Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 2 | nº 159 |29 de junho de 2022
SINDICARNE-PR NA MÍDIA
Nova diretoria do Sindicarne - PR tomou posse
Com desafios importantes para enfrentar como o autocontrole sanitário, novas regras de rotulagem e risco de elevação da carga tributária do setor, foi eleito em chapa única e tomou posse na última sexta-feira (24/06), o novo Conselho de Administração do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná – Sindicarne –PR, com mandato de 4 anos
Os membros eleitos para o Conselho de Administração foram: Jeremias Silva Júnior, Luiz Carlos Tiossi, Elias José Zydek, Rafael Santos, Gerson Antonio Costa e Roberto Juliatto. Como suplentes: Mauro José Baudino, James Celso Lisboa Júnior, Egídio Valiatti, Gustavo Luiz Bizinelli, Rodrigo da Silveira Maia e Marcos Marcelo Cominesi. Para o Conselho Fiscal tomaram posse: Osíres Foggiatto, Peterson Luiz Gobi e Fábio Perdigão, tendo como suplentes: Luciano Luiz Criminacio, Rondinelli Antonio Gobi e Ademir Juliatto. Os delegados representantes junto à FIEP serão Angelo Setim Neto e Luiz Carlos Setim, com Elias José Zydek e Rafael Santos na suplência. O empresário Angelo Setim Neto (Grupo Argus) foi mantido pelo Conselho de Administração como presidente executivo do Sindicarne. Também se fizeram presentes na Assembleia Geral realizada na sede do Sindicarne em Curitiba a equipe técnica e executiva do sindicato, coordenada pelo economista Gustavo Fanaya, e o advogado Célio Moraes, da Gerência Jurídica da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). A nova gestão informou que realizará, com o assessoramento jurídico da FIEP, a atualização do estatuto social da entidade e o prosseguimento das negociações relativas aos acordos coletivos de trabalho firmados com diversas entidades laborais do Paraná. Além das questões como rotulagem, autocontrole e tributária, também foi discutida pelos presentes a forte crise que a cadeia produtiva da suinocultura vem enfrentando nos últimos meses, com oferta excessiva de animais, forte elevação dos custos de produção e a impossibilidade de repasses, em face da demanda reprimida e a dificuldade imposta pela imprevisibilidade no comércio externo e na esfera cambial. A crença predominante, porém, é de que, uma vez superada a fase atual, a cadeia da carne suína paranaense retomará seu franco crescimento e levará sua qualidade tanto no mercado doméstico quanto no internacional. “A superioridade das vantagens competitivas que o Paraná dispõe, como a excelência de nossos plantéis, técnicas avançadas de manejo, avançada tecnologia de nossos sistemas industriais, qualificação de nossa força de trabalho, infraestrutura invejável e forte sintonia com as esferas governamentais nos faz acreditar e apostar no grande potencial das cadeias produtivas de proteínas animais de nosso estado” afirmou o presidente executivo da entidade, Ângelo Setim Neto. Também foi discutida pelos presentes a situação peculiar vivenciada pelo nosso setor industrial da carne bovina, com a escassez de animais para abate prejudicando sensivelmente a formação de escala dos matadouros frigoríficos locais. O atual status de área livre de aftosa sem vacinação restringe a poucas possibilidades a entrada no Paraná de animais, reduzindo severamente a disponibilidade de animais para abate. Como agravante, a pauta fiscal para o gado bovino no nosso estado tem sido sistematicamente fixada abaixo dos valores e dos pesos verificados nas principais regiões produtoras, subsidiando a aquisição por concorrentes de outros estados, como São Paulo. Esses fatores têm comprometido seriamente a competitividade da indústria de carne bovina do Paraná, que, ao contrário do previsto, ainda não ganhou novos clientes internacionais. Como exemplo, o Canadá autorizou em março deste ano a importação de carne bovina do Brasil de estados sem vacinação, mas apenas o estado de Santa Catarina foi habilitado, embora o Paraná exiba o mesmo status sanitário há mais de 12 meses. Os frigoríficos exportadores de São Paulo – estado que segue vacinando contra febre aftosa – aumentaram em 30% o seu volume exportado de carne bovina entre janeiro e maio de 2022 frente a 2021, um pouco acima da exportação brasileira, que cresceu 28%. Na contramão, o Paraná sofreu queda de 3,2% no mesmo período. E esses números só tendem a piorar caso não haja a retificação imediata dos critérios utilizados para definição dos valores da pauta fiscal do gado bovino paranaense. Também se faz necessário uma estratégia proativa que promova internacionalmente a excelência da carne paranaense, que precisa ser mais evidenciada nas negociações com países importadores.
NOTÍCIAS AGRÍCOLAS
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
BOVINOS
Boi gordo: pressão de alta segue na maior parte das praças pecuárias
Na terça-feira, a IHS Markit detectou aumento no preço do boi gordo nas praças de Goiânia e Rio Verde, em Goiás, com arroba subindo de R$ 300 para R$ 305. Na praça de Belo Horizonte, MG, a procura pela boiada gorda também resultou em acréscimo diário na cotação do boi gordo, que saltou de R$ 290/@ para R$ 295/@, segundo os dados da IHS
Na avaliação dos analistas, apesar da tendência de alta, os negócios envolvendo boiadas gordas seguem em ritmo lento neste início de semana. “Há um posicionamento mais defensivo por parte das indústrias brasileiras, que optam por se ausentar das operações de compra de gado, apesar das escalas de abate não muito confortáveis”, observa a IHS. A falta de apetite comprador das indústrias deve-se em boa parte ao comportamento da demanda no mercado interno, que continua derrapando por conta do baixo poder aquisitivo da população, afetada sobretudo pelo avanço da inflação. Segundo apuração da Agrifatto, no atacado paulista, as vendas de carne bovina foram consideradas fracas no último fim de semana. Porém, até o momento, os preços dos cortes bovinos seguem firmes em São Paulo, justamente pela maior restrição na oferta de animais gordos neste período de entressafra de capim. O preço da carcaça casada do boi castrado se mantém firme neste início da semana, na média de R$ 20/kg, relata a Agrifatto. Com menor oferta de boiadas, as cotações do boi gordo seguem firmes, com tendência de alta nas principais praças pecuárias brasileiras. No interior de São Paulo, segundo apuração da Scot Consultoria, os preços dos machos terminados e destinados ao mercado doméstico subiram novamente nesta terça-feira (28/6), acumulando valorização de R$ 4/@ apenas nesses dois primeiros dias da semana. Dessa maneira, o boi gordo paulista é negociado atualmente por R$ 314/@, no prazo, valor bruto, informa a Scot. Na terça-feira, o preço da vaca gorda também subiu no mercado paulista, para R$ 284/@, enquanto a cotação da novilha gorda ficou estável, em R$302/@ (preços brutos e a prazo). Bovinos destinados ao mercado da China estão sendo negociados por R$ 320/@ em São Paulo, acrescenta a Scot. Em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, os frigoríficos locais ofertaram R$ 3/@ a mais para o boi, vaca e novilha gordos, de acordo com informações da Scot. Com isso, nessa região, o macho gordo passou a valer R$ 298/@, enquanto a vaca e a novilha são negociadas, respectivamente, por R$ 275/@ e R$ 283/@ (preços brutos e a prazo). Cotações: PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) vaca a R$ 280/@ (à vista); SP-Noroeste: boi a R$ 320/@ (prazo) vaca a R$ 276/@ (prazo); MS-C. Grande: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MS-Três Lagoas: boi a R$ 300/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); MT-Cáceres: boi a R$ 291/@ (prazo) vaca a R$ 276/@ (prazo); MT-B. Garças: boi a R$ 287/@ (prazo) vaca a R$ 271/@ (prazo); MT-Cuiabá: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 275/@ (à vista); MT-Colíder: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista); GO-Goiânia: boi a R$ 305/@ (prazo) vaca R$ 285/@ (prazo); RS-Fronteira: boi a R$ 330/@ (à vista) vaca a R$ 300/@ (à vista); PA-Marabá: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 282/@ (prazo); PA-Paragominas: boi a R$ 292/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Araguaína: boi a R$ 290/@ (prazo) vaca a R$ 280/@ (prazo); TO-Gurupi: boi a R$ 280/@ (à vista) vaca a R$ 265/@ (à vista); RO-Cacoal: boi a R$ 260/@ (à vista) vaca a R$ 250/@ (à vista)
MA-Açailândia: boi a R$ 285/@ (à vista) vaca a R$ 270/@ (à vista).
PORTAL DBO
Após recurso no Senado, autocontrole do agro será discutido em plenário
Aprovado na semana passada pela Comissão de Agricultura, projeto seguiria para sanção presidencial, mas recurso impõe novas discussões
O senador Paulo Rocha (PT-PA) entrou com recurso para que o projeto de lei que estabelece o chamado autocontrole agropecuário, aprovado na semana passada pela Comissão de Agricultura do Senado, seja analisado em plenário antes de seguir para sanção presidencial. O parlamentar já conseguiu as assinaturas necessárias levar a proposta ao plenário. No modelo previsto no projeto de lei, também os produtores rurais e a agroindústria farão o controle de sua própria produção. Caso a mudança se efetive, o sistema de defesa agropecuária, que hoje é exclusivamente estatal, passaria a ser híbrido, compartilhado com os produtores. Defensores do projeto afirmam que essa divisão de tarefas entre os setores público e privado é similar a sistemas adotados na Europa e nos Estados Unidos e garantiria a fluidez dos processos, prejudicada pelas limitações de orçamento da União. Mas entidades de defesa do consumidor, de defesa dos animais, parlamentares da oposição e representantes dos servidores que atuam na fiscalização criticam o projeto e pedem que haja ao menos discussões mais amplas antes de uma mudança definitiva. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) diz, em nota, que está em conversa com senadores para tentar levar o projeto às comissões de Defesa do Consumidor, Saúde e Constituição e Justiça. Para o Anffa, a proposta representa risco para a sociedade ao flexibilizar os processos de fiscalização sanitária da agroindústria. “Além dos riscos à saúde alimentar do país, esse projeto abre um precedente perigoso para carreiras de auditoria e fiscalização do governo federal porque pode ser usado como referência para limitar a atuação de outros servidores dessas áreas", afirma Janus Pablo, presidente do sindicato. Além de Paulo Rocha, já assinaram o recurso Jean Paul Prates (PT-RN), Fabiano Contarato (PT-ES), Paulo Paim (PT-RS), Jaques Wagner (PT-BA), Flávio Arns (Podemos-PR), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Rogério Carvalho (PTSE), Mara Gabrilli (PSDB-SP), Leila Barros (PDT-DF), Zenaide Maia (ProsRN), e Alessandro Vieira (PSDB-SE).
VALOR ECONÔMICO
SUÍNOS
Queda no preço da carcaça suína no mercado paulista
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF teve leve alta de 0,78%/0,73%, alcançando R$ 129,00/R$ 138,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 9,90 o quilo/R$ 10,20 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (27), ficaram estáveis os preços em Minas Gerais e no Paraná, custando, respectivamente, R$ 7,26/kg e R$ 6,49/kg. Houve aumento fr 0,32% em Santa Catarina, atingindo R$ 6,29/kg, avanço de 0,28% em São Paulo, valendo R$ 7,19/kg, e de 0,16% no Rio Grande do Sul, fechando em R$ 6,20/kg.
Cepea/Esalq
FRANGOS
Preços estáveis para o mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado teve recuo de 0,40%, chegando em R$ 7,42/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, custando R$ 6,00/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, em Santa Catarina, a ave não mudou de preço, valendo R$ 4,26/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,56/kg.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (27), tanto a ave congelada quanto a resfriada tiveram pequeno reajuste positivo de 0,26%, custando, ambas R$ 7,72/kg.
Cepea/Esalq
CARNES
Indústria de carne pediu "medidas" contra greve de fiscais agropecuários
Paralisação de atividades da categoria foi suspensa por decisão da justiça. Entidades negam ter sugerido que medida seria tomada pela pasta
No início do mês de junho, enquanto fiscais federais agropecuários anunciavam a realização de uma greve, em protesto contra a atual situação da categoria, a indústria de carnes entrava em contato com o governo para pedir "medidas", sob a alegação de que uma paralisação poderia trazer prejuízos econômicos ao país. Um ofício foi enviado ao Ministério da Agricultura no dia 9 de junho pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) no dia 9 de junho. No dia 14 de junho, horas depois do início, a manifestação dos fiscais foi suspensa por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ofício da indústria, obtido por Globo Rural, foi enviado à Secretaria de Defesa Agripecuária do Ministério da Agricultura. É assinado pelos presidentes da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, e da ABPA, Ricardo Santin. Segundo eles, a paralisação comprometeria as inspeções realizadas pelo governo da Malásia para habilitar novas plantas frigoríficas a exportar para o país. As visitas, afirma as duas entidades, iniciaram-se em 6/6, um dia antes do anúncio de greve feito pelo Anffa-Sindical, até quinta-feira (23/6). Ao todo, 20 funcionários do governo malaio vieram ao Brasil para a habilitação de novas plantas no Brasil. Segundo cronograma de visitas ao qual Globo Rural teve acesso, dez visitas estavam programadas para os dias 14 e 15 de junho: três em unidades do Paraná, duas no Pará, duas em Rondônia, duas em São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul. A Malásia foi destino de 12,3 mil toneladas das 7,75 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no ano passado e tem buscado aumentar suas compras internacionais em meio a dificuldades de abastecimento do seu mercado interno, chegando a suspender suas exportações de carne de frango no início deste mês. Procurado, o Ministério da Agricultura não respondeu se o ofício enviado pela ABPA e pela Abiec motivou a ação proposta no dia 13. Em sua petição protocolada junto ao STJ, a pasta afirmou que, apesar da paralisação ter duração de 48h, seriam atingidas "áreas de salutar relevância socioeconômica, podendo comprometer desde o regular abastecimento de produtos animais à população brasileira até a exportação e importação de produtos agropecuários". O documento não cita as inspeções malaias. Em nota, a Abiec e a ABPA confirmaram que “mandaram ofício conjunto ao Ministério da Agricultura solicitando ações governamentais na construção de uma solução que evitasse impactos ao abastecimento de alimentos do Brasil”, mas que “não indicaram qualquer medida a ser tomada, entendendo que cabe ao setor, neste caso, apenas pedir ações do Governo e não indicar quais ações tomar”.
GLOBO RURAL
EMPRESAS
Epagri se une à Pamplona e desenvolve fertilizante a partir de resíduos de frigorífico
Uma parceria entre a Epagri e a Pamplona Alimentos está permitindo o tratamento de quase 400 toneladas mensais de resíduos de frigoríficos. Eles são transformados através da compostagem em um composto orgânico com características que possibilitam seu registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como fertilizante Classe A, o que permite o uso amplo, inclusive em cultivos orgânicos
O projeto está sendo desenvolvido por pesquisadores da Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) na unidade de compostagem Lauro Pamplona, no município catarinense de Trombudo Central. A parceria teve início em 2017, por meio de um contrato de prestação de serviços, e apresenta bons resultados. “O sistema confere um tratamento eficiente dos resíduos, transformando esses materiais em um composto orgânico de alta qualidade, seguro em relação a contaminações, com elevado valor agronômico”, descreve Rafael Cantú, pesquisador da EEI. Cantú conta ainda que a compostagem absorve todo o material proposto a ser tratado, o que compreende todos os resíduos dos frigoríficos das plantas da Pamplona em Rio do Sul e Presidente Getúlio, além das fábricas de ração, cinzas de caldeira e das criações de suínos. Em muitos casos, as agroindústrias deste setor destinam a maior parte dos resíduos a aterros sanitários especiais, muitas vezes localizados distantes das agroindústrias, representando custos e riscos ambientais, especialmente no transporte. O pesquisador destaca que, tanto o sistema de compostagem, quanto o da produção do composto, estão devidamente licenciados pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). “A tecnologia gerada pela Epagri poderá ser aplicada em outras agroindústrias da carne, independentemente do tamanho”, informa o pesquisador, destacando que esse setor se firma como um dos principais impulsionadores do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. O sistema é conduzido em um galpão, que se subdivide em quatro células, onde se desenvolve a compostagem. Uma máquina faz diariamente o revolvimento automatizado do material. Os pesquisadores também trabalharam para chegar a uma mistura ideal para o processo de compostagem. O revolvimento diário promove a oxigenação dos materiais, proporcionando o rápido desenvolvimento de sucessivos grupos de microrganismos, constituídos predominantemente por bactérias heterotróficas aeróbicas. A mistura faz com que os microrganismos se desenvolvam e promovam a decomposição dos materiais, que vai levar 90 dias. Projeto é desenvolvido na unidade de compostagem Lauro Pamplona, em Trombudo Central. Nesse período acontece a elevação gradual de temperatura, que inicia próxima do ambiente e atinge 50°C após cinco ou seis dias. Dentro de 40 ou 50 dias a temperatura chega perto dos 70°C e começa a declinar. Ao final de 90 dias, estará próxima a 45°C. “A elevação da temperatura promove a eliminação dos microrganismos patogênicos, atendendo às exigências do MAPA, transformando o composto produzido em fertilizante seguro para ser utilizado em qualquer cultivo de alimentos”, esclarece Cantú. Após três meses, o composto é acondicionado em outra célula para a “maturação” do material, onde é realizado apenas um revolvimento mensal com auxílio de um trator. Neste período de mais 90 dias, ocorre intensamente a humificação do composto, quando a temperatura declina para próximo a do ambiente e o adubo fica pronto para uso.
Epagri – SC
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Paraná gera 75 mil empregos em cinco meses
Com 13.894 vagas com carteira assinada preenchidas em maio, o Paraná é o quarto estado com maior geração de emprego do País em 2022. São 75.990 postos formais criados ao longo desses cinco meses
Com 13.894 vagas com carteira assinada preenchidas em maio, o Paraná é o quarto estado com maior geração de emprego do País em 2022. São 75.990 postos formais criados ao longo desses cinco meses. São Paulo (304.328 vagas), Minas Gerais (108.747) e Rio de Janeiro (77.648) contrataram mais pessoas no período. Santa Catarina, com 74.674 admissões, e Rio Grande do Sul, com 66.738, aparecem logo na sequência, atrás do Paraná. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na terça-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Quando o recorte é apenas o mês de maio, o Paraná fechou como o sexto maior empregador do País com carteira assinada, atrás de São Paulo (85.659), Minas Gerais (29.970), Rio de Janeiro (20.226), Bahia (16.342) e Goiás (14.634). Foram 13.894 vagas, resultado de 147.083 admissões e 133.189 demissões, o terceiro melhor desempenho local no ano, atrás apenas de janeiro (19.457) e fevereiro (28.508). Dos 399 municípios paranaenses, 264 fecharam maio com saldo positivo na abertura de vagas, o que corresponde a 66% do total. Em 13 deles, o número de contratações e de demissões foi o mesmo, com um saldo igual a 0. As outras 122 cidades (30,5%) tiveram saldo negativo no período. Os municípios com o maior saldo de contratações foram Curitiba (3.663), Londrina (911), Maringá (683), Cascavel (613), Toledo (491), Umuarama (463), Colombo (409), São José dos Pinhais (374), Campo Mourão (257), Foz do Iguaçu (224) e Francisco Beltrão (224).
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS
Colheita de milho do Paraná avança para 6% da área, diz Deral; plantio de trigo vai a 88%
Segundo o departamento, 72% das áreas de milho são consideradas boas, contra 75% na semana anterior
A colheita de milho segunda safra 2021/22 alcançou 6% da área no Paraná, avanço de três pontos percentuais na variação semanal, informou na terça-feira (28/06) o Departamento de Economia Rural (Deral), enquanto o plantio de trigo chegou a 88% das lavouras em meio a condições climáticas favoráveis. Os trabalhos nas lavouras de milho estão à frente dos 2% registrados um ano antes, e dentro da normalidade para o período. "A concentração de volume acontece a partir de julho. O clima em geral está bom para a colheita", disse o analista do Deral Edmar Gervásio. Segundo o departamento, 72% das áreas de milho são consideradas boas, contra 75% na semana anterior. Outros 21% estão em situação média e 7% ruim. Na mesma época do ano passado, quando a safra foi severamente atingida por seca e geadas, apenas 26% das áreas de milho estavam boas e 33% eram avaliadas como ruins, mostraram os dados. Para o trigo, houve avanço de seis pontos percentuais no plantio de inverno, para 88%, contra 95% registrados um ano antes. O atraso na semeadura está relacionado a algumas alterações nos períodos de plantio em determinadas regiões, afirmou o analista do departamento especializado em trigo Carlos Hugo Godinho. "As regiões que plantam mais cedo, norte e oeste, diminuíram as áreas. As regiões mais frias, que plantam mais tarde, aumentaram. Com certeza, com essa semana de sol, se alguém ainda estava atrasado em função da umidade, vai ficar em dia", disse ele. O Deral classificou 97% das áreas do cereal de inverno em condições boas e somente 3% médias, sem nenhuma lavoura ruim. Um ano antes, as áreas boas eram 95%.
SEAB-PR
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar vai a maior patamar em quase 5 meses
O dólar fechou em alta contra o real na terça-feira, no maior patamar em quase cinco meses, depois que dados fracos sobre a confiança do consumidor dos Estados Unidos reacenderam temores de recessão, cenário agravado por receios fiscais domésticos
A moeda norte-americana à vista avançou 0,61%, a 5,2671 reais, nível mais alto para um fechamento desde 4 de fevereiro passado (5,3249). Esse foi o 13° avanço do dólar em 16 sessões. A recuperação do dólar na terça-feira foi estimulada por piora no sentimento internacional, depois que dados mostraram queda acentuada na confiança do consumidor norte-americano em junho. O índice de confiança do consumidor do Conference Board caiu 4,5 pontos, para uma leitura de 98,7, menor nível desde fevereiro de 2021, uma vez que preocupações com a inflação levaram os norte-americanos a antecipar que a economia desacelerará significativamente ou até entrará em recessão no segundo semestre do ano. "Lá fora a queda das bolsas se acentua, bem como o fortalecimento do dólar, tudo embalado pelo medo das altas de taxas e uma possível recessão. Falta de sustos é o que não temos tido...", disse em postagem no Twitter Sérgio Machado, sócio e gestor da Trópico Investimentos. Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua Vero Investimentos, também atribuiu a valorização do dólar nesta sessão a falas de autoridades do Federal Reserve, que destacaram na terça-feira sua vontade de elevar os juros acentuadamente de forma a controlar a inflação. Além da aversão a risco vista no exterior, receios locais relacionados às contas públicas também colaboraram para a demanda por dólares nesta terça-feira. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o Congresso discute uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para elevar o valor do Auxílio Brasil para 600 reais, numa referência à chamada PEC dos Combustíveis que está em tramitação no momento no Senado. O dólar acumula alta de 10,79% só em junho e avança 10,59% no segundo trimestre. A movimentação não compensa, no entanto, a queda de 14,55% vista nos primeiros três meses do ano, e a moeda norte-americana ainda recua 5,50% até agora em 2022. Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a 5,2710 reais.
REUTERS
Ibovespa recua com Wall St, mas Vale e Petrobras atenuam perda
O Ibovespa fechou com uma baixa discreta na terça-feira, contaminado pela piora em Wall Street e com ações sensíveis a juros na ponta negativa, enquanto papéis atrelados a commodities como Vale e Petrobras ofereceram algum suporte
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,17%, a 100.591,41 pontos. O volume financeiro somou 21 bilhões de reais. Em Wall Street, o clima azedou após a divulgação de piora na confiança do consumidor norte-americano em junho. O S&P 500 fechou em baixa de 2%. De acordo com o gestor de renda variável da Western Asset Naio Ino, o desempenho de ações de commodities proporcionou "certa sustentação" para o Ibovespa, mas papéis de empresas voltadas ao mercado doméstico continuaram sofrendo. Preocupações com o cenário fiscal no Brasil, disse, têm estressado a curva de juros futuros, o que afeta essas companhias, que ainda são pressionadas pelo ambiente de inflação elevada e dúvidas sobre o ciclo de aperto monetário no país. Um sinal positivo para a bolsa, lembrou, seria ver um certo alívio na inflação. Nesse contexto, vale citar que economistas do Itaú Unibanco cortaram a previsão para o aumento do IPCA em 2022 de 8,7% para 7,5%, citando entre os fatores impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações. Para 2023, porém, ainda veem alta de 5,6%. Eles avaliam que a menor inflação em 2022 pode ter impacto inercial baixista, mas a piora fiscal traz risco altista via aumento de outros impostos no próximo ano, bem como piora nas expectativas de inflação.
REUTERS
Dívida pública sobe 2,01% em maio e riscos elevam custo dos títulos
A dívida pública federal do Brasil subiu 2,01% em maio sobre abril, a 5,702 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional na terça-feira, destacando um aumento nos riscos e elevação no custo dos títulos brasileiros
No período, a dívida pública mobiliária interna subiu 116,2 bilhões de reais, a 5,476 trilhões de reais, impulsionada por uma emissão líquida de 65,4 bilhões de reais. Com um mês de atraso por conta da greve de servidores que reivindicam aumentos salariais, o Tesouro também informou os dados relativos a abril. No período, a dívida pública federal subiu 0,45% em relação a março, a 5,590 bilhões de reais. De acordo com o Tesouro, a curva de juros ganhou nível em maio, diante da sinalização do Banco Central de continuidade do ciclo de aperto monetário, além do aumento nos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio. "O mês de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias em nível global", disse o órgão em nota. No mês, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao país, subiu 9%, segundo o Tesouro, a 223 pontos base. Em maio, houve um encurtamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 3,95 anos, ante 4,00 anos registrados em abril. No cenário de aumento da aversão a riscos no mercado, o custo médio do estoque da dívida pública federal aumentou, passando de 8,59% ao ano em março para 9,53% em abril e para 9,86% ao ano no mês passado. Na dívida interna, o custo do estoque subiu de 9,56% em março para 10,22% em abril, e para 10,58% ao ano em maio. O custo médio das novas emissões da dívida interna também cresceu, indo de 10,5% em março para 11,3% em abril e 11,7% ao ano em maio, maior patamar desde maio de 2017. Ainda de acordo com os dados, investidores estrangeiros reduziram a participação na dívida interna de 9,3% para 9,1% em maio, um recuo de 1,9 bilhão de reais. No mês, houve um aumento nominal de 6,85% na reserva de liquidez do Tesouro, de 1,037 trilhão de reais para 1,108 trilhão de reais. Nos próximos 12 meses está previsto o vencimento de 1,310 trilhão de reais em títulos da dívida interna. Com o volume disponível em caixa, o Tesouro consegue quitar 9,47 meses de vencimentos, contra 9,79 meses em abril.
REUTERS
Brasil abre 277.018 vagas formais de trabalho em maio
O governo também registrou um aumento nos pedidos de seguro-desemprego. O número do mês ficou em 597.337 pedidos, contra 567.221 no mês anterior e 527.068 em maio de 2021
O Brasil abriu 277.018 vagas formais de trabalho em maio, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Na série sem ajustes, o resultado de maio foi o segundo melhor para o mês em 12 anos, perdendo apenas para maio de 2021, que teve resultado muito similar, de 278.705. O dado do mês passado é fruto de 1,961 milhão de admissões e 1,684 milhão de desligamentos. Com o resultado, o estoque de empregos formais no país atingiu 41,7 milhões, maior total para meses de maio da série iniciada em 2010. No mês, houve saldo positivo em todos os setores, com destaque para as vagas em serviços, com abertura de 120.294 postos, seguido de comércio, com 47.557. Houve criação de 46.975 empregos formais na indústria, 35.445 na construção e 26.747 no setor de agropecuária. No recorte regional, o Sudeste criou 147.846 vagas no mês e o Nordeste abriu 48.847 postos. O saldo ficou em 33.978 no Centro-Oeste e 25.585 no Sul, enquanto o Norte abriu 16.091 postos. No acumulado de janeiro a maio, foram abertas 1,052 milhão de vagas, ante uma abertura de 1,161 postos em igual período de 2021, segundo a série com ajustes. Com relação ao salário médio de contratação, houve recuo em maio. O valor ficou em 1.898,02 reais, ante 1.916,07 reais em abril.
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Confiança da indústria do Brasil tem em junho melhor nível desde fim de 2021, diz FGV
A indústria brasileira apresentou ganhos em abril pelo terceiro mês seguido, de 0,1% segundo o dado mais recente do IBGE, indicando alguma melhora, mas ainda insuficiente para compensar as perdas recentes
A confiança da indústria no Brasil melhorou em junho pelo terceiro mês seguido e atingiu o melhor nível desde o final de 2021, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira. Os dados da FGV mostraram que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,5 ponto na comparação com o mês anterior, chegando a 101,2 pontos, resultado mais forte desde novembro de 2021, quando o indicador atingiu 102,1 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, teve alta de 1,9 ponto em junho, indo a 102,3 pontos, segundo a FGV. "Observa-se aumento da satisfação em relação à situação presente dos negócios e avaliações muito positivas quanto à demanda externa, com destaque para o bom momento dos segmentos de consumo não durável e intermediários", explicou o economista da FGV IBRE Stéfano Pacini, em nota. Já o Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, subiu 1,2 ponto para 100,2 pontos, embora ainda haja cautela em relação ao futuro. "Na ótica das expectativas, as previsões são otimistas no horizonte de três meses, mas ainda cautelosas no de seis, uma diferença possivelmente decorrente da preocupação com a escalada inflacionária e dos juros internos, além do previsível aumento da incerteza durante o período eleitoral", completou Pacini.
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