CLIPPING DO SINDICARNE Nº 972 DE 17 DE OUTUBRO DE 2025
- prcarne
- 17 de out.
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Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná
Ano 5 | nº 972 | 17 de outubro de 2025
NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL
Tendência de alta no mercado do boi gordo, dizem analistas
Na quinta-feira (16/10), houve avanço nas cotações da arroba em 6 das 17 regiões monitoradas diariamente pela Agrifatto: AC, BA, MT, PA, RO e TO. No PARANÁ: Boi: R$320,00 por arroba. Vaca: R$290,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de sete dias.
Na quinta-feira (16/10), o preço do animal terminado (com ou sem padrão-exportação) continuou valendo R$ 315/@ no mercado paulista, de acordo com apuração da Agrifatto. Pelos dados da Scot Consultoria, o boi gordo “comum” vale R$ 307/@ em São Paulo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 310/@ (ágio de R$ 3/@, portanto), a vaca gorda está cotada em R$ 282/@ e a novilha terminada subiu para R$ 298/@ (a categoria foi reajustada em R$ 3/@ em relação ao preço de quarta-feira/15/10). Em outras importantes praças, segundo levantamento da Agrifatto, houve avanço nos preços do boi gordo em seis regiões nesta quinta-feira: AC, BA, MT, PA, RO e TO. Nos demais Estados monitorados pela consultoria, as cotações fecharam o dia com estabilidade. “O mercado físico do boi gordo encerrou a primeira quinzena de outubro com sinais de maior liquidez, resultando em estabilidade e firmeza nas praças, com negociações acima das referências em MS, MT, RO e TO “, destacou a Agrifatto.
Os frigoríficos de pequeno e médio portes, com foco voltado para o mercado interno, continuam operando com escalas reduzidas, o que ajuda a sustentar o viés de valorização da arroba, acrescentou a consultoria. “Ao mesmo tempo, nas grandes plantas, a menor oferta de animais provenientes de confinamento e de contratos a termo tem contribuído para a manutenção dos preços do boi gordo”, observa a Agrifatto. Na quarta-feira (15/10), os contratos futuros do boi gordo voltaram a operar em baixa na B3. O papel com vencimento em outubro/25 encerrou o dia em R$ 312,15/@, com leve queda de 0,40% no comparativo diário.
Após o feriado da Semana Dourada e da feira de Anuga, os importadores chineses de carne bovina mantiveram uma postura cautelosa e pressionaram por preços, o que resultou em um baixo volume de negócios fechados, segundo apurou a Agrifatto. Enquanto isso, continua a consultoria, os preços da carne bovina no atacado chinês mostram recuperação desde a mínima em março/25, atingindo US$ 9,21/kg na última semana, alta de 15% em comparação com o pico de baixa. Nesse cenário, diz a Agrifatto, os preços médios da carne bovina importada do Brasil não registraram variação semanal, oscilando entre US$ 5.500 e US$ 5.600 por tonelada. Cotações do boi gordo desta quinta-feira (16/10), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$ 315,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$285,00. Novilha: R$300,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de oito dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$320,00. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$290,00. Novilha R$305,00. Escalas de oito dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de sete dias. TOCANTINS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. PARÁ: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China/Europa: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$280,00 a arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$285,00 por arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$265,00. Escalas de abate de oito dias.
Agrifatto/Portal DBO/Scot Consultoria
Boi/Cepea: Escalas curtas mantêm demanda firme e preços em alta
As negociações de boi gordo estão em tendência de alta na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea desde o início de outubro.
Segundo o Centro de Pesquisas, ainda que contratos com confinadores sigam abastecendo boa parte da demanda de frigoríficos, as escalas de abate estão mais curtas neste mês, e a procura no mercado de balcão tem aumentado. No acumulado de outubro, os preços do boi permanecem firmes nas 28 regiões pesquisadas pelo Cepea. No estado de São Paulo, os negócios têm ocorrido principalmente entre R$ 305 e R$ 315, com alguns até R$ 320. Com os valores atuais, a diferença entre a arroba de boi e 15 quilos de carcaça é a menor do ano, conforme o Centro de Pesquisas.
Cepea
Comissão aprova projeto que facilita exportação de miúdos bovinos
O objetivo do projeto é permitir que empresas locais, que operam no âmbito do Sisbi, estejam no mesmo patamar sanitário das empresas com inspeção federal
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que autoriza as empresas enquadradas no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) a exportar para outros países subprodutos do abate de bovinos e bubalinos que não têm demanda alimentar no País. O Sisbi foi criado pelo governo federal para padronizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. O objetivo do projeto é permitir que empresas locais, que operam no âmbito do Sisbi, estejam no mesmo patamar sanitário das empresas com inspeção federal, conferindo a elas a possibilidade de exportar. Por recomendação do relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), foi aprovada a versão acatada anteriormente na Comissão de Desenvolvimento Econômico para o PL 4314/16, do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), com novos ajustes de redação. A versão aprovada determina que a exportação poderá ser feita por intermédio de estabelecimentos com fiscalização federal. A proposta altera a Lei 1283/50, que trata da inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal.
A proposta tramitou em caráter conclusivo e, portanto, poderá seguir para análise do Senado, a menos que haja recurso para votação pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Agência Câmara de Notícias
SUÍNOS
Suínos/Cepea: Competitividade da carne suína sinaliza reação frente à de frango
Depois de consecutivas perdas nos últimos meses, a competitividade da carne suína frente à de frango vem reagindo em outubro, indicam levantamentos do Cepea.
Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário está diretamente ligado ao caso da gripe aviária registrado em maio em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, que pressionou os valores de comercialização da carne de frango entre junho e o começo de setembro, desfavorecendo a competitividade da proteína suína. Desde meados do mês passado, porém, os preços da carne de frango passaram a se recuperar, influenciados, conforme explicam pesquisadores, pela retomada das exportações brasileiras da proteína à União Europeia – os envios ao bloco estavam suspensos desde maio. Agora em outubro, levantamentos do Cepea mostram que o movimento de alta nas cotações do frango segue firme, enquanto os valores do suíno estão em queda, resultando em ganho de competitividade da carne suína frente à de frango pela primeira vez desde o caso da gripe aviária.
Cepea
Suinocultura independente segue estável pela quarta semana seguida
Os preços da suinocultura independente permaneceram estáveis nas praças acompanhadas, com exceção de Santa Catarina que teve queda. O setor passa por um equilíbrio entre oferta e demanda na semana. Por outro lado, os suinocultores precisam ficar atentos aos custos de produção já que o preço do milho segue mais firme.
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo permaneceu estável pela quarta semana seguida e está cotado em R$ 9,33/kg. No mercado mineiro, os preços dos animais permaneceram estáveis ao redor de R$ 8,30/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou queda de 0,92% nesta semana e está cotado em R$ 8,60/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS
FRANGOS
GTF, de frango e alimentos, planeja mais que dobrar a receita para R$ 10 bi, diz CEO
Em entrevista à Bloomberg Línea, Rafael Tortola detalhou o plano de expansão para os próximos sete anos, com foco em frango, abertura de novos mercados, baixo endividamento e maior investimento em marketing
A GTF vê espaço para dobrar o tamanho da empresa do setor de aves, pescados e outros alimentos nos próximos sete anos e alcançar entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões em receita, mais que dobrando o nível atual, com uma estratégia de expansão no segmento de frango e seus derivados. Segundo o CEO, Rafael Tortola, a companhia fundada em Maringá, no interior do Paraná, projeta um faturamento de R$ 4,5 bilhões em 2025, um crescimento de 12,5% ante o resultado de R$ 4 bilhões no ano passado. Para 2026, a meta é chegar a R$ 5 bilhões.
“Esse é o tamanho que buscamos para a próxima etapa da companhia”, disse Tortola em entrevista à Bloomberg Línea. “Enquanto o mercado entrega 8% de Ebitda, nossa média histórica é de 12%. E fazemos isso crescendo, ano após ano, diluindo pressões como a inflação e custos de pessoal.” Após encerrar o processo de recuperação judicial em 2020, a GTF - antes conhecida como GTFoods - entrou em uma nova fase e passou a gerar lucros, segundo o executivo. A companhia, dona das marcas Canção Alimentos e Lorenz, tem aumentado os investimentos em marketing e em produtos industrializados com maior valor agregado, ao mesmo tempo em que mantém níveis baixos de alavancagem e disciplina financeira, disse o executivo, que está à frente da companhia desde 2018. A GTF também tem diversificado os seus mercados. A China é um importante destino para cortes que têm menos aceitação no mercado interno, como o pé e o meio da asa do frango. O mercado brasileiro ainda representa a maior parte do faturamento da GTF, mas as exportações já correspondem a cerca de 35% das vendas, com potencial de chegar a 40% no futuro. A empresa já exporta os seus produtos para 70 países. Em setembro, a companhia concluiu o primeiro carregamento de farinha de origem animal ao Paraguai. “A abertura ao mercado paraguaio reforça nossa capacidade de atender às exigências internacionais com qualidade e segurança”, disse Tortola. Embora a produção de farinhas e óleos de origem animal ainda represente uma fatia relativamente pequena do faturamento da GTF - de cerca de 7,5% da receita mensal do grupo, segundo Tortola -, o segmento tem ganhado relevância nos planos. Esse subproduto do abate de aves que há alguns anos tinha baixo valor comercial tem sido um insumo importante para as indústrias de ração animal e biodiesel, segundo o executivo. Entre os clientes da empresa para esse segmento estão a Nestlé, Special Dog e Royal Canin, do grupo Mars. “É um subproduto que há 15 anos não se sabia muito o que fazer, e hoje agrega muito valor”, disse Tortola. Segundo ele, cerca de 25% de todo o material que entra no processamento do frango são destinados às fábricas de farinha. Parte da produção também é exportada para o Chile, onde a farinha é usada na alimentação de peixes, especialmente o salmão. A diversificação nos negócios ganhou ainda mais peso na estratégia do grupo durante o fechamento de mercados provocado pela gripe aviária. Nesse período de fechamento de alguns mercados em razão do surto de gripe aviária, a empresa aproveitou para modernizar plantas industriais, automatizar linhas e reforçar protocolos de biossegurança em suas unidades de Maringá e Paranavaí (PR). O investimento total foi de R$ 180 milhões. Mas até 2026 deve chegar a R$ 400 milhões. A aposta inclui o desenvolvimento de linhas de empanados, cortes especiais e pescado, com destaque para a tilápia, cuja demanda cresce tanto no Brasil quanto no exterior. “O consumidor está mudando. Ele quer conveniência, qualidade e produtos prontos. E é aí que entra o valor agregado”, disse Tortola que estima que os produtos industrializados, como lasanha congelada, batata e tilápia, cheguem a representar R$ 80 milhões do faturamento neste ano ante R$ 60 milhões no ano passado, e, se os planos derem certo, somar R$ 200 milhões em 2026. Segundo o executivo, a GTF pretende ampliar a produção de tilápia e empanados nos próximos dois anos com o intuito de se consolidar como uma fornecedora de ingredientes e produtos prontos para redes varejistas e food service.
Bloomberg
INTERNACIONAL
França enfrenta nova onda de surtos de doenças bovinas
A França enfrenta dificuldades para conter um aumento nos casos de dermatose nodular contagiosa em bovinos, com um novo surto detectado perto da fronteira com a Espanha, enquanto o vírus altamente contagioso se espalha pela Europa Ocidental pela primeira vez.
Causada por um vírus e transmitida por insetos, essa dermatose nodular é altamente contagiosa e afeta bovinos e búfalos, causando bolhas na pele e redução na produção de leite. Embora não represente risco para os seres humanos, frequentemente leva a restrições comerciais e perdas econômicas severas. Historicamente presente na África e no Oriente Médio, a doença se expandiu para o sudeste da Europa em 2015 e para a Ásia em 2019. O primeiro surto da Europa Ocidental ocorreu na ilha da Sardenha, na Itália, no final de junho, seguido pela França. A Espanha relatou o primeiro caso na semana passada. A França relatou uma queda acentuada nos surtos no final de agosto após uma campanha de vacinação em massa, mas os casos voltaram a subir neste mês, espalhando-se dos Alpes para as regiões de Jura e Ain, no leste da França. Um novo caso foi confirmado na quarta-feira em um rebanho nos Pirineus Orientais, perto da Espanha, informaram autoridades locais. Até terça-feira, a França havia relatado 83 surtos, a Itália 72 e a Espanha nove, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal. França, Itália e Espanha já enfrentavam outra doença pecuária, o vírus da língua azul, que afeta ovinos e bovinos e que se espalhou pela Europa. Todos os três adotaram medidas para conter a dermatose nodular contagiosa, de acordo com padrões internacionais. O sindicato agrícola francês Confederação Camponesa, no entanto, disse que o abate automático e as longas restrições de movimento eram contraproducentes. "Ao basear o controle da doença em medidas insustentáveis, o ministério causou pânico e movimentos de animais que favorecem a disseminação da doença", afirmou na quinta-feira. O ministro da Agricultura deve visitar Jura na sexta-feira para uma reunião de crise sobre a doença.
Reuters
NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ
Leilão pioneiro do canal portuário de Paranaguá atrai ao menos 4 ofertas
Projeto é um dos mais aguardados pelo setor portuário, por ser pioneiro; trata-se da primeira concessão de um canal aquaviário de um porto
A concessão do canal de acesso do Porto de Paranaguá (PR) atraiu o interesse de pelo menos quatro grupos, segundo fontes. O projeto prevê R$ 1,2 bilhão de investimentos e tem prazo de 25 anos, com possibilidade de prorrogação até 70 anos. Na entrega de propostas, realizada na quinta-feira (16), estiveram presentes representantes da brasileira DTA, da belga Jan de Nul e da chinesa CHEC Dredging, da CCCC (China Communications Construction Company). Segundo fontes, a Deme também apresentou proposta e um quinto grupo também teria apresentado oferta. A concorrência será realizada na próxima quarta-feira (22). A principal obra do contrato é o aprofundamento do canal, do atual nível de 13 metros para 15,5 metros, o que permitirá a passagem de embarcações maiores. A ampliação da profundidade deverá ficar pronta no quinto ano do contrato. Além disso, o grupo também terá que fazer dragagens para manter o calado e operar a navegação no local. Entre os portos que poderão ter concessões semelhantes, estão Santos (SP), Itajaí (SC), Rio Grande (RS) e portos da Bahia, segundo Frederico Dias, diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq). “O setor privado tem melhores condições de cuidar dos canais, por isso ideia da concessão. O setor público tem complexidades na capacidade administrativa para entregar resultados de forma célere e eficiente. O setor privado tem condições de fazer levantamentos geográficos mais frequentes, um monitoramento que dê mais segurança”, disse. As autoridades portuárias têm um histórico de dificuldades na contratação do serviço de dragagem, que mantém a profundidade e as condições de navegação dos navios pelos canais de acesso portuários, afirma o advogado Rafael Schwind, sócio do Justen, Pereira, Oliveira & Talamini. "A lei que trata de contratações públicas não admite contratações de longo prazo para a execução de obras, ou dragagem. Historicamente isso é um problema", afirmou. Para ele, os principais desafios do contrato tendem a ser as licenças ambientais e a eventual necessidade de atualizações do contrato nos próximos anos, frente às novas necessidades do mercado portuário e de navegação. O processo, no entanto, recebeu uma série de questionamentos por parte de empresas interessadas. Ao todo, foram quatro pedidos de impugnação divulgados até o momento pela Antaq. A DTA Engenharia, principal ator nacional de dragagem, criticou a ausência de restrições no leilão para impedir a verticalização de atores no porto, que tem como principal operador o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), controlado pela China Merchants. “Ao não analisar a possibilidade de concentração de mercado, não viram que uma empresa de dragagem chinesa como a CHEC [China Harbour Engineering Company] poderia gerar uma situação de duas estatais chinesas atuarem no porto. Nada contra o governo chinês, mas é um risco à soberania nacional. O poder concedente não considerou que esta seria uma oportunidade de ter equipamento nacional”, afirmou Renan Beloto, gerente jurídico da DTA. A empresa também pediu regras de operação e atracação das embarcações mais claras e argumentou que, com um operador do canal sob mesmo controle de um dos terminais, pode haver conflito de interesses na gestão do fluxo dos navios. Segundo Beloto, o grupo pede que o edital traga restrições contra a participação de empresas que recebem subsídios estatais, o que também torna a concorrência não isonômica, disse. A Antaq negou o pedido, defendeu que o projeto traz diversos mecanismos jurídicos que garantem o ambiente competitivo no porto e afirmou que diversas críticas trazidas pela empresa já haviam sido apresentadas em etapas anteriores e não foram acatadas, inclusive no Tribunal de Contas da União (TCU).
Valor Econômico
ECONOMIA/INDICADORES
Dólar cai ante real com embate EUA-China e perspectiva de corte de juros pelo Fed
A queda do dólar ante as demais divisas no exterior, sob efeito da guerra comercial entre EUA e China e da perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve, determinou a baixa da moeda norte-americana também no Brasil na quinta-feira.
O dólar à vista fechou com baixa de 0,35%, aos R$5,4433. No ano, a divisa acumula queda de 11,91%. Às 17h02, na B3 o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,17%, aos R$5,4635. A moeda norte-americana oscilou em baixa ante o real durante todo o dia, guiada pelo exterior, onde o dólar caía ante divisas fortes como o euro e a libra, além de ceder ante moedas pares do real como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.
Por trás do movimento estavam o desconforto persistente com o embate comercial entre EUA e China, ainda sem solução, e a perspectiva de que o Fed seguirá cortando juros em suas próximas reuniões. Pela manhã, o destaque no Brasil foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 0,4% em agosto ante julho, na série dessazonalizada. A alta veio após três meses seguidos de queda, mas ficou abaixo do 0,6% projetado por economistas ouvidos pela Reuters. O resultado abaixo do esperado, na visão de alguns analistas, sugere continuidade da desaceleração da economia -- algo que está de acordo com o cenário base do próprio BC. Ainda assim, o discurso de autoridades da autarquia sobre a taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano, seguiu cauteloso. Em evento do UBS BB na quinta-feira, em Washington, o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que os dirigentes da instituição compreendem que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores, e desejam que ela permaneça assim. No mercado de câmbio, a avaliação é de que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, com manutenção da Selic em 15%, segue favorecendo o fluxo de dólares para o Brasil.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com BTG entre pressões
O Ibovespa fechou com um declínio discreto na quinta-feira, com Vale e Petrobras entre as maiores pressões negativas, assim como BTG Pactual, enquanto WEG foi um dos contrapesos após comprar o controle de empresa de recarga de carros elétricos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,2%, a 142.314,98 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 141.445,76 na mínima e 143.190,59 na máxima. O volume financeiro somava R$18,1 bilhões antes dos ajustes finais. A bolsa paulista manteve a dinâmica de correção que tem marcado outubro, após o Ibovespa acumular até o final de setembro uma valorização de cerca de 22% em 2025.
Reuters
Atividade econômica volta a crescer em agosto após 3 meses de quedas
IBC-Br tem avanço de 0,4% na comparação com julho, indica Banco Central. Indústria e serviços apresentam alta em agosto, enquanto agropecuária amarga queda
A atividade econômica brasileira voltou a crescer em agosto após três meses seguidos de queda, mostraram dados do Banco Central divulgados na quinta-feira (16), mas em um ritmo mais fraco do que o esperado em um ambiente de juros restritivos e incertezas com a política tarifária dos Estados Unidos. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), teve em agosto um avanço de 0,4% em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado informado pelo BC. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,6%, depois de recuo de 0,52% em julho em dado ligeiramente revisado pelo BC de retração de 0,50% informada antes. "A leve alta no mês confirma que a atividade segue positiva, mas com ritmo moderado e heterogêneo entre setores, compatível com um cenário de desaceleração gradual", avaliou Leonardo Costa, economista do ASA. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,1%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou um ganho de 3,2%, de acordo com números não dessazonalizados. Em agosto, a abertura dos dados do BC mostrou que houve crescimento de 0,8% no IBC-Br de indústria, com alta de 0,2% no índice de serviços. Por outro lado, o IBC-Br de Agropecuária apresentou queda de 1,9%. Sem contar esse setor, o índice teve avanço de 0,4%. A produção industrial brasileira cresceu mais do que o esperado em agosto, a uma taxa de 0,8% sobre julho, enquanto o volume do setor de serviços aumentou 0,1% e marcou o sétimo mês seguido de avanço. Já as vendas no varejo tiveram alta de 0,2% e interromperam série de quatro meses de perdas. Foram citados, no entanto, os efeitos da política monetária restritiva. "O dado de agosto reforça a leitura de que a economia brasileira não corre o risco de uma desaceleração mais acentuada, mas atravessa um período de crescimento mais contido", analisou Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay. "A trajetória do segundo semestre seguirá condicionada à política monetária, à confiança dos agentes e ao comportamento do mercado de trabalho, em um ambiente fiscal e externo desafiador", completou ela, que projeta crescimento do PIB de 2,2% este ano. O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Folha de SP
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