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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 328 DE 08 DE MARÇO DE 2023


Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná

Ano 3 | nº 328 |08 de março de 2023


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL


BOVINOS


Sinais de recuperação da arroba com otimismo para o fim do bloqueio chinês

A S&P Global captou os primeiros ensaios de ajustes positivos nas cotações do boi gordo em algumas praças monitoradas pela consultoria


“A exportação, a partir de agora, passa por questões políticas e de diálogo entre os governos de Brasil e China”, afirma a Scot Consultoria, que completa: “Espera-se que a retomada (dos embarques ao mercado chinês) ocorra em breve”. Segundo a Scot, os frigoríficos paulistas estão aos poucos retornando às compras de boiadas gordas, exceto as plantas exportadoras, que aguardam respostas mais decisivas. Os preços dos animais terminados seguem estáveis em São Paulo, de acordo com apuração da Scot. A cotação do boi está em R$ 277/@, enquanto a vaca e novilha gordas são negociadas em R$ 260/@ e R$ 270/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Para o “boi China”, ainda não há ofertas de compra, acrescenta a consultoria. Segundo a S&P Global, as perspectivas positivas são baseadas em dois fundamentos. O primeiro, de acordo com nota do Ministério da Agricultura, seria a realização de uma reunião com as autoridades sanitárias chinesas na noite da terça-feira, para o esclarecimento das informações do caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (“mal da vaca louca”) ocorrido no Pará. “As expectativas são de que a retomada das exportações brasileiras ao mercado da China ocorrerá ainda neste mês, eliminando as possibilidades de ocorrer novamente um embargo de mais de 90 dias, conforme o ocorrido em 2021, quando dois casos atípicos foram registrados no Mato Grosso e Minas Gerais”. O segundo fundamento está ligado ao próprio mercado pecuário brasileiro: “As relações de oferta de animais disponíveis seguem relativamente baixas, sobretudo nas regiões onde ocorre maior participação das operações para atender o mercado externo”. A S&P Global acredita que os preços do boi gordo devem permanecer estáveis no curto prazo, com espaço reduzido para novas quedas, notadamente em praças pecuárias do Centro-Sul do País. Na terça-feira, a S&P Global captou ensaios de ajustes positivos nos preços da arroba em algumas praças monitoradas. Destaque para MG-Triângulo, com os preços do boi gordo evoluindo de R$ 256/@ para R$ 261/@. Em contrapartida, a região Norte do País ainda segue em com viés de baixa os preços da arroba, principalmente no Pará. Em Redenção, foi reportado queda na cotação do boi gordo de R$ 226/@ para R$ 222/@. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 276/@ (prazo) vaca a R$ 258/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 263/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca a R$ 221/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 234/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 236/@ (prazo) vaca R$ 226/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 276/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (prazo); PA-Marabá: boi a R$ 219/@ (prazo) vaca a R$ 209/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 247/@ (prazo) vaca a R$ 240/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 221/@ (prazo) vaca a R$ 206/@ (prazo); RO-Cacoal: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 201/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 221/@ (à vista) vaca a R$ 216/@ (à vista).

PORTAL DBO


México reabre seu mercado à carne bovina brasileira após 12 anos

Governo mexicano habilitou 34 plantas frigoríficas do Brasil


O Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Alimentar do México (Senasica) publicou ontem (7/3) os requisitos que adotará para importar carne bovina do Brasil. As Fichas de Requisitos Zoossanitários (HRZ) estão disponíveis no site do órgão mexicano. O Ministério da Agricultura confirmou a conclusão da abertura do mercado mexicano para a carne bovina brasileira. Segundo a Pasta, o México habilitou 34 plantas frigoríficas após uma negociação de mais de 12 anos. "Esse é um momento histórico para as relações comerciais brasileiras, especialmente para a carne bovina. O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua pecuária, e a expansão de mercados está se tornando uma grande oportunidade para a retomada do crescimento dessa atividade econômica. Habilitar 34 plantas frigoríficas para o México é um sonho de mais de uma década que o Brasil tinha e que conseguimos realizar", afirmou, em nota, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Os mexicanos aprovaram as importações de carne de Santa Catarina, Estado reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como área livre de febre aftosa sem vacinação. O aval inclui carne fresca, resfriada ou congelada com osso. O México também liberou a importação de carne maturada e desossada de 14 Estados que têm o status de área livre de aftosa com vacinação.

A segunda região abrange as importações das seguintes unidades brasileiras: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins, reconhecida pela OMSA com o status de livre de febre aftosa com vacinação. Segundo os técnicos da Direção-Geral de Sanidade Animal (DGSA), para eliminar qualquer risco sanitário relacionado com a febre aftosa, os produtores desses 14 estados poderão exportar para o México apenas carne maturada e desossada, a mesma exigência imposta recentemente à Argentina e há 17 anos para importar carne do Uruguai. “A autorização concedida ao Brasil é fruto de um trabalho entre a Senasica e suas congêneres brasileiras, que começou há mais de 12 anos, quando o país sul-americano solicitou a exportação de aves, suínos e bovinos para o México. Na ocasião, começaram as conversas e a troca de informações para que os técnicos da DGSA e da Direção Geral de Segurança Agroalimentar, Aquacultura e Pescas (DGIAAP) pudessem analisar o tema”, diz o texto publicado no site da Senasica. Sobre a ocorrência recente, no Pará, de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença comumente chamada de mal da “vaca louca”, o Senasica afirma já ter sido comunicado pelo governo brasileiro de que se trata de um caso atípico.

VALOR ECONÔMICO


SUÍNOS


Suínos: preços cedem no PR, SC e SP

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve recuo de 1,43%/1,38%, chegando a R$ 138,00/R$ 143,00, enquanto a carcaça especial baixou 0,95%/0,91%, chegando a R$ 10,40/kg/R$ 10,90/kg


Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (6), o preço ficou estável somente no Rio Grande do Sul (R$ 7,05/kg). Houve queda de 2,04% em Minas Gerais, atingindo R$ 8,15/kg, recuo de 0,96% no Paraná, descendo para R$ 7,23/kg, retração de 0,83% em Santa Catarina, alcançando R$ 7,13/kg, e de 0,91% em São Paulo, fechando em R$ 7,64/kg.

Cepea/Esalq


FRANGOS


Preços do frango com pequenas reações

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,76%, custando R$ 6,65/kg


Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. No Paraná, o preço ficou inalterado em R$ 4,92/kg, enquanto Santa Catarina observou aumento de 11,40%, valendo R$ 4,79/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (6), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram com valor estável, precificados, respectivamente, em R$ 7,13/kg e R$ 7,27/kg.

Cepea/Esalq


Exportações de carne de frango crescem 10,6% no 1º bimestre, aponta ABPA

Resultado em dólares das vendas aumenta 24,5% em relação ao ano anterior


As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 379,2 mil toneladas em fevereiro, informa a *Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)*. O número supera em 1,3% o total registrado no mesmo período de 2022, quando foram embarcadas 374,5 mil toneladas. Em receita, a alta chega a 11,1%, com US$ 736,3 milhões em fevereiro deste ano, contra US$ 663 milhões no segundo mês de 2022. No acumulado do ano, as vendas de carne de frango alcançaram 800,1 mil toneladas, número 10,6% maior do que o total alcançado no primeiro bimestre de 2022, com 723,7 mil toneladas. Já o resultado em receita das vendas de carne de frango brasileiras chegou a US$ 1,593 bilhão no primeiro bimestre deste ano, superando em 24,5% o total registrado em 2022, com US$ 1,280 bilhão. Principal destino das exportações brasileiras, a China importou 111,7 mil toneladas no primeiro bimestre deste ano, volume 23,2% superior ao registrado no mesmo período de 2022, com 90,6 mil toneladas. Retornando ao segundo posto, a Arábia Saudita importou neste ano 62,4 mil toneladas (+71,9%), seguida por África do Sul, com 61,7 mil toneladas (+9,6%), Emirados Árabes Unidos, com 61,2 mil toneladas (-28,5%), Japão, com 60,7 mil toneladas (+10%) e União Europeia, com 40,1 mil toneladas (+15,8%).

“A demanda internacional pelo produto brasileiro segue em alta, com pontuais mudanças sendo compensadas pela elevação das compras de outros países importadores. Neste ano, vimos mercados tradicionais, como China e União Europeia, retomarem protagonismo no desempenho dos embarques de carne de frango do Brasil, indicando uma tendência de comportamento de compras que deve se manter ao longo de 2023”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

ABPA


Uruguai confirma 70 mortes de animais por gripe aviária

A área onde galinhas e aves selvagens foram encontradas mortas foi isolada


O Ministério da Agricultura do Uruguai informou na última sexta-feira que 70 animais, entre galinhas e aves selvagens, morreram em decorrência da gripe aviária. Segundo informações do ministério, as aves foram encontradas mortas em um estabelecimento familiar na cidade de San Gregorio de Polanco. Como medida protocolar, o ministério isolou a área em um raio de cinco quilômetros. Desde janeiro deste ano, a Pasta restringiu a circulação de aves no país, adotando medidas como a suspensão de eventos que envolvem esses animais. Na Argentina, o número de casos segue aumentando. O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) confirmou mais duas ocorrências de gripe aviária nas províncias de Córdoba e Neuquén. Com isso, o país soma um total de 36 animais infectados pela doença até o momento. Na semana passada, o governo argentino suspendeu as exportações de aves após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em um estabelecimento industrial.

VALOR ECONÔMICO


INTERNACIONAL


EUA avaliam vacinar todas as galinhas após surto de gripe aviária

Maior surto da doença no país elevou os preços dos ovos e despertou temores de uma nova pandemia


O governo do presidente Joe Biden, atento a um surto de gripe aviária que causou a morte de dezenas de milhões de galinhas e está elevando o preço dos ovos –sem mencionar o aumento do temor de uma pandemia, está avaliando uma campanha de vacinação em massa das aves, segundo funcionários da Casa Branca. O surto de gripe aviária, que começou no início do ano passado, é o maior da história do país, afetando mais de 58 milhões de aves criadas em 47 estados, bem como aves silvestres. A doença já se espalhou para mamíferos, como martas, raposas, guaxinins e ursos, levantando temores de que o vírus que a causa, conhecido como H5N1, possa sofrer mutação e comece a se disseminar mais facilmente entre seres humanos. Especialistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cujo foco é a saúde humana, dizem que o risco de uma pandemia é baixo. Como precaução, a agência enviou aos fabricantes de medicamentos amostras do vírus da gripe que poderiam formar a base de vacinas para pessoas. O CDC também está explorando se os fabricantes de testes comerciais estariam dispostos a desenvolver testes para o H5N1, semelhantes aos usados para o coronavírus. Infecções por gripe aviária em humanos são raras, e a transmissão da gripe aviária entre humanos é extremamente rara. Em todo o mundo, houve nove casos de H5N1 relatados em pessoas desde o início do ano passado, conforme a Organização Mundial da Saúde. Nos Estados Unidos, o CDC, em parceria com os departamentos de saúde pública estaduais e locais, está monitorando as pessoas expostas ao H5N1. Até a semana passada, 6.315 pessoas haviam sido monitoradas; 163 sintomas relatados; e uma deu positivo, segundo o doutor Tim Uyeki, diretor médico da divisão de gripe do CDC. Ao mesmo tempo, funcionários do Departamento Federal de Agricultura, que é responsável pela saúde dos animais de produção, dizem que começaram a testar potenciais vacinas para aves e iniciaram discussões com líderes da indústria sobre um programa de vacinação em larga escala contra a gripe aviária para aves, o que será pioneiro nos Estados Unidos. As aves de criação já são vacinadas contra doenças infecciosas das aves, como a varíola aviária. Mas um programa de vacinação contra a gripe aviária seria um empreendimento complexo, e as associações comerciais de aves estão divididas sobre a ideia, em parte porque pode gerar restrições comerciais que podem destruir a indústria de exportação, de US$ 6 bilhões. "Na minha opinião, nas atuais circunstâncias, deveríamos vacinar a população avícola dos Estados Unidos contra o H5N1, sem dúvida", disse Robert G. Webster, especialista em gripe aviária no St. Jude Children's Research Hospital em Memphis. Tal campanha poderia "impedir a transmissão inevitável para humanos", disse ele. Para o presidente Biden, também há considerações políticas em ação. Os preços dos ovos, que dispararam em 2022, estavam 70% mais altos em janeiro do que no ano anterior. Esses preços elevados deram aos republicanos mais uma oportunidade de atacar Biden sobre a inflação no momento em que ele se prepara para concorrer à reeleição em 2024. Um punhado de países nos quais a gripe aviária é endêmica, incluindo China, Egito e Vietnã, já vacina rotineiramente aves contra ela. As vacinas são normalmente injetadas em aves individuais e requerem mais de uma dose, disse a doutora Leslie Sims, consultora veterinária internacional na prevenção e controle de doenças zoonóticas, que vive na Austrália. Mas Richard J. Webby, especialista em gripe aviária do St. Jude Children's Research Hospital, disse que "não há muitas evidências disso, pelo menos em um programa de vacinação de qualidade". Qualquer que seja o caminho que os Estados Unidos adotem, disse o doutor Webby, o vírus provavelmente se tornará endêmico em aves silvestres na América. "Essa coisa veio para ficar", disse ele.

THE NEW YORK TIMES


NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ


Plantio de milho 2ª safra do Paraná atinge 37% da área e mantém atraso, diz Deral

O plantio de milho segunda safra do Paraná atingiu 37% da área total prevista para o Estado, mantendo atraso na comparação com anos anteriores, o que aumenta riscos para a produção do cereal paranaense, de acordo com dados Departamento de Economia Rural (Deral) divulgados na terça-feira


Em relação à semana anterior, houve um avanço de 11 pontos percentuais, mas ainda assim o total cultivado fica atrás do registrado na mesma época em 2022 (69%), 2021 (43%) e 2020 (72%), segundo dados do Deral. Em 2021, quando a safra atrasou também, o milho do Paraná sofreu os efeitos devastadores de geadas. Analistas têm chamado a atenção para uma boa parte da segunda safra de milho do Paraná ser semeada fora do período ideal, após um alongamento de ciclo e problemas climáticos na soja na primeira safra. Já a colheita da safra de soja atingiu 30% da área total, avanço de 13 pontos na comparação com a semana anterior. Em 2022, o Paraná já tinha 54% da soja colhida.

REUTERS


Condições de rodovias atrasam chegada de produção ao porto, dizem representantes do agro

O atraso na chegada da produção de grãos no Porto de Paranaguá, no Paraná, tem sido motivo de preocupação para o setor produtivo. Segundo entidades representativas do setor, trata-se de um problema logístico que se acumula desde que a BR-277, principal via de acesso ao porto, sofreu quedas de barreiras - as mais problemáticas em outubro do ano passado - impactando no tráfego na Serra do Mar


E isso, somado à expectativa de exportações recordes de milho e de produção de soja, estaria deixando um lastro de prejuízos, com retenção de produção na origem, falta de produto para transbordo e navios aguardando para carregar. O problema com as estradas se reflete em duas frentes, segundo Nelson Costa, Superintendente da Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecopar). Uma delas é no aumento do frete, que ficou de 25% a 30% mais caro em decorrência da demora nas viagens. O motivo, explica, é o impacto nas diárias e retorno dos caminhões vazios. E a segunda é por conta do atraso na chegada da carga de produção de grãos que precisa ser embarcada nos navios. “Assim como existe fila de caminhões para descer, existe fila de navios para carregar. Os navios estão esperando no porto por 25 a 30 dias, causando prejuízo de US$ 25 a US$ 30 mil por dia, que é o valor que um navio cobra por estar parado”, explica. As previsões de exportação, embora animadoras do ponto de vista da produção, não são para a logística. O Paraná bateu recordes na exportação de milho da safra 2022/23 e a produção ainda está em fase de carregamento em Paranaguá. No caso da soja, a expectativa é que a produção recorde brasileira prevista para este ano, de 153 milhões de toneladas, comece a ser colhida com intensidade a partir da segunda quinzena de fevereiro. Por conta disso, para o assessor logístico do Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, a preocupação é grande especialmente nos próximos dias. “Eu diria que a estrada é 70% do motivo da falta de caminhões descendo”, estima. “Do dia 15 agora (de fevereiro) até 15 do mês que vem deve entrar mais da metade da safra. Então teremos problemas de recepção, de armazenagem, transbordo, enfim, tudo que envolve infraestrutura e logística”, aponta o Presidente do Sistema Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, José Roberto Ricken. Nelson Costa, da Fecopar, afirma que o porto pode carregar até 120 mil toneladas de grãos por dia e, atualmente, o setor produtivo tem conseguido enviar 80 mil, apenas dois terços do total. “O trem corresponde talvez a 25% (da carga transportada), os outros 75% são por caminhão. Então tem que ter estrada para fluir”, reforça. Os problemas com a BR-277 já se estendem por quase quatro meses, quando a primeira queda de barreira interrompeu o tráfego na rodovia e deixou as pistas parcialmente interditadas. A ela se somou outra queda menor, em novembro. Além dos transtornos no trânsito, a manutenção no local sofreu um imbróglio. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a quem cabiam os cuidados pela rodovia desde o fim dos contratos de pedágio no Paraná, em 2021, firmou um acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) para que o estado assumisse a manutenção do trecho, em dezembro de 2022. Em janeiro de 2023 começaram as obras para garantir a contenção das encostas e diminuir os riscos para quem trafega na rodovia. Desde então, até a semana passada, um trecho de quatro quilômetros na Serra do Mar estava operando com fluxo restrito. Entre os quilômetros 39 e 42, o motorista alternava o tráfego entre quatro e duas pistas nos dois sentidos. O que os representantes dos produtores pontuam, no entanto, é que não somente as obras, mas também as operações de restrição de veículos de cargas aos finais de semana andam interferindo na agilidade do trânsito de caminhões e descida das cargas. Elas acontecem desde o início da alta temporada de verão para dar fluxo aos carros que seguem rumo ao litoral.

GAZETA DO POVO


ECONOMIA/INDICADORES


Um dos eventos econômicos mais aguardados desta semana, o depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, ao Congresso deu força ao dólar em todo o mundo e fez a moeda norte-americana fechar em alta ante o real no Brasil

Aos senadores, Powell adotou um discurso hawkish (duro) sobre a política monetária e elevou a percepção de que o Fed poderá elevar sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual na próxima reunião, e não em 0,25 ponto. A expectativa de juros mais altos nos EUA deu força ao dólar ante outras divisas e pressionou as bolsas de ações. No Brasil, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1938 reais, em alta de 0,47%.

REUTERS


Ibovespa fecha em queda, pressionado por falas do presidente do Fed

Em fala ao Senado dos EUA, Jerome Powell disse que os juros no país terão de subir mais que o esperado


O Ibovespa encerrou o pregão da terça-feira em baixa, pressionado pelo estresse nos mercados internacionais em razão das considerações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. As declarações fizeram o mercado reprecificar, para cima, os juros americanos no futuro. Após ajustes, o Ibovespa caiu 0,45%, aos 104.228 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 16,65 bilhões. Em Nova York, S&P 500 caiu 1,53%, aos 3.986 pontos, Dow Jones recuou 1,72%, para 32.856 pontos, e Nasdaq perdeu 1,25%, aos 11.530 pontos. Ativos de risco em todo o mundo foram prejudicadas após a sabatina de Powell no Senado americano. Ele disse que os Estados Unidos estão “longe da estabilidade de preços”. Ele também sinalizou que os juros no país podem chegar a níveis mais altos do que os 5% a 5,5% que o mercado precificava. Após as considerações do dirigente, o mercado aumentou as apostas em aceleração do ritmo de alta de juros, para meio ponto porcentual, já na reunião de maio. A projeção de juro terminal também subiu, conforme dados do CME Group com base nos futuros dos Fed Funds, para uma faixa final entre 5,5% e 5,75% ao ano. Naturalmente, o movimento prejudicou tanto as bolsas internacionais quanto a brasileira. “O mercado estava muito otimista e o Fed estava com os ‘pés no chão’. E os últimos dados de inflação e mercado de trabalho corroboram muito mais com essa visão do Fed”, diz Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos. “Por isso acabamos tendo uma reação muito negativa do mercado.”

VALOR ECONÔMICO


IGP-DI tem variação positiva de 0,04% em fevereiro, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou variação positiva de 0,04% em fevereiro, desacelerando ligeiramente ante a taxa de 0,06% do mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira


O resultado ficou acima de expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,01%, e levou o índice a acumular alta de 1,53% em 12 meses. Segundo André Braz, Coordenador dos índices de preços da FGV, a deflação nos preços ao produtor desacelerou no mês passado, mas foi compensada por um arrefecimento no ritmo de alta dos preços ao consumidor e no setor de construção, o que ajudou a manter a variação média do IGP praticamente inalterada. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,04% em fevereiro, ante baixa de 0,19% em janeiro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) --que responde por 30% do IGP-DI-- reduziu a alta para 0,34% no mês passado, de 0,80% antes. Entre os componentes do IPC, o destaque foi o grupo Educação, Leitura e Recreação, que caiu 0,80% em fevereiro, abandonando alta de 3,28% vista em janeiro. Também houve declínio nas taxas de variação dos grupos Alimentação (0,48% para -0,03%), Transportes (0,92% para 0,43%) e Comunicação (0,73% para 0,67%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, variou 0,05% em fevereiro, arrefecendo ante avanço de 0,46% no mês anterior. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

REUTERS


Crédito rural já alcança R$ 240 bi

Puxados por linhas de custeio, desembolsos aumentam 24% em 2022/23


O volume de crédito rural concedido pelo sistema financeiro neste Plano Safra, entre julho de 2022 e fevereiro de 2023, chegou a R$ 240 bilhões. O montante é 24% maior que o do mesmo período da temporada anterior, quando as liberações foram de R$ 198,2 bilhões, de acordo com dados do Banco Central consultados e compilados pelo Valor no dia 6 de março. As linhas de custeio, que cresceram 42% nesses oito meses, alcançando R$ 146 bilhões, continuam a puxar o avanço. Já as operações de investimentos acumulam alta de 4% em relação à temporada passada - até fevereiro, as liberações foram de R$ 65,2 bilhões. O número de contratos, no entanto, segue menor do que de 2021/22: foram 643,1 mil nos oito primeiros meses do atual ciclo e 729,6 mil no anterior. No mês passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reabriu algumas linhas para investimentos, que tinham saldo de R$ 2,9 bilhões e esgotaram-se em poucos dias. O desembolso para industrialização segue em ritmo parecido com a temporada passada, com R$ 11,3 bilhões. Já os empréstimos para comercialização caíram para R$ 17,3 bilhões. Boletim do BC mostra o aumento das taxas médias de juros pré-fixadas que têm sido operadas pelos bancos e cooperativas de crédito nas linhas do Plano Safra 2022/23. No Pronaf, para a agricultura familiar, a alíquota saiu de 3,9% para 5,8% ao ano nos programas abastecidos com recursos obrigatórios. Naqueles cuja fonte é a poupança rural com subvenção, o índice passou de 4,2% para 5,8% ao ano. No Pronamp, para os médios produtores, as taxas das operações saíram de 5,5% para 8% ao ano, nas linhas com recursos obrigatórios, e de 5,6% para 8% ao ano, nos programas com poupança rural e equalização do Tesouro Nacional. Grandes produtores têm pagado 11,7% e 11,9%, em média. Os juros médios das linhas abastecidas com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que foram de 7,9% em 2021/22, agora estão em 13%. Nos programas com recursos livres, as taxas estão, em média, a 13,3% ao ano.

VALOR ECONÔMICO


Indicador de emprego tem pior nível desde 2020

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), mostra patamar baixo em fevereiro e equivalente a períodos de duas graves crises na economia brasileira: a causada pela pandemia em 2020 e a recessão nos anos de 2015 e 2016, segundo a economista Anna Carolina Gouveia, do FGV Ibre


Em fevereiro, o IAEmp subiu 0,8 ponto para 74,7 pontos. Mas essa alta não representa retomada no mercado de trabalho, e seria mais um "andar de lado" do índice. Na prática, sinais cada vez mais claros de atividade mais fraca na economia em 2023, bem como de consumo menor, não estimulam o empresário a pensar em contratar mais, salientou ela. Ao falar sobre o atual patamar baixo do indicador, a especialista detalhou que, desde novembro do ano passado o IAEmp se posiciona entre 73 e 74 pontos. Antes desse período, o indicador oscilava entre 75 e 80 pontos, notou. A última vez em que o índice havia ficado tanto tempo faixa de 73 a 74 pontos foi em 2020, quando a crise na economia causada pelo advento da covid-19 naquele ano atingiu seu auge; e na recessão entre 2015 e 2016, comentou ela. Para a especialista, uma série de fatores está a conduzir esse cenário, de menor desejo de contratar, por parte do empresariado. De um lado, há o contexto macroeconômico atual, com juros altos, inflação persistente e elevado endividamento das famílias. Esse quadro não estimula novas compras, pontuou ela, o que inibe avanço do consumo como um todo, no país e, por consequência, da atividade econômica. A especialista comentou que nenhum empresário pensa em contratar mais se não percebe que vai haver demanda em alta, no futuro. Outro aspecto que também não ajuda a elevar o IAEmp é o fato de que a economia de serviços, maior empregadora da economia, deu sinais de desaceleração na atividade, até o término de 2022. "É o maior empregador da economia [serviços] e está desacelerando", resumiu a pesquisadora. No entendimento dela, somente com quadro mais favorável ao consumo, no cenário macroeconômico, bem como serviços com demanda melhor e, assim, a estimular maior ritmo de abertura de vagas na área, seria possível melhorar ímpeto de contratação - e, por consequência, o IAEmp. Esse ambiente mais favorável a abrir novas vagas poderia gerar sequência de altas no índice, e assim indicar retomada mais expressiva no mercado de trabalho, notou ela. "Falta muito para o indicador se recuperar e de fato sinalizar recuperação sustentável do mercado de trabalho", avaliou.

VALOR ECONÔMICO


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