Atualmente, temos o privilégio de conquistar 50% do território nacional livre de Peste Suína Clássica (PSC), onde se concentra 83% da população de suínos do país.
Alexandre Alves Martins
Médico Veterinário da Vaccinar Industria e Comércio Ltda
A suinocultura brasileira vive um momento de extrema apreensão. Não somente pelos desafios de custo de produção, mas também pelo risco de introdução de doenças exóticas que tem assolado outros países.
Atualmente, temos o privilégio de conquistar 50% do território nacional livre de Peste Suína Clássica (PSC), onde se concentra 83% da população de suínos do país. As demais áreas estão sendo monitoradas e com ações das iniciativas públicas e privadas para controle e erradicação da doença. Além disso, o país é livre das principais doenças que causam sérios prejuízos econômicos e que podem até mesmo dizimar uma população de suínos, como é o caso da, Peste Suína Africana (PSA), Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), Diarreia Epidêmica dos Suínos (PED), entre outras.
Entre os anos de 2018 e 2019, a peste suína africana dizimou os suínos na China, interrompendo o abastecimento deste mercado de elevadíssimo consumo. E estamos falando do maior consumidor e produtor mundial de carne suína. Desde então, a China vem reconstruindo seu plantel, contudo a um custo muito elevado.
Além da China, recentemente foi detectada a PSA em suínos domésticos na Alemanha, fato este suficiente para que houvesse embargos de exportação. E após quase 40 anos, a PSA reaparece no continente americano, mais precisamente na República Dominicana. Gana, Nigéria e África do Sul, também são outros países com surtos confirmados de PSA.
Para o Brasil, com status de país livres da Peste Suína Africana (PSA), é essencial pensar em estratégias de biosseguridade visando impedir que o vírus cruze as fronteiras internacionais através da movimentação de pessoas, importações de carne contaminada ou movimentação de animais.
A PSA é extremamente contagiosa, contudo, não representa risco para seres humanos. Os animais infectados, manifestam sintomas clínicos, como: Febre alta, perda de apetite e sangramento cutâneo estão entre outros, e a taxa de mortalidade pode chegar a 100%, de acordo com a OIE.
A transmissão se dá por contato direto entre animais infectados, movimentação de veículos e pessoas oriundas de áreas infectadas bem como por meio de alimentos. Não existe vacina e/ou tratamento para a doença.
Como resultado de uma possível contaminação, as repercussões podem ser severas para os produtores e para todos envolvidos com a cadeia de produção de carnes. Além do sacrifício dos animais, o país perde o status sanitário tendo reflexo direto na produção e comercialização de seus produtos com embargos e quebras de contratos com seus principais compradores.
Mas o futuro da suinocultura depende de todos envolvidos na produção. É chegado o momento de cada eixo dessa engrenagem assumir sua responsabilidade e manter o país livre da PSA por meios de vigilância e medidas de biosseguridade interna e externa.
A vigilância, com a prática das medidas de controle de fiscalização, sendo cada vez mais rígidas e efetivas em suas ações com a correta eliminação dos resíduos alimentares recolhidos em aviões, navios, ou veículos de países infectados, até o controle de barreiras internacionais.
E aos produtores, aqueles que já adotam a biosseguridade, que revejam seus procedimentos e que estes sejam cada vez mais rigorosos e aprimorados; Já quanto aos produtores que ainda não adotam tais medidas, que a façam com urgência, pois esta é uma responsabilidade e obrigação de todos.
Fonte: Suinocultura Industrial
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