Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 166 |11 de julho de 2022
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Negociações travadas no mercado do boi gordo
As indústrias optam por movimentos mais contidos nas compras de boiadas gordas, de modo a evitar novos repiques de altas, já que a sazonalidade do período a partir da segunda metade do mês é de consumo mais ameno, o que pode desequilibrar as margens e as programações de produção
O ambiente de estabilidade de preços deve permanecer ao longo da próxima semana, prevê a IHS. Na região Centro-Sul, há um recuo significativo de disponibilidade de animais para abate. Por sua vez, no Norte e Nordeste, apesar da oferta ainda ser positiva, os movimentos de alta nos preços das últimas semanas condicionaram maior liquidez, reduzindo parcialmente deste volume disponível, informa a IHS. “A entressafra do boi avança e deve ocorrer uma escassez maior de oferta de animais gordos a partir da última semana de julho, avançado para agosto e setembro”, projeta a consultoria. Na avaliação da IHS, o peso das exportações será o principal vetor para a dinâmica do mercado nesta segunda metade do ano. As escalas de abate das indústrias frigoríficas de São Paulo ficaram mais longas esta semana, atendendo, em média, 13 dias, informou na sexta-feira (8/7) a Scot Consultoria. A maior parte das indústrias paulistas estiveram fora do mercado neste último dia da semana, o que resultou em estabilidade nas cotações do boi gordo e demais categorias prontas para abater, acrescentou. Pelos dados apurados pela consultoria de Bebedouro, SP, o preço do macho gordo negociado no interior de São Paulo (e direcionado ao consumo interno) segue valendo R$ 317/@, enquanto as cotações da vaca e da novilha valem, respectivamente, R$ 284/@ e R$ 304/@, (valores brutos e a prazo). Bovinos com padrão para atender o mercado chinês estão sendo negociados em R$ 325/@ no mercado paulista, mas negócios abaixo dessa referência já foram vistos, relata a Scot. Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 290/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 325/@ (prazo) vaca a R$ 285/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT- Cáceres: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 297/@ (prazo) vaca a R$ 277/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 295/@ (à vista) vaca a R$ 277/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 290/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca R$ 285/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 295/@ (prazo) vaca a R$ 287/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); MA-Açailândia: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista).
PORTAL DBO
SP registra aumento dos custos de produção de bovinos confinados; GO registra queda
Na edição nº61, referente ao mês de junho, o Informativo Mensal do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) mostra aumento nos custos da diária-boi (CDB) para os confinamentos de São Paulo (CSPm e CSPg) e redução para o confinamento de Goiás (CGO), em comparação ao mês anterior, maio
No levantamento realizado no mês de junho foi identificado aumento nos preços de alguns insumos utilizados na alimentação dos animais no estado de São Paulo, entretanto, em Goiás houve queda comparado ao mês anterior. Em São Paulo o preço do farelo de algodão e do feno aumentaram 6,54% e 9,0% respectivamente, em relação a maio. Em Goiás, o milho grão apresentou queda de 1,0% no preço em relação ao mês de maio. Por fim, os custos das dietas apresentaram os seguintes resultados: 1,60%, 1,55% e -0,77% para as propriedades representativas CSPm, CSPg e CGO, respectivamente. O software de formulação de Ração de Lucro Máximo (RLM) foi utilizado para encontrar a melhor dieta ao menor custo para as propriedades representativas. Foi registrado em junho aumento no Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC), em comparação ao mês anterior. Em 2022 o indicador acumulou alta de 8,8% e 6,8% para as propriedades CSPm e CSPg, respectivamente, e de 5,9% para CGO. A taxa Selic considerada nos cálculos foi de 13,25% a.a. Essa taxa em junho de 2021 era de 4,25%. A taxa mais alta implica em maiores de custos de oportunidade.
BEEF POINT
SUÍNOS
Suínos: cotações estáveis
Regiões do Paraná e de Santa Catarina tiveram tendência de baixa nos valores, mas, no Sudeste, houve sustentação.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 129,00/R$ 138,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,40 o quilo/R$ 9,80 o quilo. No caso do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (7), também não houve mudança de preço, com valores de R$ 7,26/kg em São Paulo, R$ 7,25/kg em Minas Gerais, R$ 6,33/kg em Santa Catarina, R$ 6,31/kg no Paraná e R$ 6,21/kg no Rio Grande do Sul. Cepea/Esalq
Preço do suíno independente sobe 5 centavos no Rio Grande do Sul
A Pesquisa Semanal da Cotação do Suíno, milho e farelo de soja no RS apontou aumento de 5 centavos no preço do suíno vivo pago ao suinocultor independente; a cotação é de R$6,51. A pesquisa é realizada pela Associação de Criadores de Suínos do RS – ACSURS
O custo médio da saca de 60 quilos de milho ficou em R$ 88,33. Já o preço da tonelada do farelo de soja é de R$ 2.660,00 e da casquinha de soja é de R$ 1.400,00, ambos para pagamento à vista, preço da indústria (FOB). O preço médio na integração apontado pela pesquisa é de R$ 5,03. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Aurora/Cooperalfa R$ 5,20 (base suíno gordo) e R$ 5,30 (leitão 6 a 23 quilos), vigentes desde 05/07; Cooperativa Languiru R$ 5,20, vigente desde 14/02; Cooperativa Majestade R$ 5,20, vigente desde 06/07; Dália Alimentos/Cosuel R$ 5,20, vigente desde 08/02; Alibem R$ 4,10 (base suíno creche e terminação) e R$ 5,20 (leitão), vigentes desde 10/02, respectivamente; BRF R$ 5,10, vigente desde 06/06; Estrela Alimentos R$ 4,10 (base creche e terminação), vigente desde 08/02, e R$ 5,25 (leitão), vigente desde 06/07; JBS R$ 5,10, vigente desde 23/05; e Pamplona R$ 5,20 (base terminação) e R$ 5,30 (base suíno leitão), vigentes desde 06/07.
Acsurs
FRANGOS
Cotações estáveis para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado teve leve alta de 0,39%, chegando em R$ 7,78/kg, enquanto o frango na granja ficou estável em R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Houve queda de 0,72% no Paraná, atingindo R$ 5,55/kg e de 0,23% em Santa Catarina, custando R$ 4,25/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (7), a ave congelada teve aumento de 1,24%, valendo R$ 8,15/kg, e a resfriada, de 0,37%, fechando em R$ 8,07/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Início de mês eleva demanda, mas preço reage pouco
O início de julho e o consequente aquecimento na demanda – de modo geral, por conta do recebimento dos salários por parte da população – fizeram com que os preços do frango inteiro reagissem na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea nesta semana
Ainda assim, os aumentos nos preços foram comedidos. Isso porque parte dos vendedores está receosa de que elevações muito intensas possam retrair a procura pela carne. Já no front externo, a demanda internacional pela carne brasileira está aquecida. Assim, o volume embarcado em junho apresentou bom desempenho e a receita gerada com as vendas externas foi recorde no mês.
Cepea
MEIO AMBIENTE
Desmatamento na Amazônia bate recorde no primeiro semestre de 2022
O desmatamento na floresta amazônica brasileira atingiu um recorde nos primeiros seis meses do ano, quando uma área maior que três vezes o município do Rio de Janeiro foi destruída, mostraram dados preliminares do governo na sexta-feira
De janeiro a junho, 3.988 quilômetros quadrados foram desmatados na região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso representa um aumento de 10,6% em relação aos mesmos meses do ano passado e o nível mais alto para esse período desde que a agência começou a compilar sua atual série de dados Deter-B em meados de 2015. A destruição cresceu 5,5% em junho, para 1.120 quilômetros quadrados, também um recorde para o mês. A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, contém grandes quantidades de carbono, que é liberado à medida que as árvores são destruídas, aquecendo a atmosfera e provocando mudanças climáticas. O desmatamento está ocorrendo cada vez mais fundo na floresta. Nos primeiros seis meses do ano, o Estado do Amazonas, no coração da floresta tropical, registrou mais destruição do que qualquer outro Estado pela primeira vez. O desmatamento crescente deste ano também está alimentando níveis excepcionalmente altos de focos de incêndio, que provavelmente piorarão nos próximos meses, disse Manoela Machado, pesquisadora de incêndios florestais e desmatamento da Universidade de Oxford. O Brasil registrou o maior número de focos de incêndios na Amazônia no mês de junho em 15 anos, embora esses focos sejam uma pequena fração do que geralmente é visto quando atingem o pico em agosto e setembro, segundo dados do Inpe. Normalmente, depois que a madeira é extraída, fazendeiros e grileiros queimam a terra para terminar de desmatá-la para a agricultura. “Se tivermos altos números de desmatamento, é inevitável que também tenhamos altos números de incêndios”, afirmou a pesquisadora. "Esta é uma notícia extremamente ruim." Ativistas e especialistas no Brasil culpam o presidente Jair Bolsonaro (PL) por reverter as proteções ambientais e encorajar madeireiros, fazendeiros e especuladores de terras que desmatam terras públicas com fins lucrativos. O Palácio do Planalto e o Ministério do Meio Ambiente não responderam a pedidos de comentários sobre os números ou políticas de desmatamento. Ambientalistas estão apostando na vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro para uma reviravolta na política ambiental do país. Mas, mesmo que Bolsonaro perca, este ano provavelmente terá altos níveis de desmatamento e focos de incêndios, já que madeireiros e grileiros buscam capitalizar a fraca fiscalização antes de uma possível mudança no governo, dizem cientistas e ativistas. À medida que o clima fica mais seco e mais quente na Amazônia, o desmatamento e as queimadas não dão sinais de diminuir. “É bem difícil ser otimista para os próximos meses da Amazônia”, disse Rômulo Batista, ativista florestal do Greenpeace Brasil.
REUTERS
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Produção industrial do Paraná registra maior crescimento do ano em maio
No acumulado de janeiro a maio, o resultado ainda é negativo, com queda de 2,6%
Maio foi um mês positivo para a produção industrial do Paraná. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o crescimento em relação a abril foi de 3,5%, resultado superior ao dos outros cinco estados mais industrializados do país (SP, RJ, MG, RS e SC) e também acima da média nacional, que registrou ligeira alta de 0,3%. A recuperação em maio contribuiu para diminuir a trajetória de queda que vem ocorrendo no acumulado deste ano, atualmente em -2,6%. Até o mês passado, este mesmo indicador era de uma retração de 3,7%. E na variação mensal (contra março), a produção da indústria havia encolhido 4,1%. Na comparação com maio de 2021, o setor registra crescimento de 1,5% no estado, assim como nos últimos 12 meses, com alta de 0,6%. Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, o resultado de maio contribuiu para que a trajetória de queda no ano fosse reduzida. Até abril, tanto comércio quanto serviços apresentavam resultados negativos em seu desempenho. “Uma das causas é que mesmo com uma certa melhora na empregabilidade, a renda média do trabalhador caiu 10% no Brasil este ano. Isso influencia na atividade de consumo e as pessoas passam a priorizar a compra do essencial, adiando a aquisição de bens e produtos não essenciais”, avalia o economista da Fiep. Um exemplo é o setor de alimentos, que representa de 30 a 32% do PIB industrial do Paraná. Na comparação com maio de 2021, este segmento cresceu 2,3%. Dos 13 segmentos analisados no Paraná pelo IBGE, cinco apresentam queda nesta avaliação com o mesmo mês do ano passado. O mais afetado é o setor automotivo, que fabrica produtos de maior valor agregado e, portanto, mais caros. A redução chegou a 22%. Em seguida aparecem madeira (-13%), minerais não-metálicos (-3,2%), móveis (-2,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2%). De janeiro a maio, apenas quatro atividades estão crescendo. É o caso de bebidas (28%), celulose e papel (2,9%), máquinas e equipamentos (2,6%) e produtos químicos (1%). Os mais prejudicados são móveis (-18,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,1%), madeira (-9,4%) e automotivo (-7%). A guerra na Ucrânia, os lockdowns para conter a covid-19 na China, que interromperam o fornecimento de insumos para o mundo todo, as dificuldades econômicas na Europa e Estados Unidos, são outros elementos que afetam os custos de insumos e matérias-primas no mundo inteiro, incluindo o Brasil e o Paraná. Somado a um período de eleições polarizadas no Brasil, este cenário pode afetar a política cambial do país, com elevação do dólar frente ao real. O economista da Fiep avalia que a moeda americana mais valorizada tende a pressionar ainda mais os custos de produção na indústria. Somada à previsão de manutenção das taxas de juros da economia elevadas, a atividade de consumo é penalizada, impactando no desempenho geral da economia brasileira. “É preciso aguardar como o setor vai se comportar frente a tantos desafios, mesmo com o segundo semestre sendo um período tradicionalmente de maior demanda para a indústria”, conclui.
FIEP
Toledo vai contar com unidade da Embrapa
Em reunião realizada em Brasília na semana passada uma comitiva liderada pelo prefeito Beto Lunitti e composta por empresários e lideranças da sociedade foi informada sobre a instalação de uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Toledo
Conforme o prefeito Beto Lunitti, as pesquisas desenvolvidas na unidade darão ênfase à suinocultura, avicultura e piscicultura. “São áreas de destaque dentro da nossa produção agropecuária e que com certeza serão potencializadas”, disse o prefeito Beto Lunitti. O gestor municipal destacou a importância do momento e agradeceu aos diversos atores envolvidos com a conquista. Lunitti destacou a participação das lideranças toledanas, em especial do empresário Luiz Donaduzzi. “Uma coisa se conecta à outra, a pesquisa no ambiente apropriado [Biopark] e novas frentes que podem se estabelecer, como o aproveitamento do conhecimento da [Indústria Farmacêutica] Prati-Donaduzzi na produção de medicamentos e abrir possibilidades para o desenvolvimento de uma linha de medicamentos uso veterinário”. O presidente e fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi, que também estava na Capital Federal, ressalta que a vinda da Embrapa para o Biopark amplia as possibilidades de desenvolver produtos para os agricultores, bem como para as cooperativas da Região, que é um polo do agronegócio do País. “Teremos produtos direcionados ao campo, com utilização imediata na melhoria da produtividade e da sanidade animal. Temos também a possibilidade de trazer professores, pesquisadores, cursos de grandes universidades e empresas relacionadas com o agronegócio”, explicou. Para dar suporte ao trabalho da Embrapa, o Biopark vai implantar um Living Lab.
Prefeitura de Toledo
No Paraná, tempo de espera de navios com fertilizantes chegou a até 45 dias
Às vésperas do início do plantio da safra 2022/23, é possível que outras filas se formem, diz StoneX
A espera média dos navios para o descarregamento de fertilizantes cresceu em alguns meses deste ano em comparação com 2021, o que encareceu o produto. Em março e abril do ano passado, as embarcações levavam entre sete e 11 dias para completar o serviço em Paranaguá (PR), prazo que saltou para perto de 40 a 45 dias nesses mesmos meses de 2022, indica um levantamento da StoneX. O trânsito no mar também aumentou em Santos (SP) - a espera mais longa, de 38 dias, ocorreu em março. A partir de maio, porém, o fluxo melhorou, e, no mês passado, o tempo de espera dos navios nos portos já estava entre dez e 15 dias, segundo a consultoria. A administração de Paranaguá informou que, entre embarcações que aguardavam para descarregar e as que chegariam em alguns dias, 26 navios estavam na programação no último dia 5 - há um ano, eram 21. A carga total chega perto de 700 mil toneladas, e os armazéns operam no limite da capacidade. Os problemas com a demora dos navios na costa são reflexo de entraves em importantes fornecedores. Além das sanções econômicas a Belarus, estabelecidas ainda em 2021, a guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro deste ano, acentuou o temor com a escassez de adubos, o que gerou uma corrida às compras que congestionou chegadas ao litoral. Muitos agricultores encomendaram adubo mesmo depois de terem tomado a decisão de usar menos insumos por causa do aumento de preços. Às vésperas do início da safra 2022/23, com plantio que começa em setembro, é possível que outras filas se formem. “Há entregas ainda acontecendo e também a reposição dos estoques de adubo para a safrinha [de milho, a partir do fim do ano]”, diz Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da StoneX.
VALOR ECONÔMICO
ECONOMIA/INDICADORES
IPCA acelera alta a 0,67% em junho sob peso de alimentos e planos de saúde
Os alimentos e o reajuste dos planos de saúde fizeram com que a inflação nacional voltasse a acelerar em junho, embora o IPCA ainda permaneça abaixo de 12% no acumulado em 12 meses
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 0,67% no mês passado, de 0,47% em maio, depois de dois meses seguidos de alívio na pressão. O índice registrou a maior taxa para meses de junho desde 2018 (1,26%) informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA acumulado em 12 meses foi a 11,89%, depois de ter ficado em 11,73% no mês anterior e contra projeção de 11,90%. O resultado representa quase duas vezes e meia o teto da meta oficial para a inflação este ano, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos --já abandonada pelo Banco Central. “Temos uma inflação acima de 10% desde setembro, e temos que ver como vai ficar o comportamento de itens de peso como gasolina, energia, plano de saúde e outros para avaliar a direção da inflação", disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A inflação no Brasil está não apenas alta como também bastante disseminada. Embora a taxa de difusão tenha enfraquecido para o menor nível desde novembro, ainda foi de 67% em junho. Em junho, os preços do grupo Alimentação e bebidas, que tem grande peso no índice geral e no bolso dos consumidores, subiram 0,80%, acelerando ante taxa de 0,48% no mês anterior. "O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%)", explicou Kislanov, destacando ainda os efeitos do aumento dos custos de insumos e matérias-primas. "Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, completou. Já os preços dos planos de saúde saltaram 2,99% em junho depois ter sido autorizado reajuste de até 15,5% em seus valores, exercendo o maior impacto individual no IPCA do mês. Isso levou o grupo Saúde e cuidados pessoais a acelerar a alta a 1,24% em junho, de 1,01% em maio. Por sua vez, os custos de Transportes, grupo de maior peso no índice geral, desaceleraram o avanço a 0,57% em junho, ante 1,34% no mês anterior, diante da queda de 1,20% nos combustíveis. Os preços da gasolina caíram 0,72%, enquanto os do etanol recuaram 6,41% e os do óleo diesel subiram 3,82%. Os custos de serviços também aceleraram a alta, chegando a 0,90% em junho, de 0,85% antes, acumulando avanço de 8,73% em 12 meses, maior taxa desde janeiro de 2015, segundo o IBGE. As mais recentes projeções do BC apontam para um IPCA de 8,8% ao final deste ano e de 4,0% em 2023, com a autoridade monetária já sinalizando que tentará levar a inflação a um patamar em torno da meta, não exatamente em cima do alvo.
REUTERS
Ibovespa recua no dia, mas termina semana acima dos 100 mil pontos
O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, pressionado pelas ações da Vale, após um pregão sem tendência única e volume reduzido de negócios, marcado pela divulgação de dados mais fortes do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos
Números sobre inflação no Brasil, além do adiamento da votação da PEC dos Benefícios no plenário da Câmara dos Deputados, também ocuparam a atenção na última sessão da semana. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,44%, a 100.288,94 pontos. O volume financeiro na bolsa somou 17,3 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês, de 21 bilhões de reais e dos primeiros pregões de julho, de 21 bilhões de reais. Ainda assim, o Ibovespa encerrou a semana com acréscimo acumulado de 1,35%. Os últimos pregões na B3 também têm sido marcados por uma queda de braço entre incertezas globais e riscos fiscais no Brasil que desanimam compras e preços de alguns papéis que desencorajam vendas pelos investidores. Na sexta, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou a criação de 372 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, acima do previsto, embora desacelerando ante maio. O ganho médio por hora subiu 0,3% e o desemprego seguiu em 3,6%. Na visão da equipe de Economia do Bradesco, conforme relatório a clientes no final da tarde, o número de criação de vagas reforça o cenário de mercado de trabalho aquecido, com alta nos salários, reforçando as preocupações com a inflação. "Continuamos esperando um aperto monetário relevante para desacelerar a atividade e trazer os núcleos de inflação a patamares mais compatíveis com as metas", afirmaram. No Brasil, a agenda destacou o IPCA, que acelerou a alta a 0,67% em junho, de 0,47% em maio, segundo dados do IBGE. Em 12 meses, atingiu 11,89%. "Não enxergamos deterioração adicional, mas núcleos e medidas subjacentes apontam persistência da pressão inflacionária", afirmou o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, em comentário a clientes.
REUTERS
Dólar fecha abaixo de R$5,30 e tem 1ª queda semanal desde maio
O dólar caiu acentuadamente na sexta-feira, fechando com folga abaixo dos 5,30 reais e interrompendo uma série de vários ganhos semanais consecutivos, em movimento de ajuste técnico embalado por algum alívio nos temores internacionais de recessão
A moeda norte-americana negociada no mercado à vista fechou em queda de 1,41%, a 5,2690 reais, menor patamar para encerramento desde quinta-feira da semana passada (5,2311 reais). Em relação ao fechamento da última sexta-feira, o dólar à vista caiu 0,99%, interrompendo uma sequência de cinco ganhos semanais. Na B3, às 17:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,45%, a 5,2975 reais. Parte do enfraquecimento da divisa norte-americana --que perdeu 2,84% no acumulado de quinta e sexta, maior queda em dois dias desde a baixa de 3,34% vista entre 3 e 4 de maio-- foi atribuída por alguns participantes do mercado a movimento técnico depois de uma disparada recente, que levou o dólar a um pico em cinco meses acima de 5,46 reais nas máximas intradiárias da quarta-feira. Embora tenha reforçado expectativas de manutenção de um ritmo agressivo de aperto monetário pelo banco central norte-americano --o que é visto como impulso para o dólar, que tende a ganhar com o aumento dos rendimentos da dívida dos EUA--o relatório de emprego afastou, pelo menos por ora, a perspectiva de recessão iminente na maior economia do mundo. No Brasil, investidores reagiram na sexta-feira à leitura de junho do IPCA, que subiu 0,67% no período, ante taxa de 0,47% em maio. Mercados domésticos perspectiva majoritária de que o Banco Central elevará a taxa Selic em 0,50 ponto percentual em sua reunião de agosto, a 13,75%. O patamar elevado da Selic foi um dos principais responsáveis pela queda de 14,55% registrada pelo dólar no primeiro trimestre deste ano, mas boa parte dessas perdas já foi devolvida. Agora, a moeda norte-americana acumula baixa de apenas 5,46% em 2022, 14,36% acima da mínima para encerramento do ano, de 4,6075 reais.
Apesar da queda dos últimos dois dias, "ainda é difícil imaginar o dólar de volta abaixo de 5 reais", disse à Reuters Matheus Pizzani, economista da CM Capital, que projeta a divisa norte-americana em 5,15 reais ao fim de 2022.
REUTERS
Mercado vê estouro da meta de inflação em 2022 e 2023 e aumenta previsão para Selic no próximo ano, mostra Focus
O mercado calcula a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao final deste ano e em 10,50% em 2023, com a inflação estourando o teto da meta em ambos os períodos, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou na sexta-feira, ao retomar a publicação com o fim, nesta semana, da greve dos servidores
O BC voltou a publicar o Focus depois de um hiato de mais de um mês. A última vez que a pesquisa completa foi publicada foi em 2 de maio, e, em 6 de junho, foi divulgada uma atualização parcial do levantamento. Na sexta, a autoridade monetária publicou a atualização dos relatórios semanais de 6 de maio a 1º de julho, e, na próxima segunda-feira, o calendário de divulgação volta ao normal. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa mais recente para a taxa básica de juros Selic ao final deste ano permaneceu em 13,75% pela segunda semana seguida. Mas para o próximo ano a previsão de aperto monetário se intensificou, uma vez que o cálculo na semana anterior era de taxa de 10,25%. As contas para a alta do IPCA tiveram movimentos divergentes. O cálculo da inflação prevista para 2022 passou de 8,27% para 7,96% em 1° de julho, enquanto para 2023 a conta subiu de 4,91% na semana anterior para 5,01%, na 13ª elevação seguida. Ambas permanecem acima do teto de seus respectivos objetivos --o centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e, para 2023, é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano é de 1,51%, tendo sofrido um ajuste para cima de 0,01 ponto percentual de uma semana para outra. Já para 2023 a projeção de expansão de 0,50% da economia permanece a mesma pela segunda vez.
REUTERS
CNI projeta crescimento de 1,4% para o PIB em 2022
Instituição revisou levemente para cima a previsão do Produto Interno Bruto brasileiro devido à melhoria no mercado de trabalho e ao aquecimento do setor de serviços no primeiro semestre. Indústria deve crescer 0,2%m agropecuária 0%
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de acordo com o Informe Conjuntural do 2º trimestre. O percentual se aproxima da previsão de alta de 1,2% feita em dezembro de 2021, antes da guerra na Ucrânia e do agravamento da pandemia de Covid-19 na China, que pressionaram preços e adiaram as expectativas de normalização das cadeias globais de produção. Esses fatores levaram a CNI, em abril, a prever uma expansão da economia menor, de 0,9%. O gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que o setor de serviços surpreendeu positivamente no primeiro trimestre. A indústria registrou altas moderadas da produção ao longo do primeiro trimestre, pouco acima do previsto, com maior dinamismo em setores ligados a commodities. “Os dados do segundo trimestre disponíveis até o momento permitem esperar continuidade desse bom desempenho”, explica o economista. Uma série de impulsos ajudam a explicar o desempenho favorável da atividade econômica na primeira metade de 2022. A recuperação do mercado de trabalho segue firme, com o emprego em elevação desde 2020, totalizando 97,5 milhões de pessoas ocupadas, maior ocupação desde o início da série, em 2012. O rendimento médio real também vem crescendo, a despeito da inflação elevada. Revisamos nossa expectativa de taxa de desemprego média no ano, de 12,9% para 10,8%, e o crescimento da massa salarial real, de 1,4% para 1,6%. Mário Sérgio enumera alguns fatores transitórios que também contribuíram para um desempenho melhor no primeiro semestre. São eles: adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS; liberação de saques do FGTS; retomada do pagamento do abono salarial; e aumento das transferências diretas de renda. Além do aumento da massa salarial, o setor de serviços também tem sido beneficiado pela normalização pós-pandemia de serviços ligados à mobilidade. Assim, a projeção de crescimento passou de alta de 1,2% para alta de 1,8%. A Indústria, por sua vez, segue enfrentando dificuldades, mas a projeção de PIB industrial passou de queda de 0,2% para alta de 0,2%. A revisão da Agropecuária foi no sentido inverso, com previsão de estabilidade (0%), ante alta de 1,3%. O recuo ocorre devido aos efeitos do clima adverso no início do ano para a soja, que foram mais intensos do que o previsto. No Brasil, a CNI revisou para cima a previsão de inflação (IPCA) para 2022, de 6,3% ao ano para 7,6% ao ano, mesmo considerando o significativo impacto da redução do ICMS de combustíveis (gasolina, diesel e etanol), energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. Por conta disso, a taxa de juros Selic foi elevada para além de das expectativas do primeiro trimestre, com a expectativa de mais uma elevação em agosto, que levaria a taxa para 13,75% ao ano até o fim de 2022.
CNI
Preços globais de alimentos caem pelo terceiro mês seguido, diz FAO
Recuo em junho foi de 2,3%; em 12 meses, no entanto, indicador subiu mais de 23%
Em junho, os preços dos alimentos no mundo recuaram pelo terceiro mês consecutivo, informou em 8/7 a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O índice de preços da entidade registrou média de 154,2 pontos no mês passado, o que representou uma queda de 2,3% em relação aos 157,4 pontos de maio, mas ficou 23,1% acima do patamar de junho de 2021. A queda do indicador no último mês deveu-se principalmente às baixas nos preços internacionais de óleos vegetais, cereais e açúcar, segundo a FAO. Lácteos e carnes, em contrapartida, aumentaram. O índice de cereais caiu 4,1% em relação a maio, para 166,3 pontos, mas ficou 27,6% acima do nível de junho de 2021. Depois de atingir um nível quase recorde em maio, os preços internacionais do trigo recuaram 5,7% no mês passado, mas ainda subiram 48,5% em relação a junho de 2021. “O declínio em junho foi impulsionado pela disponibilidade sazonal de novas colheitas no hemisfério norte, melhores condições de safra em alguns dos principais produtores, incluindo o Canadá, perspectivas de produção mais altas na Federação Russa e demanda de importação global mais lenta”, explica a FAO. No milho, o declínio de 3,5% foi puxado pela disponibilidade sazonal na Argentina e no Brasil, onde as colheitas progrediram rapidamente, e pela melhora das condições de colheita nos Estados Unidos. Segundo a organização, as preocupações com as perspectivas de demanda, decorrentes dos sinais de desaceleração econômica, também pressionaram os preços. O índice de óleos vegetais, por sua vez, recuou 7,6%, para uma média de 211,8 pontos, devido à queda dos preços dos óleos de palma, girassol, soja e canola. As cotações internacionais do óleo de palma caíram pelo terceiro mês consecutivo em junho, reflexo do aumento da oferta nos principais países produtores e de perspectivas de aumento das exportações da Indonésia, que está com estoques domésticos elevados. O índice de preços da carne aumentou 1,7% em relação a maio, alcançou 124,7 pontos em junho e estabeleceu um novo recorde ao superar em 12,7% o valor de junho de 2021. Assim como no caso dos lácteos, os preços internacionais de todos os tipos de carne aumentaram, diz a FAO. As cotações de aves subiram acentuadamente, atingindo patamar histórico, sustentado pelo persistente aperto na oferta global causado pela guerra na Ucrânia e pelos surtos de gripe aviária no Hemisfério Norte. O aumento ocorreu a despeito de a China já ter encerrado as restrições de importação de carne do Brasil, disse a FAO. Os preços da carne suína tiveram leve recuperação, puxada pelo aumento da demanda.
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