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CLIPPING DO SINDICARNE Nº 968 DE 13 DE OUTUBRO DE 2025

  • prcarne
  • 13 de out.
  • 21 min de leitura
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 Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná            

Ano 5 | nº 968 | 13 de outubro de 2025                              


NOTÍCIAS SETORIAIS – BRASIL 

 

Boi: expectativa de alta da arroba em outubro

“O consumo doméstico ganhou força com o recebimento dos salários, enquanto as exportações de carne bovina in natura seguem em ritmo forte”, destacou Felipe Fabbri, analista da Scot. No PARANÁ: Boi: R$320,00 por arroba. Vaca: R$290,00. Novilha: R$305,00. Escalas de abate de sete dias.

 

As cotações da arroba do boi gordo subiram ao longo da semana em importantes praças brasileiras, com destaque para São Paulo, que fechou a sexta-feira (10/10) com o boi gordo “comum” negociado em R$ 307/@ (alta de R$ 2/@ sobre o dia anterior), enquanto o “boi-China” seguiu valendo R$ 310/@, de acordo com dados da Scot Consultoria. Segundo Felipe Fabbri, analista da Scot, a demanda pela carne bovina está firme e a oferta, apesar de ainda confortável, esteve mais comedida ao longo desta semana, em relação à semana anterior. “O consumo doméstico ganhou força com o recebimento dos salários, enquanto as exportações de carne bovina in natura seguem em ritmo forte”, destaca Fabbri. No mês passado, o Brasil embarcou um volume recorde mensal de carne congelada, resfriada e fresca, batendo 314,7 mil toneladas. A China foi o principal destaque das vendas brasileiras no mês passado. “A programação para o ano novo lunar de 2026 e a proximidade do prazo do resultado da investigação de salvaguarda por parte de Pequim, no fim de novembro/25 – podem ter potencializado o volume de compras”, diz Fabbri, acrescentando que, entre julho e setembro deste ano, a China comprou os maiores volume de carne brasileira da história, com mais de 155 mil toneladas por mês. “Mantemos nossa expectativa de que, para o médio prazo (último trimestre do ano), o mercado trabalhará de estabilidade a alta, mas com alguns fatores para serem observados: oferta de gado confinado, competitividade com outras proteínas, ritmo da exportação, dólar e a margem da indústria frigorífica”, antecipa Fabbri. Cotações do boi gordo desta sexta-feira (10/10), conforme levantamento diário da Agrifatto: SÃO PAULO: Boi comum: R$ 315,00 a arroba. Boi China: R$315,00. Média: R$315,00. Vaca: R$280,00. Novilha: R$295,00. Escalas de abates de oito dias. MINAS GERAIS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de nove dias. MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$320,00. Boi China: R$320,00. Média: R$320,00. Vaca: R$290,00. Novilha R$305,00. Escalas de sete dias. MATO GROSSO: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$270,00. Novilha: R$280,00. Escalas de abate de oito dias. TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$290,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$295,00. Vaca: R$260,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de oito dias. GOIÁS: Boi comum: R$295,00 a arroba. Boi China/Europa: R$305,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de oito dias. RONDÔNIA: Boi: R$275,00 a arroba. Vaca: R$255,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias. MARANHÃO: Boi: R$285,00 por arroba. Vaca: R$260,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de dez dias.

Agrifatto/Portal DBO/Scot Consultoria

 

Exportação de carne bovina impulsiona frigoríficos do Paraná

Estado segue tendência nacional e registra maior volume vendido para o exterior em 20 anos

 

O mercado de exportação de carne bovina segue aquecido no Brasil. E as tarifas de 50% impostas pelo governo dos EUA, que à época pareciam ameaçar a estabilidade do setor, fortaleceram relações internacionais com países que já importavam a carne brasileira, bem como abriram novas oportunidades para a indústria. No Paraná, frigoríficos exportadores têm mostrado resiliência e buscado inclusive a expansão de suas instalações para comportar a demanda latente. Em setembro, o estado exportou 4,9 mil toneladas de carne bovina (in natura, miúdos e tripas), gerando uma receita de US$ 25,5 milhões. Em termos de volume, este foi o melhor setembro desde 2004, quando foram exportadas 5,7 mil toneladas. No geral, o mês de setembro de 2025 foi o melhor dos meses do Paraná em 20 anos, quando 7,6 mil toneladas foram embarcadas em junho de 2005. Os dados são do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Mas o cenário local seguiu a tendência de crescimento nacional, que já aparecia em janeiro deste ano, após um 2024 que entrou para a história com recorde de exportações de carne bovina pelo Brasil. Em julho de 2025, um mês antes da vigência da sobretaxa do governo norte-americano sobre diversos produtos brasileiros, o país registrou a maior exportação mensal de carne bovina desde 1997, quando se iniciou o registro da série histórica. Segundo o MDIC, naquele mês foram embarcadas 313,6 mil toneladas, representando um crescimento de 15,6% em relação a junho e de 17,2% na comparação com julho de 2024. O cenário de crescimento não parou por aí e uma nova marca histórica foi batida em setembro, mês que ultrapassou julho e registrou o maior volume de carne bovina exportada pelo Brasil desde 1997. Foram 352 mil toneladas e US$ 1,9 bilhão de receita. Um aumento de 31,1% em relação ao mesmo mês de 2024 e de 17,6% sobre agosto deste ano. De Cruzeiro do Oeste (Oeste), o frigorífico Astra envia mais de 60% de sua produção ao exterior, cerca de 3,5 mil toneladas por mês. A empresa iniciou nesse mercado em 2008, embarcando miúdos para Hong Kong. Neste ano, atendeu a 35 países, mas está habilitada para exportar para quase 100 em todos os continentes, exceto Oceania. O gerente de exportações Diogo Oliveira esclarece que o volume exportado varia de tempos em tempos e que, apesar de o frigorífico estar qualificado para enviar carne a quase uma centena de países, os negócios externos passam por decisões que envolvem a oferta do produto e a demanda que paga mais. “[O mercado externo] é uma gangorra, que virou nos últimos dois anos. Até dois anos atrás eram 75% para o mercado interno e 25% para exportação. Como nós somos uma planta única e temos uma capacidade limitada de produção, a gente opta por exportar para os países que pagam mais. Se eu tenho, por exemplo, demanda de produtos do dianteiro [parte frontal do boi] para todo o mundo, mas eu só tenho 50 contêineres de dianteiro por mês, eu vendo para o mercado que paga mais caro”, explica. Oliveira conta que, desde o início do tarifaço dos EUA, o Astra deixou de exportar ao país norte-americano e ampliou a participação em outros mercados para os quais já enviava carne, principalmente a China. “É uma dança das cadeiras. O que aconteceu desde que o Donald Trump aumentou a tarifa de alguns países? Outros países que não têm a tarifa absorveram a fatia do bolo que o Brasil consumia. Argentina, Austrália, México e Canadá aumentaram exportações para os Estados Unidos. Mas, para eles aumentarem exportações para os Estados Unidos, eles abriram espaço em outros mercados que o Brasil tem uma posição mais forte, como, por exemplo, a China”, constata Oliveira. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), vinculada ao MDIC, mostram que a porcentagem de carne bovina fresca, resfriada ou congelada exportada pelo Brasil aos EUA passou de 8,9% em setembro de 2024 para 2,4% em setembro de 2025. Essa oferta foi absorvida por velhos e novos parceiros comerciais. A fatia da China subiu de 52,9% para 59,5%. Para o gerente de exportações, que atua no ramo há 18 anos, mesmo que o Astra tenha um bom alcance no exterior, buscar novos mercados nunca é demais. Pela lógica da “dança das cadeiras”, toda nova possibilidade, mesmo que não aproveitada por um frigorífico, abre espaço para outro, tanto para o consumidor estrangeiro como para o consumidor brasileiro. “Somos uma empresa capitalista, que depende do comércio para ter sucesso. E sempre é importante buscar novos mercados, como Japão, Coreia do Sul, que têm uma demanda interessante e poder de capital para se tornarem players pertinentes. Porque mesmo que frigoríficos pequenos não tenham habilitação para mandar para esses mercados específicos, o Astra indo para esses mercados maiores vai liberar espaços que outros frigoríficos podem aproveitar”, conclui Oliveira. Localizado no Noroeste, o frigorífico 3R, de Loanda, é uma das plantas frigoríficas associadas à Abiec. Atualmente, a empresa destina de 10% a 15% de sua produção de carne bovina ao exterior, com carne in natura, congelada e miúdos. São cerca de 500 toneladas por mês enviadas principalmente ao Egito, segundo o sócio proprietário Júnior Lisboa. O restante é destinado ao mercado interno. Lisboa explica que o frigorífico não exporta aos EUA e que o impacto da sobretaxa do governo norte-americano foi sentido de forma indireta por cerca de 15 dias após o início da vigência da taxa, no processo de adaptação do mercado interno para comportar a produção que não conseguiu ser realocada no exterior. O empresário acrescenta que os EUA importam, principalmente, um tipo de carne específico para a produção de hambúrgueres. São pedaços do dianteiro do boi diferentes, por exemplo, de um corte de contrafilé. As indústrias que tinham capacidade de estocar esse produto até a acomodação da oferta em novos mercados, puderam segurar em vez de vender internamente. Já aquelas que não possuem essa capacidade, venderam o produto ao consumidor brasileiro. Isso atribulou momentaneamente as atividades do frigorífico paranaense, que destina até 90% de sua produção internamente. “Hoje, como a carne brasileira é muito competitiva em termos de preço, o pessoal que exporta para os Estados Unidos conseguiu realocar essa carne para outro lugar. Teve, sim, uma dificuldade o mercado sentiu umas duas semanas. Durante essas duas semanas houve uma oferta maior no mercado interno, mas depois estabilizou”, afirma. Diante desse cenário, o frigorífico está em processo de ampliação das instalações antes de expandir a carteira de clientes no mundo e Lisboa conta com alterações na legislação brasileira para fortalecer e impulsionar esse processo diante do que chama de “oscilação” do mercado externo. “Comercialmente, a exportação oscila muito. Hoje, o Brasil está muito dependente da China. E é muito sazonal porque a China pode começar a ter muita oferta interna dessa proteína animal ou ela pode conseguir outro mercado que seja atrativo para ela. Não tem como a gente prever alguma coisa. O que está sendo muito bom é a desburocratização de licenças e ambientais”, analisa Lisboa. O empresário do 3R se refere à regulamentação da Lei do Autocontrole (Lei 14.515/2022). O documento foi aprovado no Governo de Jair Bolsonaro e ainda necessita da regulamentação específica para alguns temas. Entre eles, a possibilidade de frigoríficos contratarem empresas privadas para fiscalizar seus próprios processos produtivos, especialmente a inspeção pré-abate e após o abate de animais. De acordo com os produtores, isso vai desafogar o SIF (Serviço de Inspeção Federal) da União e permitir a ampliação das plantas frigoríficas.

Folha de Londrina

 

SINDICARNE - PR: CICLO DA PECUÁRIA E ABERTURA DE MERCADOS

O vice-presidente do Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná), Jeremias Silva Junior, analisou que o cenário extremamente positivo que vive o país está relacionado ao ciclo pecuário interno associado à abertura de novos mercados externos pelo governo federal.

 

O ciclo da pecuária é um fenômeno relacionado ao ritmo natural de produção e abate dos bovinos. Ele afeta a oferta e a demanda de animais de tempos em tempos e, consequentemente, altera o preço da carne. Em linhas gerais, quando o valor do boi está elevado e o pecuarista tem bons lucros, a fase está em alta. Neste ciclo, o produtor retém fêmeas e novilhas (fêmeas jovens) em vez de abatê-las. Isso faz com que seu rebanho aumente. Essa retenção reduz a oferta de animais prontos para o abate e mantém os preços altos no curto prazo. No entanto, a expansão reprodutiva aumenta a oferta de bezerros no futuro e leva a uma fase seguinte de queda de preços. Com o aumento da oferta de bois e vacas, os preços caem e o ciclo entra em baixa. Os custos de produção sobem e a margem do produtor diminui. Para reduzir custos, muitos produtores vendem fêmeas para o abate, diminuindo o rebanho. Com o tempo, isso leva novamente à escassez de oferta e à retomada dos preços. Silva explica que os produtores estão entrando em uma inversão de ciclo, ou seja, uma fase de transição entre o ciclo de baixa e de alta. Nessa fase, após um período de preços baixos, a oferta diminui, os abates recuam e o mercado começa a se ajustar, valorizando o gado de corte e aumentando os preços. Isso recomeça o ciclo. “O produtor hoje tem visto com otimismo. Nós estamos num ciclo inverso da pecuária. O que aconteceu nesses dois últimos anos? Houve um abate desenfreado de fêmeas. E agora nós estamos num ciclo inverso. Então o boi promete. A gente vai ter um ciclo inverso em 2026 e 2027”, observa. Além de vice-presidente do Sindicarne, Silva é sócio proprietário do frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste. Ele afirma que a sobretaxa norte-americana aos produtos brasileiros, que a princípio parecia uma ameaça, evidenciou a capacidade do país de se ajustar no mercado externo, alcançando novos países importadores e consolidando a carne do Brasil como a mais competitiva do mundo. “O Brasil não mandou para os Estados Unidos, mas mandou para o Canadá, mandou para o México… Pegou a fatia do Uruguai e da Argentina, que mandava muito para a China e que diminuiu a exportação para lá… Então, migrou para outros mercados por causa desse tarifaço”, analisa Silva. Outro fator decisivo foi a abertura de novos mercados externos e a expansão daqueles que já recebiam a carne brasileira. Desde janeiro, segundo a Abiec, acordos foram firmados com Quênia (África), Suriname (América do Sul), Bósnia Herzegovina (Europa), Filipinas, Indonésia e Singapura (todos da Ásia). Além disso, o Brasil segue em negociação com o Japão (Ásia), um dos mercados mais exigentes do mundo. Esse esforço Silva credita ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “Olha, o governo tem investido nisso. É uma realidade. O ministro Carlos Fávaro abriu muitos mercados. O governo do PT, isso aí a gente tem que tirar o chapéu, abriu muitos novos mercados. Isso tem dado um diferencial grande às indústrias exportadoras para ter um nicho maior para exportar. Os Estados Unidos eram um mercado que a gente achou que ia sentir muita falta e acabou migrando para outros países. E se nós não tivéssemos esses mercados abertos, teríamos migrado? Então foi muito positiva essa abertura”, analisa.

Folha de Londrina

 

FRANGOS

 

Frango/Cepea: Maior demanda sustenta alta de preços

Os preços do frango vivo e da carne registram novos aumentos na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.

 

Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso vem da maior demanda típica de início de mês. Pesquisadores ressaltam que o movimento de alta tem se sustentado desde o início de setembro, atravessando inclusive a segunda quinzena – período em que o consumo tradicionalmente recua devido ao menor poder de compra da população. No mercado de pintainhos de corte, levantamentos do Cepea mostram que o animal completou o segundo mês consecutivo de valorização (agosto e setembro). De acordo com agentes consultados pelo Centro de Pesquisas, o comportamento é resultado de uma oferta reduzida e de uma demanda firme pelo produto.

Cepea

 

Mercado do frango mantém trajetória de alta com demanda firme e otimismo nas exportações

Cotações do frango vivo e da carne seguem valorizadas em várias regiões do país, impulsionadas pelo consumo doméstico e pela expectativa de retomada das vendas ao mercado chinês. No Paraná, o preço do frango vivo registrou avanço de 3,82% no comparativo diário.

 

Os preços do frango vivo e da carne registraram novas altas ao longo da semana, impulsionados pela demanda aquecida típica de início de mês e pela expectativa positiva com o mercado externo. Segundo levantamento do Cepea, o movimento de valorização vem se sustentando desde o início de setembro, mesmo durante a segunda quinzena, quando o consumo tradicionalmente recua. A firmeza na procura tem dado suporte às cotações tanto no varejo quanto nas granjas. Na comparação semanal, o frango congelado teve alta de 1,36%, passando de R$ 8,09/kg na segunda-feira (6/10) para R$ 8,20/kg nesta quinta-feira. O indicador do frango resfriado também subiu 1,48%, passando de R$ 8,11/kg para R$ 8,23/kg. No Paraná, o preço do frango vivo registrou avanço de 3,82% no comparativo diário, enquanto em Santa Catarina o valor permaneceu estável em R$ 4,69/kg. De acordo com a Scot Consultoria, os preços nas granjas paulistas se mantiveram estáveis em R$ 6,40/kg, enquanto no atacado houve valorização de 1,96%, com a cotação passando de R$ 7,65/kg no início da semana para R$ 7,80/kg. “Com o otimismo de início de mês e as boas perspectivas que já rondavam o mercado há uma semana, os preços no atacado apresentaram alta na semana. Com o recebimento de salários e estímulo ao consumo, os compradores se prepararam para atender ao aumento do movimento nos estabelecimentos, reforçando seus estoques”, informou a Scot Consultoria.  Para Allan Maia, analista da Safras & Mercado, o mercado brasileiro de frango apresentou oferta ajustada e reposição aquecida ao longo da cadeia, resultando em preços firmes tanto no vivo quanto no atacado.  O analista explica que o setor aguarda uma decisão oficial da China sobre a retomada das importações de produtos avícolas brasileiros. “A visita recente de uma delegação chinesa sinalizou que essa reabertura pode acontecer em breve, o que daria novo fôlego ao mercado”, destacou. Maia acrescenta que as exportações tiveram ótimo desempenho em setembro, com embarques superiores aos de julho e agosto. Segundo ele, a capitalização das famílias também favoreceu o consumo doméstico, contribuindo para a boa evolução da demanda na ponta final. Pela primeira vez desde o registro de um caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil, em maio, o preço médio mensal da carne de frango voltou a subir em setembro, apoiado principalmente no reaquecimento das exportações. O mês marcou a retomada das vendas à União Europeia, suspensas desde maio, e renovou o otimismo em relação à China, quarto maior destino da carne brasileira em 2025. Apesar do embargo ainda em vigor, o setor acredita que a reabertura está próxima. Levantamento do Cepea indica que, em setembro, o frango congelado foi comercializado a R$ 7,49/kg na Grande São Paulo, alta de 7,7% frente a agosto. Já o frango resfriado atingiu R$ 7,54/kg, avanço de 7,8%. Mesmo assim, os preços seguem abaixo dos níveis de maio, quando o produto era negociado a R$ 8,60/kg, reflexo da forte oferta interna registrada nos últimos meses. Nos cortes, o peito congelado em São Paulo teve valorização de 7,1%, alcançando R$ 10,43/kg. O Cepea aponta ainda que o mercado de pintainhos de corte completou dois meses consecutivos de valorização, em agosto e setembro. A Scot Consultoria ainda destacou que o mercado deve permanecer firme nos próximos dias. Por estarmos na primeira quinzena do mês, espera-se uma demanda mais ativa.

Notícias Agrícolas

 

EMPRESAS

 

Castrolanda aposta no cacau e inicia projeto no Tocantins

Cooperativa paranaense prepara expansão para o Norte com foco na diversificação e profissionalização da produção de cacau no país

 

A cooperativa paranaense Castrolanda, tradicional no setor de grãos e de leite, está abrindo uma nova frente de atuação no norte do Tocantins, onde pretende desenvolver um projeto de produção de cacau. A iniciativa marca a entrada da cooperativa em uma cultura até então inédita para seus associados e abre caminho para a diversificação de atividades dos produtores cooperados. Segundo Vitor Almeida, gerente de Estratégia da cooperativa, o cacau foi escolhido após dois anos de estudos que analisaram clima, logística e oportunidades agrícolas em quatro estados. O norte do Tocantins, especialmente a região de Colinas, se destacou pelas condições favoráveis ao cultivo — clima quente, terras com boa aptidão agrícola e acesso logístico ao Maranhão, que deve ser a principal rota de escoamento da produção. “O cacau não é viável no Sul, por causa do frio. Mas no Tocantins, especialmente no norte do estado, o clima é ideal. Visitamos uma fazenda no Bico do Papagaio e vimos que a produção responde muito bem”, afirmou um representante da cooperativa. A Castrolanda deu início a um projeto-piloto com dois produtores cooperados, que serão os primeiros a testar o cultivo na região. Eles preferiram não falar neste momento. A cooperativa está contratando um especialista em cacau para acompanhar o processo e orientar os produtores nas etapas de plantio, manejo, fermentação e secagem das amêndoas. “O cacau é novo para nós. Ninguém sabe direito como manejar. Estamos começando do zero, com apoio técnico, porque queremos fazer direito desde o início”, afirmou o executivo. O cronograma prevê o início dos plantios em 2026, e a primeira colheita em quatro ou cinco anos. Caso o projeto se mostre viável, a cooperativa planeja construir uma unidade de beneficiamento na região, algo raro fora das propriedades rurais. Hoje, o processo é feito de forma improvisada nas fazendas, sem estrutura adequada e com grandes variações de qualidade. O objetivo é padronizar a amêndoa e atender à demanda crescente da indústria de chocolate. “As empresas estão interessadas em cooperativas que consigam organizar a produção e garantir qualidade. A indústria precisa de amêndoas boas, mas hoje enfrenta perdas grandes”, disse o dirigente. A Cargill é uma das empresas que manifestou interesse em apoiar o projeto e discutir mecanismos de estabilidade de preço. “Há um risco, claro, porque o cacau já deu prejuízo no passado, com problemas como a vassoura-de-bruxa. Mas, se tivermos uma base técnica sólida e segurança comercial, pode se tornar uma cultura muito interessante para o cooperado”, afirmou Almeida. A escolha do Tocantins também reflete o movimento de expansão das famílias cooperadas da Castrolanda, que precisam dividir suas áreas no Paraná e enfrentam o alto custo da terra no Sul. “É natural que busquem novas fronteiras. A região de Araguaína tem estrutura, hospital, escolas e boa logística. É praticamente a capital do Matopiba”, disse o executivo.

Globo Rural

 

INTERNACIONAL

 

Exportações de carne bovina da Argentina crescem 20% de jan-ago/25, para US$ 2,25 bilhões

Em volume, porém, os embarques recuaram 12% no acumulado dos primeiros 8 meses do ano, totalizando 539.000 t, informou a Bolsa de Comércio de Rosário

Nos primeiros oito meses de 2025, as exportações de carne bovina da Argentina atingiram US$ 2,256 bilhões, um crescimento de 24% em relação ao resultado obtido em igual período de 2014 e avanço de 20% em relação à média dos últimos cinco anos, informa a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). A forte demanda internacional, destaca a BCR, impulsionou significativamente os preços da proteína argentina nesta parcial de 2025, que registraram um aumento médio de 40% sobre os primeiros oito meses do ano passado. Esse avanço nas cotações reflete sobretudo o aumento expressivo na demanda dos EUA, que passaram a enfrentar enorme escassez na produção interna de carne bovina depois que seu rebanho foi drasticamente reduzido após um longo período de seca e de valorização nos preços da nutrição. Em volume, os embarques de carne bovina da Argentina totalizaram 539.000 toneladas no acumulado de janeiro a agosto de 2025, com recuo de 12% sobre o resultado computado em igual intervalo de 2024, e 3% abaixo da média de cinco anos para o mesmo período. Entre janeiro e agosto deste ano, a Argentina produziu quase 2,1 milhões de toneladas de carne bovina, o segundo maior volume desde 2010 – perdendo para o resultado de 2023. No entanto, a produção seguiu em linha com a média dos últimos cinco anos para o mesmo período, ficando apenas 0,5% acima. No acumulado dos primeiros oito meses de 2025, os frigoríficos argentinos abateram 9 milhões de cabeças, com um peso médio de 231 kg por cabeça, acima da média obtida nos últimos cinco anos, de 228 kg. Somente em agosto/25, o peso médio do gado abatido atingiu 234 kg, o maior registrado desde setembro de 2022. De acordo com dados da primeira campanha de vacinação contra a febre aftosa, o rebanho bovino da Argentino está estimado em 49,4 milhões de cabeças, o menor número desde o final de 2010, quando 48,8 milhões de bovinos foram contabilizados. Nesta parcial de 2025, o consumo per capita na Argentina é projetado em 49,6 kg para a carne bovina, 45,5 kg para a carne de frango e 17,7 kg para a carne suína. Segundo a BCR, o consumo total de carne no país deve atingir cerca de 113 kg per capita em 2025, uma recuperação de 3% em relação ao ano anterior e dentro da média dos últimos anos.

Portal DBO

 

NOTÍCIAS SETORIAIS – PARANÁ

 

Com alta de 4,2% em agosto, indústria do Paraná cresceu 5 vezes mais do que a do Brasil

Em termos percentuais, foi a terceira maior variação mensal no volume de atividades entre todos os estados, sendo também o melhor resultado das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

A indústria paranaense registrou em agosto um crescimento de 4,2% no volume de atividades em relação a julho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) regional, divulgada na sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi mais de cinco vezes superior à média nacional, que ficou em 0,8% no mesmo período. Em termos regionais, foi o melhor desempenho entre todos os estados do Sul, sudeste e Centro-Oeste, atrás apenas do Pará (5,4%) e da Bahia (4,9%) no ranking nacional. O avanço, que já considera os efeitos sazonais do setor, confirma o bom momento da indústria paranaense. No acumulado de janeiro a agosto de 2025, a indústria do Paraná cresceu 4,2% em comparação aos mesmos meses do ano passado, também bem acima da média nacional, que ficou em 0,9%. No ranking acumulado do ano, o Estado aparece em terceiro lugar, atrás apenas do Espírito Santo (6,1%) e do Pará (5%). Entre os segmentos, o destaque de agosto ficou para a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que teve uma variação mensal de impressionantes 132,7%, impulsionando todo o setor. Também apresentaram resultados positivos a fabricação de celulose e papel (14,6%), produtos químicos (8,5%) e biocombustíveis e derivados de petróleo (3,4%). A comparação com o mesmo mês de 2024 também é favorável ao Paraná. Em agosto, a produção industrial estadual ficou 3,8% acima do registrado no mesmo mês do ano passado, enquanto a indústria nacional apresentou queda de 0,7% no mesmo recorte. No acumulado do ano, a expansão é de 4,2% do setor como um todo. De janeiro a agosto, os destaques foram para a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (60,9%), produtos químicos (11,8%), máquinas e equipamentos (8,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (8,4%), papel e celulose (4,3%), móveis (3,7%), produtos de minerais não metálicos (3,3%) e biocombustíveis e derivados de petróleo (2,9%). O diferencial do desempenho paranaense está na estrutura produtiva. Enquanto outros estados que lideram o crescimento dependem fortemente das atividades extrativas, como a mineração e a exploração de petróleo, o Paraná concentra sua produção na indústria de transformação. Isso significa uma economia mais diversificada, menos sujeita a oscilações de preços internacionais de commodities e com maior capacidade de agregar valor à produção. Na prática, essa característica se reflete em cadeias produtivas mais completas, que vão desde a fabricação de insumos químicos utilizados no agronegócio e na indústria farmacêutica até a produção de veículos, máquinas e equipamentos que abastecem tanto o mercado interno quanto as exportações. O Estado também se destaca pela forte integração entre a indústria e a agroindústria, especialmente no setor cooperativista. As cooperativas agroindustriais paranaenses transformam matérias-primas agrícolas em alimentos processados, bebidas e biocombustíveis, o que eleva o valor agregado da produção e amplia as oportunidades de mercado.

Agência Estadual de Notícias 

 

ECONOMIA/INDICADORES

 

Dólar dispara a R$5,50 com ameaça tarifária de Trump à China

O dólar disparou no Brasil na sexta-feira e encerrou o dia acima dos R$5,50, com as cotações refletindo o mal-estar do mercado com a política fiscal do governo Lula e as novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos à China.

 

A moeda norte-americana à vista encerrou a sessão com alta de 2,39%, aos R$5,5038, maior valor de fechamento desde 5 de agosto, quando atingiu R$5,5057. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 10,93%. Às 17h06, na B3, o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil – subia 2,31%, aos R$5,5310. A sexta-feira foi no geral um dia negativo para os ativos brasileiros, com queda do Ibovespa, disparada do dólar e avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). A derrubada pelo Congresso, na quarta-feira, da Medida Provisória 1303, que tratava da taxação de aplicações financeiras, seguia dando suporte à curva, devido ao desfecho negativo para o esforço do governo de equilibrar as contas. A MP teria impacto fiscal de R$14,8 bilhões em 2025 e de R$36,2 bilhões em 2026, considerando as novas receitas previstas e os cortes de despesas, conforme o Ministério da Fazenda. Durante a manhã, o mau-humor dos investidores se intensificou após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indicar que o pacote de medidas do governo para 2026 poderia somar R$100 bilhões, sem que as receitas estejam garantidas. Na conta entram medidas como a da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil por mês, a distribuição de gás de cozinha e isenção nas contas de energia para uma parcela das famílias, e o pagamento de bolsas para estudantes -- todos programas já anunciados anteriormente pelo governo. Ainda que não haja novas medidas, os agentes demonstravam preocupação de que o ano de 2026 seja marcado por ações para impulsionar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com impacto negativo para as contas públicas. No início da tarde a pressão aumentou, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar aumentar as tarifas comerciais contra a China e cancelar uma reunião planejada com o presidente chinês, Xi Jinping. Ele acusou a China de manter a economia global refém, depois que o país asiático expandiu drasticamente seus controles de exportação de terras raras, na quinta-feira.

Reuters

 

Ibovespa fecha em queda com exterior e fiscal e amplia ajuste em outubro

O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, ampliando a correção negativa em outubro, em meio a fortes perdas em Wall Street e declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior, além de preocupações com o cenário fiscal brasileiro.

 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,73%, a 140.680,34 pontos, após marcar 140.231,24 pontos na mínima e 142.273,75 pontos na máxima do dia. O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou R$22,4 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou um declínio de 2,44%. No mês, contabiliza uma perda de 3,8%, após renovar máximas em setembro, quando ampliou a alta em 2025 para cerca de 22%. Em Nova York, a última sessão da semana azedou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar aumentar as tarifas contra a China e cancelar uma reunião planejada com o presidente Xi Jinping. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 2,71%. No cenário doméstico, notícias sobre planos do governo envolvendo medidas para 2026 sem que as receitas estejam garantidas adicionaram preocupações sobre o risco de ações de olho na eleição do próximo ano com efeito fiscal negativo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, reiterou na sexta-feira que o governo mantém firme compromisso com a responsabilidade fiscal, ao mesmo tempo em que busca ampliar políticas de inclusão social. Lula falou em evento no qual o governo federal anunciou novo modelo de crédito imobiliário. De acordo com o analista de investimentos Alison Correia, cofundador da Dom Investimentos, foi um dia de cautela no mundo todo, enquanto no Brasil há dúvida sobre como fechar as contas públicas após a derrubada da Medida Provisória 1303. A MP tinha como objetivo compensar a derrubada de parte das mudanças feitas pelo governo em decreto que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Reuters 

 

Exportações do agronegócio bateram recorde em setembro e alcançaram quase US$ 15 bilhões

Segundo o Ministério da Agricultura, o setor respondeu por 49% de todos os embarques do país no mês. Avanço foi sustentado, sobretudo, pelo aumento dos volumes embarcados

 

O mês de setembro marcou um recorde para o valor das exportações do agronegócio no Brasil. Foram US$ 14,95 bilhões, alta de 6,1% na comparação com setembro de 2024, e o maior faturamento para o período desde o início da série histórica do Ministério da Agricultura. De acordo com a Pasta, o agro respondeu por 49% de todas as exportações brasileiras no mês. O avanço foi sustentado, sobretudo, pelo aumento dos volumes embarcados (+7,4%), em um cenário de leve recuo dos preços médios internacionais (-1,1%). No acumulado do ano, as exportações brasileiras do agronegócio registraram incremento de 0,7%, com US$ 126,6 bilhões. As importações, por sua vez, cresceram 7,3% no mês de setembro e de 5,4% no acumulado do ano. “Os resultados de setembro mostram, mesmo diante de um cenário externo desafiador, a competitividade do agronegócio brasileiro e o acerto na estratégia reforçada a partir de 2023 de abertura, ampliação e diversificação de mercados e produtos. Até o momento, foram abertas 444 novas oportunidades para os produtores e exportadores brasileiros”, disse, em nota, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Em setembro, o ministério destacou o desempenho das exportações de carne bovina in natura, que alcançaram US$ 1,77 bilhão (+55,6%). As vendas de carne suína in natura atingiram valor recorde, de US$ 346,1 milhões (+28,6%), enquanto o volume embarcado teve aumento de 78,2%. As exportações de milho renderam ao Brasil US$ 1,52 bilhão (+23,5%). Segundo a Pasta, entre os produtos potencialmente mais afetados pelo tarifaço dos EUA, destaque para o café, com US$ 1,3 bilhão (+9,3%), e os pescados, cujas exportações somaram US$ 38,7 milhões, com aumento de 6,1% em volume. Entre os itens menos tradicionais da pauta exportadora, setembro também registrou recordes históricos em volume na série, reforçando a diversificação das vendas externas: sementes de oleaginosas (exceto soja) (+92,3%), melancias frescas (+65%), feijões (+50,8%) e lácteos (+13,7%). No geral, as vendas de produtos considerados menos tradicionais cresceram 9,2% em setembro e 19,1% no acumulado do ano. Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua, o resultado das exportações de setembro “demonstra o esforço da presença internacional do agro brasileiro em um contexto global desafiador".

Globo Rural

 

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