Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 3 | nº 295 |18 de janeiro de 2023
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: continua a pressão baixista
Com o aumento gradual da oferta de bovinos terminados e o escoamento de carne regrado, as cotações no mercado do boi gordo seguem pressionadas, informou na terça-feira (17/1) a Scot Consultoria
De acordo com apuração a IHS Markit, em âmbito nacional, a terça-feira foi de fraca movimentação de negócios no mercado físico do boi gordo. No mercado de São Paulo, o valor de referência para arroba seguiu estável, mas com sinalização de chances de novas baixas no decorrer desta semana, acrescenta a Scot. O boi gordo paulista está valendo R$ 270/@, enquanto a vaca e a novilha gordas seguem negociadas por R$ 261/@ e R$ 265/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O “boi-China” está cotado em R$ 275/@ em São Paulo, no prazo, preço bruto. “Apesar de haver uma tímida presença de ambas as pontas, a disparidade entre os preços preteridos pelos pecuaristas e os oferecidos pelas indústrias prejudica a efetividade de novos negócios”, ressaltaram os analistas da IHS. O embate, continua a consultoria, é reflexo da fragilidade das vendas de carne no mercado doméstico, além preços mais baixos recebidos pela carne bovina exportada (sobretudo à China), o que prejudica a mitigação dos custos dos animais à proteína. Como resultado, a pressão baixista sob os preços da arroba segue muito presente no setor neste primeiro mês do ano, ressalta a IHS. Tal ambiente foi observado entre algumas praças no Paraná, onde indústrias frigoríficas mantêm a pressão de baixa e buscam efetuar novos negócios até R$ 5/@ abaixo da máxima vigente para o valor local do boi gordo. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 271/@ (à vista) vaca a R$ 256/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 281/@ (prazo) vaca a R$ 269/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 246/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 243/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 253/@ (prazo) vaca a R$ 238/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 251/@ (prazo) vaca a R$ 241/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 229/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 249/@ (à vista) vaca a R$ 234/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 266/@ (prazo) vaca R$ 246/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 270/@ (à vista) vaca a R$ 240/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 261/@ (prazo) vaca a R$ 251/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 246/@ (prazo) vaca a R$ 236/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 246/@ (à vista) RO-Cacoal: boi a R$ 236/@ (à vista) vaca a R$ 217/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 251/@ (à vista) vaca a R$ 241/@ (à vista).
PORTAL DBO
Onze frigoríficos do Brasil recebem aval para exportar carne bovina à Indonésia. Um é do Paraná
O Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste (PR), também foi habilitado. Estão na lista três unidades da Marfrig e uma da Minerva
A Indonésia autorizou as importações de carne bovina de 11 novos frigoríficos brasileiros, disseram duas fontes ao Valor. Procurados, o Ministério da Agricultura não confirmou a informação e a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) afirma não ter recebido comunicado oficial da Pasta. Entraram na lista de habilitações as unidades da Marfrig em Promissão (SP), Chupinguaia (RO) e Tangará da Serra (MT) e da Minerva em Janaúba (MG). A Indonésia também liberou as importações de carne bovina das plantas do Barra Mansa, de Sertãozinho (SP), da Vale Grande, de Matupá (MT), da Frigol, de Água Azul do Norte (PA), da Mercúrio Alimentos, em Xinguara (PA), da Frigon, de Jaru (RO), da Maxi Beef, em Carlos Chagas (MG), e do Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste (PR). Em 2019, o país do Sudeste asiático já havia habilitado dez frigoríficos brasileiros. Segundo a Abrafrigo, a medida beneficiou JBS, Marfrig e Minerva, as três maiores empresas de carne bovina do país. No ano passado, o Brasil exportou 20,5 mil toneladas de carne bovina para a Indonésia. O volume foi 23,5% maior que o de 2021.
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Perdas nas cotações no mercado de suínos
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF baixou 4,07%/2,36%, chegando em R$ 118,00/R$ 124,00, enquanto a carcaça especial cedeu 2,15%/2,04%, valendo R$ 9,10/R$ 9,60 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (16), o preço ficou estável somente em Minas Gerais, valendo R$ 6,96/kg. Houve queda de 2,18% no Paraná, chegando em R$ 6,27/kg, baixa de 1,10% no Rio Grande do Sul, custando R$ 6,27/kg, retração de 0,32% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,32/kg, e de 3,03% em São Paulo, fechando em R$ 6,73/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Mercado do frango estável
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,90/kg, enquanto o frango no atacado teve aumento de 0,82%, custando R$ 6,15/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, não houve mudança de preço, com valor inalterado de R$ 3,02/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,03/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (16), houve leve alta de 0,86% para a ave congelada, alcançando R$ 7,02/kg, e de 0,42% para o frango resfriado, fechando em R$ 7,18/kg.
Cepea/Esalq
GOVERNO
Haddad diz que IPI será rediscutido na reforma tributária
A recomposição das alíquotas originais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ficou fora do pacote fiscal anunciado na semana passada como um compromisso do governo com a reforma tributária, disse na segunda-feira (16/01) o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Em viagem a Davos (Suíça) para participar do Fórum Econômico Mundial, ele disse que a abrangência e a manutenção do imposto serão discutidas na proposta de reforma tributária ainda neste semestre. De acordo com o ministro, a reforma buscará reduzir a carga tributária para a indústria, que, nas palavras dele, é desproporcional à fatia do setor no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos). “[A reforma tributária] é essencial para buscar a justiça tributária e para reindustrializar o país. Porque a indústria paga hoje quase um terço dos tributos no Brasil e responde por 10% da produção. Há um desequilíbrio muito grande. O caminho é esse”, declarou o Ministro na porta do hotel onde está hospedado no fim do primeiro dia de agenda. Para Haddad, há maturidade, tanto na Câmara como no Senado, para chegar a um consenso e votar a reforma tributária ainda neste semestre. O Ministro afirmou que o governo tem a desoneração da indústria como um compromisso e voltou a dizer que o Congresso se baseará nos dois textos que tiveram a discussão interrompida no governo passado, um na Câmara e outro no Senado, que têm como base ideias elaboradas pelo Secretário Especial da Reforma Tributária, Bernard Appy. Mais cedo, o Vice-Presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o governo tem como meta extinguir o IPI nas discussões sobre a reforma tributária e que o Ministro da Fazenda teve “sensibilidade” ao manter a desoneração de 35% que entrou em vigor no ano passado. Alckmin deu a declaração em evento da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Os textos em tramitação na Câmara e no Senado preveem a fusão de diversos tributos, inclusive o IPI, por tipo ou mais de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que seria repartido entre a União, os estados e os municípios. Uma das propostas, em tramitação no Senado, prevê que o IPI seria mantido apenas como um tributo para onerar produtos que fazem mal à saúde, como tabaco, bebidas alcoólicas e produtos derivados de açúcar. Segundo Haddad, o fim do IPI e a redução de outros impostos seriam financiados com o aumento do Imposto de Renda sobre contribuintes mais ricos. Ele disse que a reforma “não será neutra” e buscará corrigir a regressividade (carga maior sobre os mais pobres) do sistema tributário brasileiro.
Agência Brasil
INTERNACIONAL
Produção de carne suína da China em 2022 sobe para maior patamar em oito anos
A produção de carne suína da China em 2022 aumentou 4,6% em relação a 2021, atingindo o nível mais alto desde 2014, mostraram dados oficiais na terça-feira, confundindo algumas expectativas de um aumento menor
A produção de carne suína no maior produtor mundial da carne atingiu 55,41 milhões de toneladas, a maior desde 56,71 milhões de toneladas registradas oito anos atrás. A produção de 2022 em comparação com 52,96 milhões de toneladas em 2021. A produção foi impulsionada pela alta produção no quarto trimestre de 13,91 milhões de toneladas, de acordo com cálculos da Reuters sobre os dados do Escritório Nacional de Estatísticas. Isso representou um aumento de 0,87% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, apesar da escassez de mão de obra nos matadouros devido aos surtos de COVID. Os produtores criaram suínos mais pesados, esperando se beneficiar de uma recuperação antecipada na demanda e nos preços, um fator que poderia ter impulsionado a produção. No entanto, a demanda permaneceu morna por causa do aumento de casos de COVID-19 na China, que manteve muitas pessoas em casa, fazendo com que os preços caíssem. “A produção de ração foi fraca ao longo de 2022 e também vimos isso refletido no menor número anual de importações de soja. É difícil conciliar esse número mais alto de produção de carne com os declínios observados na produção de ração e nas importações de soja”, disse Darin Friedrichs, cofundador da consultoria agrícola Sitonia Consulting, com sede em Xangai. Os dados mostram que a produção de carne suína da China aumentou a cada trimestre em relação ao ano anterior nos últimos dois anos, apesar da demanda fraca. “Não ouvi dizer que há muito armazenamento, então já precisa ser consumido, o que é difícil de explicar”, disse outro analista de pecuária, recusando-se a ser identificado devido à sensibilidade do questionamento dos dados oficiais. Uma alta nos preços durante o verão encorajou os fazendeiros a engordar os porcos mais do que o normal para aumentar seus lucros. Embora tenha diminuído, o peso médio dos suínos vivos ainda estava alto, em cerca de 124,5 kg (275 libras) na semana passada, de acordo com analistas da Huachuang Agriculture. Isso continuará pressionando os preços, disseram eles, em nota de 15 de janeiro. O consumo de carne deve melhorar após a reabertura da China de uma rígida política COVID de três anos, com mais jantares em grupo e reuniões de negócios para atender à demanda. A produção de carne bovina da China aumentou 3% no ano passado, para 7,18 milhões de toneladas, mostraram os dados, enquanto a produção de aves aumentou 2,6%, para 24,43 milhões de toneladas, e a de cordeiro e carneiro aumentou 2%, para 5,25 milhões de toneladas.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Plantio de milho 2ª safra 2022/23 começa no Paraná, diz Deral
Os produtores de milho do Paraná deram início ao plantio da segunda safra 2022/23 em 1% das áreas do Estado, com trabalhos um pouco atrasados em relação ao mesmo período da temporada anterior, mas dentro da média histórica, informou na terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral)
Um ano antes, a semeadura havia sido realizada em 2% das áreas, de acordo com os dados. “O plantio inicia-se pela região Sul, onde já temos algum plantio, depois vai para o Oeste do Estado e finaliza no Norte”, disse o analista do Deral Edmar Gervásio. “Já há relatos de semeadura na região de Guarapuava, Irati e Francisco Beltrão, Pato Branco e União da Vitória. Neste momento podemos dizer que ainda está no ciclo, não tendo fatores que prejudiquem”, acrescentou. Na avaliação de qualidade feita pelo departamento, 100% das áreas de milho safrinha são consideradas boas. No mesmo período do ciclo anterior, quando uma seca atingiu o Sul do país de maneira mais intensa, as áreas do cereal avaliadas como boas eram 94%. Gervásio ressaltou que, na média histórica, o plantio de milho segunda safra atinge 6% das áreas em janeiro, tendo os maiores volumes semeados em fevereiro e pode se estender até março. Para este ano, até o momento, a expectativa é que os produtores poderão atingir a média e finalizar o mês com 6% das áreas plantadas. Em janeiro de 2022 a semeadura ficou em 5%, disse ele. Ainda de acordo com o analista do Deral, a colheita da soja 2022 do Paraná deve ter início na próxima semana. “Historicamente, em janeiro colhe-se muito pouco. Em média nas últimas safras foram somente 4%. O grosso da colheita fica para março. Na próxima semana devemos ter apontamento de colheita nos relatórios”, afirmou. Segundo o Deral, 80% das áreas de soja do Estado estão em condições boas, contra somente 33% um ano antes. No mesmo período de 2021/22, o Deral apontava que 4% das áreas de soja já estavam colhidas, porém, 34% da safra estava em condições ruins de qualidade.
REUTERS
Com alta de 31,7%, carne de frango in natura foi o produto mais exportado pelo Paraná em 2022
O produto teve alta de 31,72% nas exportações (de US$ 2,7 bilhões para US$ 3,6 bilhões), ultrapassando a soja em grão, que costumava liderar a lista
A participação de aves no comércio internacional aumentou de 14,5% para 16,5%. Os maiores compradores de carne de frango in natura foram China (US$ 776 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 334 milhões) e Japão (US$ 274 milhões). Já a venda de soja para o Exterior variou de R$ 4,6 bilhões para R$ 2,9 bilhões. Os principais destinos foram China (US$ 2,4 bilhões), Coreia do Sul (US$ 104 milhões) e Irã (US$ 99 milhões). Apesar de ter ultrapassado a soja em grão e o farelo de soja, o volume de exportação de carne não superou o complexo todo, que inclui óleo, cuja soma ultrapassa US$ 5,7 bilhões. Os dados constam em um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), construído a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. De acordo com o estudo do Ipardes, as exportações cresceram 16,2% em 2022 no Paraná. Foram US$ 22,1 bilhões em produtos para o mercado externo, contra US$ 19 bilhões em 2021. As importações aumentaram 32% (de US$ 16,9 bilhões para US$ 22,8 bilhões). Com isso, a balança comercial fechou o ano passado negativa, com diferença de US$ 279 milhões entre os dois caminhos do comércio internacional. Os principais produtos exportados foram carne de frango, soja em grão, farelo de soja, açúcar bruto, óleo de soja bruto, papel, cereais e celulose. Atrás da carne de frango in natura está a soja em grão, que teve 13,6% de participação em 2022. Em 2021, ela alcançou 24,5%. No terceiro lugar esteve o farelo de soja, com alta de 35,8% em 2022. Foram exportados US$ 1,7 bilhão, com 8% de participação, contra US$ 1,3 bilhão em 2021 (6,9% de participação). Os países que mais importaram o produto do Estado foram Países Baixos (US$ 345 milhões), Alemanha (US$ 291 milhões) e Vietnã (US$ 191 milhões). Açúcar bruto (US$ 995 milhões), óleo de soja bruto (US$ 942 milhões), papel (US$ 871 milhões), cereais (US$ 811 milhões), celulose (US$ 766 milhões), madeira compensada ou contraplacada (US$ 643 milhões) e automóveis (US$ 523 milhões) também romperam a marca do meio bilhão de dólares. Em 2022, a importação de adubos e fertilizantes teve alta de 83,9%, com US$ 3,5 bilhões, frente a US$ 1,9 bilhão em 2021 (de 11,3% para 15,7% de participação), seguida por óleos e combustíveis, que teve um aumento de 134,8%, com US$ 2,5 bilhões importados contra US$ 1,1 bilhão em 2021. Em terceiro lugar estiveram produtos químicos, com uma variação de 102,3%. Em 2022, foram US$ 2 bilhões, enquanto que no ano anterior foram US$ 1 bilhão importados. Segundo dados do Agrostat, o Paraná é o sexto maior exportador do Brasil, e quando se trata do agronegócio, é o terceiro maior, representando 75,5% de todas as exportações paranaenses.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar fecha em queda com sinalização de Haddad e força de commodities
PIB da China acima do esperado ajuda o petróleo a se valorizar, impulsionando moedas ligadas a commodities
O dólar à vista fechou a sessão de hoje em queda, em meio a comentários feitos pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em encontro com investidores em Davos, na Suíça. Além disso, a sessão é marcada também pelo fortalecimento de algumas commodities, como o petróleo, que se beneficiaram da retomada da China. O bom humor sobre o gigante asiático se deu após os dados econômicos do país, referentes ao quarto trimestre do ano passado, saírem melhores do que o projetado pelo mercado. Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em queda de 0,81%, a R$ 5,1055. Já o contrato futuro para fevereiro da moeda americana exibia, perto das 17h45, queda de 1,03%, a R$ 5,1160. Na tarde da terça, o real seguiu como a segunda divisa mais forte frente ao dólar de uma cesta de 33 moedas acompanhadas pelo Valor, perdendo apenas para o peso chileno. Boa parte do bom humor veio pelo fato de a economia chinesa ter apresentado números melhores do que o esperado. Conforme informou o Departamento Nacional de Estatísticas da China, a economia do país cresceu 3% no ano passado. Ainda que seja uma desaceleração em relação ao avanço de 8,1% de 2021, o número veio acima das expectativas do mercado. Com isso, os preços do petróleo Brent para março avançaram 1,73% na sessão, dando algum apoio ao real. Como apontou o JPMorgan, em nota, os mercados de commodities ignoraram a fraqueza observada anteriormente com o colapso na demanda de energia do Hemisfério Norte durante o inverno inesperadamente quente, e estão cada vez mais focados no iminente impulso de demanda da China. Para Cristiane Quartaroli, economista da Ourinvest, o Brasil ainda teve dois fatores que ajudaram sua moeda a se valorizar contra o dólar nesta terça. “Teve um ajuste da alta que vimos ontem, com o real sendo mais penalizado que seus pares. Além disso, houve uma reação positiva do mercado em relação à declaração do ministro da Fazenda em Davos sobre colocar a reforma tributária para votação no primeiro semestre deste ano. O mercado se animou um pouco com esse tópico”, disse.
VALOR ECONÔMICO
Ibovespa fecha em alta de 2% com China, fiscal e volta de investidor estrangeiro
Disparada de ações da Petrobras, com perspectiva positiva para petróleo, ajudou índice a subir após três sessões de perdas
Sinalizações classificadas como positivas pelos investidores por parte da equipe econômica, o avanço da economia chinesa e a volta do investidor estrangeiro após feriado nos Estados Unidos impulsionaram o Ibovespa hoje, que voltou a registrar alta após três sessões de quedas. Destaque para Petrobras ON e PN, que dispararam 7,04% e 6,16%, respectivamente. No fim da sessão, o referencial local registrou ganhos de 2,04%, aos 111.439 pontos, tocando os 109.214 pontos na mínima intradiária e os 111.577 pontos na máxima. Em Nova York, o S&P 500 recuou 0,20%, aos 3.990 pontos, o Dow Jones fechou em queda de 1,14%, aos 33.910 pontos, e o Nasdaq oscilou positivamente em 0,14%, aos 11.095 pontos.
VALOR ECONÔMICO
IGP-10 desacelera alta a 0,05% em janeiro com alívio em combustíveis, diz FGV
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a subir 0,05% em janeiro, contra alta de 0,36% no mês anterior, iniciando o ano com queda nos preços de combustíveis, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira
A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,30%, depois de o índice ter encerrado 2022 com avanço acumulado de 6,08%. Com o resultado do mês de janeiro, o IGP-10 passou a acumular avanço em 12 meses de 4,27%, menor patamar desde novembro de 2019, quando o IGP-10 acumulava alta de 3,33%. "Ainda que os preços de importantes commodities estejam em elevação ao produtor, como minério de ferro (11,92%), bovinos (2,40%), café (5,23%) e feijão (10,30%), a queda registrada nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina (-5,31%) e diesel (-7,15%), ajudaram a conter o avanço da taxa do índice ao produtor", explicou André Braz, coordenador dos índices de preços. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve recuo de 0,06% em janeiro, depois de subir 0,31% no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, desacelerou a alta a 0,47% no mês, de 0,58% em dezembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez subiu 0,14% no primeiro mês do ano, abaixo da taxa de 0,36% no período anterior. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
REUTERS
Faturamento com exportações do agro brasileiro atingiu US$ 159 bilhões em 2022
Milho foi o produto que mais contribuiu para a alta das exportações, mas soja continuou na liderança. As exportações das carnes renderam US$ 25,6 bilhões em receita, 29,3% a mais do que em 2021.
As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 32% em 2022 e encerraram o ano com a marca de US$ 159,09 bilhões. O novo recorde foi impulsionado pelas altas de 22,1% do índice de preços das commodities internacionais vendidos pelo Brasil ao exterior, como grãos e óleos, e de 8,1% no volume embarcado de janeiro a dezembro. As importações também aumentaram, cerca de 11%, para US$ 17,2 bilhões. Mesmo assim, o superávit comercial do setor cresceu 35,1% e fechou o ano passado com US$ 141,8 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura. O agronegócio foi responsável por 47,6% das exportações totais do Brasil em 2022, segundo maior share da história do segmento, atrás apenas de 2020, quando alcançou 48,1% dos embarques. Desde 2020, as exportações do agronegócio se mantêm acima dos US$ 100 bilhões. Foram US$ 100,7 bilhões naquele ano, US$ 120,5 bilhões em 2021 e US$ 159,09 bilhões em 2022. A marca foi ultrapassada pela primeira vez em 2018, quando atingiu US$ 101,2 bilhões. Em 2019, no entanto, os embarques ficaram em US$ 96,9 bilhões. Em cinco anos, o agro exportou quase US$ 580 bilhões. Se somado, o desempenho dos últimos dez anos ultrapassa US$ 1 trilhão. Os preços em alta das commodities, apesar do arrefecimento nos últimos meses do ano, sustentaram os bons resultados das cadeias que tiveram diminuição da quantidade exportada. É o exemplo do complexo soja, principal setor exportador do país em 2022. O volume total embarcado caiu 2,9%, para 101,8 milhões de toneladas e mesmo assim o faturamento cresceu 27%, saindo de US$ 47,9 bilhões em 2021 para US$ 60,9 bilhões no ano passado. O mesmo aconteceu com as vendas de café e algodão. Os embarques de soja em grãos, carro-chefe do agronegócio nacional, recuaram 8,3% e ficaram em 78,9 milhões de toneladas. A receita, no entanto, subiu 20,8%, para US$ 46,6 bilhões. O conflito no Leste europeu sustentou os preços e o apetite mundial pelo óleo de soja, cujas vendas saltaram 58,1% (2,6 milhões de toneladas). O faturamento praticamente dobrou e se aproximou dos US$ 4 bilhões em 2022. Um dos destaques do ano foi o milho. O volume exportado cresceu 112,6% e chegou a 43,3 milhões de toneladas no acumulado do ano. A receita dos embarques aumentou 196,6% e chegou a US$ 12,1 bilhões. A abertura do mercado chinês, em novembro, foi o grande marco. Só em dezembro de 2022, a China comprou 1,1 milhão de toneladas do cereal e se tornou o principal mercado para o produto no mês. A União Europeia foi o destino da maior parte do milho exportado, seguida de Irã, Japão e Egito. De acordo com a Pasta, cerca de 63,2% da safra de grãos brasileira de 2021/22 foi exportada direta ou indiretamente, acima dos 57,5% da temporada anterior. As exportações de carnes renderam US$ 25,6 bilhões em receita, 29,3% a mais do que em 2021. O maior faturamento foi na carne bovina (US$ 12,9 bilhões), com 2,2 milhões de toneladas embarcadas, alta de 22,7% no ano. A carne de frango praticamente manteve o volume exportado (4,6 milhões de toneladas), mas engordou em 27,1% a receita, para US$ 9,5 bilhões. A carne suína, por outro lado, teve desempenho pior tanto em volume embarcado (-1,7%) quanto no faturamento (-2,9%). A China se mantém como maior parceiro comercial do setor produtivo brasileiro. Em 2022, o país asiático foi destino de 31,9% das exportações do agronegócio nacional, contra 34% do ano anterior. No ano passado, os chineses compraram US$ 50,79 bilhões, aumento de 23,8% sobre os valores de 2021 (US$ 41,02 bilhões).
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