1% em valores reais neste ano, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023 está estimado em R$ 1,229 trilhão, 4,7% acima do obtido em 2022 (R$ 1,173 trilhão). A pecuária apresenta um recuo de 2,9% no rendimento. As lavouras têm faturamento previsto de R$ 878,6 bilhões, e a pecuária, de R$ 350,7 bilhões. Milho e soja estão impulsionando o crescimento da agropecuária. A soja tem um VBP estimado de R$ 382,1 bilhões e o milho de R$ 158,9 bilhões. Um grupo de cinco lavouras formado por soja, milho, café, cana-de-açúcar e algodão devem gerar R$ 726,7 bilhões, correspondendo a 82,7% do VBP das lavouras este ano. A safra de grãos, prevista em 312,5 milhões de toneladas, juntamente com o incremento da produtividade, são decisivos para os resultados de 2023. A produtividade de grãos cresce 11%, enquanto a de milho, 8,4%, e a de soja, 16,6%. Outras lavouras também têm trazido contribuição positiva para o crescimento, como cana-de-açúcar (3,1%), feijão (14,3%), laranja (28%), mandioca (37,7%) e tomate (9,9%). Por outro lado, foi observada contribuição negativa no algodão, com redução de 11,2% no VBP, batata-inglesa (-6,9%), café (-4,7%) e trigo (-17,1%). O melhor desempenho na pecuária vem ocorrendo na produção de suínos, com aumento do VBP de 7,2%, Leite (4%), e ovos (9%) obtiveram neste ano o maior valor da produção obtido na série de dados desde 2000. No mercado internacional, as carnes têm sido favorecidas pelo aumento do volume exportado e pelos preços, em especial, carne suína e de frango. Do mesmo modo, merece destaque o milho cujas exportações quase dobraram, passando de 3,49 milhões de toneladas exportadas, em 2022, para 8,45 milhões, em 2023. Os cinco estados que ocupam a liderança no VBP são: Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que respondem por 60,8% do VBP do país.
MAPA
Ministério da Agricultura libera R$ 1 bilhão para seguro rural
O recurso será utilizado para apoiar a contratação de aproximadamente 126 mil apólices de seguro rural em todo o país
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicou, na terça-feira (18), a Resolução no 96, do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural, que aprova a distribuição do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), para o exercício de 2023 para o exercício de 2023. No total, será disponibilizado R$ 1,06 bilhão ao longo dos próximos meses com o objetivo de auxiliar financeiramente o produtor no momento da aquisição do seguro rural. O Diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Jônatas Pulquério, destacou a importância do seguro para mitigar os efeitos do clima durante a safra. “Nos últimos anos temos observado eventos cada vez mais severos, como a seca e a geada, principalmente na Região Sul, por isso o governo continuará incentivando a contratação do seguro rural”, disse. Nos últimos 5 anos, as seguradoras já pagaram aos produtores cerca de R$ 20 bilhões em indenizações. Apenas em 2022, o total pago em indenizações pelas seguradoras aos produtores alcançou R$ 8,8 bilhões. O Mapa afirma que deve solicitar em breve a suplementação do orçamento para o PSR, pois de acordo com as estimativas iniciais, o valor do orçamento atual seria suficiente para atender apenas a metade da demanda dos produtores, o que prejudicaria especialmente as contratações para a próxima safra de verão. “O valor médio das apólices encareceu nos últimos anos, seja em razão do aumento do preço dos produtos segurados, como a soja e o milho, ou em virtude de ajustes nas taxas de prêmio, consequência da alta sinistralidade registrada nas últimas safras”, afirmou o diretor do Mapa. Considerando o valor inicial a ser disponibilizado aos produtores, R$ 330 milhões serão destinados para as culturas de inverno (milho 2ª safra, trigo e demais grãos de inverno), R$ 565 milhões para os grãos de verão, R$ 77 milhões para as frutas, R$ 8 milhões para a modalidade pecuário, R$ 3 milhões para a modalidade de florestas e R$ 80 milhões para as demais culturas. Com o objetivo de incentivar a sustentabilidade nas operações agropecuárias, para as contratações de seguro rural a partir de 2023, cujo segurado seja mutuário do Programa (ABC), com contrato vigente até a data de 31 de dezembro do ano anterior, o percentual de subvenção ao prêmio para as apólices contratadas será diferenciada em 25% para a soja e 45% para as demais atividades. Isso quer dizer que o produtor que contratou um financiamento de investimento do ABC nos últimos anos ou em 2022, e que esteja com o contrato vigente em final de dezembro de 2022, poderá acessar em 2023 uma subvenção diferenciada em relação a subvenção tradicional, que é de 20% para soja e 40% para as demais atividades.
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